Saltar para o conteúdo

Rolão

Origem: Wikip�dia, a enciclop�dia livre.
(Redirecionado de Rollo)
Rol�o
Rol�o
Est�tua de Rol�o em Calvados.
Duque da Normandia
Reinado 911 - 927
Antecessor(a) Novo t�tulo
Sucessor(a) Guilherme I da Normandia
 
Nascimento 860
Morte 932
  Normandia
Sepultado em Catedral de Ru�o, Normandia, Fran�a
C�njuge Popa de Bayeux
Gisela de Fran�a
Descend�ncia Guilherme I da Normandia
Adela (Gerloc)
Casa Normanda (fundador)
Pai Ragnualdo I Eysteinsson
M�e Ragnilda Hr�lfsd�ttir

Rol�o,[1] Rolo[2] ou Rolfo (em n�rdico antigo: Hr�lfr; em noruegu�s: Rolf; em latim: Rollon; em latim: Rollo/Rolphus; 860-932), melhor conhecido com Rol�o, o Caminhante e Rol�o, o Andarilho (em n�rdico antigo: G�ngu-Hr�lfr; em noruegu�s: Gange-Rolf; em sueco: G�ngerolf)[3][4] e �s vezes Rol�o, filho de Ragnualdo (em n�rdico antigo: Hr�lfr R�gnvaldsson), foi um l�der viquingue, fundador e primeiro governante do Ducado da Normandia no per�odo de 911 a 927.

A denomina��o Rol�o � a vers�o em latim do seu verdadeiro nome em n�rdico antigo, Hr�lfr,[5] cujo significado � "lobo famoso".[6] Nas fontes medievais islandesas, Rol�o � referido como G�ngu-Hr�lfr ou Ganger-Hrolf, de tradu��o "Hr�lfr, o Andarilho".[7] Teria recebido esse apelido por ser t�o grande e nenhum cavalo conseguir carreg�-lo, sendo for�ado a andar a p�.[8] � tamb�m sugerido que esta alcunha deve-se ao fato de que ele n�o tinha resid�ncia fixa, ser sem terra. Em escandinavo antigo existe a express�o gongumadr onde o prefixo gongu significa errante e madr homem.[9] Em documentos normandos ducais, escritos em latim, o seu nome � encontrado tamb�m como Rollonem ou Rolphus.[10] Na cr�nica em verso Roman de Rou (Romance de Rou), escrita no s�culo XII pelo poeta normando Wace e encomendada por um descendente de Rol�o, o rei Henrique II de Inglaterra, foi usada a variante ortogr�fica Rou.[11][12] Esta designa��o influenciou o nome de regi�es na Normandia tais como Roumare e Rouville (Seine-Maritime).[6] Segundo historiadores medievais, ap�s converter-se a religi�o crist�, Rol�o adotou o nome Roberto devido ao seu padrinho de batismo ser Roberto I de Fran�a.[13]

Conquista da Normandia

[editar | editar c�digo-fonte]

A Fran�a, assim como outras regi�es, sofria com constantes ataques dos povos viquingues que a saqueavam impondo-se pela for�a. Diferentemente de alguns outros viquingues, a verdadeira inten��o de Rol�o era encontrar um local para se fixar. Assim, diante da for�a invasora o Rei Franc�s Carlos, o Simples com a ajuda de Bernardo, o Dano[14][15] concordou em entregar uma ampla regi�o costeira ao controle viquingue em troca da interrup��o das invas�es e saques. Esse acordo foi selado em 911, no Tratado de Saint-Clair-sur-Epte, que concedeu a Rol�o a regi�o em torno da cidade do Ru�o, posteriormente denominada Normandia em refer�ncia � origem geogr�fica do povo que a ocupou.[carece de fontes?]

Todos os Reis Franceses se ressentiam da "perda" da Normandia e a rela��o com os duques que a controlavam nunca foi totalmente pac�fica, embora estes fossem vassalos daqueles. [carece de fontes?]

