Saltar para o conteúdo

Rotação de culturas

Origem: Wikip�dia, a enciclop�dia livre.
Efeitos da rota��o de culturas e monocultura na Fazenda Experimental Swojec, da Universidade de Ci�ncias Ambientais e da Vida de Bresl�via. Na faixa dianteira, a rota��o de culturas (batata, aveia, centeio, ervilha) est� sendo aplicada; na faixa traseira, centeio tem sido cultivado por 45 anos consecutivos.

Rota��o de culturas � uma t�cnica agr�cola de conserva��o que visa a diminuir a exaust�o do solo. Isto � feito trocando as culturas a cada novo plantio de forma de que as necessidades de aduba��o sejam diferentes a cada ciclo. Consiste em alternar esp�cies vegetais numa mesma �rea agr�cola. As esp�cies escolhidas devem ter, juntas, prop�sitos comerciais e recupera��o do solo.

Escalando-se diferentes culturas e promovendo-se a rota��o de herbicidas e inseticidas, melhora-se o controle de plantas daninhas e insetos pela quebra de seu ciclo de desenvolvimento, varia��o da absor��o de nutrientes, e ainda varia��o radicular, explorando de diferentes formas o solo.

A monocultura ou mesmo o sistema cont�nuo de sucess�o do tipo trigo-soja ou milho safrinha-soja tende a provocar a degrada��o f�sica, qu�mica e biol�gica do solo e a queda da produtividade das culturas. Tamb�m proporciona condi��es mais favor�veis para o desenvolvimento de doen�as, pragas e plantas daninhas. Nas regi�es dos Cerrados, predomina a monocultura de soja entre as culturas anuais. H� a necessidade de introduzir, no sistema agr�cola, outras esp�cies, de prefer�ncia gram�neas, como milho, pastagem e outras.

A rota��o de culturas consiste em alternar, anualmente, esp�cies vegetais, numa mesma �rea agr�cola. As esp�cies escolhidas devem ter, ao mesmo tempo, prop�sitos comercial e de recupera��o do solo.

As vantagens da rota��o de culturas s�o in�meras. Al�m de proporcionar a produ��o diversificada de alimentos e outros produtos agr�colas, se adotada e conduzida de modo adequado e por um per�odo suficientemente longo, essa pr�tica melhora as caracter�sticas f�sicas, qu�micas e biol�gicas do solo; auxilia no controle de plantas daninhas, doen�as e pragas; rep�e mat�ria org�nica e protege o solo da a��o dos agentes clim�ticos e ajuda a viabiliza��o do Sistema de Semeadura Direta e dos seus efeitos ben�ficos sobre a produ��o agropecu�ria e sobre o ambiente como um todo.

Para a obten��o de m�xima efici�ncia, na melhoria da capacidade produtiva do solo, o planejamento da rota��o de culturas deve considerar, preferencialmente, plantas comerciais e, sempre que poss�vel, associar esp�cies que produzam grandes quantidades de biomassa e de r�pido desenvolvimento, cultivadas isoladamente ou em cons�rcio com culturas comerciais.

Nesse planejamento, � necess�rio considerar que n�o basta apenas estabelecer e conduzir a melhor seq��ncia de culturas, dispondo-as nas diferentes glebas da propriedade. � necess�rio que o agricultor utilize todas as demais tecnologias � sua disposi��o, entre as quais destacam-se: t�cnicas espec�ficas para controle de eros�o; calagem, aduba��o; qualidade e tratamento de sementes, �poca e densidade de semeadura, cultivares adaptadas, controle de plantas daninhas, pragas e doen�as.

Sele��o de esp�cies para compor esquemas de rota��o

[editar | editar c�digo-fonte]

Um esquema de rota��o deve ter flexibilidade, de modo a atender as particularidades regionais e as perspectivas de comercializa��o dos produtos.

O uso da rota��o de culturas conduz � diversifica��o das atividades na propriedade, possibilitando estabelecer esquemas que envolvam apenas culturas anuais, tais como: soja, milho, arroz, sorgo, algod�o, feij�o e girassol, ou de culturas anuais e pastagem. Em ambos os casos, o planejamento da propriedade a m�dio e longo prazos faz-se necess�rio para que a implementa��o seja exequ�vel e economicamente vi�vel.

