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Neve no Brasil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Neve na zona rural de São Joaquim, Santa Catarina, agosto de 2010.
Neve em Canela, Rio Grande do Sul, em agosto de 2013.

No Brasil, a neve ocorre praticamente todos os anos nos planaltos dos estados da Região Sul, situada na zona temperada e com clima subtropical, enquanto que no resto do país, onde o clima é predominantemente tropical, é considerado um fenômeno raro ou mesmo inexistente. Nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina estão encravadas entre montanhas as cidades consideradas as mais frias do país: São Joaquim (SC), Urubici (SC) e São José dos Ausentes (RS), dentre outras cidades que fazem divisa com essas, como Bom Jesus (RS), Urupema (SC), Bom Jardim da Serra (SC) Cambar� do Sul (RS), e tamb�m do estado do Paran�, como a cidade de Palmas.

Al�m dos estados da Regi�o Sul, outros j� tiveram registros de neve: S�o Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul[1] e Distrito Federal.[2] O fen�meno, no Brasil, ocorre principalmente nos meses de junho, julho e agosto, mas h� registros de nevadas precoces nos meses de abril (17 de abril de 1999 em S�o Joaquim, e 19 de abril de 2023, em Bom Jardim da Serra e S�o Joaquim)[3] e maio e tamb�m nevadas tardias, em setembro e outubro, j� em plena primavera (em S�o Francisco de Paula, Rio Grande do Sul, registrou-se o fen�meno em 3 de outubro de 1999 e 2006, e no Morro da Igreja, em Santa Catarina, em 1� de novembro de 2022, esta �ltima, a nevada mais tardia registrada no Brasil).[4]

No ano de 2000, a neve ocorreu em mais de 70 munic�pios espalhados nos tr�s estados da Regi�o Sul. Em 2010, o fen�meno voltou a ocorrer com for�a em 21 munic�pios das serras catarinense e ga�cha. No ano de 2013, um epis�dio hist�rico em julho levou neve a mais de 140 munic�pios da regi�o.[5] Foi a �ltima vez que se registrou neve com relativamente boa acumula��o. Em termos de abrang�ncia territorial, destacam-se na Regi�o Sul os anos de 1975 e 2013, tendo tamb�m o fen�meno ocorrido de forma simult�nea e forte em muitos munic�pios espalhados pelos tr�s estados do sul em 1928, 1942, 1955, 1975, 1985, 1994, 2000 e 2013.

A mais forte precipita��o de neve j� registrada no Brasil ocorreu na cidade de Vacaria no Rio Grande do Sul, no dia 7 de agosto de 1879, na qual a neve acumulou cerca de dois metros.[6][7] Nevascas desse porte s�o frequentes em pa�ses como Canad� e R�ssia, acima da latitude 50�. Vale ressaltar que precipita��es de neve com grandes ac�mulos no solo s�o extremamente raras no Brasil, sendo, as tr�s citadas abaixo, as �nicas com ac�mulos que atingiram (ou superaram) a marca de um metro.[carece de fontes?]

  • 7 de agosto de 1879, em Vacaria, Rio Grande do Sul, com 2 metros de neve.[8]
  • 20 de julho de 1957, em S�o Joaquim, Santa Catarina, com 1,30 metro de neve. Considerada, �s vezes, como a mais abundante precipita��o de neve do pa�s, dado o tempo bastante remoto da nevada de Vacaria, de 1879.[9]
  • Junho de 1985, em Itatiaia (nas proximidades do Pico das Agulhas Negras), Rio de Janeiro. 1,00 metro de neve.[10]

Santa Catarina

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Neve em Ca�ador em 1981.
Neve em S�o Joaquim em 1988.
Morro do Cambirela, em Palho�a, coberto de neve em 2013.

