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Grécia Antiga

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(Redirecionado de Antiga Grécia)



Grécia Antiga
2 000 a.C. – 168 a.C.
Localização de Grécia Antiga
Localização de Grécia Antiga
Mapa das colônias gregas no mar Mediterrâneo durante o Período Arcaico.
O Partenon, um templo dedicado à deusa Atena, localizado na Acrópole de Atenas, é um dos símbolos mais representativos da cultura e da sofisticação dos gregos antigos
Continente Eurásia e África
Capital Não especificada
Língua oficial Grego antigo
Religião Religião grega antiga
Governo Cidades-Estados
Período histórico Antiguidade
 • 2 000 a.C. Fundação
 • 168 a.C. Conquista pelos romanos

Grécia Antiga (em grego: Ἑλλάς; Hellás) foi uma civilização pertencente a um período da história grega que abrange desde o Período Homérico dos séculos XIV a IX a.C. até o fim da antiguidade (c.476 d.C.). Imediatamente após este período foi o início da Idade Média e da era bizantina.[1]

Aproximadamente três séculos após o Colapso da Idade do Bronze da Grécia micênica, as pólis urbanas gregas começaram a se formar no século VIII a.C., dando início ao Período Arcaico e à colonização da Bacia do Mediterrâneo. Isto foi seguido pelo período da Grécia Clássica, uma era que começou com as Guerras Greco-Persas, que durou do século V ao século IV a.C.. Devido às conquistas de Alexandre, o Grande da Macedônia, o Período Helenístico floresceu da Ásia Central até o extremo oeste do Mar Mediterrâneo. Esta era chegou ao fim com as conquistas e anexações do mundo mediterrâneo oriental pela República Romana, que estabeleceu a província romana da Macedônia na Grécia romana e mais tarde a província de Acaia, durante o Império Romano.

A cultura grega clássica, especialmente a filosofia, teve uma influência poderosa na Roma Antiga, que carregou uma versão dela para muitas partes da Bacia do Mediterrâneo e da Europa. Por essa razão, a Grécia Clássica é geralmente considerada a cultura seminal que forneceu a base da cultura ocidental moderna e é considerada o berço da civilização ocidental.[2][3][4]

Os gregos clássicos davam grande importância ao conhecimento. Ciência e religião não eram separadas e aproximar-se da verdade significava aproximar-se dos deuses. Nesse contexto, eles entendiam a importância da matemática como um instrumento para obter um conhecimento mais confiável ("divino").[5] A cultura grega, em poucos séculos e com uma população limitada, conseguiu explorar e progredir em muitos campos da ciência, matemática, filosofia e conhecimento em geral, o que deixou um legado duradouro.

Período Duração Observações Ref.
Pré-Homérico 2 000−1 100 a.C. Penetração de povos indo-europeus na Grécia: aqueus (2 000-1 200 a.C.), eólios (1 700 a.C.) e Jônios (1 700 a.C.); Civilização Minoica continua a prosperar (3 000 - 1 400 a.C.) e a Civilização Micênica é formada (1 600-1 200 a.C.); dóricos invadem a Hélade no final do período (1 200 a.C.) [6]
Período homérico 1 100−800 a.C. Ruralização, ausência de escrita e formação dos genos; período da criação das obras de Homero, Ilíada e Odisseia. [7]
Arcaico 800−500 a.C. Formação da pólis, a colonização grega, o aparecimento do alfabeto fonético além de progresso econômico com a expansão da divisão do trabalho, do comércio e da indústria. [8][9]
Clássico ou Século de Péricles 500−338 a.C. Bipolarização da Grécia entre Esparta (com a Liga do Peloponeso) e Atenas (com a Liga de Delos). Ocorrência das Guerras Médicas e da Guerra do Peloponeso, bem como da hegemonia de Tebas no fim do período. [10][11]
Helenístico 338−136 a.C. Crise da pólis, conquista do Império Aquemênida e expansão cultural helenística. [11]
Ver artigo principal: História da Grécia Antiga

Os gregos originaram-se de povos que migraram para a península Balcânica em diversas ondas, no início do milênio II a.C.: aqueus, jônicos, eólios e dóricos (ou dórios).[7] As populações invasoras são em geral conhecidas como "helênicas", pois sua organização de clãs fundamentava-se na crença de que descendiam do herói Heleno, filho de Deucalião e Pirra.[12]

Per�odo pr�-hom�rico

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Civiliza��o Minoica

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Ver artigo principal: Civiliza��o Minoica
Talassocracia minoica

A Civiliza��o Minoica surgiu durante a Idade do Bronze Grega em Creta e floresceu aproximadamente do s�culo XXX ao XV a.C..[13] O termo "minoico" foi cunhado por Arthur Evans, seu redescobridor, e deriva do nome do rei m�tico "Minos".[14] Evans e Nicolaos Platon, importantes arque�logos minoicos, desenvolveram dois tipos de periodiza��o para a civiliza��o. Evans baseou-se nos estilos de cer�mica produzidos criando assim tr�s per�odos, o Minoano Antigo, o M�dio e o Recente. Platon baseou-se no desenvolvimento dos pal�cios minoicos o que gerou os per�odos pr�-palaciano, protopalaciano, neopalaciano e p�s-palaciano.

Como resultado do com�rcio com o Egeu e Mediterr�neo, no Minoano Antigo, os minoicos viveram uma transi��o de uma economia agr�cola para adentrar noutras economias, o resultado do com�rcio mar�timo com outras regi�es do Egeu e Mediterr�neo Ocidental.[15] Com a utiliza��o de metais, houve o aumento das transa��es com os pa�ses produtores: os minoicos procuravam cobre do Chipre, ouro do Egito, prata e obsidiana das C�clades.[16] Os portos estavam crescendo tornando-se grandes centros sob influ�ncia do aumento das atividades comerciais com a �sia Menor, sendo que a parte oriental da ilha mostra a preponder�ncia do per�odo.[17] Centros na parte oriental (Vasilic� e M�lia) come�am a notabilizar-se e sua influ�ncia irradia-se ao longo da ilha dando origem a novos centros; aldeias e pequenas cidades tornaram-se abundantes e as fazendas isoladas s�o raras.[18]

Pintura mural de um homem minoico em Cnossos.

