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Teosofia

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Teosofia refere-se a um conjunto de doutrinas filos�ficas, m�sticas, ocultistas e especulativas[1] que buscam o conhecimento direto dos mist�rios presumidos da vida e da natureza, da divindade e da origem e prop�sito do universo. Esta escola m�stica/movimento inici�tico prop�e que todas as religi�es surgiram a partir de ensinamentos de tronco comum, que foram, de certa forma, recombinando e permutando, nas suas diversas muta��es e encarna��es, e que, apesar de comungarem de um tronco comum, acabam muitas vezes por deturpar os ensinamentos da doutrina original.[2] A teosofia é considerada parte do esoterismo ocidental, que acredita que o conhecimento escondido ou a sabedoria do passado antigo oferece um caminho para a iluminação e a salvação, tendo base nos ensinamentos de Jakob Boehme, Friedrich Cristoph Oetinger, Paracelsus, Emanuel Swedenborg e Louis Claude de Saint-Martin assim como a Kabbalah Judaica. De notar que quando colocamos a teosofia nestes termos estamo-nos a referir a todo e qualquer movimento que tenha surgido no pré-Blavatskismo, estando, portanto, conotado com o movimento de gnose cristã do século XVI, XVIII e XIX.

A origem etimológica do termo teosofia vem do grego clássico θεοσοφία, que combina theos (θεός), "Deus" e sophia (σοφία), "sabedoria", que significa "sabedoria divina", remontando assim para uma dimensão conotada com o universo do neoplatonismo (quer o movimento do século XVI, iniciado sobretudo a partir de Itália, quer o movimento do século XIX, iniciado sobretudo na Alemanha). A partir do final do século XIX, o termo teosofia geralmente foi usado para se referir às doutrinas religioso-filosóficas da Sociedade Teosófica, fundadas em Nova York em 1875 por Helena Blavatsky, William Quan Judge e Henry Steel Olcott. O trabalho principal de Blavatsky, A Doutrina Secreta (1888), foi uma das obras fundamentais da teosofia moderna.[3]

A partir de 2015, membros de organizações oriundas ou relacionadas à Sociedade Teosófica atuavam em mais de 52 países ao redor do mundo.[a] Constitui um movimento eclético, que partilha de bases comuns em correntes como o cristianismo, budismo e hinduísmo, e que viriam a dar origem a toda uma série de movimentos espiritualistas de carimbo gnóstico do final do século XIX. A teosofia moderna desempenhou um papel significativo em levar o conhecimento das religiões do sul da Ásia para os países ocidentais, bem como no incentivo ao orgulho cultural em várias nações do sul da Ásia. Uma variedade de artistas e escritores proeminentes também foi influenciada pelos ensinamentos teosóficos. A teosofia tem seguidores internacionais e, durante o século XX, teve dezenas de milhares de adeptos. As ideias teosóficas também exerceram influência em uma ampla gama de outros movimentos e filosofias esotéricas, entre eles a Antroposofia de Rudolf Steiner, a Nova Era, a metafísica cristã de Conny Méndez, a Escola Arcana de Alice Bailey, a Fundação Krishnamurti e correntes relacionadas com as doutrinas orientalistas sobre níveis de ascensão (Mestres Ascendidos).[4]

Contudo, existem diferenças substanciais entre o movimento de gnose espiritualista cristã dos séculos XVI-XVIII e aquilo que viria a ser a doutrina sincrética de Helena Blavatski, quase comparáveis à diferença entre o movimento rosacruciano ortodoxo, e depois encarnações que este viria a ter mais tarde como é o caso da Ordo Templi Orientis ou da Ordem Hermética da Aurora Dourada, movimentos com conotações substancialmente diferentes dos originais. No caso da teosofia a semelhança mantém-se na ideia de transmigração da alma e no conceito de metempsicose que é aceite quer por pelo movimento da teosofia cristã, quer pela síntese de Blavatski, com nuances. Convém referir que a ideia latente em metempsicose difere em sobremaneira da ideia de reencarnação.