O Estado de Santa Catarina pode ser considerado a unidade da federa��o em que o fen�meno ocorre com mais frequ�ncia por causa do seu planalto sul. N�o tanto por sua localiza��o geogr�fica, j� que a latitude � menor do que em muitas regi�es ga�chas onde o fen�meno � bem mais raro, mas gra�as � altitude, entre 900m e 1800m acima do n�vel do mar. O Planalto �, juntamente com os Campos de Cima da Serra no Rio Grande do Sul, a regi�o do Brasil onde a neve ocorre com mais frequ�ncia. Pode-se dizer que as duas regi�es formam uma unidade geogr�fica, a qual recebeu o apelido de "Planalto da Neve".[carece de fontes?]

Contudo, � no lado catarinense, onde se registram as maiores altitudes, que o fen�meno ocorre usualmente com maior intensidade e frequ�ncia. Em Santa Catarina, os munic�pios de S�o Joaquim, Urupema, Urubici, Bom Jardim da Serra s�o agraciados com o fen�meno da neve praticamente todos os anos. Entretanto, s�o numerosos os munic�pios localizados nos planaltos catarinenses, em que o fen�meno da precipita��o de neve ocorre com uma frequ�ncia apreci�vel, embora n�o chegando a ocorrer todos os anos, como Brusque[11][12][13][14] e com um frequ�ncia um pouco menor no planalto norte do Estado, como Porto Uni�o, S�o Bento do Sul, Mafra, Major Vieira e Canoinhas.[carece de fontes?] Ademais, em muitos munic�pios da parte ocidental do Planalto Catarinense (regi�es oeste e meio-oeste) como Chapec�, Xaxim, Xanxer�, Irani e Ponte Serrada n�o � incomum a ocorr�ncia de neve.[carece de fontes?]

Al�m das regi�es mais altas, algumas ocorr�ncias raras acontecem nas regi�es mais baixas do estado, como foi registrado no dia 23 de julho de 2013 em Blumenau e outros munic�pios do Vale do Itaja�, como Rio do Sul, Ibirama, Benedito Novo, Timb�, Brusque, entre outros, al�m de munic�pios da Grande Florian�polis como Palho�a, Santo Amaro da Imperatriz, Rancho Queimado, Alfredo Wagner e Angelina.[13] A neve foi, inclusive, registrada na ilha de Florian�polis, no alto do Morro da Virg�nia, bairro Ratones.[15] A neve que caiu nos dias 22 e 23 de julho de 2013 foi considerada hist�rica,[13] atingindo mais de um ter�o das cidades do estado (cerca de 127 cidades registraram o fen�meno).[16]

O Morro da Igreja, situado na tr�plice divisa Urubici/Orleans/Bom Jardim da Serra, a 1822 metros de altitude, � o ponto habitado mais frio do estado e do pa�s, e l� a temperatura j� chegou a -17,8 �C, em 29 de junho de 1996 (registro extraoficial). S�o Joaquim - segundo produtor regional de ma�� - � a �rea urbana que recebe a maior incid�ncia de neve e, por consequ�ncia, o maior n�mero de visitantes da regi�o.[17]

Em agosto de 2010 foi registrado o maior ac�mulo de neve em Santa Catarina desde o ano de 1991, com 50 cm de neve no Morro da Igreja.[carece de fontes?] Em 2013, a neve foi registrada doze vezes no estado de Santa Catarina, tendo sido poss�vel a pr�tica do 'snowboard no Morro da Igreja.[18] O fen�meno voltou a repetir-se com intensidade menor em julho e agosto 2016, e junho de 2017 nos munic�pios mais altos do Estado. Entre os dias 17 e 18 de julho de 2017, v�rios munic�pios registraram-no em fraca intensidade, entre eles, S�o Joaquim, Lages e Fraiburgo.[carece de fontes?]

Na ter�a-feira do dia 1 de novembro de 2022, no Morro da Igreja, o estado registrou pela primeira vez neve no m�s de novembro desde o in�cio das medi��es.[19][20]

Neve nos arredores de S�o Joaquim, 4 de agosto de 2010.

