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Transtorno de personalidade esquizoide

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Transtorno de personalidade esquizoide
,
As pessoas com transtorno de personalidade esquizoide tendem a preferir atividades solit�rias
Especialidade psiquiatria, psicologia cl�nica
Sintomas Frieza emocional, estilo de vida solit�rio, apatia, excessiva preocupa��o com fantasia e introspe��o
Frequ�ncia Provavelmente entre 3,1% e 4% da popula��o
Classifica��o e recursos externos
CID-10 F60.1
CID-9 301.2
MedlinePlus 000920
MeSH D012557
A Wikip�dia n�o � um consult�rio m�dico. Leia o aviso m�dico 

O transtorno de personalidade esquizoide (TPE) � um transtorno de personalidade caracterizado por falta de interesse em rela��es sociais, tend�ncia a um estilo de vida solit�rio, frieza emocional e apatia. Indiv�duos afetados podem ser incapazes de formar v�nculos �ntimos com outros e simultaneamente possuir uma rica e elaborada, mas exclusivamente interna, atividade imagin�ria[1] ou demonstrarem uma criatividade significativa.[2]

Embora os termos sejam parecidos, o TPE não é o mesmo que esquizofrenia, apesar de a prevalência do transtorno ser maior em famílias com casos de esquizofrenia, e de ambos terem características em comum, como distanciamento e embotamento afetivo.[3][4][5] Alguns psicólogos argumentam que a definição de TPE é inválida devido à presença de um viés cultural.[6]

Outras características comuns incluem discursos pedantes, uma falta de satisfação motriz na maioria das atividades, sentir-se mais como "observador" em vez de um participante na vida, inaptidão de tolerar expectativas emocionais dos outros, indiferença aparente quando elogiado ou criticado, um certo grau de assexualidade, e crenças políticas ou morais idiossincráticas.[7]

Critérios de diagnóstico

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O diagnóstico é baseado nas experiências reportadas pelo paciente, como também marcadores do transtorno observados por um profissional da saúde mental.

Critérios do DSM-IV

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A versão IV-TR do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV) — o guia americano amplamente usado por médicos à procura de um diagnóstico de doenças mentais — definia o TPE[8] como "um padrão invasivo de distanciamento de relacionamentos sociais e uma faixa restrita de expressão emocional em contextos interpessoais, [que] começa no início da idade adulta e se apresenta em variados contextos".

Os critérios são (pelo menos quatro):

  1. Não deseja e nem aprecia relações íntimas, incluindo ser parte de uma família.
  2. Quase sempre escolhe atividades solitárias.
  3. Tem pouca, se alguma, vontade de ter relações sexuais com outra pessoa.
  4. Tem prazer em poucas atividades, se alguma.
  5. Falta de amigos íntimos ou confidentes que não sejam parentes de primeiro grau.
  6. É indiferente às críticas ou elogios.
  7. Mostra frieza emocional, distância ou afetividade limitada.

Para o DSM-5, publicado em 2013, foi decidido que o critério de diagnóstico se mantenha idêntico.[9]

Critérios da CID-10

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A CID-10 da Organização Mundial de Saúde define o TPE[10] de forma muito semelhante ao DSM-IV. Segundo a CID-10, são necessários pelo menos 4 destes sintomas:

  1. Tem prazer em poucas atividades, se alguma.
  2. Mostra frieza emocional, distância ou afetividade limitada.
  3. Capacidade limitada para expressar tanto sentimentos de calor e ternura como de ira para com outras pessoas
  4. Aparente indiferença às críticas ou elogios.
  5. Pouca vontade de ter relações sexuais com outra pessoa (atendendo à idade)
  6. Quase sempre escolhe atividades solitárias.
  7. Preocupação excessiva com fantasia e introspecção.
  8. Falta de amigos íntimos ou confidentes (ou apenas um) e de desejo de os ter
  9. Marcada insensibilidade às normas e convenções sociais estabelecidas

Exclui: Síndrome de Asperger, Transtorno Delirante, Transtorno Esquizoide da Infância, Esquizofrenia e Transtorno de personalidade esquizotípica

Critérios de diagnóstico dinâmico

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Ralph Klein observou de maneira diversa as crenças comuns sobre esquizoides focadas principalmente no seu aparente desinteresse em relacionamentos. Esclarecendo as causas e condições por trás das características acima, Klein descreveu as cismas no tocante aos relacionamentos com os esquizoides. A separação envolve: (1) o relacionamento "escravo/mestre": caracterizado por exploração, apropriação, e desumanização; e (2) o "Eu em exílio:" o desagradável recuo do relacionamento explorador em que o Eu vai para o exílio. O Eu distante ou sem capacidade de resposta em exílio é o aspecto mais comum e reconhecido do esquizoide. Como Klein declara: "[o] aparente desapego dos sentimentos nunca deve ser aceito como o estado verdadeiro desses casos."[11]

De particular importância é a correlação entre o transtorno narcisista e o esquizoide. Por exemplo, o "se achar com bastante direito" do narcisista em uma família pode resultar no inverso no irmão esquizoide. E também o repúdio do narcisista que é frequentemente absorvido pelo (ou projetado no) esquizoide; assim gerando um sentimento de invasão física, e o desenvolvimento de uma sensação de vulnerabilidade a ingerência. Paradoxalmente, um esquizoide pode ser atraído por relacionamentos exploradores em que anseiam experimentar algo significante, bem como reconhecimento por atender ao desejo de outro. Mas ao mesmo tempo esta pessoa pode estar bastante ciente de quaisquer métodos de corrupção ou exploração fora deste relacionamento. Nessa abordagem o diagnóstico é baseado na dinâmica dessa separação e suas consequências, ao contrário do diagnóstico baseado em uma lista de comportamentos exteriores.[carece de fontes?]