Origens do nome

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A Teosofia de Blavatsky não é o único movimento a usar o termo "teosofia" e isso resultou em tentativas acadêmicas de diferenciar as diferentes correntes. Godwin traçou uma divisão referindo-se à Teosofia Blavatskiana com uma letra maiúscula, e a teosofia boehmiana mais antiga com uma letra minúscula.[5] Alternativamente, o estudioso do esoterismo Wouter J. Hanegraaff distinguiu o movimento blavatskiano de seu homônimo mais antigo, chamando-o de "teosofia moderna".[6] Os seguidores do movimento de Blavatsky são conhecidos como "teosofistas", enquanto os adeptos da tradição mais antiga são chamados de "teósofos".[5] Causando alguma confusão, alguns teosofistas—como C. C. Massey—também eram teósofos.[5] Nos primeiros anos do movimento de Blavatsky, alguns críticos se referiram a ele como "neoteosofia" para diferenciá-lo do movimento teosofia cristã mais antigo.[7] O termo "neoteosofia" mais tarde seria adotado dentro do próprio movimento teosófico moderno, onde foi usado—em grande parte pejorativamente—para descrever os ensinamentos promovidos por Annie Besant e Charles Webster Leadbeater por aqueles que se opunham às suas inovações.[7]

Em uma reunião do Miracle Club na cidade de Nova York em 7 de setembro de 1875, Blavatsky, Olcott e Judge concordaram em estabelecer uma organização, com Charles Sotheran sugerindo que eles a chamassem de Sociedade Teosófica.[8] Antes de adotar o nome "Teosófico", eles debateram vários nomes potenciais, entre eles a Sociedade Egiptológica, a Sociedade Hermética e a Sociedade Rosacruz.[9] O termo não era novo, mas já havia sido usado em vários contextos pelos filaleteus e pelo místico cristão Jakob Böhme.[10] Etimologicamente, o termo veio do grego theos ("deus(es)") e sophia ("sabedoria"), significando assim "sabedoria divina" ou "sabedoria de Deus".[11] O termo teosofia apareceu (em grego e latim) nas obras dos pais da igreja primitiva, como sinônimo de teologia.[11] Em seu livro A Chave para a Teosofia, Blavatsky afirmou que o termo "Teosofia" havia sido cunhado pelos "filósofos alexandrinos", especialmente Amônio Sacas.[12]

De acordo com o estudioso da religião James A. Santucci, discernir o que o termo "Teosofia" significava para os primeiros teosofistas "não é tão óbvio quanto se poderia pensar".[13] Conforme usado por Olcott, o termo "Teosofia" parecia ser aplicado a uma abordagem que enfatizava a experimentação como um meio de aprender sobre o "Universo Invisível"; inversamente, Blavatsky usou o termo em referência à gnose em relação a essa informação.[14]

Sociedade Teosófica

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Ver artigo principal: Sociedade Teosófica
Blavatsky e Olcott, dois dos membros fundadores da Sociedade Teosófica

A fundadora da teosofia, a russa Helena Blavatsky, insistiu que não era uma religião,[15] embora ela se referisse a ela como a transmissão moderna da "religião outrora universal" que ela afirmava ter existido profundamente no passado humano.[16] Que a Teosofia não deve ser rotulada de religião é uma afirmação que tem sido mantida por organizações teosóficas,[17] que, em vez disso, a consideram como um sistema que abraça o que eles veem como a "verdade essencial" subjacente à religião, filosofia e ciência.[18] Como resultado, os grupos teosóficos permitem que seus membros mantenham outras lealdades religiosas,[17] resultando em teosofistas que também se identificam como cristãos, budistas ou hindus.[19]