Rio Grande do Sul

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No Estado do Rio Grande do Sul, as cidades mais frequentemente atingidas pelo fen�meno est�o localizadas nas regi�es serranas do nordeste do Estado, principalmente nas regi�es de maior altitude, de aproximadamente 900 m a 1400 m, denominadas de Campos de Cima da Serra, que est�o entre as cidades mais frias do pa�s, com m�nimas de temperatura frequentemente negativas, como S�o Jos� dos Ausentes, Bom Jesus e Cambar� do Sul, acima de 1 000 m de altitude, e Vacaria e S�o Francisco de Paula, acima da cota de 900 m. S�o locais em que o fen�meno ocorre praticamente em todos os anos, geralmente com fraca intensidade.[carece de fontes?]

Neve em Caxias do Sul, RS, 1994.

Tamb�m j� houve uma partida de futebol durante uma queda de neve relativamente abundante, entre Esportivo e Gr�mio, em 1979, na cidade de Bento Gon�alves.[21] A partida, que terminou empatada sem o registro de nenhum gol, ficou conhecida como o Jogo da Neve.[22][23]

Em Vacaria, houve o registro de uma intensa precipita��o de neve, de 7 a 9 de agosto de 1879, com um ac�mulo que chegou aos 2 metros, provavelmente a maior da hist�ria do Brasil.[24] A neve tamb�m ocorre em v�rias outras cidades serranas, como Caxias do Sul, Canela, Muitos Cap�es, Bento Gon�alves, Nova Petr�polis, Gramado, Lagoa Vermelha, Guapor�, Veran�polis, Farroupilha, Jaquirana, Flores da Cunha, Nova Prata, Garibaldi e S�o Marcos.[25]

H� outros locais do estado onde a precipita��o de neve tamb�m � ocasional, por�m muito menos frequente, como � o caso das cidades localizadas nos planaltos do noroeste como Cerro Largo, Iju�, Passo Fundo, Erechim, Cruz Alta, Soledade, Arvorezinha, Fontoura Xavier, entre outras, al�m das cidades das Serras de Sudeste, como Ca�apava do Sul, Encruzilhada do Sul, Cangu�u, Santana da Boa Vista, Pinheiro Machado, Santiago, J�lio de Castilhos, Horizontina, Il�polis, Itaara, Lavras do Sul, Ant�nio Prado, Fontoura Xavier, Ibiraiaras, Ibirub�, Ip�, Itapuca, Nova P�dua, Para�, Sananduva.[26][27][28][29] Historicamente, boa parte do territ�rio sul-riograndense j� registrou alguma precipita��o de neve, por menor que tenha sido a intensidade. Mesmo cidades com pouca altitude, como Porto Alegre (1879, 1910, 1984,[30] 1994,[31] 2000[32] e 2006), Pelotas, Jaguar�o, Campo Bom, Novo Hamburgo, Santa Maria, Barra do Quara� e Lajeado, entre outras localizadas a menos de 100 m do n�vel do mar, como S�o Francisco de Assis, na regi�o Oeste, j� presenciaram o fen�meno, com neve em forma de flocos, granular ou de aguaneve.[carece de fontes?]

Em setembro de 2006 foi registrada a maior ocorr�ncia de neve no Rio Grande do Sul, em termos de abrang�ncia, desde o ano 2000, tendo sido registrado o fen�meno em mais de 50 munic�pios entre os dias 3 e 5 de setembro de 2006, inclusive com a presen�a de neve em flocos e com acumula��o nos bairros da zona sul de Novo Hamburgo em alguns bairros de Porto Alegre sem acumular,[33][34] cidade onde a queda de neve em flocos havia sido registrada pela �ltima vez em agosto de 1984, j� que em 1994 e 2000 a capital do estado registrou a queda de neve granular.[carece de fontes?]

