Saltar para o conteúdo

Força de maré

Origem: Wikip�dia, a enciclop�dia livre.
Cometa Shoemaker-Levy 9 em 1994, partido em v�rios peda�os devido � influ�ncia as for�as de mar� durante uma passagem pr�xima de J�piter em 1992, devido � partes do cometa terem experienciado maior for�a gravitacional que outras, partindo-na.
Campo de mar�.

A for�a de mar� � um efeito secund�rio da for�a da gravidade, e � respons�vel pelas mar�s. Ela surge porque a acelera��o gravitacional experimentada por uma grande massa n�o � constante em todo o seu di�metro. Um dos lados do corpo tem uma maior acelera��o do que o seu centro de massa, e do outro lado do corpo tem menor acelera��o.

Um exemplo � o Cometa Shoemaker-Levy 9, que desintegrou-se sob a influ�ncia das for�as de mar� de J�piter. O cometa foi caindo, e as partes do cometa perto de J�piter ca�ram com uma maior acelera��o devido � maior for�a gravitacional. Do ponto de vista de um observador no cometa, pareceria que as partes da frente se separaram para frente, enquanto as partes de tr�s caminharam em dire��o contr�ria. Na verdade, por�m, todas as partes do cometa foram aceleradas em dire��o a J�piter, mas a diferentes taxas.

Em mec�nica celestial, a express�o "for�a de mar�" pode referir-se � situa��o onde um corpo ou material (por exemplo, �gua nos oceanos ou a Lua) est� sob influ�ncia gravitacional de um segundo corpo (a Terra), mas tamb�m � afetada pelos efeitos gravitacionais de um terceiro corpo (a Lua no caso da �gua, ou do Sol no caso da Lua). O dist�rbio causado pelo terceiro corpo � chamado por vezes de "for�as de mar�".[1]

Efeitos das for�as de mar�

[editar | editar c�digo-fonte]

No caso de uma esfera el�stica (fluida), o efeito de uma for�a de mar� � distorcer a forma do corpo, sem qualquer altera��o em termos de volume. A esfera torna-se um elips�ide com dois bulbos, apontando na dire��o, e em dire��o oposta ao outro corpo. Isso � essencialmente o que acontece com os oceanos da Terra. Os oceanos da Terra s�o submetidos �s for�as de mar� geradas por dois corpos principais: o Sol e a Lua. A preamar e baixa-mar s�o mais intensas na Lua nova e Lua cheia, nos quartos crescentes e minguantes as mar�s oce�nicas s�o menos intensas.

As for�as de mar� contribuem para as correntes oce�nicas, as quais equilibram a temperatura global transportando energia t�rmica para os p�los. Tem-se comentado que, al�m das varia��es da energia solar associadas com for�as orbitais, varia��es nas modula��es harm�nicas de for�as de mar� podem contribuir tamb�m para mudan�as clim�ticas.

For�as de mar� tamb�m s�o respons�veis pelo acoplamento de mar� e pela acelera��o de mar�s.

Astrof�sica

[editar | editar c�digo-fonte]

Quando um corpo gira sujeito a for�as de mar�, o atrito interno gerado pode ocasionar um decr�scimo na velocidade de rota��o . As for�as de mar� tamb�m podem influir no per�odo de transla��o de um sat�lite em torno do corpo principal. A Lua afasta-se da Terra numa razão aproximada de 3 cm por ano através do balanço de energia gerada pelas forças de maré; da mesma forma a velocidade de rotação da Terra diminui pelas forças de maré geradas pelo Sol e pela Lua numa razão de 0,002 s por século. Se um corpo está perto o suficiente de seu parceiro, isso pode resultar em uma rotação que é ajustada para o movimento orbital, como no caso da Terra e da Lua. Os efeitos das forças de maré são intensos sobre satélites próximos, pois além da lua terrestre, os dois satélites de Marte, Fobos e Deimos além de cinco luas de Júpiter, nove luas de Urano, a lua Tritão de Netuno, e a lua Caronte de Plutão têm rotação sincronizada com o período de translação ao redor do astro.[2]

As forças de maré podem ocasionar efeitos dramáticos, tal como verifica-se nos eventos vulcânicos em Io, lua de Júpiter. Nesse caso, Io possui rotação sincronizada com Júpiter, mas os efeitos de maré geradas pela interação de Io, Júpiter, e as luas próximas Europa e Ganímedes permitem a geração de um intenso vulcanismo, que é atribuído à energia gerada através das forças de maré desse sistema de quatro corpos.

Os efeitos de marés tornam-se particularmente proeminentes perto de pequenos corpos bem massivos, como buracos negros ou estrelas de nêutrons, onde são responsáveis pela espaguetificação da matéria em queda.

Referências

  1. Ver "On the tidal force", I N Avsiuk, in "Soviet Astronomy Letters", vol.3 (1977), pp.96-99
  2. Kepler de Souza Oliveira Filho e Maria de Fátima Oliveira Saraiva (6 set 2006). «A rotação Sincronizada da Lua». Consultado em 15 de abril de 2008