Estudiosos de religião que estudaram Teosofia a caracterizaram como uma religião. Em sua história do movimento teosófico, Bruce F. Campbell observou que a Teosofia promovia "uma visão de mundo religiosa" usando "termos explicitamente religiosos" e que seus princípios centrais não são fatos inequívocos, mas sim confiam na crença.[20] Olav Hammer e Mikael Rothstein a chamaram de "uma das tradições religiosas mais importantes do mundo moderno".[21] Vários estudiosos apontaram para sua natureza eclética; Joscelyn Godwin a descreveu como um "movimento religioso universalmente eclético",[22] enquanto o estudioso J. Jeffrey Franklin caracterizou a Teosofia como uma "religião híbrida" por sua combinação sincrética de elementos de várias outras fontes.[23] Mais especificamente, a Teosofia foi categorizada como um novo movimento religioso.[24]

Os estudiosos também classificaram a Teosofia como uma forma de esoterismo ocidental.[25] Campbell, por exemplo, referiu-se a ela como "uma tradição religiosa esotérica",[26] enquanto a historiadora Joy Dixon a chamou de "religião esotérica".[27] Mais especificamente, é considerada uma forma de ocultismo.[28] Junto com outros grupos como a Ordem Hermética da Aurora Dourada, a Sociedade Teosófica tem sido vista como parte de um "renascimento oculto" que ocorreu nos países ocidentais durante o final do século XIX.[29] O historiador da religião Wouter Hanegraaff observou que a Teosofia ajudou a estabelecer os "fundamentos essenciais para grande parte do esoterismo do século XX".[30] Embora a Teosofia se baseie nas crenças religiosas indianas, o sociólogo da religião Christopher Partridge observou que "a Teosofia é fundamentalmente ocidental. Ou seja, a Teosofia não é um pensamento oriental no Ocidente, mas um pensamento ocidental com um sabor oriental."[31]

Conceitos básicos

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Emblema da Sociedade Teosófica, sincretizando diversos símbolos antigos e conceitos básicos da Teosofia, como os ciclos cósmicos, a eternidade da vida, e a polaridade Espírito-Matéria

Embora os escritos de teosofistas proeminentes apresentem um conjunto de ensinamentos, a própria Sociedade Teosófica afirma que não tem crenças oficiais com as quais todos os membros devem concordar. Portanto, tem doutrina, mas não a apresenta como dogma. A Sociedade afirmou que o único princípio ao qual todos os membros deveriam aderir era o compromisso de "formar um núcleo da Fraternidade Universal da Humanidade sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor".[32] Isso significa que havia membros da Sociedade Teosófica que eram céticos sobre muitas, ou mesmo todas, as doutrinas teosóficas, enquanto permaneciam simpatizantes de seu objetivo básico de fraternidade universal.[19]

Como observado por Santucci, a Teosofia é "derivada principalmente dos escritos" de Blavatsky,[33] no entanto, revisões e inovações também foram produzidas por teosofistas subsequentes como Annie Besant e Charles Leadbeater.[34] Blavatsky afirmou que essas doutrinas teosóficas não eram sua própria invenção, mas tinham sido recebidas de uma irmandade de adeptos espirituais secretos a quem ela se referia como os "Mestres" ou "Mahatmas".[35]

Para os teosofistas, este corpus de conhecimento, a Sabedoria de Deus, com a ética a esse associada, é tão antigo quanto o mundo, e a rigor é o único conhecimento que vale a pena ser adquirido. Sua realidade e importância são relembradas às pessoas periodicamente, sob diversas denominações e formalizações, adequadas ao espírito de cada época, local e povo para quem é apresentado, e é o tronco vivo e eterno de onde brotam as flores do ensinamento original todas as grandes religiões do mundo, do passado e do presente. Segundo um dos inspiradores do movimento teosófico contemporâneo, o Kut Humi, a quem Blavatsky dizia seguir, "a Teosofia não é uma nova candidata à atenção do mundo, mas é apenas uma declaração nova de princípios que têm sido reconhecidos desde a infância da humanidade".[36]

Representação de 1884 por Hermann Schmiechen de dois Mestres com os quais Blavatsky alegou estar em contato, Koot Hoomi (esquerda) e Morya (direita)

