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Mover Participações

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Grupo Camargo Corrêa)
Mover Participa��es
Raz�o social Mover Participa��es S/A
Nome(s) anterior(es) Camargo Corr�a S/A (CCSA)
Empresa de capital fechado
Atividade
Funda��o 27 de mar�o de 1939 (85 anos)
Fundador(es)
Sede S�o Paulo, SP, Brasil
Presidente Wilson Nelio Brumer
Empregados 65.000 (2013)
Produtos
  • Cimento
  • Obras de engenharia civil
Subsidi�rias
Lucro Aumento R$ 7 526 milh�es (2013)[1]
LAJIR Aumento R$ 1 970 milh�es (2013)[1]
Faturamento Aumento R$ 25 821 milh�es (2013)[1]
Website oficial moverpar.com.br

Mover Participações ou Mover (previamente Grupo Camargo Corrêa)[2][3] é um conglomerado de capital fechado, administrado pela holding Mover Participações, de capital fechado e controle familiar,[1] com sede na cidade de São Paulo, que tem atuação em setores fundamentais da economia: engenharia e construção, cimento, concessões de transporte e mobilidade urbana, indústria naval e offshore e incorporação imobiliária.[1][nota 1][nota 2]

O atual Presidente do Conselho de Administração é Wilson Brumer.[4][5]

O início do grupo foi em 27 de março de 1939 na cidade de São Paulo, capital do estado de mesmo nome, com a fundação de uma construtora, cuja razão social era Camargo, Corrêa & Companhia Limitada – Engenheiros e Construtores.

Os sócios fundadores foram Sebastião Camargo, Sylvio Brand Corrêa e Mauro Marcondes Calasans. A sede era na rua Xavier de Toledo, centro da capital paulista e o investimento inicial aplicado foi de 200 contos de réis.[6]

Ao longo da sua trajetória, o grupo se diversificou em várias áreas de negócios, incluindo obras de infraestrutura no Brasil e no exterior: A empresa cresceu no ramo de engenharia e construção, principalmente entre 1968 e 1973, período conhecido como do "milagre econômico brasileiro", tornando-se um grupo diversificado.[carece de fontes?]

Barragem de Campos Novos

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O grupo também participou do consórcio (Engevix Engenharia e GE-Andritz Hydro & Inepar do Brasil[7][8] responsável pela construção da Barragem de Campos Novos, em Santa Catarina que desmoronou em junho de 2006[9][10] causando extensos danos a região, tanto ambientalmente quanto para os moradores. O prejuízo foi estimado em aproximadamente 1 bilhão.[11]

Investigações da Operação Castelo de Areia

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Ver artigo principal: Operação Castelo de Areia

Em março de 2009, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Castelo de Areia, que investigou indícios de crimes financeiros praticados pela construtora.[12][13]

As investigações da PF apontaram para doações ilegais a sete partidos: PSDB, PSD, PSB, PDT, DEM, PP e o PMDB do Pará.[14][15] O DEM, PPS e PSDB negaram ter recebido doações ilegais da construtora.

Em 1 de dezembro de 2009 o Ministério Público Federal (MPF) indiciou Fernando Botelho, vice-presidente da empresa e mais dois diretores do grupo por crime de corrupção, fraude, falsidade ideológica, sonegação, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.[16]

Em janeiro de 2010, a justiça autorizou a PF a abrir 19 inquéritos para apurar atos de corrupção ativa e passiva envolvendo o grupo, órgãos, agentes públicos e obras, dentre as quais o Rodoanel Mário Covas e a Linha 4 do Metrô de São Paulo.[17]

Em 5 de abril de 2011, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que as escutas telefônicas e apreensão de documentos não tinham validade legal, pois foram autorizadas com base em uma única denúncia anônima,[18][19] sem investigação preliminar ou indício de irregularidades, o que afrontava a garantia dos direitos individuais estabelecidos na Constituição Federal. Esta decisão na prática encerrou os atos jurídicos decorrentes da operação.

