Saltar para o conteúdo

Panótia

Origem: Wikip�dia, a enciclop�dia livre.
Pan�tia era centralizado no Polo Sul.

Pan�tia � um supercontinente hipot�tico descrito por Ian W. D. Dalziel em 1997. Teria existido entre 600 milh�es e 540 milh�es de anos, no Proterozoico.

A hip�tese desse supercontinente est� vinculada � teoria do ciclo supercontinental. Esta foi proposta na d�cada de 1980 por Damian Nance e Tom Worsley, ge�logos da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos. Segundo ela, na hist�ria da Terra ocorreram ciclos de 400 a 500 milh�es de anos em que continentes se uniram e depois se separavam. Segundo Damian Nance e Brendan Murphy, Pan�tia teria se formado em um desses ciclos, mais precisamente h� 600 milh�es de ano, situando-o entre a forma��o e fragmenta��o de Rod�nia (existente h� 1,1 bilh�o de anos) e de Col�mbia (existente entre 1,8 e 1,5 bilh�o de anos atr�s).[1]

Forma��o da Pan�tia

[editar | editar c�digo-fonte]

O supercontinente Rod�nia come�ou a se separar entre 750 e 720 milh�es de anos. De 630 a 550 Ma, os continentes restantes e fragmentos de crosta se separaram, de modo que Laurentia tamb�m foi isolada. Os fragmentos, no entanto, j� come�aram a se reagrupar nesse per�odo at� o �ltimo supercontinente neoproteroz�ico Pannotia[2], tamb�m chamado de Grande Gonduana ou Gondwanaland. A forma��o de Pannotia foi moldada pela Orogenia Panafricana[3], que ocorreu na maioria das massas de terra na faixa de Gonduana. Ap�s os processos anteriores de decaimento e colis�o do Neoproteroz�ico de cerca de 780 milh�es de anos, um grande n�mero de cadeias de montanhas se desenvolveu quando os oceanos ao redor dos continentes e cr�tons come�aram a se fechar. J� durante a forma��o da Orogenia da �frica Oriental, a Rod�nia come�ou a se partir h� 750 milh�es de anos[4] com o acr�scimo de terrenos ao Escudo �rabe-N�bio [5] e o desdobramento do cintur�o mo�ambicano[6]incluindo a forma��o de Madag�scar como resultado de colis�es continentais na costa leste da �frica. Esses processos duraram at� cerca de 550 milh�es de anos. Um segundo est�gio come�ou entre cerca de 600 e 530 milh�es de anos. Foi dominado pela colis�o da �ndia (�ndia com NE-Madag�scar, Sri Lanka e Seychelles), Austr�lia com a Ant�rtica Oriental e os cr�tons Congo-S�o Francisco.[7] e o Kalahari[8]. Ent�o o cintur�o orog�nico Kuunga nasceu.[9]. Este cintur�o cont�m v�rios or�genos africanos entre os cr�tons Congo-S�o Francisco e Kalahari, unindo o cintur�o de Mo�ambique ao sul do cintur�o de Mo�ambique e tendendo para oeste at� o extremo oeste do cr�ton Congo-S�o Francisco. Na Ant�rtica Oriental, cadeias de montanhas se formaram na Terra da Rainha Maud ao longo da costa oeste. Na banda leste da Am�rica do Sul, a Orogenia Brasiliana[10] em vez disso, por exemplo,durante a Dom Feliciano[11] e a Ribeira[12] Cordilheiras formadas, resultantes da colis�o entre as vertentes ocidentais dos cr�tons africanos Congo-S�o Francisco e Kalahari e as �reas orientais dos cr�tons sul-americanos Amaz�nia e Rio da Prata[13].Os or�genos tamb�m se formaram na �ndia e no Sri Lanka.

Entre 650 e 630 Ma, o cr�ton Congo-S�o Francisco colidiu com o metacr�ton do Saara[14], �frica Ocidental[15],com a Amaz�nia[16] (escudo amaz�nico). O Escudo �rabe-N�bio estava se aproximando do Metacr�ton Saara. O Oceano de Mo�ambique entre a costa leste da �frica, Austr�lia com a Ant�rtica e a �ndia come�ou a fechar. A Amaz�nia ainda estava conectada ao lado sudoeste de Laurentia e B�ltica, No lado noroeste de Laurentia estavam os cr�tons Kalahari[8] e o cr�ton Rio da Prata[13] ainda ancorado. Essas massas de terra estavam no sul subtropical a baixas latitudes. Sib�ria (ou Angara) e o cr�ton Norte da China[17] haviam se separado de Laurentia e agrupado ao longo do equador. Sul da China[18],Austr�lia com a Ant�rtica Oriental, a �ndia e o Bloco Tarim[19] foram desconectados em latitudes tropicais e subtropicais do norte.

