Colégio

Um col�gio �, no seu sentido original, uma corpora��o constitu�da por membros de igual dignidade. Entre si, esses membros, designam-se "colegas". Etimologicamente, "col�gio" tem origem no latim "collegium", por sua vez derivado de "colligere", que significa "reunir".

O termo tem vindo a ser usado para designar v�rios tipos de corpora��es, incluindo algumas associa��es profissionais, bem como algumas institui��es de ensino, especialmente aquelas onde os alunos residem.

Hist�ria

Na Roma antiga, um col�gio (collegium) constitu�a uma corpora��o, composta por v�rios magistrados, conhecidos como "colegas". De acordo com o n�mero de colegas que inclu�a, o col�gio recebia a designa��o espec�fica de "duumvirato", "triunvirato", "quattuorviri", etc..

Na Idade M�dia, o termo "col�gio" passou a ser empregue para designar uma associa��o, uma corpora��o ou uma confraria que funcionava segundo um princ�pio colegial, ou seja um principio em que todos os seus membros eram iguais entre si e sujeitos �s mesmas regras. O seu chefe, como primus inter pares (o primeiro de entre os seus pares) era designado, conforme os casos, "prefeito" ou "principal". O termo foi especialmente aplicado a alguns estabelecimentos de ensino onde os alunos residiam e formavam uma corpora��o estudantil.

A partir do s�culo XII, como estabelecimentos de ensino, os col�gios tornaram-se nas institui��es complementares das universidades. Frequentemente, eram fundados por legados, pios ou por ordens religiosas. A sua miss�o era a de albergar os estudantes das universidades medievais, mas tamb�m de lhes ministrar um complemento de ensino ou um apoio pedag�gico, sobretudo �queles que estudassem nas faculdades de artes liberais. Alguns col�gios tornaram-se institui��es de ensino preparat�rio para o acesso a uma universidade, com carater�sticas muito semelhantes �s das atuais escolas de ensino secund�rio.

Hoje em dia, este termo continua a designar �rg�os que funcionam segundo um princ�pio colegial, como os col�gios eleitorais, o Col�gio dos Cardeais ou as colegiadas. Em espanhol, o termo colegio comumente se refere a associa��es profissionais, como colegio de ingenieros.

Na linguagem comum, sem uma precis�o particular, o termo "col�gio" refere-se geralmente a um estabelecimento de ensino. Nos pa�ses anglo-sax�nicos, o col�gio � normalmente uma institui��o de ensino superior, fazendo ou n�o parte de uma universidade e correspondendo aproximadamente a uma faculdade nos pa�ses de l�nguas latinas. Em outros pa�ses, o termo refere-se sobretudo a um tipo de escola de ensino secund�rio ou de m�dio. Ainda em outros, refere-se a uma escola que obedece a carater�sticas especiais, como a de ser privada, confessional ou de funcionar em regime de internato. Em muitos col�gios, o seu respons�vel continua a ter o tradicional t�tulo de "principal", abreviatura de "professor principal".

Col�gios por pa�ses

B�lgica

Na B�lgica, um col�gio (coll�ge) � um tipo de escola cat�lica de ensino secund�rio, para crian�as a partir dos 11 ou 12 anos de idade. No passado, os col�gios destinavam-se apenas a rapazes, sendo que os correspondentes femininos se designavam "institutos". As escolas p�blicas equivalentes eram designadas "ateneus" quando masculinas e "liceus" quando femininas. A partir de 1981, todas aquelas escolas se tornaram obrigatoriamente de frequ�ncia mista.

Brasil

No Brasil, institui��es de ensino que s�o nomeadas como col�gio costumam ter pelo menos o ensino m�dio (se houver apenas o ensino fundamental denomina-se escola), ao contr�rio do conceito angl�fono da palavra college, que corresponde � faculdade (ensino superior). Em algumas regi�es do Brasil, entretanto, h� institui��es denominadas escolas que possuem apenas o ensino m�dio, mas s�o raras.

Observa��o: A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educa��o em nenhum momento refere-se ao termo "col�gio" e sim escolas de ensino fundamental e m�dio.

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, o termo "col�gio" (college) � utilizado na linguagem corrente como designa��o gen�rica do ensino superior, mais precisamente dos estudos de gradua��o (undergraduate studies) por oposi��o aos de p�s-gradua��o (graduate studies).

O termo tamb�m � empregue especificamente para designar estabelecimentos de v�rios tipos, como:

col�gios comunit�rios (community colleges) ou col�gios j�nior (junior colleges), que constituem escolas de �mbito local onde s�o realizados cursos superiores de curta dura��o;
col�gios de artes liberais (liberal arts colleges) ou col�gios de gradua��o (undergraduate colleges), que constituem os departamentos de algumas universidades onde s�o realizados os seus cursos de gradua��o;
faculdades especializadas numa �rea do conhecimento (engenharia, enfermagem, etc.) de algumas universidades;
estabelecimentos residenciais dos alunos de uma universidade, onde tamb�m lhes pode ser dado apoio acad�mico e pedag�gico;
institui��es ou corpora��es profissionais, especialmente no ramo da medicina, como s�o o caso do Col�gio Americano dos Cirurgi�es (American College of Surgeons) ou do Col�gio Americano da Medicina Interna (American College of Internal Medicine).