Em agosto de 2010 dezenas de cidades ga�chas registraram a ocorr�ncia de neve em flocos e neve granular.[carece de fontes?] Em anos mais recentes, destaca-se a forte e abrangente nevada ocorrida em dezenas de munic�pios da escarpa de planalto (serra) e do planalto ga�cho (Campos de Cima da Serra), ocorrida entre a noite e madrugada dos dias 26 e 27 de agosto de 2013; a precipita��o em algumas cidades, a exemplo de Caxias do Sul, come�ou por volta das 20 horas, ainda sob a forma de flocos de neve semi derretidos, passando a precipitar exclusivamente sob a forma de flocos de neve depois das 22 horas, assim continuando at� por volta das 5 horas da madrugada, com apreci�vel acumula��o entre 3cm e 10cm, que se fez presente mesmo no centro da cidade. Acumulados na ordem de 20/30 cm foram observados no interior da regi�o, por�m muito decorreram do efeito do vento (snowdrift). Esta nevada foi a mais intensa no estado desde o ano de 1994.[35] Em Caxias do Sul houve registro de chuva congelada em junho de 2016, e de neve de fraqu�ssima intensidade misturada a chuva congelada em agosto de 2016 e em 17 de julho de 2017 (nesta mesma data, houve neve fraca em Gramado, Canela, S�o Francisco de Paula, Soledade e outros munic�pios do Estado, no dia anterior, neve Granular em Pinheiro Machado, no Sul do Estado).[carece de fontes?]

Neve em Caxias do Sul em 27 de agosto de 2013. Parque de exposi��es da Festa da Uva, com a r�plica de Caxias antiga.

Neste estado, a regi�o de Palmas, no extremo sul do Estado, a 1090 metros de altitude, � a regi�o paranaense onde o fen�meno ocorre com maior frequ�ncia. Entretanto, precipita��es com ac�mulos no solo s�o raras.[36] Em outros munic�pios paranaenses, o fen�meno ocorre com menor frequ�ncia, mas dificilmente ficam uma d�cada inteira sem presenci�-lo, como Guarapuava, Cruz Machado, In�cio Martins, General Carneiro, Uni�o da Vit�ria, Clevel�ndia, Cascavel, Pato Branco, Irati, Francisco Beltr�o, S�o Mateus do Sul, Rio Negro, Pinh�o, Paulo Frontin, Campo Largo, Cand�i, Mallet, Lapa e Arauc�ria,Ant�nio Olinto, Apucarana, Cambira, Campo Magro, Cantagalo, Colombo, Fazenda Rio Grande, Jaguaria�va, Paula Freitas, Porto Vit�ria, S�o Jos� dos Pinhais, Pira� do Sul, Goioxim, Ponta Grossa, Carambe�, Itaperu�u, S�o Jo�o do Triunfo, entre alguns outros munic�pios de altitude superior a 900 m localizados no sudoeste do Estado.[37][38] Em outros munic�pios paranaenses, a neve tamb�m j� foi registrada, embora com uma frequ�ncia bem mais rara, como Carambe�, Castro, Pitanga, Toledo, Campo Mour�o (1975), Curitiba, onde oficialmente a precipita��o de neve ocorreu em 1889, 1892, 1912, 1928 (dois dias), 1943, 1955, 1957, 1963, 1975, 1979, 1981 (neve granular em pontos isolados, relatados na m�dia impressa local), 2013,[39] e 2020, na cidade de Castro, entre outros, dentre os quais merece destaque, a cidade de Foz do Igua�u, que, a pouco mais de 150m do n�vel do mar, registrou o fen�meno em 1975. H� relatos da ocorr�ncia do fen�meno tamb�m no norte do Estado, em 1965, na Serra do Mulato e tamb�m em cidades como Arapongas e Maring�, ainda em 1955 e 1965 na zona rural do munic�pio de Ibaiti, norte pioneiro do estado do Paran�, cidade que fica a 850[40] metros de altitude.