No final do mil�nio III a.C., v�rias localidades na ilha desenvolveram-se em centros de com�rcio e trabalho manual, devido � introdu��o do torno na cer�mica e na metalurgia de bronze, a qual se acrescenta um aumento da popula��o (densamente povoada), especialmente no centro-oeste.[15] Al�m disso, o estanho da Pen�nsula Ib�rica e G�lia, assim como o com�rcio com a Sic�lia e mar Adri�tico come�aram a frear o com�rcio oriental. No �mbito da agricultura , � conhecido atrav�s das escava��es que quase todas as esp�cies conhecidas de cereais e leguminosas s�o cultivados e todos os produtos agr�colas ainda hoje conhecidos como o vinho e uvas,[19] �leo e azeitonas, j� ocorriam nessa �poca.[20] O uso da tra��o animal na agricultura � introduzida.[21]

Em torno de 2 000 a.C., foram constru�dos os primeiros pal�cios minoicos (Cnossos, M�lia e Festo),[15] sendo estes a principal mudan�a do minoano m�dio.[22] Como resultado, houve a centraliza��o do poder em alguns centros, o que impulsionou o desenvolvimento econ�mico e social. Estes centros foram erigidos nas plan�cies mais f�rteis da ilha, permitindo que seus propriet�rios acumulassem riquezas, especialmente agr�colas, como evidenciados pelos grandes armaz�ns para produtos agr�colas encontrados nos pal�cios. O sistema social era provavelmente teocr�tico, sendo o rei de cada pal�cio o chefe supremo, oficial e religioso.[23] A realiza��o de trabalhos importantes s�o ind�cios de que os minoicos tinham uma divis�o bem-sucedida do trabalho, e tinham uma grande quantidade deles. Um sistema burocr�tico e a necessidade de melhor controle de entrada e sa�da de mercadorias, al�m de uma poss�vel economia baseada em um sistema escravista, formaram as bases s�lidas para esta civiliza��o.[24]

Com o tempo, o poder dos centros orientais come�a a eclipsar, sendo estes substitu�dos pelo ascendente poderio dos centros interioranos e ocidentais. Isto ocorreu, principalmente, por dist�rbios pol�ticos na �sia (invas�o cassita na Babil�nia, expans�o hitita e invas�o hicsa no Egito) que enfraqueceram o mercado oriental, motivando um maior contato com a Gr�cia continental e as C�clades.[25]

Cer�mica do estilo Camares, 2100-1700 a.C.
Museu Arqueol�gico de Heracli�o

No final do per�odo MMII (1 750 - 1 700 a.C.), houve uma grande perturba��o em Creta, provavelmente um terremoto,[26] ou possivelmente uma invas�o da Anat�lia.[27] A teoria do terremoto � sustentada pela descoberta do Anemosp�lia pelo arque�logo Sakelarakis, no qual foram encontrados os corpos de tr�s pessoas (uma delas v�tima de um sacrif�cio humano) que foram surpreendidas pelo desabamento do templo.[28] Outra teoria � que havia um conflito dentro de Creta, e Cnossos saiu vitorioso.[29] Os pal�cios de Cnossos, Festo, M�lia e Cato Zacro foram destru�dos.[30] Mas, com o in�cio do per�odo neopalaciano, a popula��o voltou a crescer,[31][32] os pal�cios foram reconstru�dos em larga escala[33] (no entanto, menores que os anteriores[34]) e novos assentamentos foram constru�dos por toda a ilha, especialmente grandes propriedades rurais.[35]

Este per�odo (s�culos XVII e XVI a.C., MM III/neopalaciano) representa o apogeu da Civiliza��o Minoica.[29] Os centros administrativos controlavam extensos territ�rios, fruto da melhoria e desenvolvimento das comunica��es terrestres e mar�timas, mediante a constru��o de estradas e portos, e de navios mercantes que navegavam com produ��es art�sticas e agr�colas, que eram trocadas por mat�rias-primas.[23] Entre 1 700 e 1 450 a.C., a monarquia de Cnossos deteve a supremacia da ilha. Essa monarquia, apoiada, pela elite mercantil surgida em decorr�ncia do intenso com�rcio, criou um imp�rio comercial mar�timo, a talassocracia.[36][37] Ap�s cerca de 1 700 a.C., a cultura material do continente grego alcan�ou um novo n�vel, devido a influ�ncia minoica.[38] Importa��es de cer�micas do Egito, S�ria, Biblos e Ugarit demonstram liga��es entre Creta e esses pa�ses.[39] Os hier�glifos eg�pcios serviram de modelo para a escrita pictogr�fica minoica, a partir da qual os famosos sistemas de escrita Linear A e B mais tarde desenvolveram-se[40]

Disco de Festo, com signos desconhecidos.
Museu Arqueol�gico de Heracli�o

A erup��o do vulc�o Tera (atual Santorini) foi implac�vel para o rumo de Creta.[41] A erup��o foi datada como tendo ocorrido entre 1 639 e 1 616 a.C., por meio de data��o por radiocarbono;[42] em 1 628 a.C. por dendrocronologia;[43] e entre 1 530 - 1 500 a.C. pela arqueologia.[44] O leste da ilha foi alcan�ado por nuvens e chuva de cinzas que possivelmente alastraram gases nocivos que intoxicaram muitos seres vivos, al�m de terem causado mudan�as clim�ticas e tsunamis, o que possivelmente fez com que Creta se tornasse polo de refugiados provenientes das C�clades, o que minou, juntamente com os cataclismos naturais pr�vios, a estabilidade da ilha.[45] Al�m disso, a destrui��o do assentamento minoico em Tera (conhecido como Acrot�ri) poderia ter impactado, mesmo que indiretamente, o com�rcio minoico com o norte.[46] Em torno de 1 550 a.C., um novo abalo s�smico consecutivo �s cat�strofes do Santorini, destruiu outra vez os pal�cios minoicos, no entanto, estes foram novamente reconstru�dos e foram feitos ainda maiores do que os anteriores.[38][33]

Em torno de 1 450 a.C., a Civiliza��o Minoica experimentou uma reviravolta, devido a uma cat�strofe natural, possivelmente um terremoto. Outra erup��o do vulc�o Tera tem sido associada a esta queda, mas a data��o e implica��es permanecem controversas. V�rios pal�cios importantes em locais como M�lia, T�lissos, Festo, Hagia Triada bem como os alojamentos de Cnossos foram destru�dos. Durante o MRIIIB a ilha foi invadida pelos aqueus da Civiliza��o Mic�nica.[33] Os s�tios dos pal�cios minoicos foram ocupados pelos mic�nicos em torno de 1 420 a.C.[47] (1 375 a.C. de acordo com outras fontes[38]).

Civiliza��o Mic�nica

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Afresco de uma mulher mic�nica (por volta de 1200 a.C.).
Ver artigo principal: Civiliza��o Mic�nica

Os minoicos viriam a influenciar a hist�ria da Gr�cia atrav�s dos mic�nicos, que adoptam aspectos da cultura minoica. O nome "mic�nico" foi criado por Heinrich Schliemann com base nos estudos que fez no s�tio de Micenas, no nordeste do Peloponeso, onde outrora se erguia um grande pal�cio e uma das principais cidades al�m de Tirinto, Tebas e Esparta. Julga-se que os mic�nicos se chamariam a si pr�prios aqueus. De acordo com v�rios historiadores, os mic�nicos eram chamados de Ahhiyawa pelos hititas.[48] A sua civiliza��o floresceu entre 1 600 e 1 200 a.C..

