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Neutralidade da rede

Origem: Wikip�dia, a enciclop�dia livre.
Uma rede neutra � aquela que n�o discrimina o tr�fego de pacotes a partir do seu conte�do, fonte ou destino.

A neutralidade da rede (ou neutralidade da Internet, ou princ�pio de neutralidade) � "um princ�pio de n�o discrimina��o cujo objetivo � preservar uma Internet aberta e de finalidade geral, facilitando a participa��o ativa do usu�rio bem como o pleno gozo dos direitos fundamentais de todos os internautas"[1]. A neutralidade da rede baseia-se no princípio de que todas as informações que trafegam na rede devem ser tratadas da mesma forma, navegando à mesma velocidade, garantindo o livre acesso a qualquer tipo de conteúdo na rede sem ferir a autonomia do usuário e não discriminar determinadas aplicações por consumo de banda larga. Em outras palavras, é um princípio segundo o qual se deve permitir condições isonômicas de acesso a informações a todos, sem quaisquer interferências no tráfego online.

Essa foi a concepção inicial da Internet, permitindo transferência de dados entre pontos (End-to-End), sem qualquer discriminação. Entretanto, certas práticas dos provedores de serviços da Internet (ISPs) e provedores de banda larga da Internet (IBPs), pontos importantes no desenvolvimento da Internet, originaram o debate sobre a neutralidade da rede. Como exemplos dessas práticas podemos citar: aplicações em tempo real; difusão de aplicações que usam muita largura de banda (P2P), (que demandam maior investimento no desenvolvimento da rede e que são incompatíveis com os modelos de cobrança dos provedores); o uso crescente de redes sem fio domésticas (que permitem compartilhamento da conexão com vizinhos, reduzindo as receitas dos provedores).

Visando proteger seus interesses econômicos, muitos ISPs introduziram práticas que usuários acham ilegais ou prejudiciais para o futuro da Internet, principalmente o chamado “traffic shaping”. Os provedores tentam evitar que usuários usem roteadores sem fio, VOIP e programas de compartilhamento de arquivos. Além disso, alguns ISPs bloqueiam acesso a certos sites e filtram e-mails que contêm críticas sobre eles.

Nesse contexto, a neutralidade da rede busca evitar o controle privado sobre a circulação da informação e o desenvolvimento de inovações. Suas estruturas foram desenvolvidas de forma a garantir que os usuários da Internet tenham seus direitos humanos protegidos, estabelecendo uma Internet aberta que apresenta barreiras mínimas ao acesso à economia digital[2][1].

A neutralidade da rede resume-se do ponto em que todo o tr�fego de dados na Internet deve ser encaminhado igualmente sem limita��es, independentemente do consumo de banda requerido. V�rios defensores da neutralidade da rede formularam defini��es para a mesma, algumas podem ser vistas abaixo:

  • Totalmente sem discrimina��o

O professor Tim Wu da Columbia Law School, afirma: "Neutralidade da rede � melhor definido como um princ�pio do design da Internet. A ideia � que o m�ximo aproveitamento da informa��o publica da Internet aspira o tratamento de todo o conte�do, sites e plataformas igualmente".[3]

Os legisladores Norte Americanos introduziram projetos de lei que permitem uma boa qualidade do servi�o de discrimina��o, desde que nenhuma taxa especial seja cobrada para maior qualidade do servi�o.[4]

  • Discrimina��o limitada e hierarquia

Esta abordagem permite taxas mais elevadas para QoS, enquanto n�o h� exclusividade em contratos de servi�os. De acordo com Tim Berners-Lee: "Se eu pago para me conectar � rede com uma determinada qualidade de servi�o, e voc� paga para se conectar � rede com a mesma qualidade ou superior de servi�o, ent�o n�s poderemos nos comunicar atrav�s da rede, com aquela qualidade de servi�o".[5] "[N�s] cada um pagou para se conectar a Internet, mas ningu�m pode pagar para ter acesso exclusivo a aquele."

