Panótia
Pan�tia � um supercontinente hipot�tico descrito por Ian W. D. Dalziel em 1997. Teria existido entre 600 milh�es e 540 milh�es de anos, no Proterozoico.
A hip�tese desse supercontinente est� vinculada � teoria do ciclo supercontinental. Esta foi proposta na d�cada de 1980 por Damian Nance e Tom Worsley, ge�logos da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos. Segundo ela, na hist�ria da Terra ocorreram ciclos de 400 a 500 milh�es de anos em que continentes se uniram e depois se separavam. Segundo Damian Nance e Brendan Murphy, Pan�tia teria se formado em um desses ciclos, mais precisamente h� 600 milh�es de ano, situando-o entre a forma��o e fragmenta��o de Rod�nia (existente h� 1,1 bilh�o de anos) e de Col�mbia (existente entre 1,8 e 1,5 bilh�o de anos atr�s).[1]
Forma��o da Pan�tia
[editar | editar c�digo-fonte]O supercontinente Rod�nia come�ou a se separar entre 750 e 720 milh�es de anos. De 630 a 550 Ma, os continentes restantes e fragmentos de crosta se separaram, de modo que Laurentia tamb�m foi isolada. Os fragmentos, no entanto, j� come�aram a se reagrupar nesse per�odo at� o �ltimo supercontinente neoproteroz�ico Pannotia[2], tamb�m chamado de Grande Gonduana ou Gondwanaland. A forma��o de Pannotia foi moldada pela Orogenia Panafricana[3], que ocorreu na maioria das massas de terra na faixa de Gonduana. Ap�s os processos anteriores de decaimento e colis�o do Neoproteroz�ico de cerca de 780 milh�es de anos, um grande n�mero de cadeias de montanhas se desenvolveu quando os oceanos ao redor dos continentes e cr�tons come�aram a se fechar. J� durante a forma��o da Orogenia da �frica Oriental, a Rod�nia come�ou a se partir h� 750 milh�es de anos[4] com o acr�scimo de terrenos ao Escudo �rabe-N�bio [5] e o desdobramento do cintur�o mo�ambicano[6]incluindo a forma��o de Madag�scar como resultado de colis�es continentais na costa leste da �frica. Esses processos duraram at� cerca de 550 milh�es de anos. Um segundo est�gio come�ou entre cerca de 600 e 530 milh�es de anos. Foi dominado pela colis�o da �ndia (�ndia com NE-Madag�scar, Sri Lanka e Seychelles), Austr�lia com a Ant�rtica Oriental e os cr�tons Congo-S�o Francisco.[7] e o Kalahari[8]. Ent�o o cintur�o orog�nico Kuunga nasceu.[9]. Este cintur�o cont�m v�rios or�genos africanos entre os cr�tons Congo-S�o Francisco e Kalahari, unindo o cintur�o de Mo�ambique ao sul do cintur�o de Mo�ambique e tendendo para oeste at� o extremo oeste do cr�ton Congo-S�o Francisco. Na Ant�rtica Oriental, cadeias de montanhas se formaram na Terra da Rainha Maud ao longo da costa oeste. Na banda leste da Am�rica do Sul, a Orogenia Brasiliana[10] em vez disso, por exemplo,durante a Dom Feliciano[11] e a Ribeira[12] Cordilheiras formadas, resultantes da colis�o entre as vertentes ocidentais dos cr�tons africanos Congo-S�o Francisco e Kalahari e as �reas orientais dos cr�tons sul-americanos Amaz�nia e Rio da Prata[13].Os or�genos tamb�m se formaram na �ndia e no Sri Lanka.
Entre 650 e 630 Ma, o cr�ton Congo-S�o Francisco colidiu com o metacr�ton do Saara[14], �frica Ocidental[15],com a Amaz�nia[16] (escudo amaz�nico). O Escudo �rabe-N�bio estava se aproximando do Metacr�ton Saara. O Oceano de Mo�ambique entre a costa leste da �frica, Austr�lia com a Ant�rtica e a �ndia come�ou a fechar. A Amaz�nia ainda estava conectada ao lado sudoeste de Laurentia e B�ltica, No lado noroeste de Laurentia estavam os cr�tons Kalahari[8] e o cr�ton Rio da Prata[13] ainda ancorado. Essas massas de terra estavam no sul subtropical a baixas latitudes. Sib�ria (ou Angara) e o cr�ton Norte da China[17] haviam se separado de Laurentia e agrupado ao longo do equador. Sul da China[18],Austr�lia com a Ant�rtica Oriental, a �ndia e o Bloco Tarim[19] foram desconectados em latitudes tropicais e subtropicais do norte.