Os mic�nicos j� falavam grego. N�o tinham uma unidade pol�tica, existindo v�rios reinos mic�nicos. � semelhan�a dos minoicos, o centro pol�tico encontrava-se no pal�cio, cujas paredes tamb�m estavam decoradas com afrescos.[carece de fontes?]

Para al�m de praticarem o com�rcio, os mic�nicos eram amantes da guerra e da ca�a. Por volta de 1 400 a.C. os mic�nicos teriam ocupado Cnossos, centro da cultura minoica.

Por volta de 1 250 a.C. o mundo mic�nico entra em decl�nio, o que estaria relacionado com a decad�ncia do reino hitita no Oriente Pr�ximo,[carece de fontes?] que teria provocado a queda das rotas comerciais. Sua decad�ncia envolveu tamb�m guerras internas.[carece de fontes?] � prov�vel que a destrui��o da cidade de Troia, facto que se teria verificado entre 1 230 e 1 180 a.C., possa estar relacionado com o relato liter�rio de Homero na Il�ada, escrita s�culos depois.

Per�odo Hom�rico

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Vaso do final do Per�odo Geom�trico, ou o in�cio do Per�odo Arcaico, c. 750 a.C.
Ver artigo principal: Per�odo hom�rico

D�-se o nome de per�odo hom�rico ao per�odo que se seguiu ao fim da Civiliza��o Mic�nica e que se situa entre 1 100 e 800 a.C.. Durante este per�odo perdeu-se o conhecimento da escrita, que s� seria readquirido no s�culo VIII a.C.. Os objectos de luxo produzidos durante a era mic�nica n�o s�o mais fabricados neste per�odo. A designa��o atribu�da ao per�odo encontra-se relacionada n�o apenas com a decad�ncia civilizacional, mas tamb�m com as escassas fontes para o conhecimento da �poca.

Outro dos fen�menos que se verificou durante este per�odo foi o da diminui��o populacional, n�o sendo conhecidas as raz�es exactas que o possam explicar. Para al�m disso, as popula��es tamb�m se movimentam, abandonando antigos povoados para se fixarem em locais que ofereciam melhores condi��es de seguran�a.

Per�odo Arcaico

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Ver artigo principal: Per�odo Arcaico

O Per�odo Arcaico tem como balizas temporais tradicionais a data de 776 a.C., ano da realiza��o dos primeiros Jogos Ol�mpicos, e 480 a.C., data da Batalha de Salamina. A Gr�cia era ainda dividida em pequenas prov�ncias com autonomia, em raz�o das condi��es topogr�ficas da regi�o: cada plan�cie, vale ou ilha � isolada de outra por cadeias de montanhas ou pelo oceano.

A Esfinge de Naxos, em sua coluna j�nica de 12,5 metros (reconstitui��o), foi constru�da em 560 a.C. ao lado do Templo de Apolo em Delfos, o centro religioso da Gr�cia Antiga.
O mundo grego durante o s�culo VI a.C.

A origem das cidades gregas remonta � pr�pria organiza��o dos invasores, especialmente dos aqueus, que se agrupavam nos chamados ghen� (ghenos, no singular). Os ghen� eram essencialmente comunidades tribais que cultuavam seus deuses na acr�pole (local elevado). A vida econ�mica dessas grandes fam�lias era, a princ�pio, baseada em la�os de parentesco e coopera��o social. A terra, a colheita e o rebanho pertenciam � comunidade. Havia uma lideran�a pol�tica na figura do pater, um membro mais velho e respeitado. Diversos ghen� agrupavam-se em fratarias, e diversas fratarias em tribos.

Com a recupera��o econ�mica ap�s o interl�dio d�rico, a popula��o grega cresceu al�m da capacidade de produ��o das terras cultiváveis.[carece de fontes?] Diante desse desequilíbrio, e procurando garantir melhores condições de vida, alguns grupos teriam se destacado, passando a manejar armas e a ter domínio sobre as melhores terras e rebanhos. Esses grupos acumularam riqueza, poder e propriedade como resultado da divisão desigual das terras do ghené, considerando-se os melhores — aristos (aristoi), em grego. Assim, foram diferenciando-se da maioria da população e dissolvendo a vida comunitária do ghené. Essas transformações sociais estavam na origem da formação da pólis, a cidade grega. A partir de 750 a.C. os gregos iniciaram um longo processo de expansão, firmando colônias em várias regiões, como Sicília e sul da Itália (a chamada Magna Grécia), no sul da França, na costa da Península Ibérica, no norte de África e nas costas do mar Negro. Entre os séculos VIII e VI a.C. fundaram aí novas cidades, as colônias, as quais chamavam de apoíkias—; palavra que pode ser traduzida por nova casa.

São muitas as causas apontadas pelos historiadores para explicar essa expansão colonizadora grega. Grande parte dessas causas relaciona-se a questões sociais originadas por problemas de posse de terra e dificuldades na agricultura. As melhores terras eram dominadas por famílias ricas (os aristos, também conhecidos por eupátridas - bem-nascidos). A maioria dos camponeses (georgoi) cultivava solos pobres cuja produção de alimentos era insuficiente para atender às necessidades de uma população em crescimento. Uma terceira classe, que não possuía terras, dedicar-se-ia, mais tarde, ao comércio; eram chamados de tetas (thetas), marginais. Para fugir à miséria, muitos gregos migravam em busca de terras para plantar e de melhores condições de vida, fundando novas cidades. Assim, no primeiro momento, a principal atividade econômica das colônias gregas foi a agricultura. Posteriormente, muitas colônias transformaram-se em centros comerciais, dispondo de portos estratégicos para as rotas de navegação.[carece de fontes?]

A Hélade começa a dominar linguística e culturalmente uma área maior do que o limite geográfico da Grécia. As colônias não eram controladas politicamente pelas cidades que as fundavam, apesar de manterem vínculos religiosos e comerciais com aquelas. Predominava entre os gregos sempre a organização de comunidades independentes, e a cidade (cada uma desenvolveu seu próprio sistema de governo, leis, calendário e moeda) tornou-se a unidade básica do governo grego.[carece de fontes?]

Antiga moeda ateniense do século V a.C., representando a cabeça da deusa Atena e de uma coruja no verso.

Socialmente, a colonização do mar Mediterrâneo pelos gregos resultou no desenvolvimento de uma classe rica formada por mercadores (o comércio internacional desenvolvera-se a partir de então) e de uma grande classe média de trabalhadores assalariados, artesãos e armadores. Culturalmente, os gregos realizaram intercâmbios com outros povos. Na economia, a indústria naval se desenvolveu, obviamente, passando a consumir crescente quantidade de madeira das florestas gregas.[carece de fontes?]