Critérios de Guntrip

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Ralph Klein, Diretor Clínico do Instituto Masterson, define as seguintes nove características da personalidade esquizoide como descritas por Harry Guntrip: introversão, reclusão, narcisismo, autossuficiência, uma sensação de superioridade, perda de afeto, isolamento, despersonalização e regressão psicológica.[12]

Segundo Guntrip, "Na acepção do termo, o esquizoide é descrito como desligado da realidade do mundo exterior em um sentido emocional. Todos os seus impulsos instintivos e esforços são direcionados intimamente perante objetos internos e ele vive uma vida interior intensa que normalmente se revela de uma surpreendente abundância de fantasia e imaginação quando isso se torna acessível mediante observação. Embora a maior parte da sua vida fantasiosa e variada seja levada adiante secretamente, à distância." O indivíduo esquizoide está desligado da realidade exterior a tal nível que ele ou ela sente que a mesma é perigosa. É uma resposta humana natural fugir de fontes de perigo e se voltar àquelas mais seguras. O esquizoide, portanto, está preocupado primeiramente em evitar o perigo e em garantir segurança.[12]

Segundo Guntrip, a reclusão significa desapego do mundo exterior, o outro lado da introversão. Embora existam vários esquizoides que demonstram óbvia reclusão (uma timidez óbvia e evidente, relutância, ou evitação do mundo externo e relações interpessoais), isto define apenas uma pequena parcela de tais indivíduos. Várias pessoas fundamentalmente esquizoides se apresentam com um estilo de personalidade engajada, interativa.

Tal pessoa pode parecer disponível, interessada, engajada, e envolvida em interações com outros; porém, na verdade, ele ou ela está emocionalmente recluso e confinado em um lugar seguro em um mundo interno. Embora a reclusão ou desapego do mundo exterior seja um traço característico da patologia esquizoide, é às vezes explícita ou encoberta. Quando é explícita se encaixa na descrição habitual da personalidade esquizoide. E também frequentemente, é um estado interno oculto e velado do paciente.

Em suma, (1) o que é capturado pelo olhar objetivo pode não ser o que esteja presente no mundo subjetivo e interno do paciente; (2) não se deve confundir introversão por indiferença; e (3) não se deve identificar erroneamente o paciente esquizoide por não se conseguir visualizar a floresta de reclusão do mesmo através das árvores da interação defensiva, compensatória e engajada com a realidade externa.[12]

Guntrip: "Narcisismo é um traço característico que se origina da vida interior predominante dos esquizoides. Seus objetos queridos estão todos no seu íntimo e além disso ele se identifica enormemente com eles de modo a seus apegos instintivos pareçam estar contidos em si mesmo. A pergunta, no entanto, é se a vida interior intensa do esquizoide se deve a um desejo por uma ardente incorporação de objetos externos ou devido à reclusão do mundo exterior para um interno que se imagina ser mais seguro." A necessidade por apego como uma motivação principal é tão forte na pessoa esquizoide como em qualquer outro ser humano. Porém, devido aos objetos queridos do esquizoide serem internos, ele ou ela encontra segurança sem se conectar ou apegar aos objetos no mundo real.[12]

Auto-suficiência

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Guntrip escreve que "Essa autossuficiência narcisista e introvertida, que se mantém sem relacionamentos externos verdadeiros enquanto todas as relações emocionais são realizadas num mundo interno, é uma cautela contra a ansiedade se manifestando na lida com pessoas de fato." Quanto mais os esquizoides podem confiar em si mesmos, menos eles precisam confiar nos outros ou se expor aos perigos potenciais e ansiedades associadas com essa confiança ou, ainda pior, dependência. A grande maioria dos indivíduos esquizoides demonstram uma enorme capacidade de autossuficiência, pela habilidade de funcionar sozinhos, independentes e autônomos, em gerenciar seus mundos.[12]

Sensação de superioridade

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Guntrip especifica que "uma sensação de superioridade acompanha naturalmente a autossuficiência. A pessoa não precisa das outras, elas podem ser dispensadas… e isso normalmente acompanha o sentimento de ser diferente das demais." O sentimento de superioridade do esquizoide não tem nada a ver com a arrogância própria do transtorno narcisista. Não encontra terreno no esquizoide através da necessidade de desvalorizar ou aniquilar outros que são tidos como ofensivos, críticos, insultuosos, ou humilhantes. Este tipo de superioridade foi descrita por um jovem esquizoide:

"Se eu sou superior aos outros, se estou acima deles, não preciso deles. Quando eu digo que estou acima dos outros, não significa que eu me ache melhor que eles, e sim que estou distante dos mesmos, a uma distância segura."

É um sentimento de estar horizontalmente (ao invés de verticalmente) distante.[12]

Perda da afetividade

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De acordo com Guntrip, "A perda da afetividade em situações externas é uma parte inevitável de todo o retrato." Devido ao tremendo investimento feito em si da necessidade de estar autocontido, autossuficiente e independente — há uma inevitável interferência no desejo e habilidade de sentir a experiência do próximo, de ser empático e sensível. Normalmente estas coisas parecem secundárias, um luxo que precisa aguardar até que seja assegurada a posição defensiva e segura do indivíduo. A experiência subjetiva é aquela da perda da afetividade.[12]

Para alguns pacientes, a perda de afeto está presente em tal nível que a insensitividade se manifesta ao extremo como cinismo, insensibilidade, ou até mesmo crueldade. O paciente parece não ter ciência de como seus comentários ou atos afetam e machucam outras pessoas. Mais frequentemente, a perda de afeto é manifestada no íntimo do paciente como genuína confusão, uma sensação de que algo está faltando na sua vida emocional.[12]

Segundo Guntrip, "O isolamento é um resultado inevitável da introversão esquizoide e da abolição de relacionamentos interpessoais. Se revela em um intenso desejo de amizade e amor que repetidamente se rompeu. A solidão no meio da multidão é a experiência do esquizoide desligado de uma harmonia emocional." Essa é uma experiência central do esquizoide que é normalmente despercebida pelo observador. Ao contrário da caricatura familiar do esquizoide como frio e insensível, a vasta maioria deles que se tornam pacientes expressam em algum momento no tratamento o desejo de amizade e amor. Este não é o paciente esquizoide descrito nos DSMs. Tal desejo, porém, pode não se revelar exceto na vida fantasiosa do esquizoide, na qual o terapeuta pode não ter acesso concedido por um longo período no tratamento. Se tal desejo é imediatamente presente, no entanto, é mais provável que seja o transtorno de personalidade esquiva.[carece de fontes?]

