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Mandodari

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"Senhora dá esmolas no templo" por Raja Ravi Varma, usado por the Week para ilustrar Mandodari.

Mandodari (sânscrito: मंदोदरी Mandodari, iluminada, "Ventre-Calmo"; [2] Tamil:. Montotari; indonésio, javanês e Sundanese: Banondari; Khmer: Mandogiri; malaio: Mandudaki; tailandês: Montho Thewi) é a rainha consorte de Ravana, o rei demônio de Lanka, de acordo com o épico hindu Ramayana. O Ramayana descreve Mandodari tão bonita, quando piedosa e justa. Ela é exaltada como uma das panchakanya ("cinco virgens"), cujos nomes se acredita dissipar o pecado.

Mandodari é filha de Mayasura, o Rei dos Asuras (demônios)e da apsara Hema. Mandodari tem três filhos: Meghanada (Indrajit), Atikaya, e Akshayakumara. De acordo com algumas adaptações do Ramayana, Mandodari também é a mãe da esposa de Rama, Sita, que de forma infame é sequestrada por Ravana. Apesar de falhas de seu marido, Mandodari o ama e aconselha-o a seguir o caminho da retidão. Mandodari repetidamente aconselha Ravana a entregar Sita a Rama, mas seu conselho entra em ouvidos surdos. Seu amor e lealdade a Ravana são elogiados no Ramayana.

Diferentes versões do Ramayana citam seu maus-tratos nas mãos dos generais macacos de Rama. Algumas versões dizem que perturbou um sacrifício de Ravana, e outras que eles destruíram sua castidade, que protegia a vida de Ravana. Hanuman fazendo uso da trapaça, fez com que ela revelasse a localização da flecha mágica que Rama iria usar para matar Ravana. Após a morte de Ravana, o irmão mais novo de Ravana, Vibhishana, que havia se unido as forças de Rama se casa com Mandodari, seguindo o conselho de Rama.

O Ramayana Uttara narra a hist�ria sobre o nascimento de Mandodari. Mayasura (Maya), o filho do s�bio Kashyapa, que � casado com a apsara(ninfa celestial)Hema. Eles t�m dois filhos, Mayavi e Dundubhi, mas desejavam uma filha, assim que come�aram a executar penit�ncias em buscando o favor do deus Shiva.

Enquanto isso, uma apsara chamada Madhura chega ao Monte Kailash, a morada de Shiva, para pagar suas penit�ncias. Durante a aus�ncia da esposa de Shiva, Parvati, Madhura tem rela��es sexuais clandestinas com Shiva. Quando Parvati retorna, ela encontra vest�gios das cinzas do corpo de Shiva sobre os seios de Madhura. Parvati amaldi�oa Madhura e a faz viver como um sapo por doze anos. Shiva consola Madhura e diz que ela vai se tornar uma bela mulher e se casar com um grande e valoroso homem. Passado os 12 anos, Madhura torna-se uma linda donzela de novo. Mayasura e Hema, que estavam realizando penit�ncia pr�ximo do po�o em que Madhura estava, respondem ao seu chamado e a adotam como sua filha. Eles a trazem como Mandodari.

Vida e Casamento

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Hanuman toma de Mandodari a arma que iria levar Ravana a morte.

Ravana ao chegar � casa de Mayasura se apaixona por Mandodari. Mandodari e Ravana logo se casam seguindo os ritos v�dicos. Apesar de falhas de Ravana, Mandodari o ama e tem orgulho de sua for�a. Ela est� consciente da fraqueza de Ravana para com as mulheres. Mandodari sendo uma mulher justa tenta levar Ravana para o caminho dos justos, mas Ravana sempre ignora seus conselhos. Ela o aconselha a n�o subjugar o Navagraha, os nove seres celestiais que governam o destino de todos, e pede para que n�o seduza Vedavati, que mais tarde iria renascer como Sita e causar a destrui��o de Ravana.