Por volta de 600 Ma, os cr�tons Congo-S�o Francisco e o Rio da Prata, ainda associado � Laurentia, colidiram. Uma fenda come�ou a se formar entre a Laurentia e a Amaz�nia, causando a separa��o completa de cerca de 570 milh�es de anos. Baltica j� havia se separado de Laurentia. Essa configura��o agora estava em latitudes m�dias a baixas do sul: �ndia, Austr�lia com a Ant�rtica Oriental, o Bloco Tarim[20], Kalahari, Sib�ria e norte da China foram localizados individualmente nas latitudes equatoriais do norte.
H� 550 milh�es de anos, o Escudo �rabe-N�bio se fundiu com o Metacr�ton Saara, fechando o Oceano de Mo�ambique nessa �rea. O cr�ton Kalahari aproximou-se dos cr�tons Congo-S�o Francisco e Rio da Prata. Isso concluiu o fechamento do Oceano Adamastor.[21]
O Gonduana Ocidental havia se formado completamente e derivou mais para o sul, deixando a Amaz�nia tangente ao P�lo Sul. B�ltica derivou para latitudes centro-sul e foi adjacente � Sib�ria e Laurentia. A �ndia havia se desviado para a Austr�lia com a Ant�rtida Oriental e o Bloco Tarim. Como os cr�tons do Norte e do Sul da China, estes estavam localizados em latitudes tropicais a subtropicais do norte.
Entre 540 e 530 milh�es de anos, a Austr�lia com a Ant�rtica Oriental e a �ndia com o Bloco Tarim, coletivamente referido como Gonduana Oriental, colidiu com o anteriormente formado Gonduana Ocidental. Isso deu origem ao grande continente Gonduana.
O Gonduana Ocidental estava nas latitudes m�dias a baixas do sul, enquanto o Gonduana Oriental estava agrupado ao redor do equador. Laurentia, Sib�ria e B�ltica n�o estavam relacionadas �s latitudes centro-sul. Os cr�tons do Norte e do Sul da China migraram para as zonas tropicais do norte para as zonas subtropicais perto da Austr�lia. Juntamente com Gonduana, esta configura��o continental � chamada Pan�tia, tamb�m Gr�o-Gonduana ou Continente Vendiano.
Pan�tia se desintegra
[editar | editar c�digo-fonte]A acre��o das massas continentais para Pan�tia foram breves e de cerca de 540 a 530 Ma j� caracterizada por se afastar novamente em alguns lugares, em que Laurentia, Sib�ria e B�ltica se afastaram de Gonduana.
Pannotia estava cercada pelo oceano Panthalassa que abarcava o mundo.
Clima
[editar | editar c�digo-fonte]Os or�genos nos continentes e cr�tons tiveram uma clara influ�ncia nas condi��es de fluxo na Atmosfera e no oceanoe. Em particular, o cintur�o da �frica Oriental com as cordilheiras adjacentes da Ant�rtica (Supermontanhas Transgondw�nicas [22] )formou uma barreira de aproximadamente 8.000 km de comprimento e, compar�vel �s atuais Andes e Montanhas Rochosas. No Criogeniano, entre cerca de 660 e 635 Ma, uma Idade do Gelo prevaleceu em todo o mundo, a Idade do Gelo Maroniana. A Terra Bola de Neve se formou pela segunda vez dentro do Proteroz�ico. Sedimentos glaciais tais como diamictita, bem como reconstru��es paleomagn�ticas apontam claramente para glacia��es at� a proximidade do equador .
Desenvolvimento faun�stico evolutivo
[editar | editar c�digo-fonte]As enormes mudan�as geol�gicas e clim�ticas criaram condi��es ambientais diversas e seriamente alteradas. As montanhas forneceram grandes quantidades de sedimentos, o que expandiu significativamente as plataformas oce�nicas e, portanto, novos habitats potenciais. A carga de sedimentos tamb�m forneceu uma fonte muito rica de nutrientes para a vida marinha. Tamb�m aumentou o oxig�nio na atmosfera.
Em particular, o fim da Idade do Gelo Maroniana desencadeou o in�cio dos processos evolutivos faun�sticos, nos quais o intemperismo das rochas aumentou significativamente e, assim, colocou em movimento processos f�sicos e qu�micos na atmosfera e nos mares. As temperaturas subiram globalmente.