Em 2013, atuava em 20 estados brasileiros e em 22 países, encerrando o ano com 65 mil funcionários.[1] Suas áreas de atuação naquele ano eram: engenharia e construção, incorporação, naval, cimento, vestuário e calçados, concessões de transporte e energia e outros (menos que 1% da receita) como o de agropecuária.[1][nota 1][nota 2]

Com a morte em 20 de abril de 2013, da viúva de Sebastião Camargo, Dirce Navarro de Camargo, que estava no controle do grupo, este passou a ser controlado pelas filhas do casal, Renata de Camargo Nascimento, Regina Camargo Pires Oliveira Dias e Rosana Camargo de Arruda Botelho, representadas pelos maridos de Renata e Regina, respectivamente Luiz Roberto Ortiz Nascimento e Carlos Pires Oliveira Dias. O marido de Rosana, Fernando de Arruda Botelho, faleceu em 13 de abril de 2012 em um acidente a�reo na cidade de Itirapina, interior do estado de S�o Paulo.[20] Ele j� havia ocupado o cargo de vice-presidente do grupo e se afastou do cargo, indicando o americano Albrecht Curt Reuter-Domenech no seu lugar.

Investiga��es da Opera��o Lava Jato

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Ver artigo principal: Opera��o Lava Jato

A construtora Camargo Correa tamb�m se tornou alvo da Opera��o Lava Jato da PF, que apura um esquema de lavagem de dinheiro e evas�o de divisas envolvendo a estatal Petrobras.[21] Deflagrada em 17 de mar�o de 2014, a opera��o desmontou um esquema que, segundo as autoridades policiais, movimentou mais de 10 bilh�es de reais (podendo passar de R$20 bi, de acordo com a for�a-tarefa do MPF). Em novembro de 2014, durante a 7� fase da opera��o, batizada de Ju�zo Final, a 13� vara da Justi�a Federal de Curitiba emitiu uma s�rie de mandados de pris�o tempor�ria e preventiva, busca e apreens�o e de condu��o coercitiva de pessoas investigadas. Foi expedido um mandado de pris�o preventiva para Eduardo Hermelino Leite, diretor vice presidente da Camargo Correa. A justi�a ainda expediu um mandado de pris�o tempor�ria de cinco dias para Jo�o Ricardo Auler, presidente do conselho de administra��o da Constru��es e Com�rcio Camargo Correa e Dalton dos Santos Avancini, diretor presidente da Camargo Corr�a Constru��es e Participa��es. Ainda foi realizada uma condu��o coercitiva para Edmundo Trujillo, Diretor do Cons�rcio Nacional Camargo Correa.[22]

Desempenho financeiro

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Evolu��o da receita l�quida do grupo
Receita l�quida (em R$ milh�es)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
10 484 13 167 16 183 17 937 17 304 23 372 25 821 26 000 21 500 9 000 10 400

Em 2013, os principais neg�cios do Grupo - cimentos, engenharia e constru��o, concess�es de energia e vestu�rio/cal�ados - representaram 79% da receita l�quida. O setor de cimentos foi o de melhor desempenho, representando 29,1%.[nota 1][nota 2]

Participa��o na receita l�quida do Grupo em 2013 de cada um desses principais neg�cios:[1]

Neg�cio Participa��o
Cimento 29,1%
Eng� e constru��o 22,8%
Concess.de energia[nota 2] 13,8%
Vest. e cal�ados[nota 1] 13,3%

�reas de atua��o

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A InterCement estava em 2013 entre os dez maiores produtores mundiais do setor, com quarenta unidades de produ��o em oito pa�ses, na Am�rica do Sul, Europa e �frica, sendo a unidade de neg�cio com maior participa��o na receita l�quida do grupo.

A capacidade instalada naquele ano era de 46 milh�es de toneladas/ano, comercializando, al�m de cimento, concreto e argamassas especiais. Seus mercados, al�m do Brasil, estavam tamb�m na Argentina, Portugal, Mo�ambique, Cabo Verde, Paraguai, �frica do Sul e Egito. Os principais mercados, al�m do Brasil, cuja participa��o em 2013 era de quase 20% (marcas Cau� e Cimpor), com 16 unidades de produ��o, estavam na Argentina, com participa��o de 46% (marca Loma Negra) e nove f�bricas, no Paraguai, segundo maior produtor do pa�s, com 30% de participa��o (marca Yguaz� Cementos) e Portugal, onde encerrou aquele ano com 55% de participa��o (marca Cimpor), contando com cinco unidades de produ��o.

