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Tropicaliente

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Tropicaliente
Tropicaliente
Logotipo da telenovela
Informação geral
Formato Telenovela
Gênero romance
drama
Duração 45 minutos
Criador(es) Walther Negrão
Elenco
Pa�s de origem Brasil
Idioma original portugu�s
Epis�dios 194
Produ��o
Diretor(es) Gonzaga Blota
Roteirista(s) Elizabeth Jhin
�ngela Carneiro
Vin�cius Vianna
Tema de abertura "Cora��o da Gente" Elba Ramalho
Tema de encerramento "Cora��o da Gente" Elba Ramalho, entre outras can��es da trilha sonora nacional e internacional
Exibi��o
Emissora original TV Globo
Formato de exibi��o 480i (SDTV)
Transmiss�o original 16 de maio - 30 de dezembro de 1994
Cronologia
Sonho Meu
Irm�os Coragem (1995)

Tropicaliente � uma telenovela brasileira produzida pela TV Globo e exibida originalmente de 16 de maio a 30 de dezembro de 1994, em 194 cap�tulos,[2] com a reexibi��o do �ltimo cap�tulo no dia subsequente, 31 de dezembro.[1] Substituiu Sonho Meu e foi substitu�da por Irm�os Coragem, sendo a 46� "novela das seis" exibida pela emissora.

Escrita por Walther Negr�o, com a colabora��o de Elizabeth Jhin, �ngela Carneiro e Vin�cius Vianna, teve a dire��o de Gonzaga Blota, Marcelo Travesso e Rog�rio Gomes. A dire��o geral e n�cleo foram de Gonzaga Blota.[3]

Contou com as participa��es de S�lvia Pfeifer, Herson Capri, Regina Dourado, Francisco Cuoco, Victor Fasano, C�ssio Gabus Mendes, Selton Mello e Carolina Dieckmann.[1]

Ramiro � o l�der de uma aldeia de pescadores em Fortaleza, no Cear�. Casado com Serena, a companheira de todas as horas, � pai de dois filhos, Cassiano e A�ucena. O rapaz � o namorado de Dalila, filha do grande amigo de Ramiro, Samuel, tamb�m pescador, marido de Ester, que tem mais um filho, Davi, um jovem que formou-se doutor mas se envergonha de sua origem humilde.

Let�cia � filha do milion�rio Gaspar Vel�squez, um homem que deixou as empresas nas m�os da filha para curtir a vida. Em casa, Let�cia enfrenta problemas de relacionamento com os filhos, V�tor e Amanda. Vi�va e charmosa, ela procura um novo rumo para sua vida afetiva. Pretendentes n�o faltam, como o galante Fran�ois, de olho em sua beleza e fortuna. Para conquist�-la, ele tem o aux�lio de Franchico, um tremendo picareta.

Mas Let�cia fica balan�ada com o reencontro com Ramiro, a grande paix�o de sua vida, o que vai desencadear uma s�rie de conflitos, como o namoro de V�tor, o filho de Let�cia, um rapaz com s�rios problemas psicol�gicos, com a doce A�ucena, a filha de Ramiro.

A Praia de Porto das Dunas serviu de cen�rio para as cenas de Tropicaliente.
A Praia de Morro Branco foi outro cen�rio para as cenas de Tropicaliente.

Walther Negr�o inspirou-se nas paisagens do Caribe para escrever Tropicaliente,[4] e homenageava seu amigo Cassiano Gabus Mendes, falecido no ano anterior, ao batizar o personagem de M�rcio Garcia com seu nome, Cassiano. O filho do autor, C�ssio Gabus Mendes, tamb�m participa da trama.

