Almada (família)
Bras�o de armas da fam�lia Almada | |
Origem | |
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Palavra/nome | desconhecida |
Almada � um apelido de fam�lia da onom�stica da l�ngua portuguesa.
Hist�rico
[editar | editar c�digo-fonte]Origem
[editar | editar c�digo-fonte]Ainda n�o est� bem averiguada a origem da primeira fam�lia Almada, onde as opini�es de genealogistas, historiadores e investigadores n�o s�o sempre convergentes.
O Pe. Fr. Manuel dos Anjos, na sua �Hist�ria Universal�, impressa em Coimbra em 1652, no cap�tulo intitulado �Apelidos das Fam�lias Ilustres deste Reino� diz: Almadas procedem duns Cavaleiros Ingleses, que se acharam na tomada de Lisboa.
Mas, o primeiro que parece referi-lo � Duarte Nunes de Le�o, em que na �Primeira Parte das Chronicas do Reis de Portugal� escreve que: Entre os fidalgos da armada (cruzados que tomaram parte na tomada de Lisboa), os que eram ingleses se contentaram com o sitio de Almada, que El rei lhes deu ... Destes se cr� que eram os fidalgos que especialmente se apelidar�o de Almada. E assim parece que os daquela fam�lia com alguma lembran�a de seus antepassados serem ingleses, quando sa�ram do rei em buscar honra pelas armas. ....
Depois Padre Ant�nio Carvalho da Costa, na sua �Corografia Portuguesa�, quando em 1708 se refere � povoa��o de Pombalinho, acrescenta: --- Almadas t�m a sua origem num cavaleiro ingl�s, mestre de campo de Guilherme Longa Espada, que veio de socorro a Lisboa, quando El-Rei D. Afonso Henriques a ganhou aos mouros (25 de Outubro de 1147) e este rei lhe fez merc� da Vila de Almada, que uns dizem que dele tomou o nome, por se chamar "ALMAD�O", outros que a dita vila deu o apelido.[1]
O mesmo autor e na mesma obra, p�gina 309 vol. 3�, quando se refere � Vila de Almada, confirma-o dizendo: Almada foi doada por D. Afonso Henriques em 1147. Chamaram-lhe primeiro Vimadel, que significa "povoa��o de todos". Depois se chamou Almada, por ser conquistada aos mouros por um cavaleiro deste apelido.[2]
Mesmo o documento da confirma��o do despacho de Sua Majestade D. Maria I, de 29 de Abril de 1793, existente no �Arquivo da Casa Almada�, em que D. Louren�o Jos� Boaventura de Almada � nomeado Conde de Almada, confirma essa hist�ria ao referir: que dever� usar do t�tulo da Vila de Almada, de que tem o apelido, em honra da mem�ria do Primeiro dos seus Av�s, que adoptou como Conquistador e Povoador, pelo Senhor Rei D. Afonso Henriques.
Refor�ando essa ideia, o artigo do jornal "A Opini�o" de 13 de Abril de 1906, assinado por F. N. de B., intitulado �D. Alvaro Vaz d'Almada, 1� Conde de Avranches, a sua Fam�lia�, diz o seguinte: Numa c�pia do "Nobili�rio" de Dami�o de Goes, citada pelos genealogistas que dizem ter sido acrescentada por Fr. Bartolomeu de Azevedo, em t�tulo de "Almadas" se escreve, que tiveram por progenitor um coronel ou mestre de campo da parte da gente que trazia na sua armada Guilherme Longa Espada, chamado Almad�o, ao qual El-Rei D. Afonso Henriques deu, para povoar, o s�tio onde hoje fica a Vila de Almada, nome corrupto de Almad�o.
Num artigo do jornal "A Na��o" de 13 de Dezembro de 1916, de Jo�o Franco Monteiro, sobre uma not�cia do �Conde de Almada (D. Miguel)�, l�-se: Almada de tempera rija, t�o rija como o montante de D. Liberche, cavaleiro ingl�s, que ajudou D. Afonso Henriques na tomada de Lisboa, e que foi tronco da Fam�lia Almada.
Na verdade Leit�o Manso de Lima, num manuscrito existente na Biblioteca Nacional, nota ainda a predilec��o que os primeiros Almadas tinham por Inglaterra, por onde viajavam e combateram, atribuindo-se � sua origem inglesa e o parentesco, que ent�o ainda existiria com fam�lias inglesas.
Mais cita��es se podiam indicar, mas s�o todas elas muito falhas de fundamento, a que se possa dar s�ria import�ncia.
