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História da maçonaria

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A Hist�ria da ma�onaria (forma reduzida e usual de francoma�onaria) relata a evolu��o de sociedades ditas ma��nicas, que se estruturam de modo discreto e em car�cter universal, cujos membros cultivam o aclassismo, humanismo, os princ�pios da liberdade, democracia, igualdade, fraternidade[1][2] e aperfei�oamento intelectual, constituindo-se em uma associa��o inici�tica e filos�fica. Os ma�ons estruturam-se e re�nem-se em c�lulas aut�nomas, designadas por oficinas, ateliers ou (como s�o mais conhecidas e correctamente designadas) Lojas, "todas iguais em direitos e honras, e independentes entre si."

A origem se perde na Idade M�dia, se considerarmos as suas origens Operativas,[3] ou seja associa��o de cortadores de pedras verdadeiros, que tinha como of�cio a arte de constru��o de castelos, muralhas etc.

Existem, no mundo, aproximadamente 6 milh�es[4][5][6][7] de integrantes espalhados pelos 5 continentes. Destes, 3,2 milh�es (58%) nos Estados Unidos,[6] 1,2 milh�o (22%) no Reino Unido[6] e 1,1 milh�o (20%) no resto do mundo.[6] No Brasil s�o aproximadamente 211 mil ma�ons regulares (2,7%) e 4.700 Lojas.[6][7]

Ma�onaria no Mundo

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Ma�onaria primitiva

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A ma�onaria primitiva, ou "pr�-ma�onaria",[carece de fontes?] � o per�odo que abrange todo o conhecimento herdado do passado mais remoto da humanidade at� o advento da ma�onaria operativa. H� quem busque nas primeiras civiliza��es a origem inici�tica. Outras buscam no ocultismo, na magia e nas crendices primitivas a origem do sistema filos�fico e doutrin�rio. Tantas s�o as controv�rsias, que surgiram variadas correntes dentro da ma�onaria. A origem mais aceita, segundo a maioria dos historiadores,[8] � que a Ma�onaria Moderna descende dos antigos construtores de igrejas e catedrais, corpora��es formadas sob a influ�ncia da Igreja na Idade M�dia.[3]

� evidente que a falta de documentos e registros dignos de cr�dito,[9] envolve a ma�onaria numa penumbra hist�rica, o que faz com que os fantasistas, talvez pensando em engrandec�-la,[9] inventem as hist�rias sobre os prim�rdios de sua exist�ncia.[9] H� aqueles que ensinam que ela teve in�cio na Mesopot�mia, outros confundem os movimentos religiosos do Egito e dos Caldeus como sendo trabalhos ma��nicos. H� escritores que afirmam ser o Templo de Salom�o o ber�o da Ma�onaria.[10][11]

O que existe de verdade � que a Ma�onaria adota princ�pios e conte�dos filos�ficos milenares,[9] que foram adotados por institui��es como as "Guildas" (na Inglaterra), Compagnonnage (na Fran�a), Steinmetzen(na Alemanha). O que a Ma�onaria fez foi adotar todos aqueles sadios princ�pios que eram abra�ados por institui��es que existiram muito antes da forma��o de n�cleos de trabalho que passaram � hist�ria como o nome de Ma�onaria Operativa ou de Of�cio.[12][13]

Ma�onaria operativa

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Na Idade M�dia o of�cio de pedreiro era uma condi��o cobi�ada para classe do povo. Sendo esta a �nica guilda que tinha o direito de ir e vir. E para n�o perder suas regalias o segredo deveria ser guardado com bastante zelo.

Ap�s o decl�nio do Imp�rio Romano, os nobres romanos afastaram-se das antigas cidades e levaram consigo camponeses para prote��o m�tua para se proteger dos b�rbaros. Dando in�cio ao sistema de produ��o baseado na contrata��o servil Nobre-Povo (Feudalismo)[14]

Ao se fixar em novas terras, Os nobres necessitavam de castelos para sua habita��o e fortifica��es para proteger o feudo. Como a arte de constru��o n�o era nobre, deveria advir do povo, e como as atividades agropecu�ria e de constru��o n�o guardavam nenhuma rela��o, uma nova classe surgiu: Os construtores, herdeiros das t�cnicas romanas e gregas de constru��o civil.[15]