Por volta de 600 Ma, os cr�tons Congo-S�o Francisco e o Rio da Prata, ainda associado � Laurentia, colidiram. Uma fenda come�ou a se formar entre a Laurentia e a Amaz�nia, causando a separa��o completa de cerca de 570 milh�es de anos. Baltica j� havia se separado de Laurentia. Essa configura��o agora estava em latitudes m�dias a baixas do sul: �ndia, Austr�lia com a Ant�rtica Oriental, o Bloco Tarim[20], Kalahari, Sib�ria e norte da China foram localizados individualmente nas latitudes equatoriais do norte.

H� 550 milh�es de anos, o Escudo �rabe-N�bio se fundiu com o Metacr�ton Saara, fechando o Oceano de Mo�ambique nessa �rea. O cr�ton Kalahari aproximou-se dos cr�tons Congo-S�o Francisco e Rio da Prata. Isso concluiu o fechamento do Oceano Adamastor.[21]

O Gonduana Ocidental havia se formado completamente e derivou mais para o sul, deixando a Amaz�nia tangente ao P�lo Sul. B�ltica derivou para latitudes centro-sul e foi adjacente � Sib�ria e Laurentia. A �ndia havia se desviado para a Austr�lia com a Ant�rtida Oriental e o Bloco Tarim. Como os cr�tons do Norte e do Sul da China, estes estavam localizados em latitudes tropicais a subtropicais do norte.

Entre 540 e 530 milh�es de anos, a Austr�lia com a Ant�rtica Oriental e a �ndia com o Bloco Tarim, coletivamente referido como Gonduana Oriental, colidiu com o anteriormente formado Gonduana Ocidental. Isso deu origem ao grande continente Gonduana.

O Gonduana Ocidental estava nas latitudes m�dias a baixas do sul, enquanto o Gonduana Oriental estava agrupado ao redor do equador. Laurentia, Sib�ria e B�ltica n�o estavam relacionadas �s latitudes centro-sul. Os cr�tons do Norte e do Sul da China migraram para as zonas tropicais do norte para as zonas subtropicais perto da Austr�lia. Juntamente com Gonduana, esta configura��o continental � chamada Pan�tia, tamb�m Gr�o-Gonduana ou Continente Vendiano.

Pan�tia se desintegra

[editar | editar c�digo-fonte]

A acre��o das massas continentais para Pan�tia foram breves e de cerca de 540 a 530 Ma j� caracterizada por se afastar novamente em alguns lugares, em que Laurentia, Sib�ria e B�ltica se afastaram de Gonduana.

Pannotia estava cercada pelo oceano Panthalassa que abarcava o mundo.

Os or�genos nos continentes e cr�tons tiveram uma clara influ�ncia nas condi��es de fluxo na Atmosfera e no oceanoe. Em particular, o cintur�o da �frica Oriental com as cordilheiras adjacentes da Ant�rtica (Supermontanhas Transgondw�nicas [22] )formou uma barreira de aproximadamente 8.000 km de comprimento e, compar�vel �s atuais Andes e Montanhas Rochosas. No Criogeniano, entre cerca de 660 e 635 Ma, uma Idade do Gelo prevaleceu em todo o mundo, a Idade do Gelo Maroniana. A Terra Bola de Neve se formou pela segunda vez dentro do Proteroz�ico. Sedimentos glaciais tais como diamictita, bem como reconstru��es paleomagn�ticas apontam claramente para glacia��es at� a proximidade do equador .

Desenvolvimento faun�stico evolutivo

[editar | editar c�digo-fonte]

As enormes mudan�as geol�gicas e clim�ticas criaram condi��es ambientais diversas e seriamente alteradas. As montanhas forneceram grandes quantidades de sedimentos, o que expandiu significativamente as plataformas oce�nicas e, portanto, novos habitats potenciais. A carga de sedimentos tamb�m forneceu uma fonte muito rica de nutrientes para a vida marinha. Tamb�m aumentou o oxig�nio na atmosfera.

Em particular, o fim da Idade do Gelo Maroniana desencadeou o in�cio dos processos evolutivos faun�sticos, nos quais o intemperismo das rochas aumentou significativamente e, assim, colocou em movimento processos f�sicos e qu�micos na atmosfera e nos mares. As temperaturas subiram globalmente.