Considera-se que a Teosofia stricto sensu seja isenta de identificação com quaisquer culturas e sociedades específicas, sendo em vez a fonte original do conhecimento divino que verte em uma determinada cultura através dos símbolos e arquétipos próprios daquele povo. Por exemplo, a sabedoria divina foi transmitida à civilização do Egito antigo através dos símbolos, divindades, mitos, alegorias e arquétipos locais, possibilitando a assimilação dos conceitos divinos através desta roupagem. E como no Egito, também nas outras terras, a Grécia antiga, a Babilônia, Tibete, América, Europa e em todas as culturas, independentemente de terem feito contato entre si, demonstrando que a Teosofia é uma sabedoria que se expressa e pode ser conhecida por diversas fontes.

Quando Blavatsky lançou o movimento teosófico contemporâneo no século XIX valeu-se de uma grande quantidade de elementos da tradição religiosa Hindu, que havia estudado durante sua permanência no Tibete. Assim, sua apresentação compreende uma terminologia muitas vezes baseada no idioma sânscrito, divulgando no ocidente conceitos como Maya (ilusão), Dharma (caminho) e Mahatmas (grandes almas). Outros conceitos fundamentais, conhecidos há milênios no oriente, mas que a Teosofia popularizou no ocidente, são a Reencarnação e o Karma. Mas isso, como já foi exposto, não define a Teosofia como uma filosofia hindu ou oriental, e diversas referências de outras culturas e sistemas, como o Taoismo, Budismo, Cabala, Cristianismo, Gnose e Hermetismo, remetem a Teosofia à sua essência divina e universal.

Basicamente a Teosofia prega a fraternidade universal, a origem espiritual das formas e dos seres, e a unidade de toda a vida; aponta uma fonte única e eterna para todo conhecimento, demonstra a identidade essencial entre os grandes mitos das culturas mundiais, traça o perfil da estrutura do cosmo e do homem e descreve os mecanismos, suas leis, suas potencialidades e suas transformações ao longo dos aeons.

Apesar de recomendar o esforço próprio em busca do crescimento pessoal e uma vigilância incessante contra o autoengano e a fé cega, ainda assim defende a Revelação, uma vez que declara a existência de mundos e estados de consciência presentemente inacessíveis à pessoa comum. Mas diz que todos seremos capazes de atingi-los um dia, se não nesta vida, numa vindoura. Defende com isso, também a evolução da vida e do Homem, e a existência de Homens Perfeitos, os Mahatmas ou Mestres de Sabedoria. Estes Mestres, uma vez homens imperfeitos como nós, evoluíram para um estágio super-humano, de onde ora velam pela raça humana dando-lhe ensinamento, diretamente ou através dos mensageiros os Profetas e Santos de todas as religiões, e auxílios inumeráveis como agentes da Providência e da Justiça Divinas, e mesmo aparecendo visivelmente entre os irmãos menos evoluídos, quando os tempos o exigem, para dar-lhes conforto, direção e inspiração, e reacender nos corações um amor mais intenso pelo divino.

A Teosofia diz que a fonte de todo mal é a ignorância. O conhecimento, segundo prega, é ilimitado, mas se bem que sua totalidade esteja além do alcance de qualquer ser individual, é em vasta medida acessível a todos através de um longo processo de evolução, aprendizado e aperfeiçoamento, que necessariamente exige múltiplas encarnações, e continua até mesmo para regiões e idades onde a encarnação deixa de ser compulsória e a vida progride de beatitude em beatitude. A Teosofia é uma doutrina essencialmente otimista, pois refuta qualquer condenação eterna e não nega o mundo, ainda que declare que este que vemos e tocamos não é o único nem o maior, mais feliz ou mais desejável, e prevê para todos os seres sem exceção um progresso constante e um destino glorioso e absolutamente feliz. Como todas as grandes doutrinas espirituais, a Teosofia exalta o bem, a paz, o amor, o altruísmo, e promove a cessação da pobreza, da ignorância, da opressão, das discórdias e desigualdades.