As esp�cies vegetais envolvidas na rota��o de cultura, devem ser consideradas do ponto de vista de sua explora��o comercial ou destinadas somente � cobertura do solo e aduba��o verde.

A escolha da cobertura vegetal do solo deve, sempre que poss�vel, ser feita no sentido de obter grande quantidade de biomassa. Plantas forrageiras, gram�neas e leguminosas, anuais ou semiperenes s�o apropriadas para essa finalidade. Al�m disso, deve se dar prefer�ncia a plantas fixadoras de nitrog�nio, com sistema radicular profundo e abundante, para promover a reciclagem de nutrientes.

A sele��o de esp�cies deve basear-se na diversidade bot�nica. Plantas com diferentes sistemas radiculares, h�bitos de crescimento e exig�ncias nutricionais podem ter efeito na interrup��o dos ciclos de pragas e doen�as, na redu��o de custos e no aumento do rendimento da cultura principal (soja). As principais op��es s�o milho, sorgo, milheto (principal esp�cie cultivada em sucess�o: safrinha) e, em menor escala, o girassol.

Para a recupera��o de solos degradados indicam-se esp�cies que produzam grande quantidade de massa verde e tenham abundante sistema radicular. Para isso, lan�ar m�o de consorcia��o de culturas comerciais e leguminosas, como por exemplo, milho-guandu, ou de mistura de culturas para cobertura do solo, como por exemplo, braqui�ria + milheto, e sequ�ncias de culturas de grande potencial para produ��o de biomassa. Para estabelecer o cons�rcio milho-guandu, semear milho precoce em setembro-outubro e, cerca de 30 dias ap�s a emerg�ncia do milho, semear o guandu nas entrelinhas do milho.

Em �reas onde ocorre o cancro da haste da soja, o guandu e o tremo�o n�o devem ser cultivados, antecedendo a soja. O guandu, apesar de n�o mostrar sintomas da doen�a durante o est�dio vegetativo, reproduz o pat�geno nos restos de cultivo. Desse modo, ap�s o cons�rcio milho-guandu, usar uma cultivar de soja resistente ao cancro da haste. O tremo�o � altamente suscet�vel ao cancro da haste.

Em �reas infestadas com nematoides de galhas da soja, n�o devem ser usados tremo�o e lab lab, por serem hospedeiros e fonte de in�culo desse pat�geno.

Planejamento da propriedade

[editar | editar c�digo-fonte]

A rota��o de culturas envolve o cultivo de diferentes esp�cies numa mesma safra e, portanto, aumenta o n�mero e a complexidade tarefas na propriedade. Exige o planejamento do uso do solo segundo princ�pios b�sicos, onde deve ser considerada a aptid�o agr�cola de cada gleba, o milho, o feij�o, e as leguminosas tamb�m est�o no planejamento da propriedade onde ser�o adotados a rota��o de culturas.

A �rea destinada � implanta��o dos sistemas de rota��o deve ser dividida em tantas glebas, ou piquetes, quantos forem os anos de rota��o. Ap�s essa defini��o, estabelecer o processo de implanta��o sucessivamente, ano ap�s ano, nos diferentes talh�es, previamente, determinados. A execu��o do planejamento deve ser gradativa para n�o causar transtornos organizacionais ou econ�micos ao produtor, devendo ser iniciada em uma parte da propriedade e ir anexando novas glebas até que toda a área esteja incluída no esquema de rotação.

Sugestão de um esquema de rotação de culturas

[editar | editar código-fonte]

Com base em observações locais no sul do Maranhão e de acordo com as possibilidades dos cultivos das culturas componentes dos sistemas de rotação, sugere-se, ainda que preliminarmente, um esquema de rotação a ser conduzido ao longo de um ciclo de oito anos. Em cada talhão, cultiva-se a soja por dois anos contínuos, seguido por dois anos do cultivo de outras culturas (milho, arroz, algodão e sorgo). Eventualmente, pode-se ter três anos com soja, no máximo. Maior número de anos implicará em problemas mais sérios com pragas e doenças. As proporções de culturas, dentro da rotação, poderão ser alteradas em função das necessidades.

Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Rotação de culturas
Ícone de esboço Este artigo sobre Agricultura é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.