Em 2013, a InterCement comercializou 28,4 milh�es de toneladas de cimento, 19% a mais que em 2012, resultando em receita l�quida de R$ 7,526 bilh�es, evolu��o de 7,6%.[1]

Concess�es de transportes

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A Camargo Corr�a Investimentos Infraestrutura participa do bloco de controle da CCR, o maior grupo privado de opera��o de infraestrutura de transporte na Am�rica Latina na �rea de rodovias, de transportes, como o Aeroporto de Juan Santamaria, em San Jos�, na Costa Rica, de Quito e Cura�ao. No final de 2012, a CCR administrava 2.438 quil�metros de rodovias nos estados do Rio de Janeiro, S�o Paulo e Paran�. A empresa tamb�m � a operadora da Linha Quatro do Metr� de S�o Paulo, que transportou 170 milh�es de passageiros em 2012. A CCR tem 11.019 funcion�rios.[1]

Engenharia e constru��o civil

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Nesse setor, o grupo � l�der na constru��o de hidrel�tricas com projetos na Am�rica do Sul e �frica. No Brasil, a companhia foi contratada para as obras de constru��o das hidrel�tricas de Jirau, Belo Monte, Ituango e Batalha. Tamb�m participa da constru��o de linhas de metr�. refinarias, pontes, sistemas de abastecimento de �gua. Essa �rea emprega 25.134 pessoas.[1]

Incorpora��o

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A Camargo Corr�a Desenvolvimento Imobili�rio (CCDI)[23] atua na incorpora��o de im�veis residenciais e comerciais e tamb�m no segmento da classe m�dia emergente com a subsidi�ria HM Engenharia.[1]

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Duas empresas s�o destaque nessa �rea de atua��o do grupo. O Estaleiro Atl�ntico Sul localizado no munic�pio de Ipojuca, no estado de Pernambuco, que hoje � a maior empresa de constru��o naval do hemisf�rio sul; e da Quip, especializada em implantar projetos de plataformas de petr�leo offshore.[1]

Participações acionárias

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Antigas áreas de atuação

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  • Serviços financeiros — Em 1997, o grupo vendeu o controle do Banco Geral do Comércio para o Santander.
  • Siderurgia, gestão ambiental e aeroportuário — Em 2011, o grupo vendeu suas participações nos setores de siderurgia, gestão ambiental e aeroportuário.[24]
  • Vestuário, calçados e têxtil — Em 23 de novembro de 2015 o grupo vendeu o controle da Alpargatas, dona de marcas como Havaianas, Osklen, Mizuno, Timberland e Dupé para a J&F Investimentos, dona da companhia de alimentos JBS, por 2,667 bilhões de reais, o que representa o preço de R$ 12,85 por ação.[25] Em 24 de outubro de 2018 o grupo vendeu o controle da Santista Têxtil para mexicana Siete Leguas.[26]
  • Concessões de energia — Em 2017, o grupo vendeu sua participação na CPFL Energia para a chinesa State Grid Corporation.[27]

Notas

  1. a b c d Em novembro de 2015, os negócios de vestuário e calçados foram vendidos ao Grupo J&F.
  2. a b c d Em 2017, os negócios de concessões de energia foram vendidos ao State Grid Corporation of China.