Outras companhias se formaram: artes�o, ferreiro, marceneiros, tecel�es em torno de Corpora��es de of�cio e tr�s estados: aprendiz, jornaleiro e mestre. A maioria das guildas limitava-se no entanto �s fronteiras do feudo.[14]

J� as guildas dos pedreiros[16] necessitavam mover-se para a constru��o das estradas e das novas fortifica��es dos Templ�rios. Os demais membros do povo n�o tinham o direito de ir e vir,[16] direito este que hoje temos e nos � t�o cabal. Os segredos da constru��o eram guardados com incomensur�vel zelo, visto que, se ca�sse em dom�nio p�blico �s regalias concedidas � categoria, cessariam.[16] Tamb�m n�o havia interessem em popularizar a profiss�o de pedreiro, uma vez que o sistema feudal exigia a atividade agropecu�ria dos vassalos[14][15]

Essas guildas em Fran�a tomam o nome de "companheirismo" do latim popular *companionem, � aquele que partilha o p�o com outro�, de cum, � com�, e , �p�o� e designa um grupo de pessoas cujo objetivo � : ajuda m�tua, prote��o, educa��o, transmiss�o de conhecimentos entre todos os seus membros.

O compasso e o quadrado entrelaçados, dois dos símbolos de companheirismo

Os símbolos e rituais da Maçonaria e do Companheirismo são diferentes, embora tenham alguns elementos comuns, especialmente o conjunto entrelaçado, esquadro e compasso, entre outros símbolos herdados dos Construtores Companheiros, como : martelo e cinzel, nível e fio de prumo, régua e alavanca, espátula.[17]

Origem lendária

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As lendas dos companheiros referem-se a três fundadores lendários: Salomão, Mestre Tiago e Pai Soubise esses dois ultímos, pedreiros na construção do Templo de Salomão, evento que supostamente viu nascer a ordem dos companheiros.

  • A lenda de Salomão é particularmente importante nos mitos dos companheiros do " dever da liberdade " Parece ser de origem posterior aos outros e parece ter sido introduzido a partir do mito maçônico de Hiram .Entre o final do XVIII século e início do XIX século, antes de se estender aos rituais de outras sociedades companheiras.[18]
  • Segundo a lenda principal, Mestre Jacques (Tiago) teria aprendido a trabalhar a pedra desde criança, antes de partir para uma viagem aos 15 anos para chegar ao Templo de Salomão aos 36 anos, aonde tornou-se mestre pedreiro, ele teria voltado à França na companhia de outro mestre, chamado Soubise, com quem teria ficado irritado durante a viagem. Ter-se-ia escondido para se proteger do rival mas foi na mesma assassinado, traído por um de seus fiéis. Outra versão da lenda, provavelmente mais tarde, identifica Maître Jacques com Jacques de Molay, o último grão-mestre da Ordem do Templo . Ainda outro o identifica com Jacques Moler, que teria sido o mestre construtor da Catedral de Orleans em 1401 .
  • Representado com uma túnica bure, o pai Soubise foi, segundo a lenda, um arquiteto na obra do Templo de Salomão. Ele teria voltado para França, depois de sua briga com Maître Jacques. Segundo algumas lendas, ele esteve na origem do assassinato deste, enquanto outras o exoneram. Outra lenda faz dele um monge beneditino que teria participado com Jacques Moler na obra da sé de Orleans .
Origem histórica
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Fixar uma data precisa para o nascimento da companheirismo exigiria de lhe dar uma definição precisa coisa que ele nunca teve, e os arquivos das confrarias só datam do século XVIII. Provavelmente existiam organizações de trabalhadores e artesãos desde as origens desses ofícios. O estudo comparativo das religiões e tradições dos diferentes países do mundo parece mostrar que esses artesãos transmitiram conhecimentos mais ou menos secretos, de geração em geração, desde os tempos antigos. Vestígios disso podem ser encontrados no antigo Egito e na antiguidade romana, por exemplo. O Companheirismo já existia na época áurea das catedrais, são reconhecíveis sinais gravados na pedra dos companheiros,[19] estes companheiros viajaram por todos os países da Europa e principalmente na França.