  • Primeiro a entrar, primeiro a servir-se

De acordo com Imprint Magazine, Cardozo Law School professora Susan P. Crawford "Acredita que a Internet neutra deve encaminhar pacotes na base do primeiro a chegar, primeiro a ser servido, sem levar em considera��o a Qualidade de Servi�o".[6]

Desenvolvimento do conceito

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O conceito de neutralidade da rede antecede o debate da Internet atual. Este conceito existe desde a era do tel�grafo.[7] Em 1860, uma lei federal dos EUA (Pacific Telegraph Act de 1860) foi desenvolvida para subsidiar uma linha telegr�fica afirmando que: Mensagens recebidas a partir de qualquer indiv�duo, empresa ou corpora��o, ou de quaisquer linhas telegr�ficas ligada com esta linha em qualquer dos seus terminais, deve ser imparcialmente transmitida na ordem da sua rece��o, com a exce��o de que os despachos do governo ter�o prioridade... - Um ato para facilitar a comunica��o entre os oceanos Atl�ntico e Pac�fico por tel�grafo el�trico, 16 de junho de 1860[8] Em 1888, Almon Brown Stronger inventou uma central telef�nica autom�tica para ignorar os operadores n�o-neutros de telefone que redirecionavam as chamadas a fim de obter lucros.[9]

Em 2003, Tim Wu, professor na Columbia Law School, publicou e popularizou uma proposta para regra de neutralidade da rede, em seu artigo "Neutralidade da Rede, Discrimina��o na Banda Larga". O documento considera a neutralidade da rede em termos de neutralidade entre aplica��es, bem como a neutralidade entre os dados e QoS de tr�fego sens�vel, e prop�s uma legisla��o para potencialmente lidar com estas quest�es.[10] Ao longo de 2005 e 2006, a neutralidade da rede e o futuro da internet foi debatido por companhias de internet a cabo, consumidores e prestadores de servi�o de internet (ISPs), embora a quest�o tenha sido completamente ignorada pelos meios de comunica��o at� 2006.[11]

Em agosto de 2010, Google e Verizon chegaram a um acordo em que ambos s�o contra a neutralidade completa da rede. Os detalhes do contrato onde os ISPs devem ser "proibidos de impedir que usu�rios de seu servi�o de acesso � internet banda larga de: (1) Enviar e receber conte�dos l�citos � sua escolha; (2) Executar aplicativos legais e utilizar de servi�os l�citos � sua escolha; 3) Conectar suas escolhas a dispositivos legais e que prejudiquem a rede ou servi�o, facilite o roubo de servi�o ou prejudique outros usu�rios do servi�o.". Eles passaram a dizer que os ISPs sem fio, tais como empresas de telefonia celular, n�o devem ser obrigados a fornecer redes neutras para seus clientes. A justificativa para essa informa��o era de que as redes sem fio ainda est�o sendo desenvolvidas.[12]

Em julho de 2013, o Secretariado do F�rum de Governan�a da Internet aprovou oficialmente a cria��o da Coaliz�o Din�mica sobre Neutralidade da Rede (Dynamic Coalition on Network Neutrality), que desde ent�o � coordenada pelo Prof. Dr. Luca Belli. O objetivo dessa Coaliz�o Din�mica � promover um debate multissetorial e de longo prazo sobre o tema da neutralidade da rede, promovendo discuss�es e produzindo resultados concretos[13]. Entre esses resultados encontram-se m�ltiplas apresenta��es nas sess�es anuais do IGF[14], a publica��o do "Net Neutrality Compendium"[13] e a cria��o do Zero Rating Map

Argumentos contr�rios

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Expans�o da rede

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Prioridades na rede s�o necess�rias para futuras inova��es na Internet; todo servi�o de comunica��o concorda que deve haver tratamento diferenciado para quem exige maior ou menor rapidez de transporte de seus dados, o que interfere nos preços diferenciados. Os provedores defendem que a neutralidade da rede não oferece incentivo para a expansão no mercado em grandes proporções, já que a tendência é o tráfego aumentar cada vez mais conforme a internet vai angariando novas tecnologias e aderindo mais pessoas, o que implica diretamente no orçamento dos Provedores de Internet; por-que demandaria à longo prazo o comprometimento e entrega dos serviços por um alto custo de banda, causando polarização no fluxo de dados. [carece de fontes?]

Influência do servidor

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A Internet já não é neutra, uma vez que grandes companhias obtêm melhor desempenho do que os competidores de menor dimensão, pois as primeiras utilizam servidores replicados e compram serviços de maior largura de banda . Os preços variarem de acordo com as necessidades de cada padrão de indivíduo e corporação é aceitável: um Web site que deseja maior rapidez de dados, por exemplo para comunicação em tempo real, pagará mais. Esse sistema, chamado pelo Google de “broadband neutrality”, realmente é a causa da maior desigualdade.[carece de fontes?]

