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Luís XIV de França

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(Redirecionado de Louis XIV)
Luís XIV
Luís XIV de França
Rei da França e Navarra
Reinado 14 de maio de 1643 até 1 de setembro de 1715 (72 anos)
Coroação 7 de junho de 1654
Antecessor(a) Luís XIII
Sucessor(a) Luís XV
Regente Ana da Áustria (1643–1656)
 
Nascimento 5 de setembro de 1638
  Castelo de Saint-Germain-en-Laye, Saint-Germain-en-Laye, França
Morte 1 de setembro de 1715 (76 anos)
  Palácio de Versalhes, Versalhes, França
Sepultado em Basílica de Saint-Denis,
Saint-Denis, França
Nome completo Louis-Dieudonné
Esposas Maria Teresa da Espanha
Françoise d'Aubigné (morganática)
Descendência Luís, Grande Delfim de França
Ana Isabel de França
Maria Ana de França
Maria Teresa de França
Filipe Carlos, Duque de Anjou
Luís Francisco, Duque de Anjou
Casa Bourbon
Pai Luís XIII de França
Mãe Ana da Áustria
Religião Catolicismo
Assinatura Assinatura de Luís XIV

Luís XIV de França, Luís o Grande, Luís Rei Sol (Saint-Germain-en-Laye, 5 de setembro de 1638Versalhes, 1 de setembro de 1715), nascido como Louis-Dieudonné, foi o Rei da França e Navarra de 1643 até à sua morte; sendo o mais longo reinado da Europa e mais longo da história (durante 72 anos). Ele foi um dos líderes da crescente concentração de poder na era do absolutismo na Europa.

Era filho do rei Luís XIII e de sua esposa Ana da Áustria. Seu pai morreu em 1643, quando Luís tinha cinco anos de idade, tendo sua mãe se instaurado regente em seu nome. Seu reinado pessoal começou em 1661, após a morte do seu principal ministro, o cardeal italiano Jules Mazarin. Luís apoiava o conceito do direito divino dos reis, continuando a política de seus predecessores de criar um governo centralizado a partir da capital. Procurou eliminar os últimos vestígios de feudalismo que ainda existiam em algumas partes da França e pacificar a aristocracia, oferecendo a muitos membros da nobreza a oportunidade de morar no seu luxuoso Palácio de Versalhes. Por esses meios, Luís se tornou um dos monarcas franceses mais poderosos da história e consolidou o sistema da monarquia absoluta que perdurou na França até à Revolução Francesa.

Seu reinado viu a França chegar à liderança das potências europeias, e lutar em três guerras diferentes: a Guerra Franco-Holandesa, a Guerra dos Nove Anos e a Guerra da Sucessão Espanhola. Ocorreram ainda os conflitos menores da Guerra de Devolução e Guerra das Reuniões. Luís acabou morrendo alguns dias antes de completar 77 anos, sendo sucedido por seu bisneto de cinco anos de idade Luís XV. Todos os outros herdeiros tinham morrido antes dele: seu filho Luís, Grande Delfim de França, o filho mais velho deste Luís, Duque da Borgonha, e o irmão mais novo de Luís XV, Luís, Duque da Bretanha.

Da esquerda para a direita: O Cardeal Richelieu, Luís XIII, o Delfim (Futuro Luís XIV), Ana da Áustria e a duquesa de Chevreuse.

Luís XIV, cognominado como "o Grande" e de "Rei Sol", nasceu em 1638 com o nome de batismo de Louis-Dieudonné ("Luís, o presente de Deus"), tendo como país Luís XIII e Ana de Áustria, que já estavam casados há vinte e três anos. Por isso alguns historiadores acreditam que ele não era filho biológico de Luís XIII. Recebeu além do tradicional título de Delfim (o herdeiro aparente) o de Premier Fils de France ("Primogênito da França").[1]

Luís XIII e Ana tiveram um segundo filho, Filipe I, Duque de Orleães. O rei não confiava em sua mulher e procurou evitar que ela ganhasse influência sobre o país. Porém, após sua morte em 1643, Ana tornou-se regente. Ela confiou todos os poderes do Estado ao cardeal italiano Giulio Mazarino, que era odiado pela maioria dos círculos políticos franceses.

Ao mesmo tempo que a Guerra dos Trinta Anos acabava em 1648, uma guerra civil francesa conhecida como Fronda começou. O cardeal Mazarino deu continuidade à centralização do poder iniciada pelo seu antecessor, o Cardeal Richelieu. Tentou aumentar o poder da coroa às custas da nobreza e impôs uma taxa aos membros do parlamento, na época composto na maior parte pelo alto clero e nobreza.

O parlamento não só se recusou a pagar como anulou todos os éditos financeiros anteriores promulgados por Mazarino, que por conta disso mandou prendê-los, o que fez Paris ser tomada por revoltas. Assim Luís XIV e a corte tiveram que deixar a cidade.

Quando o tumulto começou a passar foi assinada a Paz de Vestfália, que restaurou o controle da coroa sobre o Exército Francês, e que foi sucedida pela Paz de Rueil, que encerrou os conflitos temporariamente.