Há uma pequena parcela de indivíduos esquizoides, que se encaixam na definição clássica do DSM, os quais a esperança de estabelecer relacionamentos é tão pequena que se encontra quase extinta. O desejo por proximidade e apego é quase identificável neste tipo de esquizoide. Estas pessoas não irão se tornar pacientes voluntariamente; o esquizoide que se torna paciente o faz por conta de ambas as motivações de isolamento e anseio. Este tipo de paciente esquizoide acredita que algum tipo de conexão e apego é possível, e é bem adequado à psicoterapia. Contudo a ironia dos DSMs é que eles podem fazer com que o psicoterapeuta se aproxime do paciente esquizoide com um sentimento de pessimismo terapêutico, se não niilismo, lendo erroneamente o mesmo ao acreditar que a desconfiança dele é indiferença e que a sua cautela é frieza.[12]

Guntrip descreve a despersonalização como uma perda da sensação de identidade e individualidade. Despersonalização é uma defesa dissociativa, comumente descrita pelo paciente esquizoide como "dessintonizando," "desligando", ou como uma experiência de separação entre o ego observador e participante. É experimentada mais profundamente por aqueles com transtorno de personalidade esquizoide quando ansiedades parecem esmagadoras. É uma forma mais extrema de perda de afetividade: enquanto a perda de afeto é um estado mais crônico do transtorno de personalidade esquizoide, a despersonalização é uma defesa intensa contra as experiências mais imediatas de ansiedade esmagadora ou perigo.[12]

Regressão psicológica

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Guntrip definiu a regressão psicológica como "Representando o fato de que a pessoa esquizoide no fundo se sente sobrecarregada pelo mundo externo e está em fuga tanto no seu interior como na regressão da segurança do útero metafórico." Tal processo de regressão abrange dois mecanismos diversos: o interior e o retrocesso. A regressão interior assevera a magnitude da confiança em formas primitivas de fantasia e autocontenção, normalmente de natureza autoerótica ou amorfa. Já o retrocesso para a segurança do útero é um fenômeno único esquizoide e representa a sua forma mais intensa de reclusão defensiva em um esforço de encontrar segurança e evitar a destruição pela realidade externa. A fantasia do retrocesso ao útero é a fantasia da regressão a um lugar de segurança definitiva.[12]

A descrição das nove características primeiramente articuladas por Guntrip põe mais claramente em foco algumas das maiores diferenças que existem entre a tradição descritiva (DSM e ICD) do transtorno esquizoide e a visão de inspiração psicanalítica (relações de objeto). Todas as nove características são internamente consistentes. A maioria, se não todas, devem estar presentes para se diagnosticar um transtorno esquizoide.[12]

Perfil fenomenológico de Akhtar

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Num artigo publicado no American Journal of Psychotherapy, Salman Akhtar, M.D.,[13] fornece uma descrição alargada do Transtorno de Personalidade Esquizoide, sintetizando as descrições clássicas e contemporâneas com observações psicanalíticas.

Este perfil é sumarizado na tabela reproduzida abaixo, listando manifestações clínicas em seis áreas de comportamento psicossocial e designadas como "abertas" e "encobertas".

Note-se que tal não pretende significar que haja dois tipos de esquizoides ("abertos" e "encobertos"), mas que cada indivíduo esquizoide tende a ter uma faceta "aberta" que mostra ao mundo e uma faceta "encoberta" que raramente revela.

Características Clínicas do Transtorno de Personalidade Esquizoide[13][14]
Área Características
Aberto Encoberto
Autoconceito
  • complacente
  • estoico
  • não competitivo
  • autossuficiente
  • pouco assertivo
  • sentindo-se inferior e um "estranho" na vida
  • cínico
  • inautêntico
  • despersonalizado
  • alternativamente sentindo-se vazio ("como um robô") ou cheio de fantasias onipotentes e vingativas
  • grandiosidade oculta
Relações interpessoais
  • afastado
  • indiferente
  • poucos amigos chegados
  • impermeável às emoções dos outros
  • medo de intimidade
  • extremamente sensível
  • profundamente curioso
  • sedento de amor
  • invejoso da espontaneidade alheia
  • necessitando intensamente de envolvimento com os outros
  • capaz de excita��o com amigos �ntimos cuidadosamente escolhidos
Adapta��o social
  • prefere atividades recreativas e ocupacionais solit�rias
  • marginal ou ecleticamente soci�vel em grupos
  • vulner�vel a movimentos esot�ricos devido a uma forte necessidade de perten�a
  • tend�ncia � pregui�a e indol�ncia
  • falta de clareza nos objetivos
  • fraca afilia��o �tnica
  • usualmente capaz de regularidade no trabalho
  • por vezes bastante criativo, podendo fazer contribui��es �nicas e originais
  • capaz de persist�ncia apaixonada em certas esferas de interesse
Amor e sexualidade
  • assexual, por vezes celibat�rio
  • sem interesse rom�nticos
  • avers�o a boatos e insinua��es sexuais
�tica, padr�es e ideais
  • convic��es morais e pol�ticas idiossincr�ticas
  • tend�ncia para interesses espirituais, m�sticos e parapsicol�gicos
  • instabilidade moral
  • ocasionalmente contundentemente amoral e vulner�vel a crimes bizarros, outras vezes autossacrificando-se altruisticamente
Estilo cognitivo
  • distra�do
  • absorto em fantasia
  • discurso vago e empolado
  • alternando entre a eloqu�ncia e o discurso pouco articulado
  • pensamento focado em si pr�prio
  • flutua��es entre agudo contato com a realidade exterior e a hiper-reflex�o acerca de si
  • uso autoc�ntrico da linguagem