Nobilita��o
[editar | editar c�digo-fonte]O olisip�grafo Jos� Sarmento de Matos, no segundo volume de �A Inven��o de Lisboa�, indo buscar uma investiga��o antiga abordada por alguns historiadores anteriores, apresenta toda uma teoria bastante consistente que a nobilita��o dos Almadas se deve por Ant�o Vasques de Almada e Jo�o Vasques de Almada serem primos direitos do rei D. Jo�o I de Portugal (ou seus coirm�os como era dito na �poca), por este ser filho de Teresa Louren�o. Da� estes aparecerem desde a primeiro hora ao lado dele, na arriscada empresa da conquista do Reino de Portugal e respetivo direito ao trono, como dois dos seus principais companheiros de armas. E refor�a essa ideia, referindo o facto de o pr�ncipe ser entregue � educa��o de Louren�o Martins da Pra�a por este ser seu av�, tal como o era dos dois referidos irm�os Almada. Mais acrescenta o facto de o pr�ncipe e futuro rei ter tido o seu grande apoio nos cidad�os de Lisboa por a fam�lia Martins, do seu tutor, ser a� numerosa e fazer parte da elite dessa cidade.[3]
Almadas
[editar | editar c�digo-fonte]Segundo o acima referido artigo do jornal "A Oposi��o" de 19 de Abril de 1906 intitulado �A Fam�lia do 1� Conde de Avranches - os ALMADAS� datado da Torre do Tombo e assinado por F. N. de B. acrescenta que: Al�m da Fam�lia dos Almadas, Condes de Avranches, houve em Portugal mais fam�lias deste apelido". Mais adiante diz "Julgamos ter dado, em r�pidos tra�os, not�cia do apelido Almada, de como vimos, diversas fam�lias usaram sem que, contudo, houvesse qualquer parentesco com a leg�tima fam�lia dos Almadas - que foram Condes de Avranches.
Para fechar este cap�tulo, transcrevo as palavras do autor do artigo do jornal "A Opini�o", igualmente acima indicado, que diz: O que n�o resta duvida � que a fam�lia dos Almadas, tornou-se bastante conhecida em todos os tempos, n�o precisando que se esclare�a a sua origem, pois que, bastam dois ou tr�s fidalgos que a ela pertenceram, para a tornarem ilustre sob todos os aspetos porque a queiram encarar.
E nesse aspeto surge-nos, logo no recuado s�culo XIV, de Joanne Annes de Almada como tronco de todos os hoje conhecidos com esse apelido e de seu neto Jo�o Vasques de Almada como nobilitado e armado cavaleiro. Seguindo-se de imediato, acumulando feitos e merc�s, os seus filhos Jo�o Vaz de Almada e principalmente Dom �lvaro Vaz de Almada (conde de Abranches).
Mais tarde, vemos o principal ramos dos Almadas a tomar posi��es miguelistas, no entanto Pinho Leal refere que eram "geralmente respeitados pelos homens de todas as opini�es pol�ticas pois n�o distinguiam nas suas afei��es os leg�timistas dos liberais, mas homens de bem, dos que os n�o o s�o".[4]
A origem comum dos Almadas Provedores da Casa da �ndia e dos Almadas-Avranches, embora exista antigas interliga��es familiares entre eles, nunca foi provada de forma convincente.
Bras�o d�Armas
[editar | editar c�digo-fonte]As armas dos Almadas, tal como dos Abranches, s�o:
- Em campo de ouro, uma banda de azul carregada de duas cruzes de ouro abertas e floreadas, vazias da banda, e nos vãos em contrabanda duas águias vermelhas armadas de negro,[5] membradas de ouro.
Timbre: uma das águias armada e membrada de ouro.[6]
No mesmo artigo referido acima do jornal "A Opinião" de 19 de abril de 1906, assinado F.N. de B., intitulado «A Família do 1º Conde de Avranches - Os Almadas», diz-se: Dentre os que partilham a opinião de que seria inglês o progenitor dos Almadas, há alguns, que para reforçarem essa ideia, vão encontrar a semelhança das armas desta família e dos Howard, representados pelos Duques de Norfolk, a prova do que afirmam, visto essas armas serem em campo vermelho com uma banda de ouro entre cruzes floreteadas de prata. O facto de a diferença das cores das duas armas e acrescentamento de peças, não obsta a que a família seja a mesma, pois desta forma, se destingiram antigamente as armas nos diferentes ramos da mesma casa.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Corografia portugueza, e descripçam topografica do famoso reyno de Portugal, por Antonio Carvalho da Costa, 1708, tomo segundo, pág. 59
- ↑ Há ainda outras opiniões dos que supõem antes ter sido o cavaleiro inglês que tirou o seu apelido do nome da vila, que se chamaria "ALL MADE", segundo uns e "ALMUADE" segundo outros, que significaria em árabe monte de ouro.
- ↑ A Invenção de Lisboa, As Vésperas, José Sarmento de Matos, Livro II, Temas e Debates, Janeiro de 2009, pág. 393 a 409
- ↑ Portugal antigo e moderno, por Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Pinho Leal, Volume 7, edição de Mattos Moreira, 1876, pág. 145
- ↑ Albano da Silveira Pinto, Resenha das famílias titulares Grandes de Portugal, Empreza Editora de Francisco Arthur da Silva, Lisboa, 1883., pág. 37.
- ↑ O Paço de Sintraː Desenhos de Sua Magestade A Rainha a Senhora Dona Amélia, Conde de Sabugosa, Imprensa Nacional, Lisboa, 1903, pág. 190
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Cristóvão Alão de Morais, «Pedatura Lusitana», Livraria Fernando Machado, Porto, Tomo 3.º volume 2.º.
- António Carvalho da Costa, «A Corografia Portugueza e Descripçam Topografica do Famoso Reyno de Portugal...», ano de 1708.
- Affonso de Dornellas, «Os Almadas na História de Portugal», revista "Independência, tomo II, Lisboa, 1942.
- Carlos Guilherme Riley, Da Origem Inglesa dos Almadas: Genealogia de uma Ficção Linhagística