Apesar de reconhecer a importância das religiões em estado mais puro como disseminadoras de ensinamentos importantes, não é uma filosofia teísta, se bem que possa ser descrita como panteísta, já que como um dos Mahatmas - Mestre K.H. O que é Deus - A visão de um Mestre de Sabedoria - afirma a existência de Deus como uma entidade distinta do universo que dificilmente pode ser provada, mas reconhece níveis diferentes de evolução entre os seres, numa escada graduada que se ergue a alturas insondáveis.

Helena Blavatsky

Entre as exposi��es contempor�neas da Teosofia mais importantes e originais est�o sem d�vida os escritos da pr�pria Helena Blavatsky, que incluem �sis sem v�u (1877), A Doutrina Secreta (1888) e uma infinidade de panfletos, cartas e artigos sobre o tema, traduzindo, divulgando e esclarecendo uma massa de conceitos filos�ficos e religiosos e princ�pios morais orientais, at� ent�o mal conhecidos e ainda menos compreendidos pelos povos do ocidente. Al�m de pintar um vasto painel da religi�o universal, utilizando especialmente o pensamento do oriente, analisa os dados comparando-os com as tradi��es do ocidente, lan�ando luz nova sobre pontos obscuros, desfazendo conceitos err�neos de nossas pr�prias linhas de pensamento e em outros casos corroborando com defini��es Hindu�stas ou Budistas muitos dos elementos basilares das doutrinas Crist�, Judaica, Isl�mica, Gn�stica e outras de import�ncia para a metade ocidental do globo. Blavatsky foi uma escritora prol�fica e incandescente, e sua mem�ria para fontes raras e mesmo desconhecidas no ocidente era notoriamente prodigiosa. Contudo, de acordo com a autora, muitas vezes foram usados meios esot�ricos para a composi��o dos textos, n�o podendo ela reivindicar a verdadeira autoria de grande parte do que havia escrito.[37] De qualquer forma, quando A Doutrina Secreta apareceu, como uma continua��o, amplia��o e aprofundamento de material j� abordado em �sis sem V�u, foi imediatamente reconhecida como uma obra-prima por in�meros luminares da Europa, e � a pedra angular da Teosofia contempor�nea. O texto � um debate filos�fico monumental, onde a autora cita uma profus�o inacredit�vel de fontes e esgrime com estonteante erudi��o argumentos hist�ricos, antropol�gicos, arqueol�gicos, mitol�gicos, filos�ficos, biol�gicos, qu�micos, hermen�uticos, filol�gicos e muitos outros, contra as supersti��es insensatas travestidas de dogmas das religi�es, demonstrando a raiz comum a todos os credos, e tecendo duros ataques a todo formalismo religioso vazio e a toda f� cega, mas reconhecendo o valor de todas as Igrejas como institui��es divinas e caminhos v�lidos para o aperfei�oamento pessoal e coletivo, sendo possuidoras de parcelas importantes da Verdade �nica. Seguiram-se outros escritos, e dentre eles merece destaque A Voz do Sil�ncio (1889), uma pungente e exaltada descri��o do �ngreme mas glorioso Caminho que leva � santidade, ao mesmo tempo que � um manual pr�tico para aspirantes.

Outros seguidores imediatos tamb�m deram contribui��es volumosas, valios�ssimas e originais ao tesouro da Teosofia contempor�nea, entre eles Annie Besant, Alfred Sinnett, Henry Olcott, Charles Leadbeater e George Mead, e desde l� a literatura teos�fica n�o cessou de crescer, com a produ��o mais recente de Radha Burnier, Geoffrey Farthing, Geoffrey Hodson e uma legi�o de pensadores contempor�neos.