Sinais e sintomas

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Pessoas com TP Esquizoide s�o vistas como distantes, frias e indiferentes, o que causa alguns problemas sociais. A maioria dos indiv�duos diagnosticados com TP Esquizoide tem dificuldade em estabelecer relacionamentos sociais ou expressar seus sentimentos em uma maneira significativa, e podem permanecer passivos em face de situa��es desfavor�veis. A maneira destes se comunicarem com outras pessoas �s vezes pode ser indiferente e concisa. Por causa da car�ncia de comunica��o com outras pessoas, aquelas que s�o diagnosticadas com TP Esquizoide n�o s�o capazes de ter uma reflex�o de si mesmas e o quanto eles conseguem se dar bem com os outros.[15]

A reflex�o � importante para estes se tornarem mais conscientes de si mesmos e suas pr�prias a��es em ambientes sociais. R. D. Laing sugere que sem ser preenchido com inje��es interpessoais de realidade, ocorre um empobrecimento na pr�pria imagem pessoal que se tem, tornando-se mais e mais vazia e vol�til, fazendo o pr�prio indiv�duo se sentir irreal.[15]

De acordo com Gunderson,[16] pessoas com o transtorno se sentem "perdidas" sem a companhia daquelas que normalmente est�o acompanhadas porque precisam de seguran�a e estabilidade. Contudo, quando o espa�o pessoal do paciente � violado, ele se sente sufocado e com uma necessidade de se libertar e ser independente. As pessoas que t�m o transtorno s�o mais felizes quando est�o num relacionamento em que o parceiro coloca poucas exig�ncias emocionais ou �ntimas nelas, j� que n�o s�o as pessoas por si s� que elas querem evitar, mas ambas as emo��es negativas e positivas, intimidade emocional, e autorrevela��o.[17]

Isso significa que � poss�vel para indiv�duos esquizoides formar relacionamentos com outros baseados em atividades intelectuais, f�sicas, familiares, ocupacionais e recreacionais, se esses modos de relacionamento n�o exigirem ou for�arem a necessidade de intimidade emocional, o que o indiv�duo ir� rejeitar.

Donald Winnicott resume a necessidade do esquizoide de modular intera��es emocionais com outros com seu coment�rio de que estes indiv�duos "preferem formar relacionamentos nos seus pr�prios termos e n�o nos termos dos impulsos de outras pessoas",[18] e se n�o puderem faz�-lo, preferem o isolamento.

Um paciente com TPE comentou que n�o podia aproveitar plenamente a vida porque sentia que estava vivendo numa concha. Al�m disso, observou que sua inabilidade perturbava sua esposa.[19] Segundo Beck e Freeman,[20] "Pacientes com transtornos de personalidade esquizoide se consideram observadores, ao inv�s de participantes, no mundo � sua volta."

Estilo de apego evitativo

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A quest�o de se o TP Esquizoide se qualifica com um pleno transtorno de personalidade ou apenas como um estilo de apego evitativo � controversa.[21] Se aquilo a que chamamos transtorno de personalidade esquizoide � nada mais que um estilo de apego que exige uma proximidade emocional mais distante, ent�o v�rias das rea��es problem�ticas que estes indiv�duos demonstram em situa��es interpessoais podem ser parcialmente atribu�das aos julgamentos sociais normalmente feitos sobre aqueles com este estilo. At� o momento v�rias fontes confirmaram a sinon�mia entre TP Esquizoide e o estilo de apego evitativo,[22] o que deixa em aberto a quest�o de como os pesquisadores podem abordar o assunto da melhor maneira em futuros manuais de diagn�stico e na pr�tica terap�utica. Por�m, por regra o motivo porque os indiv�duos com TP Esquizoide n�o buscam intera��es sociais � meramente por aus�ncia interesse, enquanto aqueles com estilo de apego evitativo podem estar de facto interessados em interagir com os outros, mas sem estabelecerem liga��es muito profundas ou prolongados por terem pouca toler�ncia para qualquer tipo de intimidade.

Sexualidade Esquizoide

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As pessoas com TP Esquizoide s�o �s vezes sexualmente ap�ticas, embora n�o sofram normalmente de anorgasmia. Muitos esquizoides t�m uma vontade sexual normal mas alguns preferem a masturba��o ao inv�s de lidar com os aspectos sociais de buscar um parceiro sexual. Por isso, as necessidades sexuais destes podem parecer menores que aqueles que n�o tem TP Esquizoide, j� que preferem permanecer sozinhos e dissociados. Quando praticam sexo, indiv�duos com TP Esquizoide frequentemente sentem que seu espa�o pessoal est� sendo violado, e normalmente acreditam que a masturba��o ou abstin�ncia sexual � prefer�vel � proximidade emocional que eles precisam tolerar quando fazem sexo.[23][24] Expandindo significativamente esse retrato, h� not�veis exce��es de indiv�duos com TP Esquizoide que se engajam em ocasionais ou mesmo frequentes atividades sexuais com outros.[25]

Harry Guntrip[26] descreve o "affair sexual secreto" introduzido por alguns indiv�duos esquizoides casados como uma tentativa de reduzir a quantidade de intimidade emocional focada num �nico relacionamento, um sentimento ecoado pela personalidade resignada descrita pela psicoanalista alem� Karen Horney que pode excluir o sexo como sendo "muito �ntimo para um relacionamento permanente, e no lugar satisfazer suas necessidades sexuais com um estranho. Contrariamente, ele pode mais ou menos restringir um relacionamento meramente a contatos sexuais e n�o compartilhar outras experi�ncias com o parceiro."[27]

Mais recentemente, Jeffrey Seinfeld, professor de servi�os sociais na New York University, publicou um volume sobre o TP Esquizoide[28] em que detalha exemplos de "fome esquizoide" que pode se manifestar como promiscuidade sexual,dando o exemplo de uma mulher esquizoide que ia sorrateiramente a v�rios bares se encontrar com outros homens pelo prop�sito de gratifica��o sexual, mas impessoal, um ato que, segundo Seinfeld, aliviava seus sentimentos de desejo e vazio.