As evidências arqueológicas indicam que o padrão de vida na Grécia melhorou acentuadamente (o tamanho médio das áreas do primeiro andar de residências encontradas por arqueólogos aumentou cinco vezes, de 55 metros quadrados para 230 metros quadrados); a expectativa de vida e a estatura média também mostram evidências de melhoria.[49] A população aumentou de 600 mil no século VIII a.C. para em torno de 9 milhões, no IV a.C..[50] E tudo isso fez com que no século IV, a Grécia já possuísse a economia mais avançada do mundo e com um nível de desenvolvimento extremamente raro para uma economia pré-industrial, estando em vantagem em alguns pontos se comparada às economias mais avançadas antes da Revolução Industrial, aos países baixos do século XVII e à Inglaterra do século XVIII.[51] Apesar disso, houve concentração fundiária, em algumas cidades essa concentração levou a revoltas e tiranias, em outras a aristocracia manteve o controle graças a legisladores inclementes. Outras cidades permaneceram relativamente igualitárias na distribuição das terras, em Atenas é estimado que entre 7,5-9% dos cidadãos, o grupo abastado, fossem proprietários de 30-35% de todas as terras, e 20% dos cidadãos tinham pouca ou nenhuma terra e os restantes 70-75% dos cidadãos eram proprietários de 60-65% das terras.[51]

Período Clássico

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Ver artigo principal: Grécia Clássica
Mapa com os eventos das Guerras Médicas.
Liga de Delos (Império ateniense) depois da Guerra do Peloponeso em 431 a.C.

O Período Clássico estende-se entre 500 e 338 a.C. e é dominado por Esparta e Atenas. Cada um destas poleis desenvolveu o seu modelo político (a oligarquia militarista em Esparta e a democracia aristocrata em Atenas). Ao nível externo verifica-se a ascensão do Império Aquemênida quando Ciro II conquista o reino dos medos. O Império Aquemênida prossegue uma política expansionista e conquista as cidades gregas da costa da Ásia Menor. Atenas e Erétria apoiam a revolta das cidades gregas contra o domínio persa, mas este apoio revela-se insuficiente já que os jónios são derrotados: Mileto é tomada e arrasada e muitos jónios decidem fugir para as colónias do Ocidente. O comportamento de Atenas iria gerar uma reacção persa e esteve na origem das Guerras Médicas (490-479 a.C.). Perante a invasão persa, os gregos decidem esquecer as diferenças entre si e estabelecem uma aliança composta por 31 cidades, entre as quais Atenas e Esparta, tendo sido atribuída a esta última o comando das operações militares por terra e pelo mar. As forças espartanas lideradas pelo rei Leónidas I conseguem temporariamente bloquear os persas na Batalha das Termópilas, mas tal não impede a invasão da Ática. O general Temístocles tinha optado por evacuar a população da Ática para Salamina e sob a direcção desta figura Atenas consegue uma vitória sobre os persas em Salamina. Em 479 a.C. os gregos confirmam a sua vitória desta feita na Batalha de Plateias. A frota persa foge para o mar Egeu, onde em 479 a.C. é vencida em Mícale.[52][53]

Com o fim das Guerras Médicas, e em resultado da sua participação decisiva no conflito, Atenas torna-se uma cidade poderosa, que passa a intervir nos assuntos do mundo grego. Esparta e Atenas distanciam-se e entram em rivalidade, encabeçando cada uma delas uma aliança política e militar: no caso de Esparta era a Liga do Peloponeso e no caso de Atenas a Liga de Delos. Esta última foi fundada em 477 a.C. e era composta essencialmente por estados marítimos que encontravam-se próximos do mar Egeu, que temiam uma nova investida persa. O centro administrativo da liga era a ilha de Delos. As relações entre as duas polis atingem o grau de saturação em 431 a.C., ano em que se inicia a guerra. Esparta lança um ultimato a Atenas: deve levantar as sanções a Mégara e suspender o bloqueio a Potideia. Péricles consegue convencer a assembleia a rejeitar o ultimato e a guerra começa. O conflito continuou até 422 a.C. ano em que Atenas é derrotada em Anfípolis. Na batalha morrem o general espartano Brásidas e o ateniense Cléon, ficando o ateniense Nícias em condições de estabelecer a paz (Paz de Nícias, 421 a.C.). Apesar do suposto cessar das hostilidades, entre 421 e 414 as duas polis continuam a combater, não diretamente entre si, mas através dos seus aliados, como demonstra a ajuda secreta dada a Argos por Atenas. Em 415 a.C. Alcib�ades convenceu a Assembleia de Atenas a lan�ar um ataque contra Siracusa, uma aliada de Esparta, em expedi��o que se revelou um fracasso.[54]

Esse foi um tempo em que o mundo grego prosperou, com o fortalecimento das cidades-estados e a produ��o de obras que marcariam profundamente a cultura e a mentalidade ocidental, mas foi tamb�m o per�odo em que o mundo grego se viu envolvido em longas e prolongadas guerras.[carece de fontes?]

A Acr�pole de Atenas com o Partenon no topo. A Atenas Antiga era uma das principais cidades-Estado gregas.

Per�odo Helen�stico

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Ver artigo principal: Per�odo Helen�stico
Filipe II da Maced�nia

O per�odo helen�stico refere-se ao per�odo da hist�ria da Gr�cia e de parte do Oriente M�dio compreendido entre a morte de Alexandre o Grande em 323 a.C. e a anexa��o da pen�nsula grega e ilhas por Roma em 146 a.C. Caracterizou-se pela difus�o da civiliza��o grega numa vasta �rea que se estendia do mar Mediterr�neo oriental � �sia Central. De modo geral, o helenismo foi a concretiza��o de um ideal de Alexandre: o de levar e difundir a cultura grega aos territ�rios que conquistava. Foi neste per�odo que as ci�ncias particulares tiveram seu primeiro e grande desenvolvimento. Foi o tempo de Euclides e Arquimedes. O helenismo marcou um per�odo de transi��o para o dom�nio e apogeu de Roma.[55]

Mapa do Imp�rio Maced�nico em sua extens�o m�xima.

Durante o per�odo helenista, foram fundadas v�rias cidades de cultura grega, entre elas Alexandria e Antioquia, capitais do Egito ptolemaico e do Imp�rio Sel�ucida, respectivamente.[55]

Mapa mostrando as principais regi�es da Gr�cia Antiga e as terras "b�rbaras" adjacentes

Situada na por��o sul da pen�nsula Balc�nica, o territ�rio da Gr�cia continental caracteriza-se pelo seu relevo montanhoso; 80% da Gr�cia � formada por montanhas.[56] A cordilheira dominante � a dos montes Pindo que separa a costa oriental, banhada pelo mar Egeu, da costa ocidental, banhada pelos mares J�nico e Adri�tico.

