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Quil�pode

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaChilopoda
Ocorrência: 418–0 Ma

Fim Siluriano - Recente

lacraia - exemplar com cerca de 14,5cm de comprimento.
lacraia - exemplar com cerca de 14,5cm de comprimento.
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Superfilo: Protostomia
Filo: Arthropoda
Subfilo: Myriapoda
Classe: Chilopoda
Latreille, 1817
Ordens
Scutigeromorpha
Lithobiomorpha
Craterostigmomorpha
Scolopendromorpha
Geophilomorpha

Os Quilópodes (Chilopoda), conhecidos popularmente como centopeias ou lacraias,[1] são uma das classes pertencente ao subfilo Myriapoda (Arthropoda; Myriapoda). Nesta classe está a ordem Scolopendromorpha, que por sua vez se subdivide na família Scolopendridae, mais conhecida. Além desta, a classe também abrange as ordens Scutigeromorpha, Geophilomorpha, Lithobiomorpha e Craterostigmomorpha.

Possui aproximadamente 3300 espécies descritas.[2] São animais achatados dorsoventralmente que podem variar de 3 a 30 cm de comprimento.[3] São encontrados vivendo no húmus, debaixo de troncos ou rochas, deserto, cavernas e até no litoral.[3][4] Sua distribuição geográfica abrange todos os continentes, com exceção da Antártida, e a maior diversidade ocorre nas regiões de clima tropical.[2]

Os Chilopodas são os artrópodes terrestres mais antigos conhecidos, são predadores vorazes, capazes de caçarem invertebrados e vertebrados. Predam suas presas através da inoculação de veneno.[3][4] A maioria apresenta uma coloração marrom ou amarela, mas algumas espécies tropicais apresentam uma coloração aposemática (aposematismo), como vermelha, preta, laranja, verde ou violeta.[4]

Glândulas de veneno

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As glândulas de veneno são localizadas no primeiro par de pernas modificadas e incorporadas na cabeça destes animais, como um par de maxilípedes, chamados de forcípulas e são uma sinapomorfia de Chilopoda.[4][5]

O veneno é composto por diferentes enzimas, com uma composição diferente dos outros artrópodes. O veneno é composto em grande parte por metaloproteases e possui atividade neurotóxica, cardiotóxica e miotóxica.[6]

Picadas em seres humanos

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Em casos de picadas em seres humanos, os sintomas são dores, edema e eritema no local da picada. Mas podem ocorrer em casos mais graves cefaleia, mal-estar, ansiedade e vertigens.[1]

Na literatura há alguns casos de picadas que levaram à morte, como um caso de uma garota filipina[7] e de um homem tailand�s que engoliu uma centopeia viva e morreu, depois de ter vomitado muito.[8]

Em casos de acidentes por picadas de lacraias deve-se utilizar compressas frias e lavar o local com �gua e sab�o. Pacientes com dores fortes devem procurar um posto de sa�de, para administra��o de analg�sicos sist�micos. As picadas podem ser irrigadas com �lcool e �ter, cujos compostos funcionam como solventes dos venenos.[1]

Morfologia e defesa

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A superf�cie dorsal da cabe�a � envolta por uma carapa�a, na qual h� um par de antenas moniliformes, formadas por 14 ou mais segmentos. A base da mand�bula � alongada e encontra-se na regi�o ventro-lateral da cabe�a.[2]

A boca se situa na regi�o ventral, sendo delimitada pelo Labro anteriormente, pelo coxosternito do primeiro segmento do tronco ventral-posteriormente e por pleuritos lateralmente. O Labro � dividido em uma pe�a mediana e duas laterais. Debaixo das mand�bulas, h� um par de primeiras maxilas, que forma um l�bio inferior funcional. Um par de segundas maxilas sobrep�e-se ao primeiro. Cada primeira maxila tem um palpo curto. Nos escutigeromorfos, o segundo par de maxilas � delgado e se assemelha �s pernas, por�m nas outras ordens � mais curto, forte e com a extremidade do �ltimo segmento em forma de garra. Cobrindo os ap�ndices bucais, h� o par de forc�pulas ou maxil�pedes, que terminam em garras de pe�onha, e n�o s�o ap�ndices da cabe�a, mas sim do primeiro segmento do tronco, e auxiliam na alimenta��o. As coxas da forc�pula e o esternito daquele segmento formam uma placa chamada de coxosternito. Ap�s o primeiro segmento do tronco, encontram-se 15 ou mais segmentos com ap�ndices. Al�m das garras de pe�onha, h� outras adapta��es para prote��o; o �ltimo par de pernas nas centopeias � mais longo e � modificado como estrutura sensorial ou, mais comumente, de defesa e captura. Os geofilomorfos possuem na por��o ventral gl�ndulas repugnat�rias e litobiomorfos podem possuir gl�ndulas repugnat�rias nos quatro pares de pernas finais, cuja subst�ncia � expelida junto a gotas adesivas.[2]