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m «Relatório anual 2013». Mover Participações. 21 de abril de 2015. pp. 11, 19, 20, 24, 27, 32, 36, 44, 48, 64. Arquivado do original (pdf) em 10 de maio de 2015 
  2. Jardim, Lauro (11 de janeiro de 2021). «Depois da Camargo e da Odebrecht, agora é a OAS que muda de nome». O Globo. Consultado em 12 de janeiro de 2021. Cópia arquivada em 11 de janeiro de 2021 
  3. «Quem Somos - Mover Participações». moverpar.com.br. Consultado em 16 de abril de 2024 
  4. «Wilson Brumer, ex-Vale e ex-Usiminas, assume presidência do conselho da Mover Participações». Valor Econômico. 7 de abril de 2020. Consultado em 29 de agosto de 2022 
  5. «Diário Oficial Empresarial de 16 de setembro de 2020» (PDF). Imprensa Oficial do Estado de São Paulo (IMESP) – Diário Oficial do Estado de São Paulo (DOSP). 16 de setembro de 2020. Consultado em 29 de agosto de 2022 
  6. «Camargo Corrêa_História (1909-1949)». Grupo Camargo Corrêa. Consultado em 20 de setembro de 2013. Arquivado do original em 4 de outubro de 2013 
  7. Grupo Inepar. «Fev/2012-Linha do Tempo – Histórico das Organizações INEPAR». Consultado em 15 de Fevereiro de 2013 
  8. «Andritz Hydro Brasil Ltda, São Paulo, Brasil». Andritz Hydro. Consultado em 15 de fevereiro de 2013 
  9. «Acidentes em Barragens Brasileiras - Barragem de Campos Novos» (pdf). CBDP. Consultado em 15 de fevereiro de 2013 
  10. «Comitê Brasileiro de Barragens». CBDP. Consultado em 15 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 18 de janeiro de 2008 
  11. «Campos Novos: R$ 1 bilhão rio abaixo». Consciencia.net. 27 de junho de 2006. Consultado em 15 de fevereiro de 2013 
  12. «PF realiza operação contra crimes financeiros na Camargo Corrêa». Folha de S.Paulo. 25 de março de 2009. Consultado em 10 de fevereiro de 2013 
  13. «Justiça nega pedido para anular ação penal da Operação Castelo de Areia». Correio Braziliense. 2 de dezembro de 2009. Consultado em 10 de fevereiro de 2013 
  14. «Justiça cita 7 partidos que teriam recebido doações da Camargo Corrêa». O Globo. 25 de março de 2009. Consultado em 10 de fevereiro de 2013 
  15. «Investigações apontam que Camargo Corrêa fez doações ilegais a sete partidos». Folha de S. Paulo. 25 de março de 2009. Consultado em 10 de fevereiro de 2013 
  16. «Justiça nega pedido para anular ação penal da Operação Castelo de Areia». Correio Braziliense. 2 de dezembro de 2009. Consultado em 10 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 5 de dezembro de 2009 
  17. «PF abrirá 19 inquéritos na Castelo de Areia». Folha de S. Paulo. 14 de janeiro de 2010. Consultado em 10 de fevereiro de 2013 
  18. «STJ derruba Castelo de Areia». O Estado de S. Paulo. 7 de abril de 2011. Consultado em 10 de fevereiro de 2013 
  19. «Castelo de Areia: autorização de escutas telefônicas apenas com base em denúncia anônima é ilegal». Superior Tribunal de Justiça. 5 de abril de 2011. Consultado em 10 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 13 de maio de 2012 
  20. «Fernando de Arruda Botelho, da Camargo Corrêa, morre em acidente de avião». Exame. 13 de abril de 2012. Consultado em 10 de fevereiro de 2013 
  21. «Entenda a operação Lava Jato». G1. 14 de abril de 2014. Consultado em 1 de dezembro de 2014 
  22. Vieira, André Guilherme (14 de novembro de 2014). «Lista de mandados de prisão da Operação Lava-Jato». Valor Econômico. Consultado em 1 de dezembro de 2014 
  23. «Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário». Mover Participações. Consultado em 12 de fevereiro de 2013 
  24. «Relatório Anual 2011» (PDF). Mover Participações. Consultado em 19 de agosto de 2014 (pg.9)
  25. «Controladora da JBS compra a Alpargatas por R$ 2,667 bi». O Globo. 23 de novembro de 2015. Consultado em 23 de novembro de 2015 
  26. «Mexicana Siete Leguas assina acordo para compra da Santista do setor têxtil». Folha de S.Paulo. 24 de outubro de 2018 
  27. [1]