A Gr�cia Setentrional dividia-se em Tess�lia, Acarn�nia e Epiro; a Gr�cia Central em F�cida, Et�lia, Be�cia (regi�o de Tebas) e �tica (logradouro de Atenas); o Peloponeso (Gr�cia peninsular) em Acaia (regi�o de Ol�mpia), Arc�dia (logradouro de Argos, Tirinto e Micenas), Mess�nia (terra de Pilos) e Lac�nia (regi�o de Esparta). Entre a Gr�cia peninsular e continental h� o istmo de Corinto (terra de Corinto e M�gara), estreita faixa litor�nea, e o golfo de Corinto.[7]

No mar Egeu encontram-se v�rias ilhas que formam diversos arquip�lagos: Esp�rades, C�clades, Dodecaneso ("doze ilhas"), J�nicas e a ilha de Creta; todo o litoral egeu da Anat�lia e o sul da It�lia (Magna Gr�cia) tamb�m fazem parte da geografia grega.[7]

Ver artigos principais: Col�nia gregas e Magna Gr�cia

Durante o per�odo arcaico, a popula��o da Gr�cia cresceu al�m da capacidade da sua j� limitada terra cultiv�vel (de acordo com uma estimativa, a popula��o da Gr�cia Antiga aumentou por um fator maior do que 10 durante o per�odo de 800 a 400 a.C., a partir de um aumento populacional de 800 mil habitantes para uma popula��o total estimada em 10 a 13 milh�es de pessoas).[57]

Cidades e col�nias gregas (em vermelho) por volta de 550 a.C.

Por volta de 750 a.C. os gregos come�aram um per�odo de expans�o territorial que durou cerca de 250 anos, estabelecendo col�nias em todas as dire��es. A leste, na costa do mar Egeu, a �sia Menor foi colonizada primeiro, seguida por Chipre e as costas da Tr�cia, o mar de M�rmara e costa sul do mar Negro.

A coloniza��o grega tamb�m alcan�ou �reas mais distantes, como regi�es das atuais Ucrânia e Rússia (Taganrog). A oeste, foram colonizadas as costas da Ilíria, Sicília e do sul da Itália, seguido pelo sul da França, Córsega e até mesmo o nordeste da Espanha. Também foram fundadas colônias gregas no Egito e na atual Líbia.

As atuais cidades de Siracusa, Nápoles, Marselha e Istambul tiveram seu início como as colônias gregas de Siracusa (Συρακούσαι), Neápolis (Νεάπολις), Massália (Μασσαλία) e Bizâncio (Βυζάντιον). Estas colônias desempenharam um papel importante na disseminação da influência grega em toda a Europa e ajudaram a criar longas redes comerciais entre as cidades-estados gregas, impulsionando a economia da Grécia antiga.

Vista panorâmica do Monte Olimpo, a morada dos deuses olímpicos na mitologia grega.

Sociedade e organização política

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Leis de herança, fragmento da 11ª primeira coluna do Código Legal de Gortina, Louvre.

São muitas as diferenças entre a Grécia moderna e a Grécia Antiga. O mundo grego antigo estendia-se por uma área muito maior do que o território grego atual. Além disso, há outra diferença básica. Hoje, a Grécia constitui um Estado, cujo nome oficial é "República Helênica". Já a Grécia Antiga nunca foi um Estado unificado com governo único. Era um conjunto de cidades-estados independentes entre si, com características próprias embora a maioria delas tivesse seus sistemas econômicos parecidos, excluindo-se de Esparta.

Cidades-Estado

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Desde o século VIII a.C., formaram-se pela Grécia Antiga diversas cidades independentes. Em razão disso, cada uma delas desenvolveu seu próprio sistema de governo, suas leis, seu calendário, sua moeda. Cada uma dessas cidades era chamada de pólis, palavra grega que costuma ser traduzida por cidade-Estado. O conjunto de diversas pólis era chamado de poleis.

De modo geral, a pólis reunia um agrupamento humano que habitava um território cuja extensão geralmente variava entre algumas centenas de quilômetros quadrados e 10 mil km².[50] Compreendia uma área urbana e outra rural. Atenas, por exemplo, tinha 2 500 km², Siracusa tinha 5 500 km² e Esparta se estendia por 7 500 km².[50] A área urbana frequentemente se estabelecia em torno de uma colina fortificada denominada acrópole (do grego akrós, alta e pólis, cidade). Nessa área concentrava-se o centro comercial e a manufatura. Ali, muitos artesãos e operários produziam tecidos, roupas, sandálias, armas, ferramentas, artigos em cerâmica e vidro.

Reconstrução da Acrópole e do Areópago em Atenas, por Leo von Klenze (1846). Atenas foi uma das mais influentes e importantes cidades-Estado gregas.

Na área rural a população dedicava-se às atividades agropastoris: cultivo de oliveiras, videiras, trigo, cevada e criação de rebanhos de cabras, ovelhas, porcos e cavalos. Este agrupamento visava atingir e manter uma completa autonomia política e social para com as outras poleis gregas, embora existisse muito comércio e divisão de trabalho entre as cidade gregas. É estimado que Atenas importava 2/3 a 3/4[49] de seus alimentos e exportava azeite, chumbo, prata, bronze, cerâmica e vinho. No mundo grego encontramos muitas poleis, dentre as mais famosas, temos Messênia, Tebas, Mégara e Erétria. É estimado que seu número tenha chegado a mais de mil no século IV a.C..[50]

A maioria das poleis gregas eram pequenas, com populações de aproximadamente 20 mil habitantes[50] ou menos na sua área urbana. Contudo, as principais cidades eram bem maiores, no século IV a.C., estando entre elas Atenas, com estimados 170 mil habitantes, Siracusa com aproximadamente 125 mil habitantes e Esparta com apenas 40 mil habitantes.

Atenas era a maior e mais rica cidade da Grécia Antiga durante os séculos V e IV a.C.. Existem relatos da época que reportam um volume comercial externo (soma das importações e exportações das cidades do império ateniense) da ordem de 180 milhões de dracmas áticos, valor duas ou três vezes superior ao orçamento do Império Aquemênida na mesma época.[58]

Formas de Governo

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Máscara de Agamémnon, da Civilização Micênica.
Museu Arqueológico Nacional de Atenas

A monarquia é uma forma de governo em que o poder está nas mãos de uma única pessoa. A maioria das monarquias foram governadas por reis, geralmente com a ajuda de um conselho de assessores. A palavra monarquia vem dos termos gregos monos (que significa "um") e arkhein (que significa "regra"). Os Micénicos, quem governou a Grécia antiga de 2 000 a 1 100 a.C., eram povos guerreiros que estabeleceram monarquias para governar seus reinos. O rei de cada cidade-estado vivia em um palácio-fortaleza luxuoso na cidade capital. Além da capital havia uma rede de aldeias periféricas. As pessoas dessas aldeias pagavam impostos ao rei, obedeciam às suas leis, e dependiam dele para a sua defesa. O rei muitas vezes contou com soldados fortemente armados para impor seu domínio e garantir que as pessoas pagassem impostos e obedecessem a suas leis. Ele geralmente mantinha o seu poder político para a vida toda. Seu filho mais velho, o príncipe, sucedia-lhe no trono. Quando não havia sucessor masculino direto, os mais próximos conselheiros militares do rei muitas vezes lutavam entre si para se tornar o novo monarca.

