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Commodity

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 Nota: Não confundir com Bem (economia), nem com Mercadoria, nem com Produto (marketing).

Em economia, comódite ou mercadoria (do inglês "commodity", /kəˈmɒdɪti/: "mercadoria"; do português "comodidades")[1][2][3][4] é um termo que corresponde a produtos básicos globais não industrializados,[5] ou seja, matérias-primas que não se diferem independentemente de quem as produziu ou de sua origem,[5] sendo seu preço uniformemente determinado pela oferta e procura internacional.[3][6]

Originalmente, o termo proveniente de Portugal, quando nos séculos XV dominava as navegações e comercio fluvial, transportavam produtos naturais (não industrializados) chamados de “comodidades”.[1] Que posteriormente foi adaptado para commodity (plural "commodities", que em português significa "mercadoria")[3][6] quando a Inglaterra conquistaram o domínio dos mares.[1] Com o avanço da economia, passou a ser utilizado nas transações comerciais de produtos de origem primária na bolsa de valores.[5]

O termo é usado sobretudo com referência aos produtos de base em estado bruto (matérias-primas) ou com pequeno grau de industrialização, de qualidade quase uniforme, produzidos em grandes quantidades e por diferentes produtores. Estes produtos "in natura", cultivados ou de extração mineral, podem ser estocados por determinado período sem perda significativa de qualidade, dependendo de sua conservação. Possuem cotação e negociabilidade globais, utilizando bolsas de mercadorias.

Minério de ferro é uma comódite.

As commodities[4][6] s�o usadas na compra e venda de mercadorias fung�veis, como por exemplo o petr�leo, a resma de papel, leite, cobre e outros tipos de metais, madeira (derivada de desmatamento ou n�o) e plantas (para usos medicinais).

Outros exemplos:

  • O pre�o do cobre � universal. As flutua��es de pre�o di�rias s�o baseadas na oferta e na procura global.
  • J� num sistema de som, existe uma diferencia��o de produto em muitos aspectos, tais como a marca, a interface do utilizador, a qualidade aparente etc. Desta forma, quanto maior foi o seu valor aparente, maior ser� o seu pre�o.
Carne de vaca

Uma das caracter�sticas das commodities � que o seu pre�o � determinado como uma fun��o do seu mercado no todo. As mercadorias f�sicas s�o ativamente transacionadas no mercado � vista (spot market) e no mercado de derivativos. Em geral, s�o mat�rias-primas e produtos agr�colas tais como min�rio de ferro, petr�leo, carv�o, sal, a��car, caf�, soja, alum�nio, cobre, arroz, trigo, ouro, prata, pal�dio e platina. Mercadorias agr�colas (soft commodities) s�o bens que s�o cultivados, enquanto que a mercadorias pesadas (hard commodities) s�o bens que s�o extra�dos ou minerados.

O que torna os produtos de base muito importantes na economia � o fato de que possuem cota��o e "negociabilidade" globais; portanto, as oscila��es nas cota��es destes produtos de base t�m impacto significativo nos fluxos financeiros mundiais, podendo causar perdas a agentes econ�micos e at� mesmo a pa�ses. O mercado de derivativos surgiu como uma prote��o aos agentes econ�micos contra perdas provocadas pela volatilidade nas cota��es dos produtos de base.

Existe tamb�m uma outra classe de commodities energ�ticas que incluem a eletricidade, o g�s, o carv�o e o petr�leo.

A eletricidade tem a caracter�stica particular de geralmente n�o ser armazen�vel com economicidade, pelo que tem de ser consumida de imediato ap�s sua gera��o.

Gr�os de soja

A passagem � qualidade de commodities (comoditiza��o) ocorre quando o mercado de bens ou servi�os deixa de fazer a diferencia��o de produto na sua base de fornecimento, na maioria das vezes por causa do desaparecimento do �nus do capital intelectual (patentes etc.) que era necess�rio para o adquirir ou produzir de forma eficaz. Assim, produtos transformam-se em mercadorias quando o seu pre�o base deixa de ser onerado com a aplica��o de um pr�mio (premium) para os detentores desse capital, como no caso dos medicamentos gen�ricos da ind�stria farmac�utica ou dos circuitos integrados (chips).