Locomo��o

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Com exce��o dos geofilomorfos, as centopeias est�o adaptadas para correr e muitas das suas peculiaridades estruturais est�o associadas com a evolu��o de uma marcha r�pida. Com pares de pernas em fases opostas e com as ondula��es do corpo acentuando o comprimento de seus passos, e se locomovendo apoiando menos de um ter�o das pontas das patas no substrato a cada momento, as centopeias conseguem realizar um movimento bastante r�pido. Al�m disso, em alguns grupos, h� um aumento progressivo no comprimento da perna, da parte anterior para a posterior, o que permite que as pernas posteriores se movam por fora das pernas anteriores, reduzindo, assim a interfer�ncia. Nesse aspecto, os escutigeromorfos s�o os mais desenvolvidos e s�o ativos ao ar livre, onde podem tirar melhor vantagem da sua velocidade. Para reduzir a tend�ncia de ondular, o tronco � refor�ado por placas tergais dispostas alternadamente nos litobiomorfos e por placas tergais grandes e imbricadas nos escutigeromorfos. Os segmentos distais das pernas dos escutigeromorfos permitem ao animal apoiar grande parte da perna no substrato, como um p�, para diminuir o deslizamento. Em contraste com os outros quil�podes, os geofilomorfos vermiformes est�o adaptados para cavar em solo mais macio. Esp�cies europeias podem aumentar o comprimento do corpo em at� 70%. Essa elasticidade � facilitada pela presen�a de m�sculos longitudinais fortes na parede do corpo e por uma parede pleural el�stica.[2][9]

Alimenta��o

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Quil�podes s�o animais predadores. Pequenos artr�podes formam a maior parte da dieta, mas algumas centopeias alimentam-se de vermes, carac�is e at� pequenos vertebrados. A presa � detectada e localizada por contato atrav�s das antenas e pode ser atordoada com o veneno das forc�pulas. As lacraias capturam sua presa com seu �ltimo par de patas modificado em pin�as. Depois, cravam as forc�pulas presentes na cabe�a e injetam uma pe�onha fatal em suas v�timas. Ap�s a captura, a presa � sustentada pelas segundas maxilas e forc�pulas, enquanto as primeiras maxilas e as mand�bulas desempenham a a��o manipuladora para a ingest�o.[9]

Trocas gasosas e respira��o

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As trocas gasosas s�o efetuadas atrav�s de um sistema de traqueias. Com exce��o dos escutigeromorfos, os estigmas encontram-se na regi�o pleural membranosa acima e logo atr�s das coxas. Basicamente, h� um par de estigmas por segmento. O estigma, que n�o pode ser fechado, abre-se em um �trio revestido de pelos cuticulares (tricomas), que podem reduzir a desseca��o ou impedir a entrada de part�culas de p�. Os tubos traqueais se abrem na base do �trio e terminam em pequenos tubos cheios de l�quido que fornecem oxig�nio diretamente para v�rios tecidos. As centopeias geofilomorfas que habitam a zona entre mar�s vivem em algas, pedras e conchas. O ar retido dentro do sistema traqueal � provavelmente suficiente durante a submers�o na mar� alta, embora em algumas esp�cies, ar adicional seja armazenado na superf�cie das coxas e alojado como uma bolha na extremidade enrolada do tronco. Talvez associado com seus h�bitos mais ativos e com uma taxa metab�lica mais alta, o sistema traqueal dos escutigeromorfos � semelhante a um pulm�o e provavelmente evoluiu independentemente daquele dos outros quil�podes. Os estigmas situam-se pr�ximo � margem posterior das placas tergais, exceto as oito placas posteriores que cobrem os segmentos portadores de pernas. Cada estigma se abre em um �trio do qual se estendem dois grandes leques de curtos tubos traqueais.[9][10]

