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THX 1138

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THX 1138
THX 1138 (PRT/BRA)
 Estados Unidos
1971 •  cor •  95 min 
Gênero ficção científica, drama
Direção George Lucas
Roteiro George Lucas
Walter Murch
Elenco Robert Duvall
Donald Pleasence
Maggie McOmie
Don Pedro Colley
Ian Wolfe
Lançamento Estados Unidos 11 de março de 1971
Portugal 14 de julho de 1984 (RTP1)
Idioma ingl�s

THX 1138 � o primeiro filme escrito e dirigido por George Lucas. O filme, de 1971, conta a hist�ria de dois cidad�os de uma sociedade dist�pica, localizada no subterr�neo em um local e �poca indefinidos. A sociedade criada por Lucas apresenta uma vis�o pessimista de um futuro em que os habitantes s�o vigiados por androides, obrigados a consumir drogas e onde toda a forma de emo��o foi proibida.

Baseado no curta metragem Electronic Labyrinth: THX 1138 4EB, realizado por Lucas em 1967, quando ele cursava cinema na University of Southern California, o filme foi uma parceria entre o est�dio Warner Bros. e a American Zoetrope, empresa de Francis Ford Coppola. Mal recebido pelo est�dio, THX 1138 foi lan�ado em pequeno circuito e n�o obteve sucesso de bilheteira. Devido � abordagem densa e � tem�tica, � considerado at� hoje como um filme dif�cil, que s� obteve sucesso e passou a ser considerado cult ap�s a consagra��o de Lucas com a s�rie Star Wars.

Em Portugal, o filme n�o estreou comercialmente em salas de cinema,[1] e teve a sua estreia atrav�s da RTP1 no dia 14 de julho de 1984.[2] A sua primeira exibi��o em sala foi num ciclo de cinema dedicado � fic��o cient�fica, 1984: O Futuro � j� Hoje?, no dia 6 de janeiro de 1985, na Funda��o Calouste Gulbenkian.[1]

A pintura Cristo aben�oando de Hans Memling (1478) � usada como representa��o visual da divindade da religi�o estatal OMM 0910[3]

A sociedade dist�pica apresentada no filme guarda grandes semelhan�as com diversas outras obras do g�nero, como 1984 de George Orwell, Admir�vel mundo novo de Aldous Huxley e Metr�polis de Fritz Lang. Os habitantes dessa sociedade futura habitam um mundo subterr�neo, conduzem carros supervelozes, cultivam o consumo e frequentam shopping centers, onde compram artigos sem utilidade e de dura��o ef�mera. Toda a afetividade foi banida, e o consumo de entorpecentes � obrigat�rio. As m�quinas e computadores s�o omnipresentes, e androides sem rosto zelam pela seguran�a e pelo cumprimento das leis. Nesse mundo, as pessoas habitam com parceiros compat�veis, escolhidos por computadores. O amor e o contacto f�sico s�o proibidos, e todos os cidad�os s�o obrigados a realizar tarefas rotineiras, como ver televis�o e fazer sexo virtual com hologramas.

THX 1138 (Robert Duvall) � mais um desses cidad�os sem nome, carecas e sempre vestidos de branco, nessa sociedade branca. T�cnico de uma usina nuclear, ele vive a rotina normal de todos os habitantes - a qual inclui a confiss�o com uma entidade religiosa cibern�tica, sancionada pelo Estado, chamada OMM 0910, al�m do consumo rotineiro de drogas. Quando sua companheira LUH 3417 (Maggie McOmie) para de tomar suas drogas, substitui tamb�m as de THX por placebo. Assim, os sentimentos de THX s�o despertados, e ele se apaixona por LUH. Em seu novo estado de percep��o, o casal decide fugir do subterr�neo, e isso acaba levando-os � pris�o por "crimes sexuais" e "evas�o de drogas". Embora a maioria dos prisioneiros n�o deseje fugir, THX acaba convencendo SEN 5241 (Donald Pleasence) (um t�cnico de inform�tica, a quem o pr�prio THX havia denunciado anteriormente) e SRT, um holograma, a tentar uma fuga.

Ap�s descobrir que LUH est� morta, THX foge e, ap�s uma longa persegui��o - afinal encerrada, porque o or�amento de seu processo foi excedido -, ele acaba alcan�ando a superf�cie, onde seu destino � incerto.

THX 1138 foi a primeira produ��o da ent�o rec�m criada empresa American Zoetrope. A empresa ambicionava produzir filmes em moldes alternativos ao modelo que vigorava em Hollywood. Por isso, o produtor Francis Ford Coppola deu a Lucas total liberdade criativa. A montagem foi realizada pelo pr�prio diretor. A produ��o de som foi feita por Walter Murch, que tamb�m assinou o roteiro, junto com Lucas. A trilha sonora foi composta por Lalo Schifrin. Os efeitos sonoros do filme s�o considerados um marco na hist�ria do cinema, e o sistema THX, desenvolvido anos depois pela Lucasfilm para a s�rie Star Wars, deve seu nome a THX 1138.

Produzido com baixo or�amento (estimado em 777 mil d�lares) e atores pouco conhecidos na �poca, THX 1138 utilizou loca��es e ilumina��o natural em muitas cenas. Todos os atores tiveram que raspar completamente a cabe�a. As cenas de persegui��o automobil�stica foram realizadas em t�neis de metr� que ainda estavam em constru��o.

A vers�o do diretor

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A Warner n�o recebeu bem o filme e pretendia remont�-lo completamente para lan��-lo nos cinemas. Lucas e Coppola n�o aceitaram os cortes. Ap�s muitas discuss�es, o est�dio cortou cinco minutos do filme e o distribuiu com pouca promo��o. Isso contribuiu para o fracasso de bilheteria de THX 1138. A comunica��o boca a boca, que muitas vezes pode transformar um azar�o em grande sucesso, tamb�m n�o ajudou muito, pois o filme n�o caiu nas gra�as do grande p�blico norte-americano. Ainda hoje a pel�cula � mais comentada do que assistida.

Em 2004, George Lucas remontou o filme em seu formato original, acrescentou cenas exclu�das, remasterizou-o digitalmente em formato Widescreen e lan�ou a vers�o do diretor em DVD duplo. Al�m do filme, o DVD inclui coment�rios do diretor e do produtor de som, Walter Murch, trailers e document�rios, al�m do curta original Labirinto Eletr�nico: THX 1138 4EB. A cr�tica e os f�s de Lucas reagiram positivamente a este lan�amento.

Referências

  1. a b «Programa - Ciclo de Cinema de Ficção Científica, 1984». gulbenkian.pt. 1984. p. 8 e 11. Consultado em 16 de julho de 2022 
  2. «Os Filmes da Televisão». casacomum.org. Diário de Lisboa. 13 de julho de 1984. p. 32. Consultado em 16 de julho de 2022 
  3. Compare with this image from IMDb.

Ligações externas

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