Disponibilidade de banda

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Desde a década de 1990 o tráfego na Internet tem se expandido em grande escala. Por meados de 1990 houve a chegada de websites com várias fotos e MP3; em 2003 chegaram os streaming de vídeo e compartilhamento P2P . Sites como o YouTube e outros menores começando a oferecer conteúdo livre de vídeo, passaram a usar grande quantidade de banda. Alguns provedores de internet, como o SBC Communications, sugeriram que tinham o direito de cobrar para disponibilizar seus conteúdos. Alegou-se que os YouTube, MySpace e blogs eram colocados em risco pela neutralidade da rede. O YouTube utiliza mais dados em três meses do que o rádio e televisão no mundo em um ano, consequência da neutralidade da rede, que consome uma quantidade significativa de banda, sobrecarregando os provedores de internet.[carece de fontes?]

Oposição à Legislação

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Muitos políticos questionam a habilidade do governo de regular a Internet de forma a causar avanço e não problemas. A legislação convencional torna difícil para os provedores de Internet tomar ações necessárias como filtrar informações para prevenir ataques do tipo denial of service, prevenção da disseminação de vírus e filtragem de spams.[carece de fontes?]

Alguns pontos da legislação tornam ilegais a priorização dos pacotes baseados em critérios que diferem dos pré-fixados. Partes recentes da legislação, como “The Internet Freedom Preservation Act of 2009”, tentam resolver estes problemas, excluindo do controle da lei certos pontos que regulam o gerenciamentos da rede.[carece de fontes?]

Argumentos favoráveis

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Direitos digitais e democracia

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A neutralidade da rede assegura que a Internet permita uma tecnologia livre e aberta, possibilitando uma comunicação democrática[carece de fontes?].Todo conteúdo da internet deve ser tratado igualmente e distribuído na mesma velocidade, sem qualquer tipo de discriminação (princípio End-to-End). Esta é a arquitetura simples e brilhante da Internet que a tem feito uma força econômica e socialmente poderosa. Sob esse ponto de vista é dita uma internet “burra”. Mas uma nova filosofia e arquitetura para a rede estão substituindo esta visão para a de uma rede inteligente, onde as redes de comunicações públicas seriam desenvolvidas para estarem sempre ligadas, sem intermitência ou escassez. A inteligência estaria no dispositivo do usuário final e não na rede.[carece de fontes?]

Controle de dados

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Os favoráveis à neutralidade da rede acham que as companhias de cabo devem fornecer acesso livre de seus cabos aos ISPs, modelo que era usado nas conexões discadas. Eles querem garantir que as companhias de cabo não possam interromper ou filtrar conteúdo sem uma ordem judicial. Assim, as companhias de cabo e telecomunicações não poderão ser controladores, decidindo quais sites serão rápidos ou lentos ou nem carregarão, ou seja, não poderão priorizar seus próprios serviços enquanto diminuem a velocidade ou bloqueiam seus competidores”.[carece de fontes?]

Competição e inovação

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A relação entre a neutralidade da rede e a garantia de uma competição justa entre diferentes serviços está diretamente relacionada com a Gestão do Tráfego de Internet (GTI), ou seja, as técnicas utilizadas para garantir o correto funcionamento das redes eletrônicas. A utilização de técnicas discriminatórias de GTI por parte dos operadores de rede prejudica profundamente a livre competição na Internet ao limitar a liberdade de escolha dos consumidores ou prejudicar serviços de concorrentes[1]. Segundo críticos dessas práticas, permitir tratamento preferencial no tráfego colocaria companhias mais recentes em desvantagem e atrasaria as inovações em serviços on-line.

Permitir que as companhias de cabo cobrem uma taxa para garantir qualidade da entrega do conteúdo criaria o que Tim Wu chama de um modelo discriminatório[15]. A cobrança de cada site, seja ele um blog ou o Google, poderá bloquear sites de serviços de competidores e também impedir acesso aos que não podem pagar. Segundo Lawrence Lessig e Robert W. McChesney, sem a neutralidade, a Internet seria como uma televisão a cabo, onde algumas companhias acabam por controlar o que você vê e o quanto você paga. Dessa forma, a neutralidade garante que a competição entre os aplicativos online seja baseada na qualidade dos produtos, e não na quantidade de dinheiro que seu desenvolvedor pode investir, se tornando assim "indispensável para a promoção da inovação tecnológica através da competição justa"[16].