Para fazer sua paisagem "caribenha", a Rede Globo fez as imagens de Tropicaliente em Fortaleza.[1] A produ��o teve ajuda do governo do Cear�, que mobilizou o setor hoteleiro e deu apoio em algumas despesas, alugando um helic�ptero para as grava��es em alto-mar, al�m de �nibus, autom�veis, jangadas e bugues.[1] Na �poca, o governo do estado calculou que o investimento na telenovela, at� outubro de 1994, seria de US$ 500 mil na infraestrutura de Tropicaliente,[5] este investimento subiria depois para US$ 700 mil.[6][7] Paulo Ubiratan, o diretor do n�cleo art�stico da Rede Globo, dirigiu os primeiros cap�tulos de Tropicaliente em Fortaleza.[1][8] As grava��es na capital cearense foram atrasadas em raz�o das fortes chuvas nos dois dias de grava��o, j� que as cenas tinham que ser feitas com tempo ensolarado na praia. S�lvia Pfeifer chegou a dizer "Se a gente gravasse a novela em Londres, n�o teria que esperar o sol".[8] Ent�o foram feitos quatro roteiros: um para se chovesse, outro para sol, outro para chuva fina e outro para chuva s� em um per�odo do dia. Francisco Cuoco, Edney Giovenazzi, Selton Mello e Delano Avelar gravaram cenas em um frigor�fico, na periferia da cidade, a uma temperatura de 15 graus, "Que frio � esse?", perguntou Cuoco, enquanto se encolhia de frio dentro do frigor�fico. No dia seguinte, o sol voltou e as cenas de praia puderam come�ar a serem gravadas.[8] A Praia de Morro Branco, em Beberibe, tamb�m teve cenas gravadas, e recebeu em 22 de setembro de 1994 a visita da antrop�loga Ruth Cardoso.[9] Ainda no Cear�, foi tamb�m constru�da uma cidade cenogr�fica de 3 000 m� na Praia de Porto das Dunas, no munic�pio de Aquiraz. A vila de pescadores tinha casas com detalhes coloridos que davam uma atmosfera do Caribe ao cen�rio, cumprindo o desejo do autor Walter Negr�o de dar cores "caribenhas" � telenovela.[10] Os interiores das casas foram montados no Projac, em Jacarepagu�, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Os atores deixavam o Rio de Janeiro alguns dias a cada m�s para gravar cenas em Fortaleza.[11]

A equipe de figurino precisou de pesquisa para caracterizar os pescadores, especialmente um figurino que remetesse a um pescador tradicional, aqueles que ainda n�o utilizavam havaianas e roupas de tecido sint�tico. A figurinista Helena Br�cio buscou materiais no Cear�, visitando feiras populares e comprou renda, tela e algod�o r�stico. As roupas foram tingidas com casca de angico, de �rvores nativas da Am�rica tropical, incluindo o Brasil, e foram usadas sand�lias de couro.[12]

Manjubinha, o simpl�rio pescador vivido pelo ator Paco Sanches, retornaria em outra telenovela de Walther Negr�o: Como uma Onda (2004), que voltaria a usar cen�rios praianos, gravada em Florian�polis e Flor do Caribe (2013), que teve loca��es no estado do Rio Grande do Norte.[1]

Ator/Atriz Personagem
S�lvia Pfeifer Let�cia Velasquez
Herson Capri Ramiro Soares
Regina Dourado Serena Soares
Carolina Dieckmann A�ucena Soares
Selton Mello Vitor Velasquez
Victor Fasano Fran�ois Vieira da Silva
C�ssio Gabus Mendes Franchico
Carla Marins Dalila
M�rcio Garcia Cassiano Soares
Paloma Duarte Amanda Velasquez
Nat�lia Lage Ana Carolina Botelho (Adrenalina)
St�nio Garcia Samuel
Ana Rosa Ester
Francisco Cuoco Gaspar Velasquez
N�vea Maria Soledad
Edney Giovenazzi Bonfim
L�cia Alves Isabel
Leila Lopes Ol�via
Delano Avelar Davi
Guga Coelho Luiz Roberto / Pessoa
Branca de Camargo Estela
Nelson Dantas Velho Bujarrona
Cleyde Blota Ivanilda / Hilda
Jo�o Carlos Barroso Pl�nio
Cinira Camargo Manoela
Karina Perez Lilian
Lu Martan Fred Assun��o
Gabriela Alves Pitanga
Antonio Grassi Conrado
Ilva Ni�o Neide
Ricardo Pav�o Delegado Damasceno
Daniela Escobar Berenice
Giovanna Antonelli Benvinda
M�nica Fraga Jana�na
Paco Sanches Manjubinha
Adriana Broux Suzana

Elenco de apoio

"A novela "Tropicaliente" estreou segunda na Globo com a promessa de muitos corpos ardendo sob o sol nordestino de Fortaleza. Fez praia com sol. Teve gente com corpo molhado. Mas o paraíso tropical, kitsch, emoldurado num cartão-postal em efeito de edição, surgiu na tela como propaganda de automóvel – dirigido por Francisco Cuoco. Pior que novela mexicana é o Brasil "caribenho" das 18h. O nordeste estilizado de Walter Negrão tem jangadas, cabanas de palha, carrões e filhos de pescadores que parecem surfistas. Dá para entender porque os ricos da novela querem viver como os pobres dessa Fortaleza paradisíaca".