O 'Esquizoide secreto'

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De acordo com Ralph Klein,[29] existem v�rios indiv�duos essencialmente esquizoides que se apresentam como engajados, com um estilo de personalidade interativa que contradiz as caracter�sticas observ�veis enfatizadas pelas defini��es do DSM-IV e ICD-10 da personalidade esquizoide. Klein classifica estes indiv�duos como esquizoides secretos,[29] se apresentando como socialmente dispon�veis, interessados, engajados e envolvidos em intera��es aos olhos de observadores, enquanto ao mesmo tempo permanecem emocionalmente reclusos e contidos na seguran�a do seu mundo interno.

Embora a reclus�o e desapego do mundo exterior seja um tra�o caracter�stico da (alegada) patologia esquizoide, � �s vezes cl�ssica e �s vezes secreta. Quando � cl�ssica, se encaixa na t�pica descri��o da personalidade esquizoide demonstrada no DSM-IV. No entanto, segundo Klein, � "frequentemente" um segredo, um estado oculto interno do paciente em que o que pode ser capturado pelos observadores pode n�o estar presente no mundo interno e subjetivo do paciente. Klein ent�o adverte que n�o se deve deixar de identificar o paciente esquizoide porque n�o se pode ver a reclus�o do mesmo atrav�s da defensiva, compensat�ria e engajada intera��o com a realidade exterior. E sugere que s� se precisa perguntar ao paciente qual � a sua experi�ncia subjetiva de modo a se detectar a presen�a da recusa esquizoide de intimidade emocional.[29]

Descri��es da personalidade esquizoide como "oculta" por tr�s de uma apar�ncia exterior de engajamento emocional tem sido reconhecidas at� mesmo em 1940 com a descri��o de Fairbairn do 'exibicionismo esquizoide,' no qual ele observa que o indiv�duo esquizoide � capaz de expressar bastante sentimento e criar o que parecem ser contatos sociais impressionantes enquanto na realidade est� dando nada e perdendo nada; porque ele est� apenas "desempenhando um papel," sua pr�pria personalidade n�o � envolvida. Segundo Fairbairn, "a pessoa renega a parte em que est� desempenhando, portanto o indiv�duo esquizoide busca preservar sua pr�pria personalidade intacta e imune de compromisso."[30]

Refer�ncias adicionais sobre o "esquizoide secreto" vem de Masud Khan,[31] Jeffrey Seinfeld,[32] e Philip Manfield,[33] que d� uma descri��o palp�vel de um indiv�duo esquizoide que na verdade "aprecia" compromissos de falar em p�blico, mas sente uma grande dificuldade durante os intervalos quando membros da plateia tentam interagir emocionalmente com ele.[17] Essas refer�ncias exp�em os problemas envolvidos em se ater singularmente em observa��es de comportamento exterior para se avaliar a presen�a de transtornos de personalidade em certos indiv�duos.

H� evid�ncias que sugerem um aumento na incid�ncia do transtorno de personalidade esquizoide em parentes de pessoas com esquizofrenia ou transtorno de personalidade esquizot�pica. Para Sula Wolff, que realizou extensa pesquisa e trabalho cl�nico com crian�as e adolescentes com sintomas esquizoides, "a personalidade esquizoide tem uma base constitucional, provavelmente gen�tica".[34] Outros pesquisadores levantam a hip�tese de que uma educa��o desafei�oada, negligente,[35] ou excessivamente perfeccionista[36] poderia ter um papel nisso.

Diagn�stico diferencial

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O Transtorno Esquizoide tem semelhan�as com outras condi��es psicol�gicas, mas com importantes caracter�sticas distintivas:

  • Depress�o: Embora as pessoas com TP Esquizoide possam tamb�m sofrer de depress�o, isto n�o � certamente sempre o caso. Ao contr�rio das pessoas deprimidas, o esquizoides geralmente n�o se consideram inferiores ao outros, embora provavelmente reconhecer�o que s�o diferentes.
  • Transtorno de personalidade esquiva: ao contr�rio destes, os esquizoides n�o evitam a intera��o social devido � ansiedade ou sentimentos de incompet�ncia, mas porque s�o genuinamente indiferentes ao relacionamento social; no entanto, segundo um estudo de 1989[37] detectou-se que as personalidades esquizoide e esquiva demonstram n�veis equivalentes de ansiedade, depress�o e tend�ncias psic�ticas em compara��o a outros pacientes controlados por psiquiatras. "Um paciente com TP esquizoide observou que o conhecimento pr�vio, as expectativas e suposi��es poderiam resultar nesses n�veis elevados. Os pacientes podem mentalmente simular cen�rios amea�adores para diluir os efeitos negativos, se um vier a ocorrer.".
  • Transtorno de personalidade esquizot�pica: O Transtorno Esquizoide distingue-se do Esquizot�pico pela aus�ncia de distor��es cognitivas ou perceptivas, como ilus�es ou del�rios.
  • Autismo de alta funcionalidade e S�ndrome de Asperger: ao contr�rio destas Perturba��es do Espectro do Autismo, o Transtorno Esquizoide n�o envolve d�ficit na comunica��o n�o-verbal ou um padr�o de interesses restritos e comportamentos repetitivos (como a ades�o r�gida a rotinas ou um interesse obsessivo por um t�pico restrito). Comparado com a SA, o Transtorno Esquizoide � caracterizado por maior tend�ncia a transtornos de conduta, melhor ajustamento na idade adulta, e um ligeiramente maior risco de esquizofrenia.[38]

Problemas associados

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Mediante stress, algumas pessoas com personalidade esquizoide podem ocasionalmente experimentar breves instantes de rea��o psic�tica.[39]

Indiv�duos esquizoides tamb�m s�o propensos a desenvolver depend�ncia patol�gica de atividades fantasiosas concomitante ao seu afastamento do mundo. Vista por essa �tica, a fantasia constitui um componente chave do ex�lio pessoal,[40] embora num exame mais pr�ximo, fantasiar nos indiv�duos esquizoides � bem mais complicado que um meio de facilitar a reclus�o. A fantasia � tamb�m um relacionamento com o mundo e com outros por meio de uma "procura��o". � um relacionamento substituto, mas um relacionamento de qualquer forma, caracterizado por mecanismos idealizados, defensivos e compensat�rios, livre das amea�as e ansiedades associadas com a conex�o emocional �s pessoas e situa��es reais.

