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Foreign Affairs

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 Nota: Este artigo � sobre a revista. Para �lbum de Tom Waits, veja Foreign Affairs (�lbum).
Foreign Affairs
Foreign Affairs
Capa de novembro/dezembro de 2016 da Foreign Affairs
Editor Gideon Rose
Categoria Rela��es internacionais
Frequ�ncia Bimensal
Editora Council on Foreign Relations
Fundador(a) Victor Civita
Funda��o 15 de outubro de 1922 (102 anos)
Primeira edi��o 1922
Pa�s Estados Unidos
Baseada em S�o Paulo, SP
Idioma ingl�s
ISSN 0015-7120
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Foreign Affairs � uma revista estadunidense de rela��es internacionais e pol�tica externa publicada pelo Conselho de Rela��es Exteriores, uma organiza��o sem fins lucrativos e apartid�ria, que funciona como uma think tank especializada em assuntos internacionais.[1] Fundada em 15 de setembro de 1922, a revista impressa � editada atualmente a cada dois meses, enquanto o site publica artigos di�rios e antologias mensais.

A Foreign Affairs � considerada uma das revistas de pol�tica externa mais influentes dos Estados Unidos. Ao longo de sua longa hist�ria, a revista publicou uma s�rie de artigos seminais, incluindo o "Artigo X" de George Kennan, publicado em 1947, e "The Clash of Civilizations" de Samuel P. Huntington, publicado em 1993.[2][3]

Acad�micos, funcion�rios p�blicos e l�deres pol�ticos importantes aparecem regularmente nas p�ginas da revista. Autores recentes de rela��es exteriores incluem Robert O. Keohane, Hillary Clinton, Donald H. Rumsfeld, Ashton Carter, Colin L. Powell, Francis Fukuyama, David Petraeus, Zbigniew Brzezinski, John J. Mearsheimer, Stanley McChrystal, Christopher R. Hill e Joseph Nye.[4]

O Conselho de Rela��es Exteriores, fundado no ver�o de 1921, contava principalmente com diplomatas, financistas, acad�micos e advogados entre seus membros. Seu estatuto de funda��o declarava que seu prop�sito deveria ser "proporcionar uma confer�ncia cont�nua sobre quest�es internacionais que afetam os Estados Unidos, reunindo especialistas em pol�tica, finan�as, ind�stria, educa��o e ci�ncia."[5][6] Em seu primeiro ano, o Conselho se engajou principalmente em discursos por meio de reuni�es e pequenos grupos de discuss�o; no entanto, acabou decidindo buscar um p�blico mais amplo e come�ou a publicar Foreign Affairs em 15 de setembro de 1922 a cada trimestre.[5][7]

O Conselho nomeou o professor Archibald Cary Coolidge, da Universidade Harvard, como o primeiro editor da revista. Como Coolidge n�o estava disposto a se mudar de Boston para Nova York, Hamilton Fish Armstrong, um ex-aluno da Universidade de Princeton e correspondente europeu do New York Evening Post, foi nomeado editor administrativo e trabalhou em Nova York, lidando com a mec�nica do dia a dia da publica��o da revista. Armstrong escolheu a distinta cor azul claro para a capa da revista, enquanto suas irm�s, Margaret e Helen, desenharam o logotipo e as letras, respectivamente.[8]

Foreign Affairs � uma publica��o sucessora do Journal of International Relations (que funcionou de 1910 a 1922), que por sua vez foi um sucessor do Journal of Race Development (que foi publicado de 1911 a 1919).[9]

O artigo principal da primeira edi��o da Foreign Affairs foi escrito pelo ex-secret�rio de Estado sob a administra��o de Theodore Roosevelt, Elihu Root. O artigo argumentava que os Estados Unidos haviam se tornado uma pot�ncia mundial e que, como tal, a popula��o em geral precisava ser mais bem informada sobre os assuntos internacionais. John Foster Dulles, ent�o um especialista financeiro vinculado � Comiss�o Americana para Negociar a Paz, que mais tarde se tornaria Secret�rio de Estado de Dwight D. Eisenhower, tamb�m contribuiu com um artigo para a edi��o inaugural do Foreign Affairs sobre a d�vida dos Aliados ap�s a Primeira Guerra Mundial.[8]

Em 1925, a Foreign Affairs publicou uma s�rie de artigos, intitulada "Worlds of Color",[10] pelo proeminente intelectual afro-americano W. E. B. Du Bois, que era amigo pessoal de Armstrong e escreveu principalmente sobre quest�es raciais e imperialismo. Embora em seus primeiros dias de publica��o a revista n�o tivesse muitas autoras, no final dos anos 1930 a jornalista Dorothy Thompson, da revista Time, contribuía com artigos.[8]

George F. Kennan publicou sua doutrina de contenção na edição de julho de 1947 da Foreign Affairs.

