Saltar para o conteúdo

Cultura de Noque

Origem: Wikip�dia, a enciclop�dia livre.

Cultura de Noque[1] (Nok) � uma cultura que se desenvolveu na regi�o onde hoje se encontra a Nig�ria aproximadamente entre 1 500 a.C. e 300 d.C.[2]

O estilo art�stico noque � uma prova importante das tradi��es culturais pr�-coloniais da �frica Ocidental e tamb�m dos antecedentes de uma habilidade posterior: as cabe�as humanas de lat�o e terracota realizadas em If� e Benim muitos s�culos depois.

Difus�o da cultura Noque na �frica

Os noques eram um povo n�made de ca�adores e guerreiros que se estabeleceram no s�culo XV a.C. na bacia do N�ger, hoje Nig�ria. Sua civiliza��o floresceu at� o s�culo II d.C. Alguns estudiosos pensam que eles come�aram a pr�tica da siderurgia na segunda metade do primeiro mil�nio a.C., o primeiro em toda �frica subsariana[3]. N�o est� claro como essa civiliza��o chegou ao fim: muito poucos artefatos e nenhum registro escrito sobre eles. Os principais trabalhos das esculturas noques, que chegaram at� n�s s�o de terracota, em particular uma cabe�a muito estilizada provavelmente representam seus DEI com base nestes resultados, a civiliza��o Noque � chamada cultura das estatuetas de Noque.

Noque � o nome de uma pequena aldeia de minera��o no centro da Nig�ria, onde em 1928 as primeiras evid�ncias dessa cultura foram encontradas[4]. Como n�o h� prova escrita recebida, o nome original dessa civiliza��o permanece desconhecida.

Artefatos hist�ricos

[editar | editar c�digo-fonte]

Embora os eventos hist�ricos que acompanharam a cultura Noque s�o completamente desconhecidos, a pouca evid�ncia que nos resta s�o de consider�vel import�ncia para a hist�ria da �frica. As provas de sua produ��o de artefatos de cer�mica e ferro s�o uma fonte de acalorado debate entre os estudiosos.

Figura em terracota (s�culo VI a.C.)
Terracota retratando cavalo e cavaleiro

O testemunho da cultura mais importante e caracterizante de esculturas noques encontrados s�o relativamente numerosos. A �rea da descoberta dessas esculturas � uma por��o relativamente grande do noroeste da Nig�ria, no entanto, quase certamente esta propaga��o n�o representa a verdadeira extens�o da �rea ocupada pelo povo noque, que pode ser inferior[5]. Na verdade, as esculturas noques foram reutilizadas ap�s o desaparecimento de seus criadores, at� recentemente, pelo povo da regi�o, como um objeto de culto em santu�rios[5]; � prov�vel que as mais recentes artes pl�sticas, do Reino de Benim e If� tenha sido influenciada. As esculturas em quest�o, ta�as s�o decoradas com padr�es geom�tricos[6] e simples figuras representando v�rios assuntos, em particular, os chefes de tamanho natural, cujo prop�sito original � desconhecido, talvez votivo ou vinculados ao culto dos mortos. A maioria das ta�as e estatuetas foram encontradas incompletas ou reduzidas a fragmentos[5].

Da fabrica��o de ferro

[editar | editar c�digo-fonte]

A descoberta do que parece ser fornos para derreter ferro, em dois antigos s�tios noques, tem alimentado muito debate na comunidade científica sobre as verdadeiras origens da indústria siderúrgica africana[7]. A cronologia exata da adoção de ferro é crucial na história africana, em relação à expansão dos bantos. Parece que os noques começaram a derreter ferro no contexto do seu negócio de cozinhar a argila em torno de 500 a.C., apesar de mais provas concretas desta atividade siderúrgica de cerca de 350 a.C. aproximadamente. Existem duas principais escolas de pensamento sobre a forma como esta técnica teve origem na África: o difusionista e um autóctone, tanto que se originou no início dos anos 50, logo após a descoberta de fornos antigos na bacia do Níger.

Referências

  1. Indústria e Desenvolvimento. São Paulo: Centro das Indústrias do Estado de São Paulo; Federação das Indústria do Estado de São Paulo. 1975. p. 43 
  2. Breunig, Peter. 2014. Nok: African Sculpture in Archaeological Context: p. 21.
  3. Edwin E. Okafor. "New Evidence on early iron-smelting from southeastern Nigeria". Da: AA.VV. "The Archaeology of Africa: Food, Metals and Towns". Routledge, 1995. ISBN 978-0-415-11585-8
  4. Enciclopedia Britannica, Nok culture.
  5. a b c Angela Fagg. "Thoughts on Nok". Da: "African Arts", vol. 27, n. 3, pag. 79-83. UCLA James S. Coleman African Studies Center, 1994.
  6. Bernard Fagg. "Nok Pottery ". Da: "The South African Archaeological Bulletin", vol. 22, n. 85 , pag. 34-35. South African Archaeological Society, 1967.
  7. Hamo Sassoon. "Early sources of Iron in Africa". Da: "The South African Archaeological Bulletin", vol. 18, n. 72 , pag. 176-180. South African Archaeological Society, 1963.
  • Breunig, P. & Rupp, N. (2006). Nichts als Kunst. Archäologische Forschungen zur früheisenzeitlichen Nok-Kultur in Zentral-Nigeria. Forschung Frankfurt 2-3, 73-76.
  • Boullier, C.; A. Person; J.-F. Saliège & J. Polet (2001). Bilan chronologique de la culture Nok et nouvelle datations sur des sculptures. Afrique: Archéologie & Arts 2, 9-28.
  • Fagg, A. (1972). A preliminary report on an occupation site in the Nok valley, Nigeria: Samun Dukiya, AF/70/1. West African Journal of Archaeology 2, 75-79.
  • Fagg, B. (1959). The Nok Culture in prehistory. Journal of the Historical Society of Nigeria 1 (4), 288-293.
  • Fagg, B. (1968). The Nok Culture: Excavations at Taruga. The West African Archaeological Newsletter 10, 27-30.
  • Fagg, B. (1969). Recent work in West Africa: new light on the Nok Culture. World Archaeology 1 (1), 41-50.
  • Fagg, B., (1990): Nok terracottas. Lagos: National Commission for Museums and Monuments.
  • Gómez-Tabanera, José-Manuel (1988). Las culturas africanas. Historias del Viejo Mundo (Antonio Blanco Freijeiro, coord.). [S.l.: s.n.] pp. 79–81. ISBN 84-7679-101-1 
  • Jemkur, J. (1992). Aspects of the Nok Culture. Zaria.
  • Rupp, N.; Ameje, J.; Breunig, P. (2005). New studies on the Nok Culture of Central Nigeria. Journal of African Archaeology 3, 2: 283-290.
  • Tylecote, R. (1975a). The origin of iron smelting in Africa. Westafrican Journal of Archaeology. 5, 1-9.
  • Tylecote, R. (1975b). Iron smelting at Taruga, Nigeria. Journal of Historical Metallurgy 9 (2), 49-56.