A primeira menção indiscutível de práticas de companheirismo remonta ao ano de 1420, quando o rei Carlos VI escreveu uma portaria para os sapateiros de Troyes.

No século XVI, as condenações reais contra os "companheiros" multiplicam-se. Em 1539, pelo decreto de Villers-Cotterêts, Francisco I de França proíbe essas confrarias,[20] obrigando-as a entrar na clandestinidade inventando meios de reconhecimentos (roupa, marca, assinatura) e códigos.

No século XVII, a Igreja Católica acrescenta a sua condenação à do rei: Em 1655, uma resolução dos doutores da faculdade de Paris atesta, ao condená-los, a existência de práticas rituais não controladas pelas autoridades religiosas. Ao mesmo tempo, a Igreja tenta contrapor-se com a criação de uma ordem semirreligiosa de sapateiros, que rapidamente terminará em fracasso total.[19] Apesar dessa proibições no início do século XVIII, o companheirismo tem duas características fortes e antagônicas: Seu poder como organização de trabalhadores torna-se considerável. Ele organiza às vezes longas greves, controla os recrutamentos em algumas cidades. E ao mesmo tempo sua divisão é profunda e as brigas entre companheiros de confrarias rivais causa muitas vítimas.[19]

Maçonaria especulativa

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A Maçonaria Especulativa corresponde a segunda fase, que utiliza os moldes de organização dos maçons operativos inventados na clandestinidade[3] juntamente com ingredientes fundamentais como o pensamento iluminista, ruptura com a Igreja Romana e a reconstrução física da cidade de Londres, berço da maçonaria regular.[21]

Com o passar do tempo as construções tornavam-se mais raras. O feudalismo[22] declinou dando lugar ao mercantilismo. Com consequência o enfraquecimento da igreja romana. Havendo uma ruptura da unidade cristã advindas da reforma protestante.[23]

Superada a tragédia da peste negra que dizimou a população mundial, particularmente da Europa, teve início o Iluminismo no século XVIII, que enfatizou a razão e a ciência para explicar o Universo, em contraposição à .

A Inglaterra[24] surge como o berço da maçonaria especulativa regular durante a reconstrução da cidade após um incêndio de grandes proporções em sua capital Londres em setembro de 1666 que contou com muitos pedreiros para reconstruir a cidade nos moldes medievais.

Para se manter foram aceitas outras classes de artífices e essas pessoas formaram paulatinamente agremiações que mantinham os costumes dos pedreiros nas suas reuniões, o que diz respeito ao reconhecimento dos seus membros por intermédio dos sinais característicos da agremiação.[23]

Essas associações sobreviveram ao tempo. Os segredos das construções não eram mais guardados a sete chaves, eram estudados publicamente. Todavia o método de associação era interessante, o método de reconhecimento da maçonaria operativa era muito útil para o modelo que surgiu posteriormente. Em vez de erguer edifícios físicos, catedrais ou estradas, o objetivo era outro: erguer o edifício social ideal.[23]

Maçonaria no Brasil

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As ideias liberais que entravam em terras brasileiras junto com os viajantes estrangeiros e por meio de livros e de outras publicações, incentivavam o sentimento de revolta entre a elite de Pernambuco, que participava ativamente, desde o fim do século XVIII, de sociedades secretas. Em 1796, o naturalista Manuel Arruda Câmara fundou a Sociedade Secreta Areópago de Itambé, primeira loja maçônica do Brasil, que difundiu ideias libertárias, contra a repressão colonial.[25]

O GOB fez a Independência do Brasil, o maior acontecimento da Nação. Numa data posterior, o segundo grande acontecimento do Brasil, a Proclamação da República, foi realizada pelo então Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil: Marechal Deodoro da Fonseca.[26]