Geralmente h� um �nico par de t�bulos de Malpighi, que consistem de um ou dois pares de tubos delgados ramificados que se originam na parte posterior do mes�ntero na sua jun��o com o intestino. Os detritos passam do sangue, atrav�s das finas paredes dos t�bulos, para o l�men, e depois para o intestino. Grande parte dos detritos nitrogenados � excretada como am�nia e n�o como �cido �rico. Os quil�podes requerem ambiente �mido para manter um balan�o h�drico apropriado, pois o tegumento n�o possui a cut�cula cerosa dos insetos e aracn�deos. Desta maneira, a maioria dos quil�podes vive sob pedras e troncos, e s� s�o ativos na superf�cie da terra � noite.[10]

�rg�os sensoriais e sistema nervoso

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Os geofilomorfos, diversos escolopendromorfos e alguns litobiomorfos habitantes de cavernas n�o possuem olhos. Outros quil�podes possuem de poucos a muitos ocelos. Nos escutigeromorfos, os ocelos est�o agrupados e organizados de modo que formam olhos compostos.

O sistema nervoso de Chilopoda segue o plano b�sico de artr�podes, com um alto grau de cefaliza��o que se correlaciona com �rg�os sensoriais bem desenvolvidos. Consiste em um g�nglio cerebral ou c�rebro e um cord�o nervoso ventral. O g�nglio cerebral distingue-se em tr�s regi�es: o protoc�rebro, associado aos olhos, funciona na integra��o da fotorrecep��o e no movimento; o deuteroc�rebro, associado �s antenas, cont�m os centros de associa��o; e o tritoc�rebro, que d� origem aos nervos que inervam o l�bio e o trato digestivo. Em sequ�ncia, h� o g�nglio subesof�gico, que controla as pe�as bucais, gl�ndulas salivares e alguma musculatura local e � composto pelos g�nglios fundidos do terceiro, quarto e talvez quinto segmentos cef�licos. Segue-se o g�nglio forcipular e um par ventral de g�nglios fundidos a cada segmento.[9][10]

Sistema circulat�rio

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Os quil�podes possuem um cora��o tubular dorsal que bombeia o fluido da hemocele em dire��o � cabe�a. A velocidade da circula��o � lenta e ocorre em press�o relativamente baixa. Na por��o anterior o cora��o afina-se, formando a aorta, na qual o sangue flui em dire��o posterior, pelas c�maras da hemocele, antes de retomar ao seio peric�rdico e ao cora��o, atrav�s de �stios laterais que est�o dispostos em um par por segmento do corpo.[9]

Reprodu��o e desenvolvimento

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Cuidado parental em Scolopendra cingulata

Os quilópodes são dioicos e ovíparos; a partenogênese também pode ocorrer em algumas centopeias. Todos os quilópodes têm desenvolvimento direto, com os jovens eclodindo como “adultos em tamanho pequeno”.[9]

A transferência de espermatozoides é indireta. Em geral, o macho constrói uma pequena teia de fios de seda secretada por uma fiandeira localizada no átrio genital. Um espermatóforo, de até vários milímetros, é colocado na teia. A fêmea apanha o espermatóforo e o coloca na sua abertura genital. Os gonópodos de cada sexo auxiliam na manipulação do espermatóforo. O macho geralmente só produz um espermatóforo ao encontrar a fêmea, e frequentemente há um comportamento inicial de corte. Cada indivíduo pode apalpar a extremidade posterior do parceiro com as antenas enquanto o casal se move em círculos. Este comportamento pode durar até uma hora antes de o macho depositar o espermatóforo. O macho então “sinaliza” para a fêmea (por exemplo, mantendo as pernas posteriores ao lado do espermatóforo enquanto gira a parte anterior do corpo e toca nas antenas da fêmea). Ela responde rastejando em direção ao macho e apanhando o espermatóforo. Tanto os escolopendromorfos quanto os geofilomorfos põem e depois incubam os ovos em grupos de 15 a 35. Esses quilópodes alojam-se em cavidades feitas em madeira podre ou no solo e se enrolam sobre a massa de ovos. A fêmea guarda os ovos desta maneira durante o período de eclosão e dispersão dos jovens. Nessas ordens o desenvolvimento é epimórfico, isto é, o jovem apresenta todos os segmentos quando eclode. Nos escutigeromorfos e litobiomorfos, os ovos são depositados isoladamente no solo após serem carregados por um curto período de tempo entre os gonópodos femininos. O desenvolvimento é anamórfico, ou seja, na eclosão, o jovem tem apenas parte dos segmentos do adulto. Ao eclodir, o jovem de Scutigera tem quatro pares de pernas e nas seis mudas seguintes passa por estágios com cinco a treze pares de pernas. Existem, ainda, quatro estágios epimórficos com quinze pares de pernas antes de a maturidade ser atingida. O desenvolvimento de Lithobius é similar, embora os jovens recém-eclodidos tenham sete pares de pernas. Em algumas espécies são necessários vários anos para que as formas jovens atinjam a maturidade sexual. O cuidado parental ocorre tipicamente nas ordens epimórficas.[9][10]

Filogenia de Chilopoda

Scutigeromorpha

Pleurostigmophora

Lithobiomorpha

Phylactometria

Craterostigmomorpha

Epimorpha

Scolopendromorpha

Geophilomorpha

As três ordens basais formam um grupo parafilético Anamorpha.