Começo do reinado

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Lu�s XIV em 1661

O per�odo de reg�ncia exercido pela m�e de Lu�s terminou oficialmente em 1651, quando ele tinha 13 anos. Lu�s assumiu o trono, mas Mazarino continuou a controlar os assuntos de Estado at� � sua morte em 1661. Quando isso aconteceu, os outros membros do governo esperavam que fosse substitu�do por Nicolas Fouquet, o superintendente de finan�as. Ele n�o s� n�o assumiu como foi preso por m� administra��o do Tesouro franc�s. O rei anunciou que assumiria ele pr�prio o governo do reino. O seu conselho, o conseil d'en haut, contava com nomes de prest�gio como Jean-Baptiste Colbert, Hugues de Lionne e Fran�ois-Michel Le Tellier. Nenhum desses pertencia a alta aristocracia, o que levou o grande memorialista do fim do reinado, o duque e par do reino Louis de Rouvroy, Duque de Saint-Simon, a chamar o governo de "Reino da pequena burguesia".

O tesouro estava perto da fal�ncia quando Lu�s XIV assumiu o poder. As coisas n�o melhoraram j� que ele gastava dinheiro extravagantemente, despendendo vastas somas de dinheiro financiando a corte real. Parte desse dinheiro ele gastou como patrono das artes, financiando nomes como Moliere, Charles Le Brun e Jean-Baptiste Lully e, tamb�m em melhorias no antigo Pal�cio do Louvre, que acabou por abandonar em favor da nova funda��o de Versalhes, constru�do sobre um antigo pavilh�o de ca�a de Lu�s XIII.

Em 1665, Lu�s XIV nomeou Jean-Baptiste Colbert para a chefia da Controladoria Geral. Colbert reduziu o d�ficit da Fran�a atrav�s de uma reforma fiscal, que tornou os impostos mais eficientes.

Lu�s XIV, o Rei-Sol

Seu plano inclu�a os aides e douanes (ambos taxas comerciais), a gabela (imposto sobre o sal) e o taille (imposto sobre as terras). Por outro lado, n�o aboliu a isen��o fiscal de que se valia o clero e a nobreza. O m�todo de coleta de impostos tamb�m foi melhorado.

Colbert fez planos de longo prazo para o desenvolvimento da Fran�a atrav�s do com�rcio. A sua administra��o criou novas ind�strias e encorajou os fabricantes e inventores a produzir. Tamb�m modernizou a Marinha, as estradas e os aquedutos. Ele � considerado um dos pais da escola de pensamento conhecida como mercantilismo, sendo que na Fran�a "Colbertismo" � um sin�nimo de mercantilismo.

Lu�s XIV ordenou a constru��o do complexo conhecido como H�tel des Invalides (Pal�cio dos Inv�lidos) para servir de moradia a militares que o serviram lealmente em combate, mas que foram dispensados por motivo de ferimento de guerra ou idade avan�ada e que at� ent�o tinham como alternativas apenas a mendic�ncia e o banditismo.

No seu reinado foi constru�do o Canal do Midi, que uniu o Mediterr�neo e o Atl�ntico e foi muito importante para o desenvolvimento econ�mico da Fran�a e da Europa, sendo considerado fundamental para a Revolu��o Industrial. O Canal tem 240 km e foi projetado por Pierre Paul Riquet, sendo inaugurado em 1681.

Casamento de Lu�s XIV e Maria Teresa

Enquanto a guerra com a Espanha continuava, os franceses receberam apoio militar da Inglaterra, dirigida por Oliver Cromwell. A alian�a Anglo-francesa venceu a guerra em 1658 na Batalha das Dunas. O resultado foi o Tratado dos Piren�us, que fixou a fronteira entre Espanha e Fran�a. A Espanha cedeu v�rias prov�ncias e cidades � Fran�a nos Pa�ses Baixos Espanh�is e em Rousillon. Como meio de fixar ainda mais a paz e as fronteiras dos dois reinos, uma uni�o entre as duas fam�lias reais, de Espanha e de Fran�a, foi proposta. Tal proposta estava seduzindo imensamente Ana de �ustria, a m�e de Lu�s XIV, que sempre desejou ver seu filho casado com uma parente sua da Casa de Habsburgo.

Entretanto, a hesita��o espanhola conduziu a um esquema em que o Cardeal Jules Mazarin, primeiro-ministro da Fran�a, fingia procurar uma uni�o para o rei com Catarina de Bragan�a. Quando Filipe IV de Espanha ouviu sobre a reuni�o em Lyon entre as casas de Fran�a e de Portugal, enviou uma mensagem especial para a corte francesa, a fim de abrir as negocia��es de paz e de um casamento real. Ent�o Lu�s XIV aceita de boa vontade casar-se com a infanta Maria Teresa da Espanha, filha de Filipe IV, rei da Espanha, e Isabel da Fran�a, sua tia, irm� de seu pai. O casamento teve lugar em 9 de junho de 1660 em Saint-Jean-de-Luz. Para prevenir uma uni�o das duas coroas, os diplomatas espanh�is inclu�ram uma cl�usula na qual Maria Teresa e seus descendentes seriam desprovidos de qualquer direito ao trono espanhol. Contudo, pela habilidade de Jules Mazarin, a cl�usula s� seria v�lida mediante pagamento de um grande dote. A Espanha estava empobrecida ap�s d�cadas de guerra e foi incapaz de pagar um dote de tais propor��es, e a Fran�a nunca recebeu a quantia acordada de 500 000 Escudos.[2]

Personalidade do rei

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Madame de Maintenon, a esposa secreta do rei

O Sol como emblema

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Lu�s XIV escolhe para emblema o Sol. � o astro que d� vida a qualquer coisa, mas � tamb�m o s�mbolo da ordem e da regularidade. Ele reinou como um sol sobre a corte, sobre os cortes�os e sobre a Fran�a.