Quando Ravana rapta Sita, a esposa de Rama, o pr�ncipe exilado de Ayodhya, que � uma encarna��o do deus Vishnu, Mandodari o aconselha a devolver Sita a Rama, sem sucesso. Mandodari sabia que este ato de lux�ria iria trazer a queda de Ravana.

Mandodari � descrita como uma mulher bonita na Ramayana Valmiki's. Quando Hanuman, o mensageiro macaco de Rama, vai a Lanka em busca de Sita, ele fica estupefato com a beleza de Mandodari quando entra erroneamente nas c�maras do quarto de Ravana, ao confundi-la com Sita. Quando Hanuman finalmente encontra Sita, ele v� Ravana amea�ando mata-la, a menos que ela se casasse com ele. Ravana ergue sua espada para decapita-la quando ela se recusa, Mandodari segura a m�o de Ravana, salvando Sita. Mandodari diz a seu marido que o assassinato de uma mulher � um grande pecado e que por isso ele n�o deveria matar Sita. Ela diz para Ravana ir se divertir com suas outras esposas e desistir da ideia de tornar Sita sua esposa. Ravana poupa a vida de Sita, mas n�o desiste do seu desejo de se casar com ela. Embora Mandodari considere Sita inferior a ela em beleza e ancestralidade,ela reconhece a devo��o de Sita a Rama e a compara as deusas Sachi e Rohini.

Quando todas as tentativas de uma devolu��o pac�fica de Sita falham, Rama declara guerra a Lanka e a Ravana. Antes da batalha final contra Rama, Mandodari faz uma �ltima tentativa de dissuadir Ravana, sem sucesso. Mandodari na batalha final, fica ao lado de seu marido Ravana,como uma esposa obediente e fiel, embora ela aconselhe o filho Meghanada, apelidado de Indrajit ("Aquele que conquistou Indra, o deus-rei do c�u"), para n�o lutar contra Rama.

O Ramayana Valmiki narra: Quando todos os filhos e guerreiros de Ravana morrem, ele organiza um yajna ("sacrif�cio de fogo") para garantir sua vit�ria. Rama envia uma tropa de macacos liderados por Hanuman e o pr�ncipe macaco Angada para destruir o yajna. Os macacos criam confus�es no pal�cio de Ravana, mas Ravana continua o yajna. Angada arrasta Mandodari pelos cabelos na frente de Ravana, ela pede ao marido para salv�-la e o lembra o que Rama estava fazendo por sua esposa. Ravana furioso abandona o yajna e ataca Angada com sua espada. Com o yajna perturbado, o prop�sito de Angada � alcan�ado, ele deixa Mandodari e foge. Mandodari novamente implora que Ravana entregue Sita a Rama, mas ele se recusa. Outras adapta��es do Ramayana apresentam descri��es mais horr�veis do incidente. O Krittivasi Ramayan narra que os macacos arrastaram Mandodari e arrancaram suas roupas. Em Bicitra Ramayana, � Hanuman que humilha Mandodari. O Thai adapta��o do Ramakien, narra o estupro simb�lico de Mandodari. Hanuman dorme com ela na forma de Ravana e destr�i sua castidade, que protegia a vida de Ravana.

Durante os preparativos para o funeral de Ravana, suas esposas lideradas por Mandodari lamentam sua morte.

Ravana tem seu duelo final contra Rama. Rama n�o conseguindo matar Ravana com suas flechas comuns, o mata com uma flecha m�gica. Enquanto a Ramayana Valmiki narra que a flecha m�gica foi dado a Rama por Indra, outras vers�es narram que a flecha m�gica estava escondida nas c�maras do quarto de Mandodari ou debaixo da cama. Enquanto Mandodari estava concentrada em sua adora��o a deusa Parvati, pedindo o bem estar de Ravana, Hanuman vem a ela disfar�ado de br�mane. Depois de ganhar a sua confian�a, ele enganando-a, faz revelar a localiza��o secreta da flecha. Hanuman toma a flecha e entrega a Rama, que leva o fim a Ravana. Mandodari aparece na cena da morte de Ravana em um estado de desalinho e lamenta sua morte. Nesta batalha, Mandodari perdeu o marido, seus filhos e seus parentes.

