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Usina Hidrel�trica de Belo Monte

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(Redirecionado de Usina de Belo Monte)
Usina Hidrel�trica de Belo Monte

Vista artificial da barragem.
Localiza��o
Localiza��o Rio Xingu, Par�, Brasil Editar isso no Wikidata
Bacia hidrogr�fica Bacia do rio Amazonas
Rio Xingu
Coordenadas 3�7'40"S, 51�46'33"W
Mapa
Dados gerais
Empresa geradora Norte Energia S.A.
Empresa operadora Norte Energia S.A.
Empresa distribuidora Eletronorte
Operador Cons�rcio Norte Energia
Obras 23 de junho de 2011-27 de novembro de 2019
Data de inaugura��o 5 de maio de 2016 (oficial)[1]
Custo de constru��o R$ 18 bilh�es (estimado)
Caracter�sticas
Tipo barragem, usina hidrel�trica
Altura 88 m
Reservat�rio
�rea alagada 478 km�
Capacidade de gera��o 11.233,1 MW instalados, m�dios 4.500 MW MW
Website
�Norte Energia S.A.� 

A Usina Hidrel�trica de Belo Monte � uma usina hidrel�trica (UHE) brasileira da bacia do Rio Xingu, pr�ximo ao munic�pio de Altamira, no norte do estado Par�. A capacidade instalada da usina � de 11 233 MW e sua quantidade m�dia de gera��o de energia � de 4 571 MW por m�s.[2]

Sua constru��o durou pouco mais de 8 anos e gerou diretamente mais de 30 mil empregos.[3] Sua hidrologia acompanha a da bacia do Sul-Sudeste, n�o sendo complementar a esta. Desta forma, em crises como a de 2021 a usina gera menos em momentos de seca.[4]

Em capacidade instalada, a usina de Belo Monte � a quarta maior hidrel�trica do mundo, atr�s apenas das chinesas Tr�s Gargantas (20 300 MW) e Xiluodu (13 800 MW) e da brasileira/paraguaia Itaipu (14 000 MW), sendo a maior usina hidrel�trica inteiramente brasileira.[5][6]

A UHE Belo Monte � uma usina do tipo fio d'�gua e n�o possui reservat�rio de acumula��o de �gua. A usina possui dois reservat�rios de regulariza��o, com �rea total de 478 km�, sendo 274 km� do leito original do Rio Xingu. Os dois reservat�rios s�o o Reservat�rio Xingu, com 359km�, e o Reservat�rio Intermedi�rio, com 119 km�.[2][7][8]

Seu custo foi estimado pela concession�ria em 26 bilh�es de reais,[9] ou seja 5,7 milh�es de reais por MW efetivo. O leil�o para constru��o e opera��o da usina foi realizado em abril de 2010 e vencido pelo Cons�rcio Norte Energia com lance de R$ 77,00 por MWh. O contrato de concess�o foi assinado em 26 de agosto do mesmo ano e o de obras civis em 18/02/2011.[10] O in�cio de opera��o da usina estava previsto para 2015, mas a primeira turbina da usina entrou em opera��o somente em abril de 2016.[11][12]

Compensa��o Ambiental

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Para compensar o impacto ao meio ambiente, o cons�rcio Norte Energia j� realizou mais de cinco mil a��es nos �ltimos nove anos em cinco munic�pios da regi�o onde se encontra Belo Monte, totalizando R$ 6,3 bilh�es em investimentos.[13]

Desde seu in�cio, o projeto de Belo Monte encontrou forte oposi��o de ambientalistas brasileiros e internacionais, de algumas comunidades ind�genas locais e de membros da Igreja Cat�lica.[14] Essa oposi��o levou a sucessivas redu��es do escopo do projeto, que originalmente previa outras barragens rio acima e uma �rea alagada total muito maior. Em 2008, o CNPE decidiu que Belo Monte seria a �nica usina hidrel�trica do Rio Xingu.[15]

Em 27 novembro de 2019, foi acionada a �ltima turbina da usina, dando in�cio � plena opera��o do empreendimento, tendo como capacidade total de gera��o 11 233 megawatts (MW) e 4 571 MW de energia assegurada, quantidade que pode ser comercializada pela empresa, que poder� atender 60 milh�es de consumidores de 17 estados. Belo Monte havia exigido cerca de R$ 40 bilh�es de reais em investimentos p�blicos e privados para ser conclu�da.[16][17]

Vista do Rio Xingu.