Lu�s XIV teve tr�s amantes em t�tulo: Lu�sa de La Valli�re, Francisca Atenas de Rochechouart, conhecida como Madame de Montespan, al�m de Fran�oise d'Aubign�, a Madame de Maintenon, que foi secretamente sua esposa ap�s a morte da rainha. Acredita-se que o casamento aconteceu por volta de 9 ou 10 de outubro de 1683.[3] e foi guardado como segredo at� a morte do rei.[4] Na adolesc�ncia, o rei teve um romance com uma sobrinha de Mazarin, Maria Mancini. Houve entre eles uma grande paix�o, contrariada pelo cardeal que, consciente dos interesses da Fran�a, preferiu faz�-lo se casar com a Infanta de Espanha Maria Teresa. Em 1670, Jean Racine se inspirou na hist�ria de Lu�s e Maria Mancini para escrever Berenice.

Guerras e conflitos

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Durante o seu longo reinado, que na pr�tica exerceu de 1661 a 1715 (54 anos), reorganizou e equipou o ex�rcito franc�s, tornando-o o mais poderoso da Europa, e iniciou suas investidas militares com a invas�o dos Pa�ses Baixos Espanh�is em 1667, que considerava serem heran�a de sua esposa. Perseguiu os protestantes neerlandeses e franceses na tentativa de polarizar novamente a Europa, opondo as na��es cat�licas �s protestantes, no entanto falhou nesse objetivo e acabou por voltar pa�ses de ambas as religi�es contra a Fran�a. Na Guerra da Sucess�o Espanhola (1701-1714) colocou seu neto Filipe V de Espanha no trono espanhol, por�m infligiu altos custos econ�micos e humanos � Fran�a. Seu governo, um dos mais importantes da hist�ria da Fran�a, durou 54 anos e tornou-se conhecido pelo absolutismo mon�rquico, onde o rei controlou totalmente o estado. No entanto, como pontuou Bossuet, h� uma diferen�a entre o "poder absoluto" e o "poder arbitr�rio", ou seja, mesmo que o poder do monarca seja "absoluto" ele � submetido �s leis fundamentais do reino, como, por exemplo, as regras de sucess�o e os princ�pios religiosos[5]. Um dos seus maiores arquitetos militares foi S�bastien Le Prestre de Vauban, que muniu o reino franc�s de in�meras fortifica��es nas suas fronteiras, inaugurando o estilo Vauban. Ver sobre este assunto em poliorc�tica.

Guerra nos Pa�ses Baixos

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Lu�s XIV, O Grande

Depois da morte de Felipe IV de Espanha, tio e sogro de Lu�s XIV, em 1665, seu filho (e de sua segunda esposa) subiu ao trono como Carlos II de Espanha. Luis XIV reclamou o territ�rio de Brabante, nos Pa�ses Baixos, governados at� ent�o pelo rei de Espanha, por considerar entes territ�rios heran�a de sua esposa, Maria Teresa, irm� mais velha de Carlos II (Maria Teresa era filha do primeiro casamento de Filipe IV). Lu�s argumentou que os costumes de Brabante n�o permitiam que um filho sofresse preju�zos por consequ�ncia de seu pai voltar a se casar, pelo que Maria Teresa tinha prioridade sobre os filhos dos seguintes matrim�nios de Filipe IV, na hora de herdar. Estas reclama��es dariam in�cio a Guerra de Devolu��o de 1667, na qual Lu�s XIV participou pessoalmente.

Os interesses de Lu�s nos Pa�ses Baixos se beneficiaram dos problemas internos da Rep�blica das Sete Prov�ncias Unidas dos Pa�ses Baixos. O pol�tico mais importante do momento nas Prov�ncias Unidas, Johan de Witt, temia que o jovem Guilherme III, Pr�ncipe de Orange, detivesse o poder nas Prov�ncias Unidas. De Witt pensava que uma guerra naval contra Fran�a poderia ser vencida, mas uma guerra terrestre, permitiria a interven��o de Guilherme III, deixando, este com o poder nas Prov�ncias Unidas. Assim, com as Prov�ncias Unidas divididas em um conflito interno entre os seguidores de De Witt e os de Guilherme de Orange, junto aos desentendimentos entre ingleses e holandeses, a Fran�a n�o teve nenhuma dificuldade em conquistar Flandres e o Franco-Condado. Impactados pela velocidade do triunfo franc�s, as Prov�ncias Unidas se uniram � Inglaterra e � Su�cia em uma Tr�plice Alian�a no ano de 1668. A forma��o da Tr�plice Alian�a colocaria Lu�s XIV ante o problema de ver-se envolto em uma guerra de maiores dimens�es, pelo que aceitou firmar a paz com o Tratado de Aix-la-Chapelle, pelo qual a Fran�a ficava com o controle de Flandres, mas devolvia o Franco-Condado � Espanha.

