Movimento peristáltico
O movimento perist�ltico (tamb�m chamado de peristaltismo e peristalse) � uma contra��o e relaxamento radialmente sim�trico dos m�sculos que se propaga em uma onda por um tubo, em uma dire��o anter�grada.
Em grande parte do trato digestivo, como o trato gastrointestinal humano, o tecido muscular liso se contrai em sequ�ncia para produzir uma onda perist�ltica, que impulsiona uma bola de comida (chamada bolo antes de ser transformada em quimo no est�mago) ao longo do trato.[1] O movimento perist�ltico compreende o relaxamento dos m�sculos lisos circulares, depois sua contra��o atr�s do material mastigado para evitar que se mova para tr�s e, em seguida, a contra��o longitudinal para empurr�-lo para frente.
As minhocas usam um mecanismo semelhante para conduzir sua locomo��o,[2] e algumas m�quinas modernas imitam este design.
A palavra "peristaltismo" vem do neolatim e � derivada do grego peristellein, "envolver", de peri-, "ao redor" + stellein, "atrair, reunir; colocar em ordem".[3]
Fisiologia humana
[editar | editar c�digo-fonte]Es�fago
[editar | editar c�digo-fonte]Depois que o alimento � mastigado em um bolo, ele � engolido e movido atrav�s do es�fago. Os m�sculos lisos se contraem atr�s do bolo alimentar para impedir que ele seja pressionado de volta para a boca. Em seguida, ondas r�tmicas e unidirecionais de contra��es atuam para for�ar rapidamente o alimento para o est�mago. O complexo mioel�trico migrat�rio (CMM) ajuda a desencadear ondas perist�lticas. Este processo funciona em apenas uma dire��o e sua �nica fun��o esof�gica � mover o alimento da boca para o est�mago (o CMM tamb�m funciona para limpar o alimento remanescente no est�mago para o intestino delgado e as part�culas restantes do intestino delgado para o c�lon).[4]
No es�fago, ocorrem dois tipos de peristaltismo:
- Primeiro, h� uma onda perist�ltica prim�ria, que ocorre quando o bolo alimentar entra no es�fago durante a degluti��o. A onda perist�ltica prim�ria for�a o bolo alimentar para baixo no es�fago e para o est�mago em uma onda que dura cerca de oito a nove segundos. A onda desce at� o est�mago, mesmo que o bolo alimentar des�a a uma taxa maior do que a pr�pria onda, e continua mesmo se, por algum motivo, o bolo alimentar ficar preso mais acima no es�fago.
- No caso de o bolo ficar preso ou se mover mais devagar do que a onda perist�ltica prim�ria (como pode acontecer quando est� mal lubrificado), os receptores de estiramento no revestimento esof�gico s�o estimulados e uma resposta reflexa local causa uma onda perist�ltica secund�ria ao redor do bolo, for�ando desce mais para o es�fago e essas ondas secund�rias continuam indefinidamente at� que o bolo alimentar entre no est�mago. O processo de peristalse � controlado pela medula oblonga. O peristaltismo esof�gico � normalmente avaliado por meio de uma manometria esof�gica.
- Um terceiro tipo de peristaltismo, o peristaltismo terci�rio, � disfuncional e envolve contra��es irregulares, difusas e simult�neas. Essas contra��es s�o suspeitas de dismotilidade esof�gica e se apresentam na ingest�o de b�rio como um "espasmo esof�gico".[5]
Durante o v�mito, a propuls�o do alimento pelo es�fago e pela boca vem da contra��o dos m�sculos abdominais; o peristaltismo n�o se reverte no es�fago.
Intestino delgado
[editar | editar c�digo-fonte]Uma vez processado e digerido pelo est�mago, o quimo semifluido � espremido atrav�s do esf�ncter pil�rico at� o intestino delgado. Depois de passar pelo est�mago, uma onda perist�ltica t�pica dura apenas alguns segundos, viajando apenas alguns cent�metros por segundo. Seu objetivo principal � misturar o quimo no intestino, em vez de mov�-lo para a frente no intestino. Por meio desse processo de mistura e digest�o e absor��o cont�nuas de nutrientes, o quimo gradualmente segue seu caminho atrav�s do intestino delgado at� o intestino grosso.[4]
Em contraste com o peristaltismo, as contra��es de segmenta��o resultam em agita��o e mistura sem empurrar os materiais mais para baixo no trato digestivo.