No inicio da noite do dia 22 de julho de 2013 nevou no munic�pio de Guarapuava - local que apresentou maior quantidade de neve do estado - e precipita��o e durou at� o inicio do dia seguinte, acumulando neve nas ruas, �rvores e telhados. Alguns outros munic�pios paranaenses tamb�m obtiveram precipita��o dos flocos como Cruz Machado, Pinh�o, Uni�o da Vit�ria, Lapa, S�o Mateus do Sul, Toledo, Palmas, Paula Freitas, Irati.[carece de fontes?]

Neve no ano de 2013 em Guarapuava, no Paran�.

No dia 23 de julho de 2013 v�rias cidades do Paran� tamb�m registraram neve, dentre elas Ponta Grossa e Curitiba.[29] O fen�meno natural voltou a ocorrer na capital paranaense ap�s 38 anos sem ser registrado com intensidade (17 de julho de 1975, quando nevou por mais de 3 horas). A neve em Curitiba ocorreu nas primeiras horas da manh�, a partir das 8h, nevando com mais intensidade em bairros como o Campo Comprido, a Ecoville, o Umbar�, o Xaxim e a Cidade Industrial, embora o fen�meno tamb�m tenha se registrado em forma menos intensa na regi�o central da cidade, a exemplo da Avenida Batel. Apesar de a m�dia ter divulgado amplamente que fazia 38 anos que a cidade n�o registrava o fen�meno, em 30 de maio de 1979 ocorreu neve fraca, bem como em 1981, quando chegou a ocorrer neve granular em pontos isolados, mas que tamb�m � neve. Na realidade, havia 38 anos que n�o se registrava em Curitiba neve com certa intensidade e na maioria das regi�es da cidade.[41] A data tamb�m � digna de nota por ter registrado uma das menores m�ximas da hist�ria da Capital paranaense, com apenas 5,2� C. Em 2010, Curitiba havia registrado m�xima de 6,3 �C, mas sem registro de neve, e em 17 de julho de 1975, a cidade havia registrado m�xima de 8 �C no in�cio da madrugada anterior � nevada, e m�xima de 3,8 �C no per�odo da tarde.[42] No evento de 2013, destaca-se tamb�m a ocorr�ncia com intensidade nos munic�pios de Jaguaria�va e Carambe�, a 24�S de latitude, onde a neve caiu em flocos; na mesma ocasi�o, Maring�, munic�pio localizado a cerca de 450 metros de altitude e cruzado pelo Tr�pico de Capric�rnio, registrou-se chuva congelada; ao todo, contabilizou-se 32 munic�pios no Paran� com a ocorr�ncia de neve e/ou chuva congelada. Em 2010 e 2011, a cidade Palmas havia registrado neve fraca, e, em 2011, Ponta Grossa, Pitanga e Prudent�polis j� haviam registrado neve granular.[carece de fontes?]

Em 18 de julho de 2017 o fen�meno voltou a ser registrado, com menor intensidade no Estado do Paran�, mais precisamente no Munic�pio de Palmas, ocorrendo tamb�m, chuva congelada em Cascavel Curitiba e outros munic�pios na metade sul do Estado.[43]

� interessante o registro de nevoeiro congelado (sincelo) ocorrido no sudoeste do estado em 2003. Era poss�vel at� fazer bonecos de gelo.[carece de fontes?]

Outras regi�es

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A Regi�o Sudeste, por ser cortada pelo Tr�pico de Capric�rnio e ter clima seco durante o inverno, apresenta ocorr�ncia de neve muito rara e mais esparsa do que na Regi�o Sul.[44] Os demais estados, incluindo todo o Norte, Nordeste e grande parte do Centro-Oeste possuem climas tropicais ou semi�ridos e baixas latitudes e altitudes, tornando a neve (virtualmente) imposs�vel. N�o houve relatos de neve mesmo no ponto mais alto do Brasil, o Pico da Neblina.[carece de fontes?]