O projeto prev� a constru��o de uma barragem principal no Rio Xingu, localizada a 40 km acima da cidade de Altamira, no S�tio Pimental, formando o Reservat�rio do Xingu. A partir deste reservat�rio, parte da �gua seria desviada por um canal de deriva��o de 20 km de comprimento e 200 m de largura para um reservat�rio intermedi�rio, localizado a aproximadamente 50 km de Altamira na regi�o cercada pela Volta Grande do Xingu. (O projeto original previa dois canais de deriva��o, mas foi alterado em 2009 para um canal apenas.[18]) Este reservat�rio seria criado fechando os escoadouros da regi�o por 27 diques menores.[10] Toda a �rea dos reservat�rios � de 516 km�, dividida entre os munic�pios de Vit�ria do Xingu (248 km�), Brasil Novo (0,5 km�) e Altamira (267 km�). A �rea a ser alagada � apenas parte desse total, pois este inclui a calha atual do Rio Xingu.[7][18][19]

O vertedouro principal fica na barragem do S�tio Pimental, com vinte comportas de 20 m � 22,3 m, com vaz�o m�xima total de 62 000 m�/s.[10] Nesse local est� prevista tamb�m uma escada para peixes para permitir a piracema.[10][20] (O projeto original previa um vertedouro complementar no S�tio Bela Vista, entre o Reservat�rio Intermedi�rio e o Xingu, que foi eliminado em 2009.[18])

A usina vai ter duas casas de for�a. A casa de for�a principal ser� constru�da no S�tio Belo Monte, pouco a montante da vila de mesmo nome. Ela ter� dezoito turbinas hidr�ulicas tipo Francis com pot�ncia instalada total de 11 000 MW e vaz�o total de 13 950 m�/s.[10] Embora a barragem principal tenha apenas 35 m de altura, o declive natural do rio no trecho de vaz�o reduzida faz com que a queda l�quida (o desn�vel total da �gua entre os reservat�rios e a sa�da das turbinas) seja de 87 m.[19] A casa de for�a complementar ser� constru�da junto � barragem principal, no S�tio Pimental, e ter� seis turbinas de tipo bulbo com pot�ncia total instalada de 233,1 MW, queda l�quida de 11,4 m e vaz�o total turbinada de 2 268 m�/s.[10]

O trecho de cerca de 100 km do Rio Xingu entre o Reservat�rio do Xingu e a casa de for�a principal ter� a vaz�o reduzida em decorr�ncia do desvio pelo canal. Foi estabelecido um hidrograma para a opera��o da barragem que garante para este trecho de vaz�o reduzida um n�vel m�nimo da �gua, vari�vel ao longo do ano, a fim de assegurar a navegabilidade do rio e condi��es satisfat�rias para a vida aqu�tica.[19]