De acordo com Klein, "� uma express�o de si mesmo num esfor�o de se conectar aos objetos, embora objetos internos. A fantasia permite aos pacientes esquizoides se sentir conectados, e ao mesmo tempo livres do aprisionamento dos relacionamentos. Em suma, em fantasia, algu�m pode ser apegado (aos objetos internos) e ainda assim ser livre."[40]

Esse aspecto da patologia esquizoide foi generosamente elaborado em trabalhos de Laing (1960);[15] Winnicott (1971);[41] e Klein (1995).[42]

De acordo com Seinfeld,[43] indiv�duos esquizoides frequentemente agem sob efeito de subst�ncias, abuso de �lcool ou outros v�cios que servem como substitutos para rela��es humanas. O substituto de um objeto humano por um n�o-humano serve como defesa esquizoide. Dando exemplos de como o indiv�duo esquizoide cria uma rela��o pessoal com a droga, Seinfeld explica como "um viciado chamava a hero�na de seu 'mascote branca e tranquilizadora'. Outro se referia ao crack como sua "m�e malvada". Eu conhecia uma viciada que considerava o crack seu 'namorado'. Nem todos os viciados d�o nomes �s drogas, mas normalmente se observa o tra�o de um sentimento pessoal com aquele relacionamento."

Na vis�o do relacionamento com os objetos, � enfatizado que o uso de drogas e alcoolismo refor�am a fantasia de uni�o com um objeto interno, enquanto possibilitam ao viciado ser indiferente ao objeto do mundo exterior. O v�cio � portanto visto como uma defesa esquizoide e simbi�tica.

S. C. Ekleberry[44] sugere que a maconha "pode ser a droga simples mais egosint�nica para indiv�duos com TP esquizoide porque permite um estado dissociado de fantasia e dist�ncia de outros, provendo uma experi�ncia interna mais rica do que esses indiv�duos podem normalmente criar, e reduz o senso interno de vazio e fracasso de participar na vida. E tamb�m, o �lcool, j� pronto/seguro para obten��o, � outra escolha �bvia como droga para estes indiv�duos. Alguns ainda usam ambos (maconha e �lcool) e v�em quase nenhum sentido em largar um dos dois. S�o mais propensos a usar em isolamento para o efeito nos processos internos."[44]

De acordo com Ralph Klein, o suic�dio tamb�m pode ser um tema recorrente em indiv�duos esquizoides, no entanto eles n�o s�o propensos a tentar um. Podem ficar cabisbaixos e deprimidos quando todas as conex�es poss�veis foram cortadas, mas enquanto houver algum relacionamento ou mesmo esperan�a de um, o risco ser� baixo. A ideia de suic�dio � uma for�a contr�ria �s defesas da pessoa esquizoide. Como Klein afirma: "Para alguns pacientes esquizoides, sua presen�a � como um fraco e quase imposs�vel de discenir som de fundo, e raramente alcan�a um n�vel em que se manifesta na consci�ncia. Para outros, � uma presen�a sinistra, uma espada emocional de D�mocles. De qualquer maneira, � um temor subjacente que todos experimentam."[45]

Devido ao fato dos tra�os esquizoides serem bastante parecidos com os sintomas negativos da esquizofrenia, antipsic�ticos at�picos podem ser eficazes em aliviar os mesmos. Aqueles que n�o buscam tratamento tem a op��o da medica��o ou terapia. Para a medica��o, o transtorno de personalidade esquizoide parece ter os sintomas negativos da esquizofrenia como anedonia, embotamento afetivo, e baixo est�mulo. A medica��o que foi mais usada recentemente para tratar os sintomas negativos � a risperidona. Antes da mesma n�o havia medicamentos psicotr�picos que provocavam um impacto nos sintomas negativos.[46]

Segundo Joseph,[46] baixas doses de risperidona ou olanzapina tamb�m funcionam para os problemas de d�ficit social e embotamento afetivo; Wellbutrin (bupropion) para a anedonia. Ademais, o uso de ISRSs, TCAs, IMAOs, pequenas doses de benzodiazepines, e beta-bloqueadores, podem ajudar com a ansiedade social no TPE. Por�m, ansiedade social pode n�o ser uma preocupa��o principal para pessoas que tenham TPE. Terapia de apoio tamb�m � utilizada em condi��es de pacientes que permanecem nas cl�nicas ou as visitam por um profissional treinado que se concentra em �reas como: habilidades de lidar com problemas, melhorar habilidades e intera��es sociais, comunica��o, e problemas de auto-estima. Mark Zimmerman sugeriu as seguintes quest�es para avalia��o de pacientes com TPE:

  • Voc� tem relacionamentos pr�ximos com amigos ou fam�lia? Se sim, com quem? Se n�o, isso lhe incomoda?
  • Voc� gostaria de ter relacionamentos pr�ximos com outros?
  • Algumas pessoas preferem passar o tempo sozinhas, outras na companhia de pessoas. Como voc� se descreveria?
  • Voc� escolhe com frequ�ncia fazer as coisas sozinho?
  • Se incomodaria de ficar um bom tempo sem rela��es sexuais? Sua vida sexual parece importante ou voc� poderia numa boa ficar sem ela?
  • Que tipo de atividades voc� gosta?
  • Voc� desabafa com algu�m que n�o seja um familiar pr�ximo?
  • Como voc� reage quando algu�m te critica?
  • Como voc� reage quando algu�m te elogia?

No processo de avalia��o, deve ser observado se estes indiv�duos fazem contato com os olhos, sorriem ou expressam afeto de forma n�o-verbal.[47]

Segundo Beck e Freeman,[20] pessoas com TPE possuem "percep��o defeituosa de varredura que � caracterizada por uma tend�ncia de perder diferen�as e difundir os variados elementos da experi�ncia." A percep��o de eventos varados apenas aumenta seu medo por intimidade e os limita em suas rela��es interpessoais. E tamb�m por conta da sua indiferen�a, esta barreira n�o permite que eles usem suas habilidades sociais e comportamento para ajud�-los a perseguir relacionamentos.

