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Panos

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(Redirecionado de Povo Pano)
L�nguas pano (verde-escuro) e l�nguas tacanas (verde-claro): os pontos indicam a localiza��o documentadas das l�nguas.

Os panos s�o grupos ind�genas cujas l�nguas pertencem � fam�lia lingu�stica Pano, faladas por povos ind�genas no Brasil, no Peru e na Bol�via. No passado, foram chamados de barbudos.

  • Segundo alguns linguistas, o termo pano � pejorativo: vem de panobu, que significaria "os chor�es", n�o sendo uma auto-denomina��o destes povos, mas sim, um heter�nimo, dado por povos pertencentes a outras fam�lias lingu�sticas. A hist�ria dos povos Pano no Acre � comum: do tempo dos antigos veio o tempo das correrias, as guerras que ocorreram com a ocupa��o do Acre por seringalistas e seringueiros desde o fim do s�culo XIX. Nestas guerras houve muita morte, escravid�o ou submiss�o dos(as) �ndios(as) aos patr�es no regime economicamente injusto da seringa. Nas correrias os povos ind�genas literalmente sa�am correndo, se refugiando em locais long�nquos na floresta acreana, tipicamente nos altos (cabeceiras, ou nascentes) dos rios, onde hoje se localizam a maioria das terras ind�genas. Neste processo se perdia muita coisa, como utens�lios, sementes de suas planta��es (este talvez seja o principal impacto) e a importante liga��o com suas terras origin�rias, por exemplo os seus cemit�rios. Al�m disso, o regime da seringa esfacelou as aldeias, pois cada seringueiro cuida de uma coloca��o distante (dispersa) uma da outra na mata, apenas acompanhado de esposa e filhos(as). Isto prejudicou muito a vida nas aldeias. Tamb�m perdeu-se boa parte da l�ngua e in�meros atributos e pr�ticas culturais, pois a maioria dos seringalistas era violenta, exigindo que se aculturassem conforme sua cultura brasileira / nordestina (a maioria de origem cearense). Nessa situa��o, os �ndios no Acre, em geral, passavam a ter vergonha de falar sua l�ngua e praticar seus costumes, sendo que mesmo entre eles instalaram-se pr�ticas repressoras de auto-censura da l�ngua e da cultura. Com o tempo da conquista de terras e demarca��o, que teve in�cio no final da d�cada de 1970, podia se ver a import�ncia de se reconstituir os meios de express�o da cultura nativa que haviam sido perdidos: encontros e visitas, festivais, cerimonial sagrado, fala, pintura corporal dan�as, uso das medicinas tradicionais, etc. (Mariana Pantoja)

Distribui��o geogr�fica

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Os povos pertencentes � fam�lia Pano est�o localizados no extremo oeste da Amaz�nia brasileira e na regi�o correspondente ao piemonte andino, no Peru.

Todos os povos cujas denomina��es s�o terminados pelo sufixo -nawa, -n�ua ou -nau� pertencem a este grupo: Kaxinaw�, Yawanaw�, Shawanaw� (ou Shawadaw�), Shanenaw�, Jaminaw�, entre outros. Tamb�m pertencem a este grupo os Marubo e Corubo (Vale do Javari) e Shipibo (Juru�-Ucaially peruano). Os Katukina do Acre tamb�m falam uma l�ngua da fam�lia Pano (n�o confundir com os Katukina do Amazonas). Aparentemente o sufixo -n�ua ou -nawa designa "povo" ou "gente", acrescido de um prenome indica a que cl� este povo pertence. Ex: Shanenaua (povo do p�ssaro azul), Yawanaw� (povo do queixada), etc. Os povos Pano ou nawa compartilham semelhan�as n�o apenas lingu�sticas mas tamb�m nas m�sicas tradicionais, nas pr�ticas ritual�sticas, nas hist�rias tradicionais e na pintura corporal, entre outros aspectos de sua cultura.

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