Padrões da Internet

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Alguns pensam que autorizar aos provedores da rede a separar o transporte e aplicação em camadas da Internet acarretará no declínio dos padrões fundamentais da Internet. Sugerem que qualquer prática que forma a transmiss�o de bits na camada de transporte baseada na aplica��o prejudicar� a flexibilidade do transporte.[carece de fontes?]

Pseudo-servi�os

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Alok Bhardwaj argumenta que qualquer viola��o � neutralidade da rede n�o envolver� investimento, ao contr�rio, acarretar� em pagamentos por servi�os desnecess�rios e duvidosos. Ele n�o acredita que investimentos ser�o feitos para fornecer a usu�rios servi�os mais r�pidos, e sim que a n�o neutralidade objetivaria remunera��o por parte de sites que desejam maior rapidez do que outros.[carece de fontes?]

Diversidade da rede

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Considerando os pr�s e contras da neutralidade da Internet, muitos concluem a favor da diversidade da rede, onde a neutralidade deve ser preservada, mas ao mesmo tempo dando espa�o para outras demandas tecnol�gicas e de seguran�a. Um princ�pio t�cnico, como o End-to-End, n�o deve ser a base para um regime futuro de governan�a na Internet. A abertura da Internet n�o deve se focar somente em aspetos t�cnicos, mas tamb�m em aspetos pol�ticos, legais, sociais e econ�micos. A diversidade da rede atenderia a v�rios interesses, respeitando a igualdade dentro de cada rede. N�o seria necess�rio uma �nica rede inteligente capaz de discriminar entre diferentes aplica��es, mas redes diferentes para diferentes prop�sitos. Um leque de redes especializadas poderiam surgir: uma tradicional para e-mails e sites; uma com seguran�a refor�ada para com�rcio e governo e uma de baixa lat�ncia para aplica��es de tempo real. Apenas a primeira faria uso da neutralidade e as outras adotariam tecnologias para tornar a rede inteligente, abandonando o princ�pio End-to-End. A diversidade da rede atenderia a v�rios interesses, respeitando a igualdade dentro de cada rede. N�o seria necess�rio uma �nica rede inteligente capaz de discriminar entre diferentes aplica��es, mas redes diferentes para diferentes prop�sitos.[carece de fontes?]

Ver artigo principal: Marco Civil da Internet

A neutralidade da rede no Brasil � uma obriga��o dos provedores, de acordo com o Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014). A lei lista a neutralidade da rede como um dos princ�pios disciplinares do uso da Internet no Brasil[1][17] e estabelece que o respons�vel pela rede deve "tratar de forma ison�mica quaisquer pacotes de dados, sem distin��o por conte�do, origem e destino, servi�o, terminal ou aplica��o" (art. 9�). O dispositivo prev� tamb�m os casos em que pode haver exce��o � regra (como em situa��es de emerg�ncia).[18][19]

Segundo o jurista Paulo Ren�, o Marco Civil n�o � suficiente para, em si, garantir a neutralidade da rede, mas permite que "a sociedade possa se envolver no debate que j� existe, a partir de uma abordagem p�blica, e n�o apenas privada".[20]

Depois de uma campanha intensiva em blogs, twitter e outras redes sociais, o Parlamento do Chile alterou a lei das telecomunica��es para preservar a neutralidade de rede[21][22]