Intestino grosso
[editar | editar c�digo-fonte]Embora o intestino grosso tenha peristaltismo do tipo que o intestino delgado usa, n�o � a propuls�o prim�ria. Em vez disso, as contra��es gerais chamadas movimentos de massa ocorrem uma a tr�s vezes por dia no intestino grosso, impulsionando o quimo (agora fezes) em dire��o ao reto. Os movimentos de massa costumam ser desencadeados pelas refei��es, conforme a presen�a de quimo no est�mago e duodeno os estimula (reflexo gastroc�lico).
Linfa
[editar | editar c�digo-fonte]O sistema linf�tico humano n�o possui bomba central. Em vez disso, a linfa circula atrav�s do peristaltismo nos capilares linf�ticos, bem como nas v�lvulas nos capilares, compress�o durante a contra��o do m�sculo esquel�tico adjacente e pulsa��o arterial.
Esperma
[editar | editar c�digo-fonte]Durante a ejacula��o, o m�sculo liso nas paredes do ducto deferente se contrai reflexivamente no peristaltismo, impulsionando os espermatozoides dos test�culos para a uretra.[6]
Minhocas
[editar | editar c�digo-fonte]A minhoca � um verme anel�deo sem membros com um esqueleto hidrost�tico que se move por peristaltismo. Seu esqueleto hidrost�tico consiste em uma cavidade corporal cheia de l�quido, cercada por uma parede corporal extens�vel. O verme se move contraindo radialmente a por��o anterior de seu corpo, resultando em um aumento no comprimento por meio da press�o hidrost�tica. Essa regi�o restrita se propaga posteriormente ao longo do corpo do verme. Como resultado, cada segmento � estendido para a frente, ent�o relaxa e entra em contato novamente com o substrato, com cerdas em forma de cabelo impedindo o deslizamento para tr�s.[7] V�rios outros invertebrados, como lagartas e centopeias, tamb�m se movem por peristaltismo.
Maquin�rio
[editar | editar c�digo-fonte]Uma bomba perist�ltica � uma bomba de deslocamento positivo na qual um motor comprime as por��es avan�adas de um tubo flex�vel para impulsionar um fluido dentro do tubo. A bomba isola o fluido do maquin�rio, o que � importante se o fluido for abrasivo ou precisar permanecer est�ril.
Os rob�s foram projetados para usar o peristaltismo para conseguir locomo��o, como a minhoca o usa.[8][9]
Termos relacionados
[editar | editar código-fonte]- A catastalse, um processo muscular intestinal relacionado.[4]
- O aperistaltismo, que refere-se à falta de propulsão, que pode resultar de acalasia do músculo liso envolvido.
- O ritmo elétrico basal, que é uma onda lenta de atividade elétrica que pode iniciar uma contração.
- O íleo, que é uma interrupção da capacidade propulsiva normal do trato gastrointestinal causada pela falha do peristaltismo.
- O retroperistaltismo, que é o reverso do peristaltismo
Referências
- ↑ Cunillera, António. Cultura Geral. Portugal: Ferreira e Bento. p. 243
- ↑ «Earthworm - Muscular System»
- ↑ «Online Etymology Dictionary». etymonline.com. Consultado em 30 de junho de 2016
- ↑ a b c Marieb, Elaine N. & Hoehn, Katja "Human Anatomy & Physiology" 8th Ed., Benjamin Cummings/Pearson, 2010[falta página]
- ↑ Mittal, Ravinder K. (2011). Motor Patterns of the Esophagus—Aboral and Oral Transport. Morgan & Claypool Life Sciences (em inglês). [S.l.: s.n.]
- ↑ William O. Reece (21 de março de 2013). Functional Anatomy and Physiology of Domestic Animals. John Wiley & Sons. [S.l.: s.n.] pp. 451–. ISBN 978-1-118-68589-1
- ↑ Quillin KJ. «Ontogenetic scaling of hydrostatic skeletons: geometric, static stress and dynamic stress scaling of the earthworm lumbricus terrestris». The Journal of Experimental Biology. 201: 1871–83. PMID 9600869
- ↑ Sangok Seok, C.D. Onal; et al. (7 de maio de 2010). «Peristaltic locomotion with antagonistic actuators in soft robotics» (PDF). Massachusetts Institute of Technology. Consultado em 20 de novembro de 2014
- ↑ Alexander Boxerbaum (10 de maio de 2010). «A New Form of Peristaltic Locomotion in a Robot». YouTube. Consultado em 20 de novembro de 2014
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Exibição 3D interativa de ondas de andorinha em menne-biomed.de
- MeSH Peristalsis
- Nosek, Thomas M. «Section 6/6ch3/s6ch3_9». Essentials of Human Physiology. [S.l.: s.n.] Cópia arquivada em 24 de março de 2016
- Visão geral em colostate.edu