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Igreja de S�o Jos� do Desterro

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Igreja de São José do Desterro
Igreja de São José do Desterro
Igreja e largo do Desterro
Tipo igreja, património histórico
Início da construção Século XVII (construção original)
Fim da construção 1869 (construção atual)
Diocese Arquidiocese de São Luís do Maranhão
Geografia
País Brasil Brasil
Cidade Maranhão São Luís
Coordenadas 2° 32′ 08″ S, 44° 18′ 15″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico

A Igreja de São José do Desterro está localizada no Largo do Desterro, próximo ao Aterro do Bacanga, em São Luís, Maranhão. É uma das principais igrejas católicas da cidade e uma das mais antigas, cuja construção primitiva pode datar de 1618.[1]

O primeiro templo do local era uma ermida dedicada a Nossa Senhora do Desterro (e não a São José), construída no século XVII. Sabe-se que era uma ermida pequena, coberta de palha, com a porta voltada para o mar e não para a Rua da Palma, como atualmente.[2]

Em 25 de novembro de 1641, a cidade de São Luís foi tomada pelos holandeses. Sob o comando do almirante Jan Cornelisz Lichthart, 18 naus ocuparam a foz do Rio Bacanga e mais de mil homens desembarcaram em frente à ermida do Desterro, começando a saquear a cidade sem encontrar quase nenhuma resistência. Na ermida, os invasores despedaçaram as imagens de Nossa Senhora do Desterro e de Santo Antônio, ofenderam os religiosos locais e levaram seus bens.[3]

Após a derrota dos holandeses, os frades mercedários João Cerveira e Marcos da Natividade obtiveram, em 1654, autorização para construir a Igreja e o Convento das Mercês no local onde ficava a ermida do Desterro.[4] A segunda igreja feita no local caiu em 1832. Um negro chamado José Lé, que morava na região e era devoto a São José, se ofereceu para reconstruí-la. Apesar de receber pouca ajuda, conseguiu deixar as paredes mestras prontas, antes de falecer. O escrivão José Antônio Furtado de Queixo, que também morava próximo, conseguiu terminar a construção com a ajuda de esmolas, em 1839. Com a morte do escrivão, a igreja foi novamente abandonada e muitos de seus objetos sagrados foram roubados.[2]

Região do Desterro em 1904, à margem do Rio Bacanga, antes da construção do Aterro do Bacanga. A igreja é visível ao fundo

Em 1865, a Câmara Municipal pediu ao Bispo autorização para construir uma praça e um mercado de peixe no local, já que a igreja estava arruinada.[5] O Bispo nomeou dois membros da igreja para darem um parecer, com auxílio do arquiteto João Antônio dos Santos. Dada a sua importância para a cidade, o templo foi poupado da demolição e uma comissão de 30 membros foi formada para planejar a retomada da construção. Com grande ajuda da população local, a igreja foi reedificada por Marcelino José Antunes Pimenta. A obra foi concluída em 21 de outubro de 1869. A igreja foi abençoada em 21 de novembro do mesmo ano, atraindo uma grande multidão ao largo, estando presente o presidente da província Brás de Sousa.[2]

Passou por reformas em 1943, devido à falta de condições para celebrar missas. Em 1954, teve vários serviços básicos restaurados pela DPHAN (Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Em março de 1975, durante o governo de Pedro Neiva de Santana, passou por nova restauração.[5]

Características

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A igreja apresenta uma única torre sineira, à esquerda e de base quadrangular, encimada por coruchéus ligados por grades de ferro com a data "1868" na frente. A presença dos bulbos no frontão faz com que a igreja seja erroneamente classificada como bizantina. Apresenta cinco janelas na fachada, sendo as três centrais posteriores ao restante da fachada, assim como a torre. A porta central é ladeada por nichos e duas outras portas encimadas por óculos. No interior da nave central, o piso é de lajotas de barro cozido, e o teto, em abóbada de berço. O altar-mor tem piso de cantaria e retábulo do século XIX, em estilo neoclássico. As naves laterais são assoalhadas e têm teto de madeira.[5]

O bulbo central do frontão aparenta ser uma cúpula por uma questão de perspectiva. O paralelo mais próximo com esta característica são algumas igrejas, em sua maioria franciscanas, em Goa, na Índia.[6]

Referências

  1. «Conheça as igrejas históricas de São Luís e seus momentos importantes para a cidade». O Imparcial. 6 de julho de 2015. Consultado em 22 de outubro de 2015 
  2. a b c MARQUES, Cesar Augusto, p. 179-182
  3. BERREDO, Bernardo Pereira, p. 6-8
  4. MARQUES, Cesar Augusto, p. 159
  5. a b c BRASIL, Ministério do Interior, p. 117
  6. Rafael Moreira (14 de novembro de 2012). «Igreja de São José do Desterro». HPIP - Patrimônio de Influência Portuguesa. Consultado em 24 de outubro de 2015 

Ligações externas

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