A Liga de Augsburg

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Lu�s XIV em 1694

Em 1685, o �dito de Fontainebleau, outorgado por Lu�s XIV, revogou o �dito de Nantes de 1598, que garantia a liberdade de religi�o a seus s�ditos protestantes na Fran�a. As tropas francesas enviadas para as �reas francesas dos crist�os valdenses, grupo crist�o protestante alojado nos vales de Chisone e Susa no Dauphin�, for�aram 8 000 valdenses a se converter ao catolicismo e outros 3 000 a partirem para a Alemanha.[6]

A revoga��o do �dito de Nantes teve grandes consequ�ncias pol�ticas e diplom�ticas, principalmente nos pa�ses protestantes, nos quais esta revoga��o contribuiu para criar um crescente sentimento antifranc�s. Em 1686, dirigentes tanto cat�licos como protestantes fundaram a Liga de Habsburgo, aparentemente um pacto defensivo para proteger a zona do rio Reno, mas que era na realidade uma aliança ofensiva contra a França. A aliança incluía entre seus membros o soberano do Sacro Império Romano-Germânico e vários dos governantes dos estados alemães que faziam parte do império, principalmente o Palatinado, Baviera e Brandemburgo. As Províncias Unidas, Espanha e Suécia também se uniram à liga.

Luís XIV mandou suas tropas ao Palatinado em 1688, devido que o ultimato que propôs aos príncipes germânicos, pelo qual estes deviam ratificar a Trégua de Ratisbona (confirmando assim a possessão de Luís XIV sobre os territórios anexados a esta trégua) assim como reconhecer publicamente o direito das reclamações de sua cunhada, expirou. Aparentemente, o exército de Luís teria como ordens apoiar militarmente as reclamações territoriais da cunhada de Luís, Isabel Carlota, Duquesa de Orleães, no Palatinado. Mas, a invasão teria o propósito real de pressionar o Palatinado para que este abandonasse a liga, conseguindo assim debilitá-la.

As ações francesas uniram os príncipes ao bando do Imperador. Luís esperava que a Inglaterra, governada por seu primo, o rei católico Jaime II, se manteria neutra no conflito, mas a Revolução Gloriosa acabara com Jaime, que foi substituído no trono por sua filha Maria II, que governava junto a seu marido Guilherme III (o Príncipe de Orange). Devido à inimizade que surgiu entre Luís e Guilherme na guerra com a Holanda, este decidiu unir-se à liga, que passou a ser conhecida a partir deste momento como a Liga da Grande Aliança.

As campanhas conhecidas como Guerra dos Nove Anos (1688–1697) foram dominadas, em geral, pelas tropas francesas. As forças Imperiais se mostraram pouco efetivas, pois a maior parte do Exército Imperial continuava enfrentando o Império Otomano. Rapidamente a França conseguiu uma grande quantidade de vitórias, desde Flandres no norte até o vale do Reno no leste e Itália e Espanha no sul. Enquanto isso, Luís XIV apoiou Jaime II em seu intento de recuperar o trono britânico, mas o Stuart não teve êxito. Este fecho fez com que a Inglaterra de Guilherme pudesse entrar com mais força no conflito continental. No entanto, apesar do tamanho das forças inimigas, os franceses derrotaram o exército aliado na Batalha de Fleurus (1690), assim como na Batalha de Steenkerque (1692) e na Batalha de Neerwinden (1693). Sob a supervisão pessoal do rei, as tropas francesas capturaram Mons em 1691 e a inexpugnável, até ao momento, Fortaleza de Namur, no ano de 1692. A vitória naval francesa na Batalha de Beachy Head em 1690 foi contrastada pela vitória anglo-neerlandesa na Batalha de La Hogue em 1692. A guerra durou todavia quatro anos mais, até que o Duque de Savoia firmou um acordo de paz, aliando-se assim com os franceses no ano de 1696, reforçando o exércitos franceses e facilitando a tomada de Milão e Barcelona.

A Guerra dos Nove Anos terminou em 1697 com o Tratado de Ryswick. Luís XIV devolveu Luxemburgo e outros territórios dos quais se havia apoderado na guerra holandesa de 1679, mas conservou Estrasburgo. Também adquiriu a possessão do Haiti assim como a devolução de Pondicherry e Acádia. Luís XIV, por outro lado teve que reconhecer o reinado de Guilherme III e Maria II como soberanos da Grã-Bretanha e Irlanda, pelo estes se asseguraram que Luís não voltaria a apoiar Jaime; de igual modo renunciou a suas reclamações sobre o Palatinado. Espanha recuperou Catalunha e outros territórios perdidos nos Países Baixo , tanto na Guerra dos Nove Anos como em outras anteriores. Luís também devolveu neste tratado a Lorena a seu duque, mas sobre a condição deste permitir a livre circulação francesa no território. Os termos generosos do tratado foram interpretados como uma concessão para favorecer um sentimento pro-francês na Espanha, o que, posteriormente, levaria Carlos II, rei de Espanha a designar Filipe, Duque de Anjou (neto de Lu�s XIV) como seu sucessor.

A sucess�o espanhola

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O problema da sucess�o ao trono espanhol dominou a situa��o europeia depois da Paz de Ryswick. O rei espanhol, Carlos II, apelidado El Hechizado ("O enfeiti�ado"), estava muito doente e n�o podia ter descend�ncia. A heran�a da coroa espanhola era grande, j� que Carlos II n�o era apenas rei de Espanha, sendo tamb�m soberano de: Reino de N�poles, Reino da Sic�lia, Ducado de Mil�o dos Pa�ses Baixos Espanh�is e de um grande Imp�rio colonial. No total, vinte e dois dom�nios distintos.

