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Tentação

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 Nota: Para outros significados, veja Tenta��o (desambigua��o).
Hendrik Goltzius: A queda do Homem, 1616, National Gallery of Art, Washington.

Tenta��o � um est�mulo ou indu��o a um ato que pare�a atraente, ainda que seja inapropriado ou contradiga alguma norma ou conven��o social sendo, consequentemente, proibido. A defini��o de tenta��o pode ser aplicada a uma ampla gama de a��es (por exemplo, o desrespeito a uma restri��o alimentar, a trapa�a, a ostenta��o de artigos de luxo, a procrastina��o.

A tenta��o pode estar presente no pr�prio objeto de desejo ou no modo como este � apresentado (vide publicidade), ou ainda na indu��o por parte de outrem atrav�s de m�todos t�o diversos como o elogio, o pedido, a bajula��o, o apelo � cumplicidade, o ati�ar da curiosidade, o uso indevido da autoridade, a gera��o de medo, ang�stia ou expectativa, a amea�a de perda, a seda��o ou a manipula��o.

Na pr�tica da propaganda, a tenta��o � pe�a central do marketing e da publicidade efetivos, a fim de persuadir os consumidores a aceitarem um determinado produto ou oferta. Uma t�cnica de publicidade bastante conhecida envolve a banaliza��o positiva do conceito de tenta��o, como se v� em "a mais suculenta tenta��o desde a inven��o do chocolate".

Tenta��o no Cristianismo

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Num contexto crist�o, a tenta��o � o est�mulo a um pecado ou a uma a��o imoral, de tal forma que o pedido de "prote��o contra as tenta��es" chega a constituir elemento central da ora��o do Pai Nosso. Sob a �tica crist�, a ess�ncia do pecado e de todas as tenta��es � o afastamento de Deus, que aparece como uma esp�cie de inc�modo moral ao lado do objeto de desejo.

Na B�blia, a tenta��o est� sempre relacionada ao mal, originada diretamente do diabo. Algumas das mais conhecidas passagens b�blicas concernentes � tenta��o s�o a narrativa de Ad�o e Eva e a tenta��o do piedoso J� por Satan�s.

As tenta��es de Cristo

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Cristo e o tentador. Acima da imagem de S�o Jo�o, em Bad Zwischenahn, Baixa Sax�nia.
Cristo no deserto (Iwan Nikolajewitsch Kramskoi)

No Novo Testamento, mais precisamente nos evangelhos sin�pticos, h� descri��es de tr�s tenta��es sofridas por Jesus Cristo no deserto, todas infligidas pelo diabo, conforme se pode ver em Mateus 4:1-11, Marcos 1:12-13 e Lucas 4:1-13.

Pedras em P�o

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Tentou a Jesus o diabo:

Se tu �s o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em p�es. (Mt 4:3)

Por outra vez:

(...)salva-te a ti mesmo. Se �s Filho de Deus, desce da cruz. (Mt 27:40)

O Diabo interpreta as Escrituras

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Na segunda tenta��o, o dem�nio cita as Sagradas Escrituras na tentativa de ludibriar Jesus a cair numa armadilha, uma fal�cia teol�gica.

Porque aos seus anjos dar� ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. Eles te sustentar�o nas suas m�os, para que n�o tropeces com o teu p� em pedra.(Salmos 91:11-12) em (Mt 4:6)

Essa passagem ganha ainda um peso especial, pois que os salmos - a� citados pelo diabo - s�o considerados vinculados ao Templo de Salom�o. Aquele que ora pede por prote��o no Templo e ainda assim o diabo surge surpreendentemente nesta passagem como conhecedor das escrituras. Conclui-se ent�o que at� mesmo a interpreta��o b�blica pode ser fonte de tenta��o.

Os Reinos do Mundo

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O Diabo mostra a Jesus os Reinos do Mundo.

Na terceira e �ltima tenta��o, o dem�nio oferece a Jesus a coroa de todos reinos do mundo. Ser� que ele n�o aceitaria se tornar o rei do mundo, que uniria o mundo inteiro em um grande reino de paz e prosperidade?

Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; E mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a gl�ria deles. E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. (Mt 4:8-9)

Cita��es not�veis

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  • Posso resistir a tudo, menos � tenta��o.

(Oscar Wilde - 16. Outubro 1854 - 30. Novembro 1900 - escritor e dramaturgo irland�s)

  • Alguns dos que fogem � tenta��o desejam secretamente que ela os alcance.

(Giovanni Guareschi - 1. Maio 1908 - 22. Julho 1968 - escritor e jornalista italiano)

  • A tenta��o � t�o grande quanto a vontade do tentado de sucumbir a ela.

(Silke Zajonz - *11. Mar�o 1970, Alemanha)

  • Erik Aurelius, Martin Klein, Johann Anselm Steiger, Eric O. Springsted, Sabine Bobert: Art. Versuchung I. Altes Testament II. Neues Testament III. Kirchengeschichtlich IV. Systematisch-theologisch V. Praktisch-theologisch. In: Theologische Realenzyklop�die 35 (2003), S. 44-70 (umfassender theol. �berblick)
  • Benedikt XVI., Jesus von Nazareth. Von der Taufe im Jordan bis zur Verkl�rung, Herder, 2007, ISBN 3-451-29861-9
  • Joachim Gnilka, Das Evangelium nach Matthäus (Herders theologischer Kommentar zum Neuen Testament Bd. 1), Freiburg/B 1986.
Publicidade (Leopoldo Metlicovitz)

Ligações externas

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