Regi�o Sudeste

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No estado de S�o Paulo, h� relatos de ocorr�ncia de neve na pr�pria capital (25 de junho de 1918), na regi�o metropolitana e em boa parte do estado.[45] Algumas anota��es meteorol�gicas parecem indicar que o fato ocorrido na capital paulista em 1918 foi uma sublima��o de nevoeiro, juntamente com geada, causada pelo frio intenso da madrugada, e n�o neve em si.[46] Essa onda de frio fez com que a temperatura ca�sse para at� 12 graus negativos, ao relento, em regi�es do planalto. Pr�ximo � cidade de Cunha, foi poss�vel atravessar um curso d��gua sobre uma espessa camada de gelo e verdadeiras quedas de neve foram observadas em v�rios pontos do estado. Na Avenida Paulista, houve o congelamento da �gua exposta ao relento e em dep�sitos de pequena profundidade. O documento registra que v�rias cidades tiveram o abastecimento interrompido porque a �gua congelou nos encanamentos.[carece de fontes?]

Existem registros de neve em Campos do Jord�o nos anos de 1928, 1942, 1947 e em 1966;[47] no ano de 1975 em Apia� e Guapiara; quase todo o sul do estado (com exce��o do Vale do Ribeira) em 1928 e 1975. Outros relatos tamb�m nos mostram neve em anos anteriores no estado de S�o Paulo, nas cidades de Botucatu, S�o Manuel, Ita�, Sorocaba, Itapetininga, Jundia� e Vargem Grande Paulista (cidade mais fria da RMSP) em 1879.[48]

Neve no Parque Nacional de Itatiaia em 18 de junho de 1985.

O estado de Minas Gerais possui um clima muito seco durante o inverno, possuindo fortes geadas nas regi�es central, oeste e sul.[49][50] Al�m dos registros de geada nos munic�pios mais elevados, houve ocorr�ncia de neve no Parque Nacional de Itatiaia, na divisa com o estado do Rio de Janeiro, em 1985, 1988, e 2012.[51][52][53] H� tamb�m registros n�o oficiais de neve em Monte Verde em 1979 e agosto de 1999.[54] No Di�rio Oficial da Uni�o de 10 de junho de 1893, no entanto, consta um relato de queda de neve em Ouro Preto em 19 de junho de 1843.[55]

Rio de Janeiro

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No Rio de Janeiro, em Itatiaia (Parque Nacional de Itatiaia), na divisa com o estado de Minas Gerais, em 1985, 1988 e 2012, al�m de outros poss�veis registros em 1928, 1970, 1973, 1975, 1991, 1994, 1999, 2001, 2004 e 2006 .[56][57][58]

Esp�rito Santo

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No Esp�rito Santo, apesar de relatos dos funcion�rios mais antigos do Parque Nacional do Capara� (localizado na divisa entre os estados do Esp�rito Santo e Minas Gerais) indicando ocorr�ncia de neve,[59] n�o h� nenhuma comprova��o por �rg�os de meteorologia da ocorr�ncia do fen�meno.[59]

Mato Grosso do Sul

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Mato Grosso do Sul � o �nico estado desta regi�o com registro recente de neve. Em 23 de julho de 2013, nevou fraco e por alguns minutos em Paranhos, cidade situada na pequena faixa do extremo sul do Estado, a 23� 53" de latitude Sul, abaixo do Tr�pico de Capric�rnio.[60] Neste munic�pio, o �ltimo registro de neve anterior ocorreu em 1975.[61][62]

Goi�s e Distrito Federal

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De acordo com o relato de viagem denominado "Jornada que fez Luiz da Cunha Meneses da Cidade de Bahia... para Vila Boa Capital de Goyaz", de Cunha de Menezes, de 10 de outubro de 1778, relata que havia registro de neve nos meses de junho na Contagem de S�o Jo�o das Tr�s Barras, atualmente em Sobradinho, Distrito Federal, e Mestre d'Armas, atual Planaltina, Distrito Federal, por�m na �poca, ambos parte da Capitania de Goiás.[2]

Referências

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Ligações externas

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