Em 927, Rol�o passou o feudo da Normandia para seu filho Guilherme Espada-Longa.[16] O seu tetraneto Guilherme da Normandia tornou-se rei de Inglaterra ao conquist�-la em 1066, fazendo de Rol�o o ascendente indireto de todos os monarcas Ingleses da dinastia plantageneta.[carece de fontes?]

Ap�s alguns s�culos, o Rei Jo�o sem Terra da Inglaterra, irm�o de Ricardo Cora��o de Le�o que, como seus ascendentes, tamb�m era conde da Normandia, acabou por perder o controle daquela regi�o para Filipe III de Fran�a, filho de S�o Lu�s.[carece de fontes?]

Existem diverg�ncias entre os historiadores sobre a origem do fundador da Normandia, pois as fontes medievais se contradizem quanto � sua nacionalidade e fam�lia. O cronista franco Riquero em sua obra Hist�rias (Histoires), composta entre 992 e 998, escreveu que Rol�o era filho de Ketill.[17][18] Esta filia��o � aceita pelo historiador David Crouch,[19] enquanto o bi�grafo de Rol�o, Pierre Bouet, afirma que Riquero confundiu a paternidade de Rol�o com a de outro chefe viquingue, Bjorn, o qual era filho de Ketil Flatnef.[20]

No final do s�culo X, o monge Dudo de Saint Quentin relatou na Hist�ria dos Normandos (Historia Normannorum) que Rol�o era oriundo da Dinamarca.[21] A obra foi encomendada pelo neto de Rol�o, Ricardo I da Normandia, e o cronista teve acesso a informa��es atrav�s da esposa de Ricardo, Gunora [22] e, principalmente, o irm�o do duque, Rod�lfo de Ivry.[23] Segundo Dudo, Rol�o era filho de um nobre e tinha por irm�o Gurim. Ap�s a morte do pai, eles foram amea�ados de expuls�o e confisco de propriedades pelo rei. Os irm�os deram in�cio a uma revolta que desencadeou uma guerra de cinco anos. Ao ser derrotado numa emboscada, na qual Gurim morreu, Rol�o foi for�ado a exilar-se na ilha de Escanza com seus seguidores.[24]

O especialista em Escandin�via medieval Regis Boyer considerou esta origem como prov�vel e classificou a Normandia como uma conquista dinamarquesa, uma vez que a arqueologia e topon�mia indicam que os homens que integravam o ex�rcito do Rol�o e ajudaram a colonizar o ducado eram, em sua maioria, da Dinamarca.[25] David Crouch afirma que quando a tradi��o hist�rica normanda foi escrita, o termo dinamarqu�s era muito abrangente em seu significado e uso. Os dinamarqueses exerciam supremacia sobre grande parte dos reinos n�rdicos, sendo prov�vel que os cronistas n�o faziam distin��o entre aqueles, os suecos, e os noruegueses.[26]

Em 1090, o monge beneditino Godofredo Malaterra afirmou que Rol�o saiu da Noruega com sua grande frota para pilhar os reinos crist�os.[27] No s�culo XII, o historiador ingl�s Guilherme de Malmesb�ria declarou que Rol�o pertencia a uma linhagem nobre e decadente norueguesa.[28] Na mesma �poca, o cronista Beno�t de Sainte-Maure na Cr�nica dos Duques da Normandia (Chronique des ducs de Normandie) relatou que Rol�o nasceu em Fasge. Este lugar tem sido interpretado como sendo Faxe, na ilha Zel�ndia (Dinamarca) ou Fauske, localizada no distrito de Hologal�ndia (Noruega).[29]As sagas islandesas Heimskringla e Orkneyinga, compostas no s�culo XIII, foram as primeiras a se referir a ele como "o Andarilho". As mesmas fontes afirmam que Rol�o nasceu em M�re, oeste da Noruega, no final do s�culo IX e que seus pais eram o jarl Rognualdo Eysteinsson e sua esposa Ragnilda Hr�lfsd�ttir. As sagas relatam que tinha tr�s irm�os: Hallad, Einar e Hrollaug. Ele teria sido banido da Noruega pelo rei Haroldo I da Noruega ap�s roubar gado e praticar saques no reino.[30][31] Outro manuscrito deste per�odo, Hist�ria da Noruega (Historia Norwegi�) descreveu o papel importante de seu pai Rognualdo e familiares na coloniza��o das ilhas �rcades, no norte da Esc�cia.[32]