  • 1975: iniciados os Estudos de Invent�rio Hidrel�trico da Bacia Hidrogr�fica do Rio Xingu.[21]
  • 1980: a Eletronorte come�a a fazer estudos de viabilidade t�cnica e econ�mica do chamado Complexo Hidrel�trico de Altamira, formado pelas usinas de Babaquara e Karara�.[21]
  • 1989: durante o 1� Encontro dos Povos Ind�genas do Xingu, realizado em fevereiro em Altamira (PA), a �ndia Tu�ra Kayap�, em sinal de protesto, levanta-se da plateia e encosta a l�mina de seu fac�o no rosto do presidente da Eletronorte, Jos� Ant�nio Muniz, que fala sobre a constru��o da usina Karara� (atual Belo Monte). A cena � reproduzida em jornais e torna-se hist�rica. O encontro teve a presen�a do cantor Sting. O nome Karara� foi alterado para Belo Monte em sinal de respeito aos �ndios.[21]
  • 1994: O projeto � remodelado para tentar agradar ambientalistas e investidores. Uma das mudan�as preserva a �rea de Prote��o Ind�gena Paqui�amba de inunda��o.[21]
  • 2001: divulgado um plano de emerg�ncia de US$ 30 bilh�es para elevar a oferta de energia no pa�s, o que inclui a constru��o de quinze usinas hidrel�tricas, entre elas, Belo Monte. A Justi�a Federal determina a suspens�o dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) da usina.[21]
  • 2002: contratada uma consultoria para definir a forma de venda do projeto de Belo Monte.[21] O presidente Fernando Henrique Cardoso critica ambientalistas e diz que a oposi��o � constru��o de usinas hidrel�tricas atrapalha o Pa�s. O candidato � presid�ncia Luiz In�cio Lula da Silva lan�a um documento intitulado O Lugar da Amaz�nia no Desenvolvimento do Brasil, que cita Belo Monte e diz que "a matriz energ�tica brasileira, que se apoia basicamente na hidroeletricidade, com megaobras de represamento de rios, tem afetado a Bacia Amaz�nica".[21]
  • 2006: o processo de an�lise do empreendimento � suspenso e impede que os estudos sobre os impactos ambientais da hidrel�trica prossigam at� que os �ndios afetados pela obra fossem ouvidos pelo Congresso Nacional.[21]
  • 2007: durante o Encontro Xingu para Sempre, �ndios entram em confronto com o respons�vel pelos estudos ambientais da hidrel�trica, Paulo Fernando Rezende, que recebe um corte no bra�o. Ap�s o evento, o movimento elabora e divulga a Carta Xingu Vivo para Sempre, que especifica as amea�as ao Rio Xingu e apresenta um projeto de desenvolvimento para a regi�o e exige sua implementa��o pelas autoridades p�blicas. O Tribunal Regional Federal da 1� Regi�o, de Bras�lia, autoriza a participa��o das empreiteiras Camargo Corr�a (atual Mover Participa��es), Odebrecht (atual Novonor) e Andrade Gutierrez nos estudos de impacto ambiental da usina.[21]
  • 2009: a Justi�a Federal suspende licenciamento e determina novas audi�ncias para Belo Monte, conforme pedido do Minist�rio P�blico. O IBAMA volta a analisar o projeto e o governo depende do licenciamento ambiental para poder realizar o leil�o de concess�o do projeto da hidrel�trica, previsto para 21 de dezembro. O secret�rio do Minist�rio de Minas e Energia, M�rcio Zimmermann, prop�e que o leil�o seja adiado para janeiro de 2010.[21]
  • 2010: a licen�a � publicada em 1� de fevereiro.[21] O leil�o foi realizado em 20 de abril, sendo vencedor o Cons�rcio Norte Energia S/A[10] com lance de R$ 77,00 por MWh.[19] Em 26 de agosto � assinado o contrato de concess�o.[10]
  • 2011: em 26 de janeiro, o IBAMA concede � Norte Energia uma licen�a v�lida por 360 dias para a constru��o da infraestrutura que antecede a constru��o da usina.[22][23] Em 18 de fevereiro � assinado o contrato das obras civis.[10] Em 1� de junho o IBAMA concede a licen�a de instala��o.
  • 2015: em outubro, o cons�rcio Norte Energia informou que o in�cio de opera��o n�o ocorreria em novembro devido a um atraso no S�tio Pimental, uma das casas de for�a da usina e que seria a primeira a entrar em opera��o. Segundo o cons�rcio, o atraso ocorreu devido � falta da Licen�a de Opera��o (LO), expedida pelo Ibama.[24]
  • 2016:
    • fevereiro: iniciou-se a opera��o da primeira turbina da usina, em car�ter de testes, com previs�o de opera��o comercial at� o inicio de mar�o. [25]
    • abril: in�cio da opera��o comercial do Empreendimento com a libera��o das Unidades Geradoras 01 das Casas de For�a Principal e Complementar pela ANEEL. [11]
    • maio: inaugura��o da UHE Belo Monte, no dia 5.[11]
    • junho: in�cio da opera��o comercial da segunda Unidade Geradora da Casa de For�a Complementar do empreendimento, no S�tio Pimental. [11]
    • julho: a segunda Unidade Geradora da Casa de For�a Principal, no S�tio Belo Monte � integrada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e a gera��o comercial nesta m�quina � autorizada pela ANEEL. [11]
    • agosto: autoriza��o da ANEEL para opera��o comercial da terceira Unidade Geradora na Casa de For�a Complementar, no S�tio Pimental, totalizando cinco turbinas em opera��o.[11]
    • novembro: in�cio da opera��o comercial da Unidade Geradora 03 da Casa de For�a Principal e da Unidade Geradora 04 da Casa de For�a Complementar.[11]
  • 2017:
    • janeiro: in�cio da opera��o comercial da Unidade Geradora 04 da Casa de For�a Principal e das Unidades Geradoras 05 e 06 da Casa de For�a Complementar. Dessa forma, a Casa de For�a Complementar est� 100% em opera��o.[11]
    • abril: in�cio da Opera��o Comercial da Unidade Geradora 05 da Casa de For�a Principal, liberando mais 611,1 MW ao SIN. [11]
    • julho: in�cio da Opera��o Comercial da Unidade Geradora 06 da Casa de For�a Principal.[11]
    • outubro: in�cio da Opera��o Comercial da Unidade Geradora 07 da Casa de For�a Principal, totalizando em 2017 o potencial instalado para Opera��o Comercial de 4.510,57 MW.[11]
  • 2018:
    • fevereiro: in�cio da Opera��o Comercial da Unidade Geradora 08 da Casa de For�a Principal.[11]
    • junho: in�cio da Opera��o Comercial da Unidade Geradora 09 da Casa de For�a Principal.[11]
    • outubro: in�cio da Opera��o Comercial da Unidade Geradora 10 da Casa de For�a Principal.[11]
    • novembro: in�cio da Opera��o Comercial da Unidade Geradora 11 da Casa de For�a Principal.[11]
    • dezembro: in�cio da Opera��o Comercial da Unidade Geradora 12 da Casa de For�a Principal. UHE Belo Monte alcan�a um total de 7 566,3 MW de pot�ncia instalada - sendo 7 333,2 MW da Casa de For�a Principal e 233,1 MW da Casa de For�a Complementar, em Pimental.[11]