A Teosofia teve um papel fundamental e revolucion�rio na evolu��o do pensamento contempor�neo do ocidente. No contexto intelectual e espiritual da �poca em que apareceu, embora jamais tenha reivindicado para si o status de nova religi�o, a Teosofia como exposta por Blavatsky representou na pr�tica a proclama��o de um novo Evangelho universal, combatendo a forte tend�ncia materialista da ci�ncia em r�pido desenvolvimento, e que estava a esvaziar, com os novos conhecimentos que trazia � luz sobre o mundo manifesto, as institui��es religiosas que continuavam a pregar suas hist�rias piedosas mas irracionais, as quais come�avam a se tornar um estorvo para o futuro desenvolvimento da ra�a humana, com perigo de uma perda generalizada da f�. Sua linguagem moderna traduziu e atualizou para o homem de hoje uma s�rie de conceitos importantes da espiritualidade antiga que j� estavam obscurecidos e fossilizados pela poeira secular das sucessivas m�s interpreta��es, e por isso tornados inaceit�veis � nova mentalidade que surgia e que iniciava a questionar as bases da f� em m�ltiplos aspectos, a partir da desafiadora massa de evid�ncias e conclus�es, dificilmente contest�vel, produzida pelos cientistas. O conhecimento que exp�s e a forma em que o fez operou uma poda radical nas intrincadas e tortuosas excresc�ncias conceituais que faziam definhar a �rvore das religi�es do ocidente, tornando mais uma vez claro, n�tido e atraente o tronco vivo, o que para muitos foi motivo de um reacender da devo��o perdida, mas ora em novas bases.

Com sua abordagem l�gica, positiva, �tica e cient�fica da natureza, do divino, do homem, da vida, do misticismo e dos fen�menos ocultos, exerceu grande influ�ncia em estadistas como Gandhi. � de se frisar, contudo, que Gandhi nunca considerou a possibilidade de aceitar-se como membro da Sociedade Teos�fica, negando todos os convites feitos. Ao dar-se conta das cr�ticas severas e fundamentadas que a Teosofia tinha j� desde sua origem, Gandhi deixou claro que, de forma alguma, se renderia associar seu nome a esta sociedade.

A Teosofia tamb�m influenciou artistas como Mondrian, Scriabin e Yeats. Al�m disso, deu subs�dios a Igrejas progressistas como a Igreja Cat�lica Liberal, originou um sem-n�mero de escolas, dissid�ncias e deriva��es mais ou menos inspiradas, e deu um impulso ao renascimento de cultos arcaicos ou � funda��o de outros de tom futurista que s�o encontr�veis na cultura ocidental de hoje, como os movimentos Wicca e New Age.

Sociedade Teos�fica no Brasil

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A Teosofia foi principalmente difundida no Brasil atrav�s do Professor Henrique Jos� de Souza, fundador em 1924 da Sociedade Espiritualista Dh�ran�, posteriormente denominada Sociedade Teos�fica Brasileira em homenagem a Helena Blavatsky, e atualmente chamada de Sociedade Brasileira de Eubiose. Atualmente a Sociedade Teos�fica internacional tamb�m opera no Brasil, sob o nome de Sociedade Teos�fica no Brasil.

No Brasil a Teosofia ganhou novas frentes de estudo ao explorar o conhecimento e a hist�ria antiga dos povos nativos brasileiros. O Professor Henrique, recolhendo s�mbolos e arqu�tipos antigos formou, no in�cio do s�culo XX, as bases para a Teosofia Brasileira, que � a apresenta��o dos mesmos arqu�tipos atrav�s da cultura nativa e de civiliza��es pr�-colombianas.

A Teosofia recebeu muitas cr�ticas em sua origem, numa pol�mica que se estende aos dias de hoje, questionando tanto a doutrina como o car�ter controverso de sua principal divulgadora, Helena Blavatsky, e do seu colaborador Charles Leadbeater.[38]

