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Picnídio

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Picn�dio com con�dios (Lichenoconium reichlingii).
Picn�dios de Cladonia pyxidata (ampliados cerca de 30x).

Picn�dio (do grego: pyknos; "espesso"; pelo latim cient�fico: pycnidium[1]) � a designa��o dada em micologia ao concept�culo espor�fero de certos fungos imperfeitos (ascomicetes), em geral com apar�ncia globoso ou obpiriforme (em forma de botija ou pera invertida). No seu interior s�o formados esporos assexuados muito pequenos, designados por con�dios ou picnosporos.

Descri��o

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O picn�dio � um tipo de estrutura reprodutora assexual presente em fungos da ordem Sphaeropsidales (classe Coelomycetes) e em l�quenes cuja componente f�ngica perten�a a essa ordem.[2] Os picn�dios encontrados nos l�quenes (ou melhor nos fungos liquenizados) em geral n�o s�o vis�veis � superf�cie, ocorrendo normalmente embebidos na estrutura do l�quen com apenas a sua min�scula abertura superficial, o ost�olo, a interceptar a superf�cie � maneira de um min�sculo poro.

Nos fungos n�o liquenizados, a maioria dos quais endoparasitas de plantas (parasitas end�fitos), os picn�dios s�o em geral inseridos entre os tecidos do hospedeiro. Este grupo inclui agentes patog�nicos importantes de doen�as de plantas tais como Ascochyta chrysanthemi e Phoma lingam. Nalgumas destas esp�cies, particularmente nos fitopat�genos conhecidos pelo nome comum de ferrugem (Pucciniomycetes), os picn�dios s�o por vezes designados por espermog�nio (latim: spermogonium).

Os picn�dios possuem um him�nio no qual produzem um tipo de esporo espec�fico, denominado con�dio ou picnosporo, derivado de c�lulas conidi�genas, ou conidi�foros, e n�o de ascos como ocorre com os perit�cios, estruturas que embora morfologicamente muito similares são sexuadas.[3]

O nome dado a estas estruturas procede do grego pyknon (espesso ou concentrado) e morfologicamente aparecem como receptáculos com uma parede pseudoparenquimatosa atapetada no seu interior por um himénio e delimitando um volume mais ou menos globoso. O picnídio pode estar completamente encerrado ou aberto ao exterior através de um poro (ou vários) chamado ostíolo, este por sua vez pode possuir um colo delgado.[4]

Através do ostíolo são disseminados para o meio externo milhões de conídios. Os conídios produzidos nos picnídios são unicelulares, ainda que por vezes septados. Morfologicamente podem ser esféricos, ovóides, curvados e incluso estrelados.

Os conídios são produzidos mediante dois mecanismos: (1) os conídios tálicos formam-se por modificação de células completas das hifas do fungo, que formam o himénio; (2) os conídios blásticos produzem-se por fragmentação parcial de um conidióforo.[5]

Notas

  1. «Dicionário Aulete» [ligação inativa].
  2. Khan, Aslam (2001). Plant Diseases. [S.l.]: Gyan Publishing House. p. 88 
  3. Irwin M. Brodo; et al. (2001). Lichens of North America. [S.l.]: Yale University Press. p. 30 
  4. Awasthi, D. K. (2007). Krishna's Diversity of Microbes, Fungi & Lichens. [S.l.]: Krishna Prakashan Media. p. 213 
  5. R. S. Mehrotra y K. R. Aneja (1990). An Introduction To Mycology. [S.l.]: New Age International. p. 43