Ap�s a morte de Ravana, Rama aconselha Vibhishana, pedindo que tomasse Mandodari como sua esposa, mesmo que ele j� tivesse uma. Uma teoria sugere que a ra�a de Ravana pode ter tido fam�lias matrilineares e assim esse casamento iria restaurar a ordem no reino depois da morte de Ravana, pois era necess�rio que Vibhishana se casasse com a rainha reinante para obter o direito de governar.Uma outra teoria sugere que pode ser um costume n�o-ariano se casar com a rainha reinante. O casamento entre Mandodari e Vibhishana � puramente um "ato estadista", em vez de um casamento baseado em uma "m�tua interfer�ncia sexual". Mandodari pode ter concordado em casar com Vibhishana, seu jovem cunhado, para que juntos conduzissem o reino a prosperidade e estabilidade, como aliados de Ayodhya Rama e dessa forma ela iria continuar possuindo voz no governo. Uma outra raz�o para o casamento � que ele � uma alternativa que Rama usa, para evitar que a vi�va Mandodari viesse a cometer suic�dio.

M�e de Sita?

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Ravana rapta Sita e mata Jatayu - por Raja Ravi Varma

Apesar da Ramayana Valmiki n�o mostrar Mandodari como sendo a m�e de Sita, algumas adapta��es posteriores do Ramayana descrevem Mandodari como a m�e de Sita, ou pelo menos como a causa do seu nascimento.

O Ramayana adbhuta narra: Ravana havia usado uma panela grande para armazenar o sangue dos s�bios que ele matou. O s�bio Gritsamada estava praticando penit�ncia para ter a deusa Lakshmi como sua filha. Ele havia armazenado o leite da grama de Darbha e purificado com mantras em uma panela para que Lakshmi que a habitasse. Ravana derramou o leite do pote em sua panela de sangue. Mandodari frustrada de ver as maldades de Ravana, decide cometer suic�dio bebendo o conte�do do pote de sangue, que � descrito como sendo o mais venenoso dos venenos. Em vez de morrer, Mandodari fica gr�vida da encarna��o de Lakshmi, devido ao poder do leite de Gritsamada. Mandodari enterra o feto em Kurukshetra, que � encontrado por Janaka e nomeado Sita.

O Devi Bhagavata Purana diz: Quando Ravana quis se casar com Mandodari, Maya o avisa que seu hor�scopo indicava que seu primeiro filho iria destruir seu cl� e por isso deveria ser morto. Ignorando o conselho de Maya, Ravana enterra seu primeiro filho com Mandodari em um caix�o na cidade Janaka, onde ele � encontrado e cresce como Sita. Adapta��es Jain do Ramayana como Vasudevahindi, Uttara Purana, e outros tamb�m afirmam que a Sita � a filha de Ravana e Mandodari, que � abandonada devido a profecia de que ela iria ser o fim de Ravana e sua fam�lia.

No indon�sio-malaio Seri Rama e no Indon�sio-javan�s Rama Keling, Ravana quer possuir Mandodari, a m�e de Rama, mas se casa com uma falsa-Mandodari, que se parece com a real. A uni�o do pai de Rama com essa pseudo-Mandodari, resulta no nascimento de Sita, que �, nominalmente, filha de Ravana.

De acordo com o Ramayana Ananda, o rei Padmaksha tinha uma filha chamada Padma - uma encarna��o da deusa Lakshmi. Quando o casamento � organizado, Rakshasas (dem�nios) matam o rei. Angustiada Padma se atira no fogo. Ravana descobre seu corpo, que se transforma em cinco joias e o leva para Lanka selado em uma caixa. Mandodari abre a caixa e encontra Padma dentro dela. Ela aconselha Ravana a abandonar a caixa contendo a malfadada Padma, que levou � condena��o de seu pai. Quando a tampa da caixa � fechada, Padma amaldi�oa Ravana dizendo que vai voltar para Lanka e causar sua destrui��o. Ravana enterra a caixa na cidade de Janaka, que descobre Padma e a renomeia como Sita.

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