Observa��es

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Transac��o de commodities

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Ver artigo principal: Mercado de Futuros

As commodities s�o bens de qualidade uniforme produzidas em grandes quantidades sendo que as produ��es de cada um s�o equivalentes (o petr�leo da Aramco � igual ao da Exxon, por exemplo). Num mercado de commodities, � a padroniza��o subjacente definida pelo contrato que a define como uma mercadoria e n�o a qualidade inerente � produ��o de um produtor espec�fico.

O mercado portugu�s

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Dado Portugal n�o ser um produtor diversificado � escala global, n�o existe um mercado de commodities e o mercado de futuros � semelhan�a dos existentes em alguns pa�ses europeus e no continente americano.

Os mercados de mercadorias (commodities exchange) mundiais incluem:

Os mercados para a transac��o de mercadorias podem ser muito eficientes, em particular se a divis�o em grupos corresponder aos segmentos da procura. Estes mercados responder�o rapidamente �s mudan�as na oferta e na procura para encontrar um equil�brio de mercado entre o pre�o e a quantidade. Para al�m disso, os investidores podem obter uma exposi��o passiva aos mercados de mercadorias atrav�s de �ndices de pre�os de mercadorias (commodity price index).

Superciclo de commodities

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Um superciclo de commodities � um per�odo de uma d�cada em que as commodities s�o comercializadas acima dos pre�os comuns, sendo um fen�meno raro.[7]

O �ltimo superciclo foi na d�cada de 2000, devido � industrializa��o e moderniza��o chinesa que manteve os pre�os altos at� 2014,[8] e � poss�vel, mas improv�vel,[Nota 1] que aconteça outro superciclo na década de 2020 devido à pandemia de COVID-19,[10] no entanto, o aumento do preço das commodities em 2021 pode não ser o começo de um superciclo mas apenas uma recuperação econômica por causa das perdas causadas pela pandemia.[11]

Notas

  1. É esperado que apenas o preço do cobre continue acima do comum por causa do aumento da procura por tecnologias renováveis, às quais o cobre está associado[9]

Referências

  1. a b c Mattoso, Sylvio de Queirós. «Vocabulário de uma língua: Comódites ou Commodity?». Bahia Econômica. Consultado em 30 de dezembro de 2015. Arquivado do original em 23 de abril de 2016 
  2. Dicionário escolar da língua portuguesa/Academia Brasileira de Letras. 2ª edição. São Paulo. Companhia Editora Nacional. 2008. p. 327.
  3. a b c «comódite - Significado no Dicionário Rápido». www.nossalinguaportuguesa.com.br. Consultado em 30 de dezembro de 2015 
  4. a b «Aportuguesamentos - em www.DicionárioeGramática.com». DicionarioeGramatica.com. Consultado em 30 de dezembro de 2015 
  5. a b c «Commodities: o que são e quais seus principais tipos». Nubank. Dicionário Financeiro. 20 de abril de 2020. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  6. a b c «As infinitas possibilidades de diferenciar uma comódite». tiagosoares.com.br. Consultado em 30 de dezembro de 2015 
  7. Spilker, Gregor (22 de março de 2021). «Are We Witnessing the Start of a New Commodities Supercycle?». Institutional Investor. Consultado em 18 de julho de 2021. Cópia arquivada em 22 de março de 2021 
  8. Bullard, Nathaniel (18 de março de 2021). «Is the world on the verge of a new commodities supercycle?». Aljazeera. Consultado em 18 de julho de 2021. Cópia arquivada em 21 de março de 2021 
  9. Hume, Neil; Sanderson, Henry (8 de junho de 2021). «Copper boom: how clean energy is driving a commodities supercycle». Financial Times. Consultado em 18 de julho de 2021. Cópia arquivada em 8 de junho de 2021 
  10. Brown, Randy (13 de abril de 2021). «Are We About To Enter A Commodity Supercycle?». Forbes. Consultado em 18 de julho de 2021. Cópia arquivada em 8 de maio de 2021 
  11. Hume, Neil; Terazono, Emiko (12 de maio de 2021). «Markets weigh prospect of new commodities supercycle». Financial Times. Consultado em 18 de julho de 2021. Cópia arquivada em 12 de maio de 2021 

Ligações externas

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