Entre 580 e 540 milh�es de anos, comunidades peculiares, a Fauna Ediacara, desenvolveram-se em mares rasos e quentes perto da costa, mas tamb�m em zonas mais profundas e frias do mar. O desenvolvimento evolutivo da fauna[23] teve o seu in�cio importante para a hist�ria evolutiva na Terra. Essas criaturas da fauna ediacarana n�o se assemelham em nada ou apenas a animais um pouco posteriores. As faunas ediacaranas eram principalmente unicelulares, mas os primeiros multicelulares j� foram identificados. Animais superiores n�o s�o conhecidos, mas eucariotas (criaturas com n�cleos celulares) foram bem desenvolvidos desde o in�cio. Com a conclus�o do Proteroz�ico na virada do Cambriano, os muitos clados do reino animal pareciam j� estabelecidos como num rumo evolutivo para a Explos�o Cambriana que se seguiria.

Referências

  1. «Panótia, o desconhecido antigo supercontinente da Terra». BBC Brasil. www.msn.com. 12 de abril de 2018. Consultado em 12 de abril de 2018 
  2. Assembly, configuration, and break-up history of Rodinia: A synthesis In: ScienceDirekt Precambrian Research 160 (2008) 179–210
  3. Pan-African Orogeny Encyclopedia 0f Geology (2004), vol. 1, Elsevier
  4. Orogen styles in the East African Orogen ScienceDirect Journal of African Earth Sciences, Bd. 86, Oktober 2013, S. 65–106
  5. Araban Shield Webseite Saudi Geological Survey
  6. TECTONIC EVOLUTION OF THE MOZAMBIQUE BELT, EASTERN AFRICA Cutten, H. N. C., Johnson, S. P., & De Waele, B.
  7. THE PROTEROZOIC HISTORY OF THE PROTO-CONGO CRATON OF CENTRAL AFRICA Department of Earth Sciences, Royal Museum for Central Africa, B-3080 Tervuren, Belgium
  8. a b Archean Accretion and Crustal Evolution of the Kalahari Craton Journal of Petrologie April 8, 2009
  9. East African and Kuunga Orogenies in Tanzania - South Kenya; Bibcode2012EGUGA..14.8754F.
  10. The Brasiliano collage in South America: a review Brazilian Journal of Geology, Braz. J. Geol. vol.44 no.3 São Paulo July/Sept. 2014
  11. A connection between the Neoproterozoic Dom Feliciano (Brazil/Uruguay) and Gariep (Namibia/South Africa orogenic belts) Precambrian Research, Bd. 139, Nr. 3–4, 9. September 2005, S. 195–221
  12. The Damara-Ribeira orogen of the Pan-African/Brasiliano cycle in Namibia (South West Africa) and Brazil ReseachGate Geologisch-Paläontologisches Institut der Universität Göttingen, Göttingen, Federal Republic of Germany, Tectonophysics (Impact Factor: 2.87). 08/1979; doi:10.1016/0040-1951(79)90150-1
  13. a b The Río de la Plata Craton Webseite Springer Link
  14. The Saharan Metacraton ScienceDirekt Journal of African Earth Sciences 34 (2002) 119–136
  15. Structure, evolution and palaeogeography of the West African craton and bordering belts during the Neoproterozoic ScienceDirect Precambrian Research Bd. 69, Nr. 1–4, Oktober 1994, S. 307–326
  16. The position of the Amazonian Craton in supercontinents Gondwana Research Bd. 15, Nr. 3–4, Juni 2009, S. 396–407
  17. Nord China Kraton Webseite Université Paris Sud
  18. The India and South China cratons at the margin of Rodinia SienceDirekt Lithos Bd. 123, Nr. 1–4, April 2011, S. 176–187
  19. Archean crustal evolution of the northern Tarim craton, NW China ScienceDirekt Precambrian Research
  20. Tectonic framework and evolution of the Tarim Block in NW China ScienceDirekt Precambrian Research
  21. Late Vendian Closure of the Adamastor Ocean Gondwana Research (Impact Factor: 8.24). 07/2004; 7(3):685-699. doi:10.1016/S1342-937X(05)71056-X
  22. Did the Transgondwanan Supermountain trigger the explosive radiation of animals on Earth? ScienceDirect Earth and Planetary Science Letters, Bd. 250, Nr. 1–2, 15. Oktober 2006, S. 116–133
  23. The Neoproterozoic assembly of Gondwana and its relationship to the Ediacaran–Cambrian radiation ScienceDirect Gondwana Research 14 (2008) 5–21
Ícone de esboço Este artigo sobre geologia é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.