As monarquias micênicas sobreviveram até por volta do ano de 1 200 a.C.. Naquela época, muitas de suas rotas comerciais orientais começaram a fechar por causa de combates entre reinos da Ásia Menor. Como resultado, os micênicos já não podiam obter metais brutos, e sua capacidade de fabricar armas e conquistar outras terras diminuíram. Eventualmente, os micênicos começaram a lutar entre si pela sobrevivência, e eles lentamente destruíram-se uns aos outros. Finalmente, um povo do noroeste chamado dórios invadiram a Grécia e destruíram o que restava das monarquias micênicas. A Monarquia como forma de governo logo desapareceu na Grécia. Foi substituída por um sistema em que um pequeno número de indivíduos partilhavam o poder e governavam como um grupo.[59]

Arist�teles, o primeiro a usar o termo oligarquia.

Uma oligarquia � uma forma de governo em que o poder de decis�o est� nas m�os de poucos l�deres. A palavra oligarquia vem dos termos gregos oligos (que significa "poucos") e arkhein (que significa "regra"). Entre 1 100 e 800 a.C., pequenos grupos de pessoas come�aram a compartilhar o poder dominante em v�rias cidades-estados gregas. O poder pol�tico foi muitas vezes compartilhado entre aristocratas, que herdavam a riqueza e o poder de suas fam�lias, e um rei. Com o tempo, esse arranjo de decis�es mudou. As oligarquias se desenvolveram de forma que o poder pol�tico ficava nas m�os de poucos indiv�duos, ricos e selecionados. Alguns desses membros do c�rculo governante eram de nascimento aristocr�tico, enquanto outros eram membros ricos da classe m�dia. Como monarcas, oligarcas geralmente tinham vidas de luxo e faziam cumprir sua lei com o apoio militar. Os cidad�os de uma oligarquia desfrutavam de certas prote��es, embora eles n�o tinham plenos direitos pol�ticos, como votar. Portanto, a maioria dos cidad�os de uma oligarquia tinha muito pouco a dizer sobre como a cidade-estado era governada.

Com o tempo, as oligarquias come�aram a desaparecer na Gr�cia por v�rios motivos. Em Corinto, por exemplo, as pessoas viviam bem, mas a oligarquia governava duramente e os cidad�os eventualmente derrubaram-na. Em Atenas, a insatisfa��o com os oligarcas surgiu como o aumento da popula��o camponesa e escassez de alimentos. O poder das oligarquias tamb�m foi enfraquecido quando indiv�duos poderosos e ricos reuniram ex�rcitos de contratados, ou mercen�rios, guerreiros, chamados hoplitas, e os usou para intimidar os l�deres pol�ticos. At� o ano 400 a.C., uma oligarquia est�vel governou apenas uma cidade-estado, Esparta.[59]

A escultura de Harm�dio e Arist�gito. Eles ficaram conhecidos como tiranicidas depois que mataram Hiparco e eram o s�mbolo proeminente da democracia ateniense.

A tirania � uma forma de governo em que o poder de decis�o est� nas m�os de um indiv�duo que tenha tomado o controle, muitas vezes por meios il�citos. A palavra tirania vem do grego tyrannos, que significa "usurpador com poder supremo". Com o tempo, a pessoa que governava atrav�s da tirania, ou um tirano, ficou conhecida como quem se agarra ao poder por meios cru�is e abusivos.

As tiranias na Gr�cia surgiram pela primeira vez em meados do ano 600 a.C.. Em muitas cidades-estados, uma crescente e rica classe m�dia de comerciantes e fabricantes ficara descontente com seus governantes. Essa classe m�dia exigia privil�gios pol�ticos e sociais para acompanhar sua nova riqueza, mas as oligarquias dominantes recusavam-se a conceder-lhes uma palavra a dizer no governo. V�rias pessoas, na sua maioria ex-l�deres militares, responderam �s demandas da popula��o de classe m�dia e prometeram fazer as mudan�as que eles queriam. Apoiados pela classe m�dia, esses indiv�duos tomaram o poder dos grupos governantes. Uma vez no poder, esses l�deres (ou tiranos) frequentemente reformulavam as leis, a ajudavam os pobres, cancelavam d�vidas, e davam aos cidad�os que n�o eram nobres uma voz no governo. Como recompensa, os cidad�os presenteavam os tiranos com frequ�ncia, que por sua vez ficaram bastante ricos.

Muitos tiranos governaram por curtos per�odos de tempo. Em algumas cidades-estados, os tiranos se tornaram duros e gananciosos, e foram simplesmente derrubados pelo povo. O �ltimo tirano importante a governar a Gr�cia continental foi H�pias da cidade-estado de Atenas. Em 510 a.C. uma combina��o de invasores espartanos e atenienses, que se opunham ao seu governo severo, forçaram Hípias a demitir-se e deixar a Grécia. Uma nova forma de governo, em que todos os cidadãos compartilhavam tomadas de decisão, eventualmente o substituiu.[59]

A democracia é uma forma de governo em que o poder está nas mãos de todas as pessoas. A palavra democracia vem do termo grego demos (que significa "povo") e kratos (que significa "poder").

Clístenes considerado o pai da democracia grega

A democracia se desenvolveu na Grécia antiga por volta de 500 a.C. na cidade-estado de Atenas, onde muitas pessoas começaram a opor-se a regra dos tiranos. O órgão principal da democracia ateniense era a Assembleia dos cidadãos. A Assembleia foi aberta a todos os 30 mil a 40 mil cidadãos adultos do sexo masculino, mas geralmente apenas 5 mil pessoas compareciam. Tanto os cidadãos ricos e pobres participavam da Assembleia. Este órgão se reunia cerca de 40 vezes por ano para dirigir a política externa, rever as leis e aprovar ou condenar a conduta dos funcionários públicos. Membros da Assembleia chegavam a todas as suas decisões através do debate público e do voto.[59]

Um órgão executivo menor mas não menos importante, o Conselho dos 500, foi o responsável pelo dia-a-dia de funcionamento do Estado. Esse corpo, cujos membros eram escolhidos anualmente em um tipo de "loteria", propunha leis e decisões da Assembleia pela força ou decretos. O Conselho também administrou as finanças do Estado, recebeu embaixadores estrangeiros, e supervisionou a manutenção da frota de navios ateniense.