O casal Coulomb foi um dos primeiros detratores de Blavatsky, acusando-a de ser uma embusteira. Outro dos cr�ticos foi Richard Hodgson, autor de um relat�rio sobre o caso Coulomb, onde ratificava as acusa��es contra ela. Tamb�m foi suspeita de ser uma agente do governo russo. Contudo, tais ataques foram mais tarde reavaliados por outros autores como Adlai Waterman e Vernon Harrison, e suas conclus�es revelaram que os argumentos e provas levantados contra Blavatsky eram t�o duvidosos quanto suas alegadas fraudes, estando longe de adotarem uma postura imparcial e cient�fica.[39][40] Os escritos de Blavatsky tamb�m foram acusados de racistas, difamando etnias como os �rabes e abor�genes. Por�m estas opini�es aparentemente s�o baseadas na leitura descontextualizada de certos trechos, e devem ser entendidas com um gr�o de sal, no panorama mais amplo da teleologia Teos�fica, onde � pregada a evolu��o das formas de vida, necessariamente incluindo est�gios primitivos e outros mais avan�ados. Ela jamais defendeu, por exemplo, coisas como "limpezas �tnicas", mas n�o se pode dissimular o fato de que tais argumentos podem ter sido tendenciosamente usados por outros para apoiar movimentos de fato racistas e genocidas como o Nazismo. Peter Washington escreveu recentemente um livro de cr�tica de grande repercuss�o intitulado Madame Blavatsky's Baboon: Theosophy and the Emergence of the Western Guru, mas foram detectados diversos erros e omiss�es significativos no texto e o uso de fontes de segunda e terceira m�o, contribuindo para perpetuar inverdades j� esclarecidas mas, por outro lado, tamb�m para renovar o interesse pela mat�ria[41]

Leadbeater foi o foco de um esc�ndalo sexual envolvendo jovens pupilos que o obrigou � ren�ncia de suas fun��es na Sociedade Teos�fica, mas aparentemente tudo teria sido um mal-entendido, o simples resultado da educa��o sexual clara e objetiva que dava a eles e que inclu�a a recomenda��o da pr�tica da masturba��o em casos espec�ficos, quando a natureza do jovem era excessivamente passional e a fim de evitar que ele se entregasse a rela��es sexuais impulsivas ou potencialmente prejudiciais.[42] Mas quando o caso veio � tona, os h�bitos de Leadbeater junto aos jovens, que inclu�am o banho nu em conjunto, e �s vezes o uso de uma mesma cama para dormir, que eram coisas comuns e aceit�veis mesmo na rigorosa e pudica sociedade vitoriana, foram interpretados como evid�ncias de pervers�o.[43] Posteriormente ele foi reabilitado na Sociedade Teos�fica, j� que a �nica prova apresentada contra ele foi um bilhete an�nimo datilografado, contendo uma frase obscena - para a �poca. Os jovens acusadores n�o foram considerados de todo confi�veis e possivelmente agiam movidos por vingan�a pessoal cuja origem n�o ficou clara.[44] Suas obras escritas tamb�m sofreram ataques. Algumas de suas pesquisas clarividentes resultaram em conclus�es obviamente err�neas, como por exemplo quando afirmou a exist�ncia de uma civiliza��o em Marte. Mas o pr�prio autor oferecia os seus livros neste campo como simples relat�rios de pesquisas individuais que, apesar do cuidado, podiam estar sujeitas a enganos, e que n�o constitu�am doutrina, mas sim sugest�es e est�mulo para pesquisas futuras por outros, que esperava serem mais completas, precisas e confi�veis, e que poderiam ou n�o corroborar as suas conclus�es.[45]

Outro grave momento disruptivo ocorreu com o fracasso da institui��o da Ordem da Estrela do Oriente, quando Krishnamurti desautorizou o movimento, lan�ado pelo antigo preceptor Leadbeater e secundado por Annie Besant, para torn�-lo o novo ve�culo do Instrutor do Mundo, e rompeu com a ST, declarando-se independente. Estes eventos, mais outras dissid�ncias internas, contribu�ram para o descr�dito da Teosofia e da Sociedade Teos�fica, especialmente ap�s a retirada de membros importantes como William Judge e George Mead.