Entre 580 e 540 milh�es de anos, comunidades peculiares, a Fauna Ediacara, desenvolveram-se em mares rasos e quentes perto da costa, mas tamb�m em zonas mais profundas e frias do mar. O desenvolvimento evolutivo da fauna[23] teve o seu in�cio importante para a hist�ria evolutiva na Terra. Essas criaturas da fauna ediacarana n�o se assemelham em nada ou apenas a animais um pouco posteriores. As faunas ediacaranas eram principalmente unicelulares, mas os primeiros multicelulares j� foram identificados. Animais superiores n�o s�o conhecidos, mas eucariotas (criaturas com n�cleos celulares) foram bem desenvolvidos desde o in�cio. Com a conclus�o do Proteroz�ico na virada do Cambriano, os muitos clados do reino animal pareciam j� estabelecidos como num rumo evolutivo para a Explos�o Cambriana que se seguiria.
Ver tamb�m
[editar | editar c�digo-fonte]Referências
- ↑ «Panótia, o desconhecido antigo supercontinente da Terra». BBC Brasil. www.msn.com. 12 de abril de 2018. Consultado em 12 de abril de 2018
- ↑ Assembly, configuration, and break-up history of Rodinia: A synthesis In: ScienceDirekt Precambrian Research 160 (2008) 179–210
- ↑ Pan-African Orogeny Encyclopedia 0f Geology (2004), vol. 1, Elsevier
- ↑ Orogen styles in the East African Orogen ScienceDirect Journal of African Earth Sciences, Bd. 86, Oktober 2013, S. 65–106
- ↑ Araban Shield Webseite Saudi Geological Survey
- ↑ TECTONIC EVOLUTION OF THE MOZAMBIQUE BELT, EASTERN AFRICA Cutten, H. N. C., Johnson, S. P., & De Waele, B.
- ↑ THE PROTEROZOIC HISTORY OF THE PROTO-CONGO CRATON OF CENTRAL AFRICA Department of Earth Sciences, Royal Museum for Central Africa, B-3080 Tervuren, Belgium
- ↑ a b Archean Accretion and Crustal Evolution of the Kalahari Craton Journal of Petrologie April 8, 2009
- ↑ East African and Kuunga Orogenies in Tanzania - South Kenya; .
- ↑ The Brasiliano collage in South America: a review Brazilian Journal of Geology, Braz. J. Geol. vol.44 no.3 São Paulo July/Sept. 2014
- ↑ A connection between the Neoproterozoic Dom Feliciano (Brazil/Uruguay) and Gariep (Namibia/South Africa orogenic belts) Precambrian Research, Bd. 139, Nr. 3–4, 9. September 2005, S. 195–221
- ↑ The Damara-Ribeira orogen of the Pan-African/Brasiliano cycle in Namibia (South West Africa) and Brazil ReseachGate Geologisch-Paläontologisches Institut der Universität Göttingen, Göttingen, Federal Republic of Germany, Tectonophysics (Impact Factor: 2.87). 08/1979; doi:10.1016/0040-1951(79)90150-1
- ↑ a b The Río de la Plata Craton Webseite Springer Link
- ↑ The Saharan Metacraton ScienceDirekt Journal of African Earth Sciences 34 (2002) 119–136
- ↑ Structure, evolution and palaeogeography of the West African craton and bordering belts during the Neoproterozoic ScienceDirect Precambrian Research Bd. 69, Nr. 1–4, Oktober 1994, S. 307–326
- ↑ The position of the Amazonian Craton in supercontinents Gondwana Research Bd. 15, Nr. 3–4, Juni 2009, S. 396–407
- ↑ Nord China Kraton Webseite Université Paris Sud
- ↑ The India and South China cratons at the margin of Rodinia SienceDirekt Lithos Bd. 123, Nr. 1–4, April 2011, S. 176–187
- ↑ Archean crustal evolution of the northern Tarim craton, NW China ScienceDirekt Precambrian Research
- ↑ Tectonic framework and evolution of the Tarim Block in NW China ScienceDirekt Precambrian Research
- ↑ Late Vendian Closure of the Adamastor Ocean Gondwana Research (Impact Factor: 8.24). 07/2004; 7(3):685-699. doi:10.1016/S1342-937X(05)71056-X
- ↑ Did the Transgondwanan Supermountain trigger the explosive radiation of animals on Earth? ScienceDirect Earth and Planetary Science Letters, Bd. 250, Nr. 1–2, 15. Oktober 2006, S. 116–133
- ↑ The Neoproterozoic assembly of Gondwana and its relationship to the Ediacaran–Cambrian radiation ScienceDirect Gondwana Research 14 (2008) 5–21