Estados Unidos

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Nos Estados Unidos havia a neutralidade da rede de forma geral, o que quer dizer que empresas de telecomunica��es raramente ofereciam taxas de transmiss�o de dados diferentes (seja Internet discada ou banda larga) baseadas no tipo de conte�do ou servi�o que os consumidores utilizam. Por exemplo, muitos provedores de banda larga bloqueavam portas comuns, tais quais a porta 25 (SMTP) ou a porta 80 (HTTP), impedindo seus clientes de hospedarem servidores de email ou servidores web a menos que eles assinem uma "conta corporativa". Nos �ltimos anos proponentes do princ�pio de neutralidade est�o buscando restringir tais pr�ticas. Em 2005 e 2006, corpora��es (oponentes e proponentes) investiram pesado tentando persuadir o Congresso dos Estados Unidos.[23] Em 2006, representantes de grandes corpora��es americanas e do governo federal discutiram publicamente o servi�o de Internet americano em termos de for�as do livre mercado, interesse p�blico, a infraestrutura f�sica e de software da Internet e as novas tecnologias de banda larga. Cinco tentativas fracassadas foram feitas em projetos de lei com certas cl�usulas de neutralidade da rede aprovadas pelo congresso norte-americano. Cada um desses projetos de lei buscava proibir ISPs de usarem v�rios modelos de custos vari�veis dependendo do n�vel da qualidade do servi�o do usu�rio. Cl�usulas t�picas no projeto de lei declaram que "provedores de banda larga podem apenas priorizar... baseados no tipo de conte�do, aplica��es, ou servi�os e n�vel de servi�o assinado pelo usu�rio, sem qualquer cobran�a monet�ria por essas prioridades.".[24] Outras cl�usulas comuns � discuss�o do princ�pio da neutralidade foram inclu�das nos projetos de lei. O debate nos EUA se estendia internacionalmente devido a natureza global de muitos servi�os de Internet. Na pratica a neutralidade da rede � influenciada por pol�ticas estatais,[25] como por exemplo o investimento de 30 000 milh�es de d�lares no projeto para neutralizar ataques na web.[26]

Em 14 de dezembro de 2017, no entanto, a Comiss�o Federal de Comunica��es dos Estados Unidos votou pela revoga��o das regras de 2015 destinadas a garantir uma internet gratuita e aberta, estabelecendo uma disputa judicial. Celebridades de Hollywood, pol�ticos democratas e empresas como, Google, da Alphabet, e o Facebook chegaram a pedir para que as regulamenta��es da era do governo de Barack Obama fossem mantidas, impedindo os provedores de servi�os de bloquear, diminuir o acesso ou cobrar mais por determinados conte�dos. A aprova��o da proposta marca uma vit�ria para os provedores de servi�os de internet.[27]

Uni�o Europeia

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O fornecedor portugu�s de servi�os de Internet MEO oferece vender acesso adicional a determinados servi�os de dados nesta propaganda de outubro de 2017. Os defensores da neutralidade da rede citaram este modelo de pre�os como uma ilustra��o do acesso � Internet sem a neutralidade.[28] Ao mesmo tempo, as empresas de telecomunica��es observam a conformidade deste modelo de pre�os com a neutralidade da rede, conforme a lei a define em Portugal, na União Europeia e em outros lugares.[29]

A União Europeia tenciona tomar medidas ativas para legislar sobre a neutralidade da rede, contrariando os potenciais danos causados pelo acesso não-neutro em banda larga. A Comissão Europeia dentro das propostas de alteração do quadro regulamentar europeu para as redes de comunicações eletrônicas e serviços publicada em 13 de novembro de 2007, considera a priorizar, ou em outras palavras diferenciar "é geralmente considerado benéfico para o mercado desde que os usuários possam escolher a capacidade de transmissão e o serviço que desejarem" e "consequentemente as regras atuais da UE permitem operadores de rede oferecer diferentes serviços para diferentes grupos de clientes, mas não permite aqueles que estão numa posição dominante discriminar de uma forma anti-competitiva entre clientes em uma situação similar.".[30]

Além disso, a Comissão Europeia considera que o atual quadro jurídico europeu não pode efetivamente impedir que os operadores de rede de degradar os seus clientes. Assim, propõe-se a atribuir à Comissão Europeia para impor um mínimo de qualidade de serviços, a fim de resolver esta situação.[31] Uma obrigação de transparência é também proposta para limitar a capacidade dos operadores de redes de criar restrições à escolha dos usuários finais de conteúdos lícitos e aplicações.[32]