Portanto, grupos de socializa��o podem ajudar estas pessoas com TPE. Como dito por Will, estrat�gias educacionais tamb�m funcionam com pessoas que tem TPE ao faz�-los identificar suas emo��es positivas e negativas. Eles usam a identifica��o para aprender sobre suas pr�prias emo��es; as emo��es que extraem dos outros; e sentirem as emo��es comuns com as outras pessoas que se relacionam. Isso pode ajudar as pessoas com TPE a criar empatia com o mundo exterior.

Tratamento a curto-prazo

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De acordo com Ralph Klein, Diretor Cl�nico do Instituto Masterson,[48] o conceito do compromisso pr�ximo significa que o paciente esquizoide pode ser encorajado a experimentar posi��es intermedi�rias entre os extremos da proximidade emocional, e o ex�lio permanente.

Como mencionado por Laing,[15] sem ser enriquecido por inje��es de realidade interpessoal, ocorre um empobrecimento onde a autoimagem do indiv�duo esquizoide se torna mais e mais vazia e volatilizada, levando o mesmo a se sentir irreal. Portanto, para criar uma intera��o mais adapt�vel e autoenriquecedora com os outros em que a pessoa se "sinta real", o paciente � encorajado a se arriscar ao criar menos dist�ncia pessoal atrav�s de uma liga��o e comunica��o maior, e compartilhamento de ideias, sentimentos e a��es. O compromisso pr�ximo significa que enquanto a vulnerabilidade do paciente esquizoide a essas ansiedades n�o � superada, � modificada e gerenciada de maneira mais adapt�vel. Aqui o terapeuta repetidamente transmite ao paciente que a ansiedade � inevit�vel, por�m pode ser controlada, sem a ilus�o de que a vulnerabilidade esquizoide a essa ansiedade pode ser permanentemente dispensada. O fator limitante � o momento em que os perigos da intimidade se tornam esmagadores e o paciente precisa novamente se refugiar.

Klein sugere que o compromisso pr�ximo precisa ser diretamente colocado como responsabilidade do paciente; "Me parece que para conquistar seus objetivos, � preciso dar a cara � tapa," ou "Parece que seu desejo de vir aqui (para tratamento) e lidar com as suas ansiedades precisa ser refletido pelo seu desejo de se desafiar fora daqui," ou "Me parece que seus esfor�os de se conectar comigo s�o apenas a metade da batalha; a outra precisa ser travada num ambiente mais perigoso da sua vida fora deste escrit�rio," isto �, o terapeuta est� sempre comunicando que essas s�o as impress�es dele.[49]

Ele ou ela n�o est� lendo a mente do paciente ou impondo uma agenda, simplesmente est� fazendo uma coloca��o. E tamb�m, a posi��o do terapeuta � uma extens�o do desejo do seu paciente ("seus objetivos," "seu desejo," e "seus esfor�os"). Finalmente, o terapeuta especificamente direciona aten��o para a necessidade de empregar estas a��es fora do ambiente da terapia.[49]

Terapia a longo-prazo

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Klein sugere que trabalhar atrav�s � a segunda camada mais longa do trabalho psicoterap�utico com pacientes esquizoides.[50] Seus objetivos s�o mudar fundamentalmente as velhas formas de sentir e pensar, e livrar a si mesmo da vulnerabilidade de se vivenciar estas emo��es associadas com antigos sentimentos e maneiras de pensar. Uma nova atividade terap�utica de 'lembrar com sentimento' � exigida.[51]

Deve-se relembrar com sentimento o resultado da exist�ncia do Falso Eu atrav�s da inf�ncia. (O conceito do Falso Eu e Eu Verdadeiro se origina de D. W. Winnicott, e � visto como representativo da fenomenologia esquizoide). Isso significa que a pessoa deve recordar as condi��es e proscri��es que foram impostas na liberdade do indiv�duo para experimentar o Seu Eu em companhia dos outros. Finalmente, lembrar com sentimento leva o paciente a entender que ele ou ela n�o possu�a escolha no processo de desenvolver uma postura esquizoide perante os outros. O paciente n�o teve oportunidade de escolher de uma sele��o de maneiras poss�veis de experimentar o Seu Eu e se relacionar com os outros, ao inv�s disso, tinha poucas (se alguma) op��o. O Falso Eu era simplesmente a melhor maneira na qual ele poderia sentir reconhecimento repetitivo e previs�vel, afirma��o, e aprova��o (as necessidades emocionais necess�rias para sobreviv�ncia emocional), enquanto se protegia dos efeitos associados com a depress�o do abandono.[50]

Se o objetivo da terapia a curto-prazo � fazer com que os pacientes entendam que n�o s�o o que aparentam ser e podem agir de maneira diferente, ent�o o objetivo a longo-prazo de se trabalhar atrav�s � para aqueles que querem entender quem e o que s�o como seres humanos, o que realmente s�o e o que cont�m de verdade. O objetivo de se trabalhar atrav�s n�o � alcan�ado pela descoberta s�bita do paciente de uma habilidade oculta e fomada, um Eu criativo e interior, mas um processo gradual de se libertar do confinamento da depress�o do abandono de maneira a alcan�ar a oportunidade de descobrir um potencial. � um processo de experimenta��o com os elementos espont�neos, n�o-reativos, que podem ser sentidos nos relacionamentos com os outros.

Trabalhar atrav�s da depress�o do abandono � um processo complicado, longo e conflitante, que pode se revelar uma experi�ncia demasiadamente dolorosa em termos do que � lembrado e o que deve ser sentido. Envolve a lamenta��o e o sofrimento, pela perda da ilus�o de que o paciente tinha apoio adequado para as emerg�ncias do Eu Verdadeiro. E tamb�m � uma lamenta��o pela perda de uma identidade, o Falso Eu, que a pessoa construiu e pelo qual ele ou ela negociou a maior parte da sua vida. O desmonte do Falso Eu exige a ren�ncia da �nica maneira de ser que o paciente tem conhecimento na sua intera��o com os outros, uma intera��o que n�o era mais do que uma experi�ncia organizada por�m inst�vel do seu Eu, n�o importando o qu�o falsa, defensiva, ou destrutiva aquela identidade pudesse ser.