O relato das sagas de que Rol�o era noruegu�s � aceito pelos historiadores David Charles Douglas e Torgrim Titlestad. Eles argumentam que resta pouca d�vida quanto � ascend�ncia norueguesa do l�der normando, devido a abund�ncia de detalhes sobre sua vida e fam�lia na literatura norueguesa e islandesa medieval, enquanto que nas fontes dinamarquesas do mesmo per�odo, tais como as de Sax�o Gram�tico, n�o existem quaisquer men��es a ele.[33][34] David Crouch considera estas sagas como tradições históricas muito tardias e pouco confiáveis no tocante à eventos do século IX.[35] De acordo com a arqueóloga Marika Mägi, a autenticidade histórica das narrativas nórdico-islandesas é muito debatida. As informações contidas nas sagas devem ser tratadas com cautela, pois são registros de eventos transmitidos através de gerações pela tradição oral, mas provavelmente baseiam-se em fatos históricos.[36]

Na opinião de Pierre Bouet, a questão de suas origens do fundador da Normandia é complexa, dadas as realidades políticas, culturais e territoriais da Europa do norte no século IX. A Dinamarca, a Noruega e a Suécia ainda não eram diferenciadas enquanto unidades políticas, pois não havia ainda um governo centralizado nem fronteiras bem estabelecidas. Além disso, os povos escandinavos da época falavam a mesma língua e o nome nórdico de Rolão, Hrólfr, era bastante comum por toda a Escandinávia bem como nas colônias viquingues.[37]

Relações Familiares

[editar | editar código-fonte]

Casou-se com a nobre franca Popa de Bayeux, filha de Berengário II da Nêustria, com quem teve Guilherme I da Normandia e Adela (nome nórdico: Gerloc ou Gerlaug) a qual casou com Guilherme III da Aquitânia "o Cabeça de Estopa".[38] De acordo com cronistas medievais, Rolão casou-se em 912, após a sua conversão ao cristianismo, com Gisela de França, filha de Carlos III de França "o Simples".[39] O casamento e a existência da princesa suscitam debates entre os historiadores.[40] A união não gerou filhos. [41]