Fran�a e �ustria eram os principais candidatos ao trono, pois ambos tinham la�os familiares com a fam�lia real espanhola. Filipe, Duque de Anjou (que seria Filipe V de Espanha), o pretendente franc�s, era o bisneto da filha mais velha de Felipe III de Espanha, Ana de �ustria e neto da filha mais velha de Felipe IV de Espanha, Maria Teresa. O �nico obst�culo para suas aspira��es � sucess�o era a renuncia ao trono de Maria Teresa, que pela Espanha n�o ter cumprido sua parte no acordo, era inv�lida. Por outro lado, Carlos, Arquiduque de �ustria e mais tarde imperador, filho mais novo de Leopoldo I, fruto do terceiro matrim�nio deste com Leonor do Palatinado, reclamava o trono espanhol pela sua av� paterna, que era a filha mais nova de Filipe III. Esta pretens�o, ao contr�rio da francesa, n�o estava condicionada por nenhuma ren�ncia previa ao trono. Mas usando as regras de sucess�o, a posi��o francesa era superior, pois seu pretendente descendia da filha mais velha de Filipe III.

Algumas pot�ncias europeias temiam a possibilidade de tanto a Fran�a quanto o Sacro Imp�rio Romano-Germ�nico deterem o controle da Espanha, o que acabaria com o equil�brio de poder na Europa. Guilherme III, rei de Gr�-Bretanha e Irlanda, preferia outro candidato, o pr�ncipe b�varo Jos� Fernando da Baviera, neto de Leopoldo I e de sua primeira esposa: Margarida Teresa de Habsburgo, filha mais nova de Filipe IV e irm� de Carlos II de Espanha. Nos termos do Primeiro Tratado de Parti��o, firmado em Haia em 1698, em plena Guerra dos Nove Anos, por Inglaterra e Fran�a para evitar uma alian�a hispano-germ�nica, se estipulava que Jos� Fernando herdaria a Espanha, incluindo os territ�rios italianos, enquanto que os Pa�ses Baixos seriam repartidos entre a Fran�a e a �ustria. Espanha n�o havia sido consultada e repetia frontalmente a parti��o do Imp�rio Espanhol. A corte espanhola insistia na necessidade de manter a integridade do imp�rio. Por isso, quando o tratado chegou aos ouvidos de Carlos II, este declarou Jos� Fernando como seu �nico herdeiro e sucessor,[7] deixando-lhe toda a heran�a.

O problema ressurgiu seis meses depois, quando o pr�ncipe Jos� Fernando morreu de var�ola. A corte espanhola insistia em sua posi��o de manter todo o territ�rio espanhol governado por um s�, o que deixava as possibilidades de deixar o controle do imp�rio com a Fran�a ou com a �ustria. Carlos II, pressionado por sua esposa alem�, elegeu a casa austr�aca, elegendo como herdeiro o arquiduque Carlos. Sem saber da decis�o de Carlos II, Lu�s XIV e Guilherme III firmaram um segundo tratado, que deixava o arquiduque com a Espanha, os Pa�ses Baixos e as col�nias, enquanto que o filho mais velho (e herdeiro) de Lu�s, Lu�s, o grande delfim de Fran�a herdaria os territ�rios italianos,[8] na previs�o de troc�-los mais tarde pelo Ducado de Saboia e pelo Ducado da Lorena.

Em 1700, agonizando em seu leito de morte, Carlos II trocou as disposi��es sucess�rias inesperadamente. Devido ao Tratado de Ryswick, a opini�o espanhola havia se tornado pro-francesa, e Carlos II, baseado nas experi�ncias previas que demonstravam a superioridade militar francesa, pensou que Fran�a estava mais capacitada para manter a unidade do imp�rio. A heran�a espanhola foi oferecida em sua totalidade a Filipe Duque de Anjou, filho do Delfim. A oferta inclu�a uma cl�usula pela qual Filipe devia renunciar a sua posi��o na linha sucess�ria francesa. Caso Anjou recusasse, o trono seria oferecido a seu irm�o mais novo, Carlos de Bourbon, depois dele, ao arquiduque Carlos e finalmente, a distante Casa de Saboia.[9]

Lu�s XIV, o Grande em 1701

Esta oferta deixava Lu�s XIV ante uma dif�cil decis�o: por um lado podia aceitar todo o Imp�rio Espanhol, descumprindo assim os Tratados de Participa��o que previamente havia firmado com Guilherme III, ou podia recusar a oferta, aceitando o Segundo Tratado, deixando a Europa em um estado de paz. Lu�s XIV havia assegurado a Guilherme III que cumpriria os termos do tratado e partiria os dom�nios espanh�is. Contudo, aceitar s� uma parte do legado espanhol poria a Fran�a em grave perigo de entrar em guerra com o Sacro Imp�rio Romano-Germ�nico; al�m do mais Guilherme III havia deixado claro que n�o apoiaria Lu�s em uma guerra para obter os territ�rios estipulados no Tratado de Parti��o. Lu�s XIV, sabia que em qualquer circunstancia a guerra era inevit�vel, era mais proveitoso aceitar a oferta sucess�ria proposta por Carlos II. Assim, quando Carlos II morreu em 1 de novembro, Filipe, Duque de Anjou, foi proclamado Filipe V, rei de Espanha.