A classe de Chilopoda é a filogenia mais conhecida entre as quatro ordens de Myriapoda, devido à quantidade de estudos feitos sobre a classe ou pelo número extenso de táxons.[1] A filogenia mais aceita é a baseada na morfologia entre as ordens viventes,[1] pois dados moleculares (baseados em genes ribossômicos ou genes nucleares) são controversos.[11] Além disso, há outros problemas como delimitação das espécies, relações interfamiliares e a classificação de Geophilomorpha.[11]

O fóssil mais antigo de Chilopoda é datado como do final do Siluriano, há 420 milhões de anos,[5][12] cujas pernas fossilizadas pertencem ao gênero Crussolum da ordem Scutigeromorpha. O veneno dos Chilopoda apareceu desde que os Scutigeromorpha se separaram dos Pleurostigomorpha (ordens restantes), há 430 milhões de anos.[5][13] O veneno dos Chilopoda seria um dos venenos mais antigos entre os animais terrestres, precedendo a evolução dos animais terrestres e a dos sistemas de veneno de escorpiões e aranhas.[5][14][15]

São descritas cinco ordens de Chilopoda: Scutigeromorpha, Lithobiomorpha, Craterostigmomorpha, Scolopendromorpha e Geophilomorpha, mais uma ordem extinta representada por uma única espécie[4][16] do meio do Devoniano.[11] Dentre as ordens viventes, o ramo Notostigmophora (Scutigeromorpha) é grupo-irmão de Pleurostigmophora (Lithobiomorpha, Craterostigmomorpha, Scolopendromorpha e Geophilomorpha), baseado nos olhos compostos e espiráculos dorsais.[5] Outro clado monofilético (Craterostigmomorpha, Scolopendromorpha e Geophilomorpha), conhecido como Phylactometria, tem como apomorfia o comportamento parental e outro clado, Epimorpha (Scolopendromorpha e Geophilomorpha), une todas as centopeias que nascem com os segmentos pedais completos e com desenvolvimento epimórfico, sendo as outras ordens de desenvolvimento anamórfico.[1][5][11]

Exemplar da Ordem Scutigeromorpha
Exemplar da ordem Lithobiomorpha

Scutigeromorpha

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Scutigeromorpha são anamórficos e possuem espiráculos posicionados dorsoventralmente nos tergitos, olhos compostos e tarso multissegmentado.[17][18] O tamanho varia entre 2 e 8 cm, com corpo cilíndrico e pernas longas para se moverem rapidamente. As pernas aumentam de forma crescente conforme se aproximam da região posterior. Os Scutigeromorpha nascem com quatro segmentos e conforme crescem passam por uma hemianamorfose (com mudas durante toda a vida do animal) e quando chegam à fase adulta possuem 15 segmentos. Os olhos compostos possuem centenas de omatídeos.[17]

Lithobiomorpha

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São anamórficos, raramente chegam aos 30 mm de comprimento e possuem 15 pares de pernas. Possui duas famílias, os Lithobiidae e Henicopidae. A cabeça é achatada, com um aglomerado de ocelos em cada lado (nos Lithobiidae) ou um ocelo em cada lado da cabeça (Henicopidae). Não há cuidado parental com os ovos.[17]

Craterostigmomorpha

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Com uma única espécie, Craterostigmus tasmanianus, sua distribuição geográfica é limitada, possuindo exemplares na Austrália e Nova Zelândia. As características são uma subdivisão dos tergitos recobrindo os 15 pares de pernas, maxilipedes longos, escleritos na décimo-quinto par de pernas.[17]

Exemplar da ordem Scolopendromorpha

Scolopendromorpha

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São epimórficas e possuem três famílias não monofiléticas (Criptopidae, Scolopocryptopidae e Scolopendridae). São os mais agressivos e podem chegar a até 30 cm, como a Scolopendra gigantea. Existem cerca de 800 espécies, com um único tergito recobrindo até o maxilipede.[17]

Exemplar da ordem Geophilomorpha

Nesta ordem está a família Scolopendridae, mais conhecida.