—Marcel Plasse da Folha.[13]

A exibição de Tropicaliente ajudou a aumentar o turismo no estado do Ceará, e mesmo nos meses de baixa temporada, em que Tropicaliente foi ao ar, os hotéis ficaram lotados e o crescimento do turismo foi 30% superior ao dos anos anteriores.[11]

A marca de calçados Azaleia lançou na época, a sandália Tropicaliente.[1]

O ator Stênio Garcia e o diretor artístico Paulo Ubiratan, receberam o título de cidadãos do município de Beberibe, no Ceará, por conta da novela.[4]

Embora Tropicaliente tenha sido elogiada pelas belas paisagens do Ceará, ao mesmo tempo foi criticada por esconder a miséria social do estado.[6][13] O fato da telenovela ter sido em parte financiada pelo governo cearense resultou em críticas semelhantes da oposição política.[9] Cida de Sousa, doutora em comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro lembrou que os atores cearenses da novela "falavam de uma forma que ninguém fala no Ceará".[14] No entanto, uma telespectadora da novela, moradora do bairro Pirambu disse para a Folha que achava bom que se mostre somente as belezas da terra, pois "Se mostrar o que tem de ruim ninguém vem para cá".[15] Na opinião de Marcel Plasse, colunista da Folha, "`Tropicaliente' apela para saudade da era hippie em Brasil `caribenho'".

A telenovela estreou em maio de 1994, bem próximo do início dos jogos da Copa do Mundo FIFA de 1994. A trama não teve capítulos exibidos nos dias 20 de junho (segunda-feira), 24 de junho (sexta-feira) e 5 de julho de 1994 (terça-feira), pois nesses dias os jogos foram exibidos no hor�rio da novela. A novela, com previs�o de 197 cap�tulos, fechou com 194.[1] O �ltimo cap�tulo foi reapresentado no �ltimo dia do ano.

Foi reexibida pelo Vale a Pena Ver de Novo de 20 de mar�o a 7 de julho de 2000, em 79 cap�tulos, substituindo A Indomada e sendo substitu�da por A Pr�xima V�tima.[16]

Foi reexibida na �ntegra pelo Canal Viva de 10 de novembro de 2014 a 23 de junho de 2015, substituindo Hist�ria de Amor e sendo substitu�da por Despedida de Solteiro, �s 15h30.[17]

Exibi��o internacional

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Tropicaliente foi exibida na Bol�via, Chile, Chipre, Guatemala, Indon�sia, Nicar�gua, Noruega, Panam�, Paraguai, Peru, Portugal, Rep�blica Dominicana, Turquia, Uruguai e Venezuela. Na R�ssia, a trama foi exibida duas vezes pelo canal ORT. Neste pa�s, Tropicaliente teve seu nome trocado para Tropikanka - "mulher tropical" em russo.[1] O ent�o diretor de vendas internacionais da Rede Globo, Geraldo Cas�, comentou que "A novela foi um sucesso t�o grande l�, que, quando compraram Mulheres de Areia, resolveram batizar de Sekret Tropikanki, que significa "O segredo de uma mulher tropical" - ou Tropikanka 2. O problema � que uma novela n�o tem nada a ver com outra. A �nica semelhan�a era que Mulheres de Areia tamb�m se passava numa cidadezinha litor�nea".[1]

Outras M�dias

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A trama foi disponibilizada na �ntegra na plataforma de streaming Globoplay em 14 de fevereiro de 2022.[18]

Trilha sonora

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Tropicaliente Nacional
Tropicaliente
Trilha sonora de V�rios Int�rpretes
Lan�amento 1994
G�nero(s) V�rios
Formato(s) LP, CD, K7
Gravadora(s) Som Livre
Produ��o Renato Ladeira
Cronologia de V�rios Int�rpretes
-
Tropicaliente Internacional

Capa: Paloma Duarte

  1. "Meu Amor, N�o V� Embora" - Beto Barbosa
  2. "Pensamento" - Cidade Negra
  3. "Menina" - Netinho
  4. "A Praieira" - Chico Science e Na��o Zumbi
  5. "Sim Ou N�o" - Djavan
  6. "N�o D� Para Mim" - Megabeat
  7. "Cora��o da Gente" - Elba Ramalho
  8. "Tanta Solid�o" - Roberto Carlos
  9. "Menino Lindo" - Flor de Cheiro
  10. "Muito Rom�ntico" - Maur�cio Mattar
  11. "Princesa" - Jorge Ben Jor
  12. "O Bem do Mar" - Dorival Caymmi
  13. "Praia Nua" - Jorge Vercillo
  14. "Swing da Aldeia" - A Caverna