Os oponentes de Lu�s XIV aceitaram Filipe como rei espanhol a contragosto. Mas, Lu�s atuou precipitadamente em 1701 quando transferiu o "Acerto",[necess�rio esclarecer] uma permiss�o para vender escravos �s col�nias espanholas, a Fran�a, movimento que supunha um grande risco para o com�rcio ingl�s. Al�m disto, Lu�s XIV deixou de reconhecer o reinado de Guilherme III, depois da morte de Jaime II, reivindicando ao filho deste Jaime Francisco Eduardo Stuart (conhecido como �o Velho Pretendente�) o trono da Inglaterra e Irlanda. Depois, Lu�s mandou tropas aos Pa�ses Baixos espanh�is para assegurar sua lealdade a Filipe V e para guarnecer as fortalezas espanholas, que haviam estado durante um tempo sob o controle holand�s como parte da Barreira que protegia as Prov�ncias Unidas de potenciais ataques franceses. Em consequ�ncia, se formou uma alian�a entre Gr�-Bretanha, as Prov�ncias Unidas, o Sacro Imp�rio Romano-Germ�nico e a maioria de estados germ�nicos. Baviera, Portugal e Ducado de Saboia se aliaram a Lu�s XIV e Felipe V.

A subsequente Guerra de Sucess�o Espanhola continuou durante praticamente o resto do reinado de Lu�s. Os franceses tiveram algum �xito, chegando quase a capturar Viena, mas a vit�ria do Duque de Marlborough e de Eug�nio de Savoia na Batalha de Blenheim (13 de agosto de 1704) e outras derrotas como a Batalha de Ramillies e a Batalha de Oudenarde unido a d�vida crescente fez com que a Fran�a tomasse uma postura defensiva. Al�m disso, duas grandes crises de fome atingiram a Fran�a em 1693 e 1710, causadas por perdas nas safras e tamb�m pelas demandas dos tempos de guerra, levando a morte de mais de 20 milh�es de pessoas.[10]

Lu�s XIV

A Baviera foi conquistada pelos aliados depois da Batalha de Blenheim, e Portugal e Ducado de Saboia passaram rapidamente para o outro lado. A guerra teve muitos custos para Lu�s XIV. Em 1709, o ex�rcito franc�s estava gravemente debilitado e Lu�s pedia uma paz. Todas as negocia��es de paz deram em nada, devido as condi��es que impunham os aliados. Cada vez se fazia mais claro que Lu�s n�o poderia manter todos os territ�rios espanh�is, mas igualmente ficava cada vez mais claro que seus oponentes no poderiam expulsar Filipe V do trono espanhol, depois das vit�rias franco-espanholas na Batalha de Almansa e na de Villaviciosa.

A situa��o francesa piorou com a queda de Bouchain, que deixava a Marlborough o caminho praticamente livre para chegar at� Paris. Mas a morte de Jos� I, filho mais velho de Leopoldo I, deixava o arquiduque Carlos como poss�vel herdeiro de um Imp�rio t�o grande como o de Carlos V, o Sacro Imp�rio e o Imp�rio Espanhol. Este imp�rio era t�o problem�tico para os ingleses como o de Fran�a unida � Espanha. Esta circunst�ncia fez com que a Gr�-Bretanha e Fran�a come�assem negocia��es unilaterais de paz. Estes acordos culminaram no Tratado de Utrecht. A paz com o Sacro Imp�rio chegou em 1714, com o Tratado de Baden. Os pontos principais da paz foram os seguintes: Filipe V era reconhecido como rei de Espanha e das Col�nias espanholas. As posses espanholas nos Pa�ses Baixos e It�lia se dividiriam entre �ustria e Savoia, enquanto que Gibraltar e Menorca passavam a m�os inglesas. Al�m de Lu�s XIV se comprometeu a n�o oferecer mais apoio ao �Velho Pretendente� em sua campanha para subir ao trono ingl�s. A Fran�a teve que ceder v�rias col�nias na Am�rica � Inglaterra, mas, a maioria de suas posses continentais perdidas na guerra lhe foi devolvidas, conseguindo ainda algum territ�rio reclamado como o principado de Orange.

Fim do reinado e morte

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Lu�s XIV e seus herdeiros em 1710
Comboio e pompa f�nebre de Lu�s XIV. (1715)

Nos anos finais do reinado de Lu�s XIV, uma sucess�o de mortes quase p�s em risco a sucess�o ao trono. Praticamente todos os filhos leg�timos do rei haviam morrido na inf�ncia. O �nico que chegou a idade adulta foi, seu filho mais velho Lu�s, o Grande Delfim, que morreu em 1711 antes de Lu�s XIV. O novo herdeiro, Lu�s, Duque de Borgonha, neto mais velho do rei, contraiu  var�ola (ou sarampo) e morreu no ano de 1712, seguido por seu filho mais velho Lu�s, Duque de Bretanha, que sucumbiu � mesma enfermidade. Por fim, o pequeno Duque de Anjou, filho mais novo do Duque de Borgonha e bisneto do rei foi aclamado Delfim de Fran�a, tornando-se o sucessor ao trono franc�s, e reinando como Lu�s XV de Fran�a.

Lu�s XIV morreu em 1 de setembro de 1715 de gangrena, poucos dias antes de seu septuag�simo s�timo anivers�rio e com 72 anos e 100 dias de reinado - o mais longo reinado e governo do mundo ocidental. Seu corpo foi sepultado na Bas�lica de Saint-Denis, em Paris.