Segundo Klein o desmonte do Falso Eu "deixa um Eu Verdadeiro debilitado com a oportunidade de converter seu potencial e suas possibilidades em factualidades."[52] O processo de se trabalhar atrav�s traz consigo recompensas pr�prias, as quais o elemento mais importante em uma nova autoconsci�ncia � a realiza��o crescente pelos indiv�duos � de que eles tem uma necessidade interna fundamental de se relacionar, que podem expressar em uma variedade de maneiras. "Apenas pacientes esquizoides", sugere Klein, "que trabalharam atrav�s da depress�o do abandono ir�o finalmente acreditar que a capacidade de se relacionar e o desejo pela mesma s�o tecidos na estrutura dos seus seres, que s�o de fato parte do que eles s�o e o que cont�m como seres humanos. � este sentimento que por fim permite ao paciente esquizoide se sentir intimamente conectado com a humanidade de maneira mais geral, e particularmente com outra pessoa. Para o paciente esquizoide, esse grau de certeza � a revela��o mais gratificante, e um novo e profundo organizador da experi�ncia do Eu."[52]

O termo "esquizoide" foi criado em 1908 por Eugen Bleuler para designar uma tend�ncia para dirigir a aten��o para a vida interior em vez de para o mundo exterior, um conceito pr�ximo da "introvers�o" de Carl Jung. Bleuler tamb�m designou o exagero m�rbido mas n�o-psic�tico dessa tend�ncia como a "personalidade esquizoide".

Desde ent�o, os estudos sobre a personalidade esquizoide t�m seguido dois caminhos distintos: por um lado, a tradi��o da psiquiatria descritiva, que se foca no comportamento observ�vel e nos sintomas descrit�veis, que � exposta nas descri��es apresentadas no DSM e na CID; por outro lado, a tradi��o da psiquiatria din�mica, que inclui o estudo das causas ocultas e/ou inconscientes da personalidade.

A tradi��o descritiva come�a com a descri��o que Ernst Kretschmer (1925)[53] faz do comportamento esquizoide, que ele catalogou em tr�s tipos de caracter�sticas: (1) insociabilidade, tranquilidade, reserva, seriedade e excentricidade; (2) timidez, segredo sentimental, sensibilidade, nervosismo, excitabilidade e gosto pela natureza e pelos livros; e (3) docilidade, amabilidade, honestidade, indiferen�a, sil�ncio e atitudes emocionais frias. Nessas caracter�sticas podemos ver as ra�zes da divis�o (no DSM-IV) do car�ter esquizoide em tr�s diferentes transtornos de personalidade, embora o pr�prio Kretschmer n�o concebesse a separa��o desses comportamentos at� ao ponto do isolamento radical entre eles, considerando, em vez disso, que eles se encontram simultaneamente presentes nos indiv�duos esquizoides. Para Kretschmer a maioria dos esquizoides n�o s�o ou hipersens�veis ou frios, mas hipersens�veis e frios "ao mesmo tempo" em diferentes propor��es relativas, com uma tend�ncia para se moverem entre estas dimens�es de um comportamento para o outro.

O segundo caminho, da psiquiatria din�mica, come�ou com a observa��o por Eugen Bleuler (1924)[54] de que a pessoa esquizoide e a patologia esquizoide n�o s�o entidades que possam ser separadas. Em 1940, W.R.D.Fairbairn apresentou o seu trabalho sobre a personalidade esquizoide,[55] onde a maior parte do que � hoje conhecido sobre o fen�meno esquizoide pode ser encontrado. A� Fairbairn referiu quatro temas esquizoides centrais: primeiro, a necessidade de regular a distancia interpessoal como um foco central de preocupa��o; segundo, a habilidade para mobilizar as defesas de auto-preserva��o e autoconfian�a; terceira, uma difusa tens�o entre a necessidade carregada de ansiedade de liga��o e a necessidade defensiva de distancia, que se manifesta exteriormente como indiferen�a; e, em quarto, uma super-valoriza��o do mundo interior face ao mundo exterior. Na sequ�ncia de Fairbairn, continuaram a serem feitos ricos estudos sobre o car�ter esquizoide, nomeadamente por autores como Nannarello (1953),[23] Laing (1960),[56] Winnicott (1965),[57] Guntrip (1969),[24] Khan (1974),[58] Akhtar (1987),[13] Seinfeld (1991),[59] Manfield (1992)[60] e Klein (1995).[42]

Alguns psiquiatras consideraram esquizoides (ou, pelo menos, como tendo "marcados sintomas") personalidades como Ludwig Wittgenstein,[61] Isaac Newton,[62][63][64] Albert Einstein[63][64] ou Theodore Kaczynski.[65]

Preval�ncia

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As estimativas da prevalência do transtorno são variadas, com valores entre os 0,5% e os 7% da população.[66][67] Segundo a Associação de Psiquiatria Americana a sua prevalência estará entre 3,1% e 4% da população.[68]

O Transtorno de Personalidade Esquizoide é raro em contextos clínicos (ocorrendo normalmente um pouco mais nos homens[69]), embora tal possa ser devido aos indivíduos afetados raramente procurarem auxilio psiquiátrico — Philip Manfield, no livro Split Self, Split Object (1992), comenta sobre a baixa prevalência de portadores deste transtorno: "Eu acredito que a condição esquizoide é bem mais comum, compreendendo provavelmente em torno de 40% de todos os transtornos de personalidade. Esta grande discrepância se deve muito provavelmente ao fato de que indivíduos com o transtorno esquizoide são menos propensos a buscar tratamento que os demais com outros transtornos do Eixo II."[70]

Um estudo da University do Colorado (Colorado Springs) comparando os transtornos de personalidade com os tipos de personalidade MBTI detetou que este transtorno tem uma correlação significativa com as preferências "introversão" (por oposto a "extroversão") e "razão" (por oposto a "sentimento").[71]

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Liga��es externas

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