Fran�a

Na Fran�a, o col�gio (coll�ge) � o estabelecimento de ensino p�blico ou privado - de n�vel intermedi�rio entre o da escola prim�ria e o do liceu - onde � realizado o ensino secund�rio, normalmente por jovens com idades compreendidas entre os 11 e os 15 anos. Por extens�o, o n�vel de ensino realizado nos col�gios tamb�m � designado ele pr�prio "col�gio". Os anos escolares realizados no col�gio s�o designados sexto, quinto, quarto e terceiro, sendo frequentados por esta ordem. Desde 1975, a frequ�ncia do col�gio � obrigat�ria, existindo um �nico programa de ensino para todo o pa�s, que inclui as disciplinas de franc�s, matem�tica, hist�ria, geografia, f�sica, qu�mica, ci�ncias da natureza, segunda l�ngua, desporto, arte e m�sica, cada uma com entre 2 e 4,5 horas semanais de aulas. Sendo o programa comum para todos, � suposto que todos os cidad�os acabem o col�gio - e consequentemente, o ensino obrigat�rio - com a mesma base de conhecimentos escolares, s� escolhendo uma modalidade espec�fica de ensino j� no liceu

Al�m dos col�gios de ensino secund�rio, tamb�m existe o Col�gio de Fran�a, que � um grande estabelecimento de ensino superior e de investiga��o, sediado em Paris. Fundado em 1530, hoje em dia � sobretudo vocacionado para a investiga��o.

Portugal

At� ao s�culo XIX, em Portugal, um col�gio era um estabelecimento de ensino secund�rio ou pr�-universit�rio - normalmente religioso ou ocasionalmente p�blico - onde os alunos viviam normalmente em regime de internato. A maioria deles, seguia o modelo do Real Col�gio das Artes e Humanidades, fundado em Coimbra pelo Rei D. Jo�o III, em 1542.

Hoje em dia, o termo "col�gio" � aplicado sobretudo aos estabelecimentos escolares particulares, de ensino b�sico ou secund�rio. Os col�gios que funcionam em regime de externato s�o tamb�m genericamente referidos como "externatos", enquanto que aqueles que funcionam em regime de internato s�o referidos como "col�gios internos".

O termo tamb�m � aplicado a alguns estabelecimentos especiais de ensino p�blico, normalmente funcionando em regime de internato, como s�o os casos do Col�gio Militar ou dos col�gios da Casa Pia de Lisboa.

Fora do �mbito do ensino, um col�gio constitui tamb�m a corpora��o que re�ne os profissionais de uma determinada especialidade, dentro de uma ordem ou associa��o profissional, como s�o os casos do Col�gio de Engenharia Mec�nica da Ordem dos Engenheiros ou do Col�gio da Especialidade de Cardiologia da Ordem dos M�dicos.

Reino Unido, Commonwealth e Irlanda

No Reino Unido, em outros pa�ses da Commonwealth e na Irlanda, o termo "col�gio" (college) � utilizado para designar um amplo n�mero de estabelecimentos de ensino, que incluem desde os de ensino secund�rio aos de ensino universit�rio. Entre outros, col�gio pode referir-se a:

um estabelecimento de ensino p�s-secund�rio, de car�ter vocacional;
certas escolas privadas (public schools ou independent schools), que usam o termo no seu nome, como s�o os casos dos famosos Col�gio de Eton e Col�gio de Winchester;
certas associa��es profissionais, como � o caso do Real Col�gio dos Cirurgi�es (Royal College of Surgeons) ou do Real Col�gio de Enfermagem (Royal College of Nursing);
col�gios universit�rios, que constituem estabelecimentos de ensino superior que concedem os seus pr�prios diplomas, mas que n�o possuem o estatuto de universidade;
o College of Justice (Col�gio de Justi�a), que re�ne os tribunais superiores da Esc�cia e as corpora��es associadas como as dos advogados e dos solicitadores;
institui��es independentes associadas a uma universidade, mantendo o modelo dos antigos col�gios medievais, como os das universidades de Oxford e de Cambridge.

Os col�gios das universidades de Oxford e de Cambridge constituem institui��es independentes, constituintes daquelas universidades, que se encarregam do ensino e da prepara��o dos estudantes, bem como da sua vida estudantil em geral. A universidade em si, n�o se encarrega mais do que da administra��o e da realiza��o dos exames. As universidades de Durham e de Iorque tamb�m mant�m um sistema de col�gios, mas estes funcionam apenas como resid�ncias universit�rias.

Su��a

Em alguns cant�es da Su��a, o col�gio � a escola de maturidade, ou seja a escola secund�ria p�s-obrigat�ria. Onde existe, o col�gio corresponde ao gin�sio ou ao liceu de outros cant�es su��os.

Ver tamb�m

Referências