Força de maré
A for�a de mar� � um efeito secund�rio da for�a da gravidade, e � respons�vel pelas mar�s. Ela surge porque a acelera��o gravitacional experimentada por uma grande massa n�o � constante em todo o seu di�metro. Um dos lados do corpo tem uma maior acelera��o do que o seu centro de massa, e do outro lado do corpo tem menor acelera��o.
Um exemplo � o Cometa Shoemaker-Levy 9, que desintegrou-se sob a influ�ncia das for�as de mar� de J�piter. O cometa foi caindo, e as partes do cometa perto de J�piter ca�ram com uma maior acelera��o devido � maior for�a gravitacional. Do ponto de vista de um observador no cometa, pareceria que as partes da frente se separaram para frente, enquanto as partes de tr�s caminharam em dire��o contr�ria. Na verdade, por�m, todas as partes do cometa foram aceleradas em dire��o a J�piter, mas a diferentes taxas.
Em mec�nica celestial, a express�o "for�a de mar�" pode referir-se � situa��o onde um corpo ou material (por exemplo, �gua nos oceanos ou a Lua) est� sob influ�ncia gravitacional de um segundo corpo (a Terra), mas tamb�m � afetada pelos efeitos gravitacionais de um terceiro corpo (a Lua no caso da �gua, ou do Sol no caso da Lua). O dist�rbio causado pelo terceiro corpo � chamado por vezes de "for�as de mar�".[1]
Efeitos das for�as de mar�
[editar | editar c�digo-fonte]Oceanografia
[editar | editar c�digo-fonte]No caso de uma esfera el�stica (fluida), o efeito de uma for�a de mar� � distorcer a forma do corpo, sem qualquer altera��o em termos de volume. A esfera torna-se um elips�ide com dois bulbos, apontando na dire��o, e em dire��o oposta ao outro corpo. Isso � essencialmente o que acontece com os oceanos da Terra. Os oceanos da Terra s�o submetidos �s for�as de mar� geradas por dois corpos principais: o Sol e a Lua. A preamar e baixa-mar s�o mais intensas na Lua nova e Lua cheia, nos quartos crescentes e minguantes as mar�s oce�nicas s�o menos intensas.
As for�as de mar� contribuem para as correntes oce�nicas, as quais equilibram a temperatura global transportando energia t�rmica para os p�los. Tem-se comentado que, al�m das varia��es da energia solar associadas com for�as orbitais, varia��es nas modula��es harm�nicas de for�as de mar� podem contribuir tamb�m para mudan�as clim�ticas.
For�as de mar� tamb�m s�o respons�veis pelo acoplamento de mar� e pela acelera��o de mar�s.
Astrof�sica
[editar | editar c�digo-fonte]Quando um corpo gira sujeito a for�as de mar�, o atrito interno gerado pode ocasionar um decr�scimo na velocidade de rota��o . As for�as de mar� tamb�m podem influir no per�odo de transla��o de um sat�lite em torno do corpo principal. A Lua afasta-se da Terra numa razão aproximada de 3 cm por ano através do balanço de energia gerada pelas forças de maré; da mesma forma a velocidade de rotação da Terra diminui pelas forças de maré geradas pelo Sol e pela Lua numa razão de 0,002 s por século. Se um corpo está perto o suficiente de seu parceiro, isso pode resultar em uma rotação que é ajustada para o movimento orbital, como no caso da Terra e da Lua. Os efeitos das forças de maré são intensos sobre satélites próximos, pois além da lua terrestre, os dois satélites de Marte, Fobos e Deimos além de cinco luas de Júpiter, nove luas de Urano, a lua Tritão de Netuno, e a lua Caronte de Plutão têm rotação sincronizada com o período de translação ao redor do astro.[2]
As forças de maré podem ocasionar efeitos dramáticos, tal como verifica-se nos eventos vulcânicos em Io, lua de Júpiter. Nesse caso, Io possui rotação sincronizada com Júpiter, mas os efeitos de maré geradas pela interação de Io, Júpiter, e as luas próximas Europa e Ganímedes permitem a geração de um intenso vulcanismo, que é atribuído à energia gerada através das forças de maré desse sistema de quatro corpos.
Os efeitos de marés tornam-se particularmente proeminentes perto de pequenos corpos bem massivos, como buracos negros ou estrelas de nêutrons, onde são responsáveis pela espaguetificação da matéria em queda.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Ver "On the tidal force", I N Avsiuk, in "Soviet Astronomy Letters", vol.3 (1977), pp.96-99
- ↑ Kepler de Souza Oliveira Filho e Maria de Fátima Oliveira Saraiva (6 set 2006). «A rotação Sincronizada da Lua». Consultado em 15 de abril de 2008