Lu�s XIV tentou evitar a ascens�o de seu sobrinho Filipe de Orleans, que ao ser o parente mais pr�ximo se converteria em regente do futuro Lu�s XV. Lu�s XIV preferia desviar parte desse poder ao filho ileg�timo que teve com Madame de Montespan, Lu�s Augusto de Bourbon. Lu�s XIV tamb�m criou um conselho regente com 11 membros, antecipando a maioridade de Lu�s XV. Houve tamb�m inspira��o do cardeal arcebispo de Paris, Louis Antoine de Noailles, um republicano desde jovem, e que havia sido feito cardeal pelo pr�prio Luis XIV e pelo papa Clemente XI em 1700. O testamento de Lu�s XIV dizia que Lu�s Augusto, Duque de Maine, seria o protetor de Lu�s XV, superintendente da educa��o do jovem rei e Comandante da Guarda Real. O Duque de Orleans, se assegurou da anula��o do testamento no parlamento, em 2 de setembro de 1715, ap�s cercar o parlamento com suas tropas, fazendo a leitura do testamento em voz baixa de maneira que ningu�m ouvisse o que estava sendo lido. Somente quando apareceu seu nome como membro do conselho, foi gritado, de tal maneira que criou tumulto e ele foi aclamado regente �nico.[11] Subornou os parlamentares, com a devolu��o do poder que Lu�s XIV lhes havia tirado e Lu�s Augusto foi despojado de seu t�tulo de Prince du Sang Royal ("Pr�ncipe de Sangue Real") e do comando da Guarda Real, mas manteve seu posto de super-intendente da educa��o do Delfim, ficando Filipe II como �nico regente.

Descend�ncia

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Nome Nascimento Morte Notas
Com Maria Teresa da Espanha[12][12][12][12][12][13]
Lu�s, Grande Delfim de Fran�a 1 de novembro de 1661 14 de abril de 1711 Casou-se com Maria Ana Vit�ria da Baviera, com descend�ncia.
Ana Isabel de Fran�a 18 de novembro de 1662 30 de dezembro de 1662
Maria Ana de Fran�a 16 de novembro de 1664 26 de dezembro de 1664
Maria Teresa de Fran�a 29 de setembro de 1666 1 de mar�o de 1672 Madame Real.
Filipe Carlos, Duque de Anjou 5 de agosto de 1668 10 de julho de 1671
Lu�s Francisco, Duque de Anjou 14 de junho de 1672 4 de novembro de 1672
Com Lu�sa de La Baume Le Blanc, Duquesa de La Valli�re[14][15]
Carlos de La Baume Le Blanc 19 de novembro de 1663 15 de julho de 1666 Nasceram e morreram antes da legitima��o.
Filipe de La Baume Le Blanc 7 de janeiro de 1665 1666
Lu�s de La Baume Le Blanc 27 de dezembro de 1665 1666
Maria Ana de Bourbon 2 de outubro de 1666 3 de maio de 1739 Casou-se com Lu�s Armando I, Pr�ncipe de Conti, sem descend�ncia.
Lu�s, Conde de Vermandois 2 de outubro de 1667 18 de novembro de 1683
Com Francisca Atenas de Rochechouart, Marquesa de Montespan[16]
Lu�sa Francisca mar�o de 1669 23 de fevereiro de 1672 Nasceu e morreu antes da legitima��o.
Lu�s Augusto, Duque de Maine 31 de mar�o de 1670 14 de maio de 1736 Casou-se com Lu�sa Benedita de Bourbon, com descend�ncia.
Lu�s C�sar, Conde de Vexin 20 de junho de 1672 10 de janeiro de 1683
Lu�sa Francisca de Bourbon 1 de junho de 1673 16 de junho de 1743 Casou-se com Lu�s III, Pr�ncipe de Cond�, com descend�ncia.
Lu�sa Maria Ana de Bourbon 18 de novembro de 1674 15 de setembro de 1681
Francisca Maria de Bourbon 4 de maio de 1677 1 de fevereiro de 1749 Casou-se com Filipe II, Duque de Orle�es, com descend�ncia.
Lu�s Alexandre, Conde de Toulouse 6 de junho de 1678 1 de dezembro de 1737 Casou-se com Maria Vit�ria de Noailles, com descend�ncia.
Retrato Mitol�gico da Fam�lia de Lu�s XIV, por Jean Nocret em 1670. Em sentido anti-hor�rio: Henriqueta de Fran�a como Anfitrite, Filipe d'Orle�es como a Estrela da Manh�, Maria Lu�sa como �ris, Henriqueta de Inglaterra como Flora, Ana d'�ustria como Cibele, as filhas de Gast�o d'Orle�es (Francisca Madalena, Margarida Lu�sa e Isabel Margarida) como as Gra�as, Lu�s XIV como Apolo, o Delfim como Himeneu, Maria Teresa como Juno, Madame Real, Filipe Carlos como Cupido e a Grande Mademoiselle como Diana.[17]

A conhecida frase "Eu sou o Estado", ou "O Estado sou eu" ("L'état, c'est moi"), foi relatada pelo menos a partir do final do século XVIII.[18] Foi amplamente repetida, mas também denunciada como apócrifa no começo do século XIX.[19]

Ele de fato disse, certa vez, "Cada vez que nomeio alguém para um cargo vago, faço cem infelizes e um ingrato".[20][21] É registrado, por numerosas testemunhas oculares, Luís tendo dito em seu leito de morte: "Je m'en vais, mais l'État demeurera toujours." ("Eu parto, mas o Estado sempre permanecerá.")[22]