Referências

  1. a b c d BELLI, Luca. A neutralidade da rede: norma fundamental para a proteção da expressão e do empreendedorismo na Internet. In: REIA, Jhessica et al. Horizonte Presente: tecnologia e sociedade em debate. Belo Horizonte: Casa do Direito, 2019. p. 377-403. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/27448/Horizonte%20presente%20-%20tecnologia%20e%20sociedade%20em%20debate.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 09 nov. 2021.
  2. Belli, Luca. "Net Neutrality, Zero-rating and the Minitelisation of the Internet". Routledge, Journal of Cyber Policy: 11-13
  3. http://timwu.org/network_neutrality.html
  4. http://thomas.loc.gov/cgi-bin/bdquery/z?d110:S215:
  5. «Cópia arquivada». Consultado em 20 de junho de 2012. Arquivado do original em 27 de dezembro de 2008 
  6. http://www.imprintmagazine.org/life_and_style/digital_divide_issue_net_neutrality
  7. ttp://www.sdma.com/files/Publication/e078fa3a-8b3c-4bf5-b384-734f26afc9b3/Presentation/PublicationAttachment/ab2b71fb-ec17-47cf-aef1-7eb8bbb7073f/media_law-12_dec_2007.pdf
  8. http://cprr.org/Museum/Pacific_Telegraph_Act_1860.html
  9. «Cópia arquivada» (PDF). Consultado em 20 de junho de 2012. Arquivado do original (PDF) em 25 de fevereiro de 2009 
  10. http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=388863
  11. http://books.google.com.br/books?id=XdBe64fAsiwC&dq=network+neutrality&hl=pt-BR
  12. http://static.googleusercontent.com/external_content/untrusted_dlcp/www.google.com/pt-BR//googleblogs/pdfs/verizon_google_legislative_framework_proposal_081010.pdf
  13. a b Belli, Luca; De Filippi, Primavera (2016). Net Neutrality Compendium (PDF). [S.l.]: Springer. p. 2 
  14. «Dynamic Coalition on Network Neutrality (DCNN)». Internet Governance Forum. Consultado em 8 de setembro de 2021 
  15. Wu, Tim (5 de junho de 2003). «Network Neutrality, Broadband Discrimination». Rochester, NY (em inglês). doi:10.2139/ssrn.388863. Consultado em 9 de novembro de 2021 
  16. Wu, Tim (2016). «Preface». In: Belli, Luca. Net Neutrality Reloaded: Zero Rating, Specialised Service, Ad Blocking and Traffic Management. Rio de Janeiro: FGV Direito Rio. p. 7 
  17. BELLI, Luca. Neutralidad de la red, zero-rating y el Marco Civil de Internet. In: CAMPO, Agustina del. Hacia una Internet libre de censura II: perspectivas en américa latina. Buenos Aires: Universidad de Palermo, 2017. Cap. 3. p. 65-91. Disponível em: https://www.palermo.edu/cele/pdf/investigaciones/Hacia_una_internet_libre_de_censura_II.pdf. Acesso em 09 nov. 2021.
  18. Lei 12.965. Presidência da República
  19. Dilma vai “tirar dúvidas” no Facebook sobre o Marco Civil da Internet. Valor Econômico, 24 de abril de 2014
  20. Marco Civil: Internautas divergem sobre neutralidade e guarda de logs. Por Luis Osvaldo Grossmann. Convergência Digital, 8 de maio de 2012.
  21. ¿Quién quiere acabar con la neutralidad en la Red? (acesso em 9 de agosto de 2010)
  22. Law 20,453
  23. "AT&T, Comcast Rout Google, Microsoft in Net Neutrality Battle". Bloomberg News. 2006-07-20. Acesso em 2007-01-07.
  24. Internet Freedom Preservation Act, AKA Snowe-Dorgan Amendment
  25. State Level Net Neutrality, Joho the Blog, David Weinberger
  26. Pentagon Secretly Goes To War With The Internet
  27. Revista Exame, ed. (14 de dezembro de 2017). «Comissão dos EUA revoga regulamentação da neutralidade de rede». Consultado em 15 de dezembro de 2017 
  28. This particular image has been the subject of discussion in media including the following:
  29. Rittiman, Brandon (22 de novembro de 2017). «Verify: What does Portugal have to do with U.S. dumping net neutrality?». KUSA. NBC 
  30. European Commission (13 November 2007). "Impact Assessment on the proposals to amend the European regulatory framework (Working Document)" (PDF). pp. 91. http://ec.europa.eu/information_society/policy/ecomm/images/images_common/multilingual/en.gif. Retrieved 26 December 2008.
  31. Article 22 of the proposed Universal Service Directive
  32. Article 20(5) of the proposed Universal Service Directive