O leil�o para defini��o do construtor da Usina de Belo Monte estava previsto para ocorrer em 21 de dezembro de 2009. Remarcado para o dia 20 de abril de 2010, houve a primeira suspens�o, conforme liminar da Justi�a Federal do Par� a partir de recomenda��o do Minist�rio P�blico Federal paraense que aponta irregularidades no empreendimento.[26] O Minist�rio P�blico paraense tamb�m move outra a��o p�blica, que pretende derrubar a licen�a ambiental concedida � obra.[27] O diretor de licenciamento do Ibama, Pedro Alberto Bignelli, entretanto, defende que a constru��o de Belo Monte n�o atinge diretamente as terras ind�genas da regi�o, o que contraria a decis�o judicial que suspendeu a realiza��o do leil�o e determina que o Ibama conceda uma nova licen�a pr�via ao empreendimento.[28]

No dia 16 de abril de 2010, o Tribunal Regional Federal da 1.� Regi�o acatou recurso da Advocacia-Geral da Uni�o - que havia recorrido um dia antes[29] - e anulou a liminar que suspendia o leil�o. Portanto, a data de 20 de abril estava mantida,[30] e o leil�o ainda corria risco.[31]

No dia 19 de abril de 2010, houve uma nova suspens�o, conforme decis�o do juiz Antonio Carlos Almeida Campelo que concedeu a liminar a partir de pedido do Minist�rio P�blico Federal. O juiz tamb�m mandou cancelar a licen�a pr�via da obra e ressalta que a falta de dados sobre o projeto fere o princ�pio jur�dico da precau��o.[32]

No dia seguinte, o dia do leil�o, a Justi�a cassou a liminar da suspens�o. O advogado-geral da Uni�o, Luis In�cio Adams, disse entretanto que os processos judiciais contra a constru��o da usina n�o devem terminar com o leil�o.[33]

O leil�o foi realizado em 10 minutos, em plena indefini��o de uma nova liminar suspensiva,[34] e foi vencido pelo que ofereceu menor pre�o oferecido pela energia el�trica da futura usina.[35]

Em abril de 2010, o governo brasileiro enfrentaria, pelo menos, quinze questionamentos judiciais sobre a viabilidade econ�mica da obra e os impactos sociais e ambientais na regi�o, sendo treze deles impetrados pelo Minist�rio P�blico Federal paraense.[36] Ainda assim, o governo federal garante que, se preciso, construir� a usina sozinho.[37]

Em 18 de fevereiro de 2011, a Nesa (Norte Energia S.A.) assinou o contrato com o cons�rcio vencedor no valor de R$ 13,8 bilh�es para constru��o da usina, esperando obter um financiamento de R$ 19 bilh�es para a obra or�ada em R$ 25 bilh�es.[38]

Belo Monte deveria come�ar a operar em fevereiro de 2015, mas as obras seguir�o at� 2019.[39]

Dois cons�rcios disputaram Belo Monte. O primeiro, chamado de Norte Energia, foi formado por nove empresas (Chesf, Queiroz Galv�o, Gaia Energia e Participa��es, Galv�o Engenharia, Mendes Energia, Serveng, J Malucelli Construtora, Contern Constru��es e Cetenco Engenharia).[40]