Geophilomorpha

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Geophilomorpha é a ordem de Chilopoda mais diversificada, com 14 famílias.[5] Um conjunto de dados morfológicos, comportamentais e moleculares divide Geophilomorpha no clado Placodesmata (composto por uma única família, Mecistocephalidae) e Adesmata (todas as outras famílias). São conhecidas mais de 1700 espécies, com espiráculos em quase todos os pares de pernas, exceto o último.[17]

Os Geophilomorpha possuem o número de segmentos variável dentro da mesma espécie. Por exemplo, Himantarium gabrielis, que possui entre 87 e 177 segmentos[17] Todas as espécies são cegas e o cérebro tem uma diferenciação menos evidente dos seus três lobos em comparação com os outros Chilopodas. O número do segmentos da antena é fixo em 14. Cada tergito possui músculos independentes, o que ajuda no hábito de se enterrar.[19]

Os Mecistocephalidae possuem um número fixo de segmentos dentro da mesma espécies e não possuem dimorfismo sexual, como em todas as outras ordens de Chilopoda[17]

Lacraias de grande porte são consumidas na China, servidas no espeto, grelhadas ou fritas. Elas são vendidas nos mercados de Donghuamen e Wangfujing em Pequim.[20][21]

Em países como China, Laos, Tailândia e Camboja, centopeias são mantidas em bebidas alcóolicas por um período de tempo. Este costume é supostamente parte da medicina tradicional chinesa, que acredita que a bebida possua propriedades medicinais, além de ser revigorante.[22]

  1. a b c d e f FRANSOZO, Adilson; NEGREIROS-FRANSOZO, Maria Lucia. Zoologia dos Invertebrados. 1. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 2436 p. v. único.
  2. a b c d e Lewis, J. G. E. (2007). The Biology of Centipedes. Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-03411-1
  3. a b c RIBEIRO-COSTA, CIBELE S.; ROCHA, ROSANA MOREIRA DA. INVERTEBRADOS: : MANUAL DE AULAS PRATICAS. 2. ed. Ribeirão Preto - São Paulo. Brasil: HOLOS, 2016. 271 p.
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  6. Undheim E. A., King G. F. On the venom system of centipedes (Chilopoda), a neglected group of venomous animals. Toxicon. 2011 Mar 15;57(4):512-24. doi: 10.1016/j.toxicon.2011.01.004. Epub 2011 Jan 19.
  7. VERALDI, S.; CUKA, E.; GAIANI, F. Scolopendra bites: a report of two cases and review of the literature. International journal of dermatology, v. 53, n. 7, p. 869–872, 2014.
  8. "Mann schluckt lebenden Hundertfüßler und stirbt". Augsburger-Allgemeine. 18. September 2012. Abgerufen am 12. März 2013.
  9. a b c d e f g Brusca, Richard C.; Brusca, Gary J. (2015). Invertebrados. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. pp. 664–678 
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  11. a b c d EDGECOMBE, G. D. Centipede systematics: Progress and problems. Zootaxa, n. 1668, p. 327–341, 2007.
  12. Shear, W.A.; Jeram, A.J.; Selden, P.A. Centipede legs (Arthropoda, Chilopoda, Scutigeromorpha) from the Silurian and Devonian of Britain and the Devonian of North America. Am. Mus. Novit. 1998, 3231, 1–16.
  13. Fernández, R.; Laumer, C.E.; Vahtera, V.; Libro, S.; Kaluziak, S.; Sharma, P.P.; Pérez-Porro, A.R.; Edgecombe, G.D.; Giribet, G. Evaluating topological conflict in centipede phylogeny using transcriptomic data sets. Mol. Biol. Evol. 2014, 31, 1500–1513.4.
  14. Dunlop, J.A. Geological history and phylogeny of Chelicerata. Arthropod Struct. Dev. 2010, 39, 124–142.
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  19. Manton SM. 1965. The evolution of arthropodan locomotory mechanisms. Part 8. Functional requirements and body design in Chilopoda, together with a comparative account of their skeleto-muscular systems and an appendix on a comparison between burrowing forces of annelids and chilopods and its bearing upon the evolution of the arthropodan hemocoel. J. Linn. Soc. 45:251–484.
  20. «101 Strangest Foods Around the World». Consultado em 5 de junho de 2018 
  21. «Eating Bugs/Insects in Donghuamen Night Market! - Follow me Foodie». 29 out 2012. Consultado em 5 de junho de 2018 
  22. «Centipede Vodka Infusion». 5 de junho de 2018