[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Mattoso 1952, p. 55.
  2. GEPB 1950s, p. 288.
  3. Velasco, Manuel (2008) Breve Historia de los Vikingos, ISBN 84-9763-198-6 p. 180
  4. (em inglês) Généalogie de Rollon sur le site Medieval Lands
  5. Neveux, François & Ruelle,Claire. A brief history of the Normans: the conquests that changed the face of Europe. Robinson, 2008. p 58
  6. a b Bouet, Pierre. Rollon: Le chef viking qui fonda la Normandie.Tallandier. 2016.p 67
  7. Merrony, Mark. The Vikings Conquerors, Traders and Pirates. Periplus, 2004. p 46
  8. Ferguson, Robert. The Hammer and the Cross: A New History of the Vikings. Penguin UK, 2009. Capítulo 9.
  9. Boyer, Regis. Les Vikings. Plon,1992. p 205
  10. Bouet, Pierre. Rollon: Le chef viking qui fonda la Normandie. Tallandier. 2016. p 67
  11. Harper-Bill, Christopher & Vincent, Nicholas. Henry II: New Interpretations. Boydell Press, 2007. p 77.
  12. Burgess, Glyn Sheridan & Van Houts, Elisabeth M. C. Roman de Rou. Boydell Press: 2004. p 11 (Introdução)
  13. Crouch, David. The Normans: The History of a Dynasty. A&C Black, 2006. p 8
  14. Dudo von Saint-Quentin, De gestis Normanniae ducum seu de moribus et actis primorum Normanniae ducum, J. Lair (Hg.), Mémoire de la Société des Antiquaires de Normandie, Band XXIII, 1865, S. 189–190. Die Liste der Begleiter Rollos ist umstritten, aber seine Erwähnung durch Dudo fügt Bernhards Erscheinen auf dieser Liste eine gewissen Glaubwürdigkeit zu.
  15. Wilhelm von Jumièges, ibid, S. 88. Flodoard von Reims stellt ihn hier als einen normannischen Anführer aus der Region von Bayeux dar
  16. Chamado Viljâlmr Langaspjôt nas sagas escandinavas.
  17. Bouet, Pierre. Rollon: Le chef viking qui fonda la Normandie.Tallandier. 2016.pp 68
  18. Crouch, David. The Normans: The History of a Dynasty. A&C Black, 2006. p 4
  19. Crouch, David. The Normans: The History of a Dynasty. A&C Black, 2006. p 5
  20. Bouet, Pierre. Rollon: Le chef viking qui fonda la Normandie.Tallandier. 2016.p 68
  21. Hagger, Mark S.Norman Rule in Normandy, 911-1144. Boydell & Brewer, 2017. p 45
  22. Van Houts, Elizabeth.The Normans in Europe. Manchester University Press, 2000. p 59
  23. Van Houts, Elizabeth. Scandinavian Influence in Norman Literature of the Eleventh Century. In: Anglo-Norman Studies VI: Proceedings of the Battle Conference 1983. Editado por Reginald Allen Brown. Boydell & Brewer, 1984. p 109
  24. Bouet, Pierre. Rollon: Le chef viking qui fonda la Normandie.Tallandier. 2016.pp 65-66
  25. Boyer, Regis. Les Vikings. Plon,1992. p 67; p 205
  26. Crouch, David. The Normans: The History of a Dynasty. A&C Black, 2006. p 257
  27. Van Houts, Elizabeth.The Normans in Europe. Manchester University Press, 2000. p 52
  28. Sønnesyn, Sigbjørn Olsen. William of Malmesbury and the Ethics of History. Boydell Press, 2012. p 113
  29. Melberg, Hȧkon. Origin of the Scandinavian Nations and Languages: An Introduction. Livro 1, Parte 1. Norway, 1951.pp 538-9; 590
  30. Douglas, David Charles. Time and the hour: some collected papers of David C. Douglas. Eyre Methuen, 1977. pp 121-125
  31. Bouet, Pierre. Rollon: Le chef viking qui fonda la Normandie.Tallandier. 2016. pp 68-72
  32. Bouet, Pierre. Rollon: Le chef viking qui fonda la Normandie.Tallandier. 2016. p 68
  33. Titlestad, Torgrim. Viking Legacy. Saga Bok AS, 2018. Capítulo III
  34. Douglas, David Charles. Time and the hour: some collected papers of David C. Douglas. Eyre Methuen, 1977. pp 124-125
  35. Crouch, David. The Normans: The History of a Dynasty. A&C Black, 2006. p 1
  36. Mägi, Marika. The Role of the Eastern Baltic in Viking Age Communication across the Baltic Sea. BRILL, 2018. p 142
  37. Bouet, Pierre. Rollon: Le chef viking qui fonda la Normandie.Tallandier. 2016. pp 63-67
  38. Crouch, David. The Normans: The History of a Dynasty. A&C Black, 2006. p 9
  39. Crouch, David. The Normans: The History of a Dynasty. A&C Black, 2006. p 25
  40. Bouet, Pierre.Rollon: Le chef viking qui fonda la Normandie.Paris: Tallandier. 2016. p 120
  41. Neveux, François & Ruelle,Claire. A brief history of the Normans: the conquests that changed the face of Europe. Robinson, 2008. p 90
  • Mattoso, António Gonçalves. História da civilização: Idade média, moderna e contemporânea. 5. ed. Lisboa: Livraria Sá da Costa 
  • Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira Vol. 36. Lisboa: Editorial Enciclopédia. 1950s 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Rolão