O segundo, chamado de Belo Monte Energia, contou com Furnas, Eletrosul, Andrade Gutierrez, Vale, Neoenergia e Companhia Brasileira de Alumínio.[31] Assim, a presença estatal mostra-se forte na montagem dos consórcios, com as subsidiárias da Eletrobras em comando dos grupos com quase 50% de participação, enquanto a fatia das empresas privadas não supera 12,75%.[40]

Antes do último adiamento do leilão, as empresas CSN, Gerdau e Alcoa haviam anunciado o interesse de fazer parte de consórcios estabelecidos a partir de parcerias estratégicas do empreendimento, já que, entre outros detalhes, irão usufruir da energia em unidades produtivas instaladas no Pará.[41]

As empresas Odebrecht (atual Novonor) e Camargo Corrêa (atual Mover Participações) desistiram do leilão por temerem não lucrar com a empreitada.[5]

Em julho de 2011, a Vale, embora tenha participado do grupo perdedor do leilão, passou a ser sócia da usina ao ocupar 9% da participação deixada pela Gaia, subsidiária do Grupo Bertin.[42] A mineradora possui vários projetos próximos a Belo Monte.[42]

Para garantir a realização do leilão, foi determinado que o BNDES deve financiar 80% da obra em 30 anos,[43] e o custo da obra foi reavaliado em R$ 19 bilhões,[31] mas empresas do setor privado estimam que a obra deve custar cerca de R$ 30 bilhões.[44]

Atualmente, após recomposição acionária do consórcio vencedor, com a saída de sócios, a Norte Energia é composta por: Eletronorte (19,98%), Eletrobrás (15%), Chesf (15%), os fundos de pensão Petros (10%) e Funcef (10%), as Sociedades de Propósito Específico Belo Monte Participações S.A. (Neoenergia S.A., 10%), Amazônia Energia S.A. (Cemig e Light, 9,77%), Aliança Norte Energia S.A. (Vale e Cemig, 9%), a Siderúrgica Norte Brasil S.A. – Sinobras (1%) e J. Malucelli Energia S.A. (0,25%). De acordo com o relatório da empresa, os sócios desembolsaram 12 bilhões – apenas 31,1% do investimento total. Quase 70% do investimento (68,9%) veio do financiamento do BNDES.[16]

Impactos da obra

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Greenpeace fez protesto no dia da realização do leilão

Há opiniões conflitantes sobre a construção da usina. As organizações sociais têm convicção de que o projeto tem graves problemas e lacunas na sua formação.[43][45]

O movimento contrário à obra, encabeçado por ambientalistas e acadêmicos, defende que a construção da hidrelétrica irá provocar a alteração do regime de escoamento do rio, com redução do fluxo de água, afetando a flora e fauna locais e introduzindo diversos impactos socioeconômicos. Um estudo formado por quarenta especialistas e 230 páginas defende que a usina não é viável dos pontos de vista social e ambiental.[46][47][48]

Outro fator que pesa nas argumentações contra a construção é que a obra irá inundar permanentemente os igarapés Altamira e Ambé, que cortam a cidade de Altamira, e parte da área rural de Vitória do Xingu.[46] A vazão da água à jusante do barramento do rio em Volta Grande do Xingu será reduzida e o transporte fluvial até o Rio Bacajá (um dos afluentes da margem direita do Xingu[49]) será interrompido. Atualmente, este é o único meio de transporte para comunidades ribeirinhas e indígenas chegarem até Altamira, onde encontram médicos, dentistas e fazem seus negócios, como a venda de peixes e castanhas.[46][50]

A alteração da vazão do rio, segundo os especialistas, altera todo o ciclo ecológico da região afetada que está condicionado ao regime de secas e cheias. A obra irá gerar regimes hidrológicos distintos para o rio. A região permanentemente alagada deverá impactar na vida de árvores, cujas raízes irão apodrecer. Estas árvores são a base da dieta de muitos peixes. Além disto, muitos peixes fazem a desova no regime de cheias, portanto, estima-se que na região seca haverá a redução nas espécies de peixes, impactando na pesca como atividade econômica e de subsistência de povos indígenas e ribeirinhos da região.[46] De resto, as análises sobre o Estudo de Impacto Ambiental de Belo Monte feitas pelo Painel de Especialistas, que reúne pesquisadores e pesquisadoras de renomadas universidades do país, apontam que a construção da hidrelétrica vai implicar um caos social que seria causado pela migração de mais de 100 mil pessoas para a região e pelo deslocamento forçado de mais de 20 mil pessoas. Tais impactos, segundo o Painel, são acrescidos pela subestimação da população atingida e pela subestimação da área diretamente afetada.[51]