Um aspecto importante da democracia ateniense era o fato de que os seus funcionários públicos não tinham muito poder individual. Não houve tal posse como um presidente de Atenas. Em tempos de guerras, um grupo seleto de generais tomavam decisões sobre assuntos militares. Esses generais foram eleitos anualmente e poderiam ser reeleitos várias vezes. Quase todos os funcionários do governo, incluindo generais e os membros do conselho, bem como os cidadãos que serviram em júris foram pagos por seus serviços. Isso permitiu que cidadãos do sexo masculino, tanto ricos e pobres a participassem plenamente no governo ateniense.[59]

Os gregos tinham conflitos e diferenças entre si, mas muitos elementos culturais em comum. Falavam a mesma língua (apesar dos diferentes dialetos e sotaques) e tinham religião comum, que se manifestava na crença nos mesmos deuses. Em função disso, reconheciam-se como helenos (gregos) e chamavam de bárbaros os estrangeiros que não falavam sua língua e não tinham seus costumes, ou seja, os povos que não pertenciam ao mundo grego (Hélade).

A historiografia tradicional descreve na Grécia do período clássico uma rígida separação entre os ambientes públicos e privados, bem como entre os gêneros feminino e masculino.[60] As mulheres são proibidas de participar na vida política e necessitam um tutor masculino por toda a vida, o kyrios.[61]

São geralmente retratadas como pertencentes as seguintes classes:[62][63]

  • Casadas (gynἐ) – cidadãs gregas relacionadas ao dever de administrar o oἱkos (espaço privado) e produzir descendência legítima. A esta compete seguir o ideal da mélissa. Juntavam-se à categoria a kore (menina ainda não casada) e a nimphe (jovem mulher que está prestes a se casar, ou já se casou, mas ainda não tem filhos).
  • Prostitutas - associadas a compra de favores sexuais e ao espaço público. São divididas em hetairai, auletes e pornἀi.
  • Concubinas (pallakἐ) - geralmente uma escrava que diferia da esposa pela ausência de proteção no ordenamento jurídico.

Linhas de pesquisas recentes, entretanto, tem questionado o entendimento androcêntrico da história grega através da procura por redefinir conceitos de participação política e de fronteiras de circulação nos ambientes público e privado, bem como pela interpretação de sinais de agência da mulher, presentes tanto na gestão cooperativa da casa como na condução de ritos religiosos e funerários.[64][65][66]

Sobre a prostituição feminina, verifica-se a necessidade de melhor compreensão acerca da vida destas mulheres, sendo emblemática, por exemplo, a existência de entendimentos divergentes acerca do conceito das hetairai, representadas ora como modalidade de prostitutas refinadas que participavam do simpósio, ora como simples pornἀi ou pallakἐ, ou até mesmo como mulher da alta sociedade grega com comportamentos desviantes dos padrões sociais estabelecidos.[67][68][69]

Teatro de Epidauro, século IV a.C.

Artes e educação

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Um dos mais expressivos monumentos do período antigo é o Partenon, templo com colunas dóricas, construído entre 447 e 438 a.C. na acrópole de Atenas, e dedicado à padroeira da cidade, Atena Partenos. A construção foi projetada pelos arquitetos Calícrates e Ictinos, e é comandada por Fídias. Suas linhas arquitetônicas serviram de inspiração para a construção de muitos outros edifícios em todo o mundo.

Em Atenas, apesar das mulheres também serem educadas para as tarefas de mãe e esposa, a educação era tratada de outra forma, pois até mesmo nas classes mais pobres da sociedade ateniense encontravam-se homens alfabetizados. Eles eram instruídos para cuidarem não só da mente como também do corpo, o que lhes dava vantagem na hora da guerra, pois eram tão bons guerreiros quanto eram estrategas. Os meninos, quando ainda pequenos - aos sete anos de idade -, já começavam as suas aprendizagens na escola e nas suas próprias casas. O Pedagogo - um escravo especial - era escolhido para os orientar. As principais obras dos antigos poetas, como Homero e Hesíodo, eram decoradas nas suas aprendizagens, habitualmente acompanhadas de música.

O sistema educacional espartano, possivelmente chamado de agōgē,[70][71] normalmente é descrito em oposição ao dos gregos de forma geral,[72] pelas suas diferenças na estrutura e objetivos. As características mais comumente ressaltadas têm ligação com a severidade do sistema, fazendo com que alguns autores atribuíssem à Esparta o epíteto de "domadora de mortais".[73] Entre essas características, Xenofonte destaca a nomeação de um supervisor (paidonomos) pelo Estado, contrastando com os paidagogoi atenienses, e o racionamento de alimentos, vestes e calçados, para que se tornassem cidadãos respeitosos e obedientes, além de, como soldados, melhor se adaptassem às condições potencialmente adversas da guerra.[74]

Jogos Olímpicos

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Ver artigo principal: Jogos Olímpicos antigos
Estádio em Olímpia, Grécia.

O principal evento de ligação cultural e religiosa da Grécia antiga eram os Jogos Olímpicos, criados partir de 776 a.C. sob a forma de um festival para reverenciar os deuses do Olimpo. De quatro em quatro anos, os gregos das mais diversas cidades reuniam-se em Olímpia para a etapa final de outros festivais realizados nas cidades de Corinto, Delfos e Argos, esta final ficou conhecida como Jogos olímpicos.

Estes jogos eram realizados em honra a Zeus (o mais importante deus grego) e incluíam provas de diversas modalidades esportivas: corridas, saltos, arremesso de disco, lutas corporais. Além do esporte havia também competições musicais e poéticas.

Os Jogos Olímpicos eram anunciados por todo o mundo grego dez meses antes de sua realização. Os gregos atribuíam tamanha importância a essas competições que chegavam a interromper guerras entre cidades (trégua sagrada) para não prejudicar a realização dos jogos. Pessoas dos lugares mais distantes iam a Olímpia a fim de assistir aos jogos. Havia, entretanto, proibição à participação das mulheres, seja como esportistas, seja como espectadoras.

Em épocas de guerra, os atletas (corredores) eram encarregados de transportar, em “alta velocidade”, mensagens importantes.[75]

Panorama das ruínas do Templo de Apolo, em Delfos.
Templo dedicado à Hera em Selinunte, Sicília.