Internacional

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Tropicaliente Internacional
Tropicaliente
Trilha sonora de V�rios Int�rpretes
Lan�amento 1994
G�nero(s) Vários
Formato(s) LP, CD, K7
Gravadora(s) Som Livre
Produção Renato Ladeira
Cronologia de Vários Intérpretes
Tropicaliente Nacional
-

Capa: Herson Capri

  1. "Porque Te Vas" - Jose Luis Perales
  2. "Conga" - Gloria Estefan
  3. "Ansiedad de Besarte" - Nat King Cole
  4. "Piel Canela" - Linda Ronstadt
  5. "Quien Me Tienda La Mano Al Pasar" - Pablo Milanés
  6. "La Magia Del Ritmo (The Rhythm Is Magic)" - Marie Claire D'Ubaldo
  7. "Años" - Mercedes Sosa & Pablo Milanés
  8. "Viviré" - Juan Luis Guerra
  9. "La Gota Fria" - Carlos Vives
  10. "El Dia En Que Me Quieras" - Luis Miguel
  11. "Cuando Calienta El Sol" - Trini Lopez
  12. "Nosotros" - Eydie Gormé & Trio Los Panchos
  13. "Oye Como Va" - Santana
  14. "El Reloj" - Francisco Xavier
  15. "De Que Callada Manera" - Ana Belén & Pablo Milanés
  16. "Canción Por La Unidad Latinoamericana" - Pablo Milanés

Referências

  1. a b c d e f g h i j k Nilson Xavier. «Tropicaliente». Teledramaturgia. Consultado em 17 de setembro de 2014 
  2. «Tropicaliente». Memória Globo. Consultado em 19 de dezembro de 2014 
  3. «Tropicalinte - Ficha técnica». Memória Globo. Consultado em 17 de setembro de 2014 
  4. a b «Tropicalinte - Curiosidades». Memória Globo. Globo.com. Consultado em 17 de setembro de 2014 
  5. Paulo Mota (16 de maio de 1994). «Ceará investe US$ 500 mil em novela». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 17 de setembro de 2014 
  6. a b Xico Sá (26 de junho de 1994). «Estado enfrenta as 'sete pragas do Egito'». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 17 de setembro de 2014 
  7. Xico Sá (26 de junho de 1994). «Novela custa US$ 700 mil a CE». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 17 de setembro de 2014 
  8. a b c Marcelo de Souza (8 de maio de 1994). «Chuva atrasa cenas de 'Tropicaliente'». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 17 de setembro de 2014 
  9. a b «Ruth Cardoso visita cenário de telenovela». Folha de S.Paulo. UOL. 23 de setembro de 1994. Consultado em 17 de setembro de 2014 
  10. Marcelo de Souza (15 de maio de 1994). «Vila cenográfica tem cores caribenhas». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 17 de setembro de 2014 
  11. a b «Tropicalinte - Produção». Memória Globo. Globo.com. Consultado em 17 de setembro de 2014 
  12. «Tropicalinte - Figurino e Caracterizalção». Memória Globo. Globo.com. Consultado em 17 de setembro de 2014 
  13. a b Paulo Mota. «Percorra o cenário da novela». Agência Folha da Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 17 de setembro de 2014 
  14. Isabelle Moreira Lima (20 de fevereiro de 2005). «"Excluídos" invadem o horário nobre». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 17 de setembro de 2014 
  15. Xico Sá (26 de junho de 1994). «'É bom mostrar as coisas boas'». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 17 de setembro de 2014 
  16. «Reprise». Folha de S.Paulo. 14 de fevereiro de 2000. Consultado em 3 de dezembro de 2016 
  17. «O público votou e "Tropicaliente" é a próxima novela repridada no Viva». UOL. 17 de setembro de 2014. Consultado em 16 de outubro de 2021 
  18. Pinto, Flávio (21 de janeiro de 2022). «Paraíso Tropical e outros títulos chegam ao Globoplay em fevereiro». Omelete. Consultado em 22 de janeiro de 2022 

Ligações externas

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