A publicação alcançou seu maior destaque após a Segunda Guerra Mundial, quando as relações internacionais se tornaram centrais na política dos Estados Unidos e o país se tornou um ator poderoso no cenário global. Vários artigos extremamente importantes foram publicados na Foreign Affairs, incluindo a reformulação do "Long Telegram" de George F. Kennan, que primeiro divulgou a doutrina de contenção que formaria a base da política estadunidense na Guerra Fria.

Louis Halle, membro da equipe de planejamento de políticas dos Estados Unidos, também escreveu um artigo influente na Foreign Affairs em 1950. Seu artigo, "On a Certain Impacience with Latin America", criou a estrutura intelectual anticomunista que justificou a política estadunidense para a América Latina durante a Guerra Fria. O artigo de Halle descreveu o fim do incentivo à democracia na América Latina do pós-guerra. Ele demonstrou repulsa pela incapacidade das sociedades latino-americanas de assumir autonomia e se tornarem democráticas. Sua racionalização em relação à América Latina foi mais tarde usada para justificar os esforços dos Estados Unidos para derrubar o governo de esquerda da Guatemala e de outros países da região.[11]

1991-presente

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Desde o fim da Guerra Fria, e especialmente após os ataques de 11 de setembro, o número de leitores da revista cresceu significativamente. O número total de leitores atuais da Foreign Affairs é de 351.000 para a revista impressa e tem 955.000 visitantes únicos por mês para o site.[12]

Na edição do verão de 1993, a Foreign Affairs publicou o influente artigo "The Clash of Civilizations" de Samuel P. Huntington.[3] No artigo, Huntington argumentou que "a fonte fundamental de conflito neste novo mundo não será principalmente ideológica ou econômica. As grandes divisões entre a humanidade e a fonte dominante de conflito serão culturais."[3]

Na edição de novembro/dezembro de 2003 da Foreign Affairs, Kenneth Maxwell escreveu uma resenha do livro The Pinochet File: A Declassified Dossier on Atrocity and Accountability, de Peter Kornbluh, que deu origem a uma polêmica sobre a relação de Henry Kissinger com o regime do ditador chileno Augusto Pinochet e para a Operação Condor. Maxwell afirma que os principais membros do Conselho de Relações Exteriores, agindo a pedido de Kissinger, pressionaram o então editor da Foreign Affairs, James Hoge, a dar a última palavra em uma troca subsequente sobre a revisão a William D. Rogers, um associado próximo de Kissinger, em vez de Maxwell; isso ia contra aos critérios estabelecidos na Foreign Affairs.[13]

Referências

  1. «Foreign Affairs». britannica.com. Consultado em 29 de agosto de 2014 
  2. Kennan, George F. (Julho de 1947). «The Sources of Soviet Conduct». Foreign Affairs. Consultado em 27 de setembro de 2016 
  3. a b c Huntington, Samuel P. (1993). «The Clash of Civilizations?». Foreign Affairs. Consultado em 27 de setembro de 2016 
  4. «Authors». Foreign Affairs. Consultado em 27 de setembro de 2016 
  5. a b «CFR History». Council on Foreign Relations. Consultado em 27 de setembro de 2016 
  6. Continuing the Inquiry: The Council on Foreign Relations from 1921 to 1996, pg 9.
  7. Continuing the Inquiry: The Council on Foreign Relations from 1921 to 1996, pg 12.
  8. a b c Bundy, William (1994). «History». Consultado em 27 de setembro de 2016 
  9. Mark Mazower, 2013, "Governing the world: The history of an idea", Penguin Books, London, page 165.
  10. DuBois, W. E. B. (Abril de 1925). «Worlds of Color». Foreign Affairs. Consultado em 27 de setembro de 2016 
  11. Schoultz, Lars (1998). Beneath the United States: A History of U.S. Policy toward Latin America. Londres: Harvard University Press. pp. 341–342. ISBN 0-674-92275-1 
  12. «Circulation». Foreign Affairs. 30 de setembro de 2016. Consultado em 23 de dezembro de 2016 
  13. Duke, Lynne (27 de fevereiro de 2005). «A Plot Thickens». The Washington Post. Consultado em 27 de setembro de 2016 

Ligações externas

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