Alegações de paternidade

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Uma mulher nascida em 1660 alegou ser filha de Luís XIV com uma jardineira não identificada, o rei nunca a reconheceu e esta casou-se em La Queue-en-Brie com um sentinela. Cláudia de Vin des Ceillets, amante do rei, teve uma filha com Luís XIV por volta de 1676 Luísa de Maisonblanche.[23] Luís XIV nunca a reconheceu. Talvez pelo fato de sua mãe ter outros amantes além do rei e pela implicação da mesma no episódio conhecido como "O Caso dos Venenos".[24] Em janeiro de 1680, Maria Angélica de Scorailles, uma das inúmeras amantes de Luís XIV, deu à luz a um filho natimorto nunca reconhecido. Em março de 1681, é relatado que Maria Angélica deu à luz a uma filha também natimorta, todavia, sua existência é duvidosa.[25]

Referências

  1. François Bluche, Louis XIV, Hachette, coll. « Pluriel », 1999, 1ª edição 1986, ISBN 2012789870.
  2. DUNLOP, Ian. Louis XIV (2000), 512pp.
  3. BUCKLEY, Veronica. Madame de Maintenon: The Secret Wife of Louis XIV. London: Bloomsbury, 2008. (em inglês)
  4. «Morganatic and Secret Marriages in the French Royal Family» (em inglês). Consultado em 17 de Janeiro de 2012 
  5. CARVALHO, Daniel (2022). Revolução Francesa. [S.l.]: Contexto. p. 47. ISBN 978-6555411645 
  6. Stephens, Prescot (1998). The Waldensian Story: A Study in Faith, Intolerance and Survival. Lewes, Sussex: Book Guild. ISBN 978-1-8577-6280-8 
  7. Dunlop, Ian. "Louis XIV", p. 353, Pimlico London 2001.
  8. LYNN, John A. The Wars of Louis XIV, 1667–1714 (1999), p.268.(em inglês)
  9. Kamen, Henry. (2001) Philip V of Spain: The King who Reigned Twice, Yale University Press, p. 6. ISBN 0300087187.(em inglês)
  10. Ó Gráda, Cormac; Chevet, Jean-Michel (2002). «Famine And Market In Ancient Régime France». The Journal of Economic History. 62 (3): 706–733. ISSN 0022-0507. PMID 17494233. doi:10.1017/S0022050702001055  [1]
  11. J.C.L. Simonde de Sismondi: Histoire des Français - Tome 27 - Paris - 1842.
  12. a b c d e Scott (7 de setembro de 2016). «Maria Theresia of Austria, Queen of France». Unofficial Royalty (em inglês). Consultado em 6 de maio de 2021 
  13. Scott (7 de setembro de 2016). «Maria Theresia of Austria, Queen of France». Unofficial Royalty (em inglês). Consultado em 29 de agosto de 2022 
  14. François Bluche: "Dictionnaire du Grand Siècle".
  15. Jean-Christian Petitfils: "Louise de la Vallière".
  16. Ève de Castro, Les bâtards du soleil, Olivier Orban, 1987, p. 558.
  17. histoire-image.org
  18. Erhard, C. D. (1791). Betrachtungen über Leopolds des Weisen Gesetzgebung in Toscana [Reflections on Leopold's Wise Legislation in Toscana] (em alemão). [S.l.]: Richter. p. 30 
  19. Marignié, Jean Etienne François (1818). Le roi ne peut jamais avoit tort, le roi ne peut mal faire [The king was not wrong, the king can do no wrong] (em francês). [S.l.]: Le Normant. p. 12 
  20. Blanning, Tim (2008). The Pursuit of Glory: The Five Revolutions That Made Modern Europe. Penguin Books. ISBN 978-0143113898.
  21. Wilson, Peter H. (2000). Absolutism in Central Europe. Routledge. ISBN 978-0415233514.
  22. Marquis de Dangeau (1858). Mémoire sur la mort de Louis XIV [Memórias da morte de Luís XIV] (em francês). [S.l.]: Firmin Didot Frères. p. 24. Consultado em 29 de novembro de 2009 
  23. Les Des Œillets, une grande comédienne, une maitresse de Louis XIV- Jean Lemoine ; Librairie Académique Perrin (chap. IV : La Bâtarde du Roi, Louise de Maisonblanche - pages 49 à 58)
  24. Somerset, Anne (2004). The Affair of the Poisons: Murder, Infanticide, and Satanism at the Court of Louis XIV. Principal Characters of the Affairs of the Poisons: St. Martin's Press. p. 17. ISBN 0312330170 
  25. Weir 1996, p. 263
  26. Anselme de Sainte-Marie, Père (1726). Histoire généalogique et chronologique de la maison royale de France (em francês). volume 1 (3ª edição). Paris: La compagnie des libraires, páginas 145–146.
  27. Wurzbach, Constantin, von, edição do ano de 1860. "Habsburg, Anna von Oesterreich (Königin von Frankreich)". Biographisches Lexikon des Kaiserthums Oesterreich (em alemão). volume 6. página 152 – via Wikisource.
  28. Anselme de Sainte-Marie, Père (1726). Histoire généalogique et chronologique de la maison royale de France (francês). volume 1 (3ª edição). Paris: La compagnie des libraires, páginas 143–144.
  29. Marie de Médicis na Encyclopædia Britannica
  30. Wurzbach, Constantin, von, edição do ano de 1861. "Habsburg, Philipp III.". Biographisches Lexikon des Kaiserthums Oesterreich (em alemão). volume 7. página 120 – via Wikisource.
  31. Wurzbach, Constantin, von, edição do ano de 1861. "Habsburg, Margaretha (Königin von Spanien)". Biographisches Lexikon des Kaiserthums Oesterreich (em alemão). volume 7. página 13 – via Wikisource.
  • Biografias:
  • Sínteses:

Ligações externas

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