Os gregos praticavam um culto politeísta antropomórfico, em que os deuses poderiam se envolver em aventuras fantásticas, tendo, também, a participação de heróis (Hércules, Teseu, Perseu, Édipo) que eram considerados divinos. Não havia dogmas e os deuses possuíam tanto virtudes quanto defeitos, o que os assemelhava aos mortais no aspecto de personalidade. Para relatar os feitos dos deuses e dos heróis, os gregos criaram uma rica mitologia.

Normalmente, as cerimônias públicas, mesmo de cunho político, eram antecedidas por práticas religiosas, o que reflete a importância da religião entre os gregos antigos. Mas essa religião foi superada pela filosofia.

Apesar da autonomia política das cidades-estados, os gregos estavam unificados em termos religiosos. Entre as divindades cultuadas estavam: Zeus (senhor dos deuses e céus), Hades (deus do Mundo Inferior e dos mortos), Deméter (deusa da agricultura), Poseidon (deus dos mares), Afrodite (deusa do amor e beleza), Apolo (deus do sol, da música, da medicina, da poesia, do tiro com arco e dos solteiros), Dioniso (deus do vinho), Atena (deusa da sabedoria e da guerra), Ártemis (deusa da caça e da lua), Hermes (deus dos ladrões, dos viajantes, dos comerciantes e dos mensageiros), Hera (protetora das mulheres, deusa do casamento e da maternidade e esposa de Zeus), Ares (deus da guerra), Hefesto (deus dos ferreiros)

Além dos grandes santuários como os de Delfos, Olímpia e Epidauro, havia os oráculos que também recebiam grandes multidões, pois lá se acreditava receber mensagens diretamente dos deuses. Um exemplo claro estava no Oráculo de Delfos, onde uma pitonisa (sacerdotisa do templo de Apolo) entrava em transe e pronunciava palavras sem nexo que eram interpretadas pelos sacerdotes, revelando o futuro dos peregrinos.

Outro fato muito interessante era a exist�ncia dos homogloditas, um pequeno povo que vivia nas �reas litor�neas do mediterr�neo, eles utilizavam a argila para a constru��o de estatuetas como uma oferenda aos deuses gregos, geralmente ao Dioniso, deus do vinho e das festas.

Ci�ncia e tecnologia

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Os matemáticos da Grécia Antiga contribuíram para muitos desenvolvimentos importantes no campo da matemática, incluindo as regras básicas de geometria, a ideia da derivação formal e descobertas na teoria dos números, análise matemática, matemática aplicada, além de terem se aproximado de estabelecer o cálculo integral. As descobertas de vários matemáticos gregos, incluindo Pitágoras, Euclides e Arquimedes ainda são utilizadas no ensino de matemática atual.

Os matemáticos da Grécia Antiga contribuíram para muitos desenvolvimentos importantes no campo da matemática, incluindo as regras básicas de geometria, a ideia da derivação formal e descobertas na teoria dos números, análise matemática, matemática aplicada, além de terem se aproximado de estabelecer o cálculo integral. As descobertas de vários matemáticos gregos, incluindo Pitágoras, Euclides e Arquimedes ainda são utilizadas no ensino de matemática atual.

A Máquina de Anticítera era um computador analógico de 150–100 a.C. desenhado para calcular a posição de objetos astronômicos.

Os gregos desenvolveram a astronomia, que eles tratavam como um ramo da matemática, a um nível altamente sofisticado. Os primeiros modelos tridimensionais geométricos para explicar o movimento aparente dos planetas foram desenvolvidos no século IV a.C. por Eudoxo de Cnido e Calipo de Cícico. O contemporâneo Heráclides do Ponto propôs que a Terra girava em torno do seu próprio eixo. No século III a.C. Aristarco de Samos foi o primeiro a sugerir um sistema heliocêntrico. Arquimedes em seu tratado O Contador de Areia revive a hipótese Aristarco de que "as estrelas fixas e o Sol permanecem impassíveis, enquanto a Terra gira em torno do Sol na circunferência de um círculo". Caso contrário, apenas descrições fragmentárias de ideia Aristarco iriam sobreviver.[76] Eratóstenes, usando ângulos de sombras criadas em regiões amplamente separadas, estimou a circunferência da Terra com grande precisão.[77] No século II a.C. Hiparco de Niceia fez um número de contribuições, incluindo a primeira medição da precessão e a compilação do primeiro catálogo de estrelas em que ele propôs o moderno sistema de magnitudes aparentes.

A Máquina de Anticítera, um dispositivo para calcular os movimentos dos planetas, data de cerca de 80 a.C. e foi o primeiro ancestral do computador astronômico. O mecanismo foi descoberto em um antigo naufrágio ao largo da ilha grega de Anticítera, entre Citera e Creta. O dispositivo se tornou famoso pelo uso de uma engrenagem diferencial, que se acreditava ter sido inventada apenas no século XVI, e pela miniaturização e complexidade de seus componentes, comparáveis a de um relógio feito no século XVIII. O mecanismo original é exibido na coleção de bronze do Museu Arqueológico Nacional de Atenas, acompanhado de uma réplica.[78]

Os gregos antigos também fizeram importantes descobertas no campo da medicina. Hipócrates foi um médico do período clássico e é considerado uma das figuras mais marcantes da história da medicina. Ele é conhecido como o "pai da medicina",[79][80][81] em reconhecimento de suas contribuições duradouras para o campo, como a fundação da escola hipocrática. Esta escola intelectual revolucionou a medicina na Grécia Antiga, estabelecendo-se como uma disciplina distinta de outros campos que tinham sido tradicionalmente associados (nomeadamente teurgia e filosofia), tornando, assim, a medicina uma profissão.[82][83]

O filósofo Platão.
Ver artigos principais: Legado grego e Arte e cultura clássicas

A cultura da Grécia Antiga é considerada a base da cultura da civilização ocidental. A cultura grega exerceu poderosa influência sobre os romanos, que se encarregaram de repassá-la a diversas partes da Europa. A civilização grega antiga teve influência na linguagem, na política, no sistema educacional, na filosofia, na ciência, na tecnologia, na arte e na arquitectura moderna, particularmente durante a renascença da Europa ocidental e durante os diversos reviveres neoclássicos dos séculos XVIII e XIX, na Europa e Américas.

Conceitos como cidadania e democracia são gregos, ou pelo menos de pleno desenvolvimento na mão dos gregos. Qualquer história da Grécia Antiga requer cautela na consulta a fontes. Os historiadores e escritores políticos cujos trabalhos sobreviveram ao tempo eram, em sua maioria, atenienses ou pró-atenienses.

Por isso se conhece melhor a história de Atenas do que a história das outras cidades; além disso, esses homens concentraram seus trabalhos mais em aspectos políticos (e militares e diplomáticos, desdobramentos daqueles), ignorando o que veio a se conhecer modernamente por história econômica e social. Toda a história da Grécia antiga precisa dar atenção à condução parcial pelas fontes.

Referências

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Liga��es externas

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