Referências

  1. «Dicionário Priberam da Língua Portuguesa - Significado de maçonaria». Priberam. Consultado em 5 de maio de 2010 
  2. «Maçonaria». dicio.com.br dicionário online de português. Consultado em 5 de maio de 2010 
  3. a b c «Academia superior - Organizaçaõ Maçonica». Academiasuperior.com.br. Arquivado do original em 12 de junho de 2010 
  4. «O que é a maçonaria e por que ela está rodeada de mistério e polêmica» (em inglês). 25 de fevereiro de 2018 
  5. «Mistérios elucidados sobre os maçons». Revista Super Interessante. Super.abril.com.br 
  6. a b c d e «Maçonaria Internacional. Situação quantitativa». Brasil Maçom. Brasilmacom.com.br. Arquivado do original em 10 de outubro de 2009 
  7. a b «MAÇONARIA BRASILEIRA EM NÚMEROS». No Esquadro. 13 de abril de 2011. Consultado em 8 de maio de 2019 
  8. «Freemasons». Freemasons-freemasonry.com 
  9. a b c d «Site da Grande Loja de São Paulo - História sobre os primordios da maçonaria». Glesp.org.br. Arquivado do original em 15 de dezembro de 2009 
  10. COSTA, Frederico Guilherme. "Maçonaria na Universidade-2". Londrina: "A TROLHA", 1996
  11. HUTIN, Serge. "Les Francs-Maçons". Paris: Éditions du Seuil, 1976
  12. PETERS, Ambrósio. "O Manuscrito Régio e o Livro das Constituições". Londrina: "A TROLHA", 1997
  13. VAROLI FILHO, Theobaldo. "Curso de Maçonaria Simbólica". 1º Tomo (Aprendiz). São Paulo: "A Gazeta Maçônica", 1976
  14. a b c «Maçonaria Operativa». A maçonaria Antiga (Operativa), era uma associação de profissionais que se reuniam basicamente, com dois propósitos: Intercâmbios/aprimoramento dos conhecimentos técnicos e assistência/proteção mútua. Samauma.biz. Arquivado do original em 8 de maio de 2011 
  15. a b «História Sobre os Primórdios da Maçonaria». O mais antigo documento que se conhece da chamada Maçonaria Antiga, ou Operativa, ou de Ofício é o Poema Régio, que é de 1390, portanto, século XIV. Tudo o que se disser anterior a essa data não passa de pressuposição. Glesp.org.br. Arquivado do original em 15 de dezembro de 2009 
  16. a b c Sérgio Quirino Guimarães. «Maçonaria Operativa». Com o desenvolvimento das construções promovidas pela Igreja Católica, viu-se a necessidade do deslocamento (antes proibido) dos artífices, de um feudo para outro. A Igreja usou seu poder, obrigando os Reis a permitirem que os pedreiros (maçon) mais qualificados, se deslocassem pelo continente, tornando-os "franc-maçon". Samauma.biz. Arquivado do original em 8 de maio de 2011 
  17. Loge NC. «De l'Équerre au Compas». ledifice.net. Consultado em 9 julho 2020 
  18. (Icher 1994, p. 7-13)
  19. a b c François Icher, Le Compagnonnage, l'amour de la belle ouvrage, Gallimard, coll. « Découvertes », 1994, 1re éd.
  20. Jean Bruhat, « Mouvement ouvrier », na Encyclopædia Universalis, ad vocem, 1992 (ISBN 2-8522-9287-4)
  21. Maçonaria Ortodoxa, Editora Madras
  22. «História lojas». a Itália dividiu-se em Feudos, dando origem ao Feudalismo, que se espalhou por toda a Europa. Dividida em muitos Feudos, a Itália era, então, dominada por diversos senhores feudais, que tinham autonomia total sobre seus súditos. Brasilmacom.com.br. Arquivado do original em 19 de maio de 2007 
  23. a b c «As origens da maçonaria especulativa». Maconaria.net 
  24. «Origem da Maçonaria Especulativa». A fundação da Grande Loja de Londres, determina, portanto, o fim da Maçonaria Operativa e marca o início do terceiro período da história da maçonaria, a Maçonaria Especulativa ou Maçonaria dos Aceitos ou, ainda, como disse Nicola Aslan, "da Maçonaria em seu aspecto atual de associação civil, filosófica e humanitária". Grandeloja-pb.org.br. Arquivado do original em 14 de outubro de 2014 
  25. «Antecedentes - Revolução Pernambucana». Biblioteca Nacional. Consultado em 8 de julho de 2019 
  26. «Grande Oriente Estadual do Pernambuco». Studiofolks.com.br [ligação inativa]

Ligações externas

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