A doutrina em si � encarada de v�rias formas depreciativas, considerando em suma que n�o oferece provas suficientes para suas alega��es, que conceitos b�sicos s�o interpretados de modo conflitante pelos v�rios autores, que tem uma psicologia duvidosa e se resume em um amontoado de supersti��es disseminadas por falsos m�sticos.[46]

O que se deve lembrar � que nunca os teosofistas se declararam infal�veis, perfeitos ou imunes a ilus�es e m�s-interpreta��es derivadas dos limites do entendimento humano. O pr�prio Mahatma K.H. disse a respeito de Blavatsky que " imperfeita como pode ser nossa agente vis�vel - e frequentemente ela � muito imperfeita e insatisfat�ria - ela � ainda assim o melhor de que dispomos no momento", mas ao mesmo tempo reiterava suas magn�ficas capacidades, sem paralelo para o trabalho que havia de ser feito.[47] Al�m disso todas as grandes filosofias e religi�es do mundo foram criticadas com base no mesmo tipo de argumentos, cabendo pois ao pesquisador tecer as suas pr�prias conclus�es e reger o seu comportamento baseado em sua experi�ncia pessoal, na an�lise imparcial das informa��es apresentadas e sobretudo no bom senso, um conselho reiteradamente expresso por todos os principais expoentes do movimento teos�fico, cujo mote � N�o h� Religi�o superior � Verdade.[48]

Notas

  1. Societies and organizations include, but are not limited to, the Theosophical Society, Adyar [1], the Theosophical Society, Pasadena [2], and the United Lodge of Theosophists [3]

Referências

  1. Huss, Boaz (2013). «Forward, to the East: Mapthali Herz Imber's Perception of Kabbalah». Journal of Modern Jewish Studies. 12 (3): 398. doi:10.1080/14725886.2013.826464 
  2. Wouter J, Hanegraaff (2013). Western Esotericism: A Guide for the Perplexed. Londres; Nova Iorque: Bloomsbury Academic. pp. 35, 99. ISBN 9781441146748. LCCN 2012019254. OCLC 777652932 
  3. Blavatsky 1888
  4. Melton 1990, xxv–xxvi
  5. a b c Godwin 1994, p. xii.
  6. Hanegraaff 2013, p. 130.
  7. a b Poller 2018, p. 77.
  8. Campbell 1980, pp. 27–28; Meade 1980, p. 151; Washington 1993, pp. 53–54; Goodrick-Clarke 2004, p. 7; Lachman 2012, pp. 130–31, 136.
  9. Santucci 2012, p. 232.
  10. Washington 55, p. 1993.
  11. a b Faivre 1994, p. 24.
  12. Partridge 2013, p. 325.
  13. Santucci 2012, p. 233.
  14. Santucci 2012, pp. 233–234.
  15. Lachman 2012, p. 137.
  16. Franklin 2018, p. 193.
  17. a b Campbell 1980, p. 196.
  18. Santucci 2012, p. 234.
  19. a b Dixon 2001, p. 4.
  20. Campbell 1980, pp. 72, 196.
  21. Hammer & Rothstein 2013, p. 2.
  22. Godwin 1994b, p. xix.
  23. Franklin 2018, pp. xiv, 192.
  24. Lowry 2019, p. 70.
  25. Hanegraaff 2013, pp. 130–31.
  26. Campbell 1980, p. 38.
  27. Dixon 2001, pp. 3, 5.
  28. Carlson 1993, p. 3.
  29. Dixon 2001, p. 8.
  30. Hanegraaff 2013, p. 131.
  31. Partridge 2004, pp. 90–91.
  32. Dixon 2001, pp. 3–4.
  33. Santucci 2006, p. 1114.
  34. Campbell 1980, p. 191.
  35. Johnson 1994, p. 1.
  36. K.H. The Mahatma Letters to A. P. Sinnett - Letter 8, de 20 de fevereiro de 1881. Theosophical University Press Edition [4]
  37. Citada por Heindel, Max. In Blavatsky and The Secret Doctrine
  38. Tufani, Maurício. A caixa-preta da Teosofia
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Ligações externas

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