Segundo documento do Centro de Estudos da Consultoria do Senado, que atende políticos da Casa, o potencial hidrelétrico do país é subutilizado e tem o duplo efeito perverso de levar ao uso substituto da energia termoelétrica - considerada "energia suja" e de gerar tarifas mais caras para os usuários, embora o uso da energia eólica não tenha sido citada no relatório. Por outro lado, o Ministério de Minas e Energia defende o uso das termoelétricas para garantir o fornecimento, especialmente em períodos de escassez de outras fontes.[52]

O caso de Belo Monte envolve a construção de uma usina sem reservatório e que dependerá da sazonalidade das chuvas.[52] Por isso, para alguns críticos, em época de cheia a usina deverá operar com metade da capacidade, mas, em tempo de seca, a geração pode ir um pouco abaixo de 4,5 mil MW, o que somado aos vários passivos sociais e ambientais[53] coloca em xeque a viabilidade econômica do projeto.[35]

Em 2013, o Diretor de Construção da Norte Energia, Antônio Kelson Elias Filho, revelou que durante a obra foram descobertos traços de ouro em diversas rochas do sítio Belo Monte, mas para impedir que a usina fosse atrasada por uma corrida do ouro - Belo Monte fica a 400 quilômetros do exemplo mais conhecido do Brasil, Serra Pelada, e o sítio de Pimental fica a dez quilômetros da maior mina de ouro a céu aberto do Brasil, Belo Sun - o poço do possível cheio de ouro foi coberto de concreto.[54]

Relatório do IBAMA

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O Relatório de Impacto Ambiental, encomendado pela Eletrobras e efetuado pela Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa (atual Mover Participações), Odebrecht (atual Novonor) e Leme Engenharia, listou os impactos da hidrelétrica:[19]

  • Geração de expectativas quanto ao futuro da população local e da região;
  • Geração de expectativas na população indígena;
  • Aumento da população e da ocupação desordenada do solo;
  • Aumento da pressão sobre as terras e áreas indígenas;
  • Aumento das necessidades por mercadorias e serviços, da oferta de trabalho e maior movimentação da economia;
  • Perda de imóveis e benfeitoras com transferência da população na área rural e perda de atividades produtivas;
  • Perda de imóveis e benfeitoras com transferência da População na área urbana e perda de atividades produtivas;
  • Melhorias dos acessos;
  • Mudanças na paisagem, causadas pela instalação da infraestrutura de apoio e das obras principais;
  • Perda de vegetação e de ambientes naturais com mudanças na fauna, causada pela instalação da infra-estrutura de apoio e obras principais;
  • Aumento do barulho e da poeira com incômodo da população e da fauna, causado pela instalação da infraestrutura de apoio e das obras principais;
  • Mudanças no escoamento e na qualidade da água nos igarapés do trecho do reservatório dos canais, com mudanças nos peixes;
  • Alterações nas condições de acesso pelo Rio Xingu das comunidades Indígenas à Altamira, causadas pelas obras no Sítio Pimental;
  • Alteração da qualidade da água do Rio Xingu próximo ao Sítio Pimental e perda de fonte de renda e sustento para as populações indígenas;
  • Danos ao patrimônio arqueológico;
  • Interrupção temporária do escoamento da água no canal da margem esquerda do Xingu, no trecho entre a barragem principal e o núcleo de referência rural São Pedro durante 7 meses;
  • Perda de postos de trabalho e renda, causada pela desmobilização de mão de obra;
  • Retirada de vegetação, com perda de ambientes naturais e recursos extrativistas, causada pela formação dos reservatórios;
  • Mudanças na paisagem e perda de praias e áreas de lazer, causada pela formação dos reservatórios;
  • Inundação permanente dos abrigos da Gravura e Assurini e danos ao patrimônio arqueológico, causada pela formação dos reservatórios;
  • Perda de jazidas de argila devido à formação do reservatório do Xingu;
  • Mudanças nas espécies de peixes e no tipo de pesca, causada pela formação dos reservatórios;
  • Alteração na qualidade das águas dos igarapés de Altamira e no reservatório dos canais, causada pela formação dos reservatórios;
  • Interrupção de acessos viários pela formação do reservatório dos canais;
  • Interrupção de acessos na cidade de Altamira, causada pela formação do Reservatório do Xingu;
  • Mudanças nas condições de navegação, causada pela formação dos reservatórios;
  • Aumento da quantidade de energia a ser disponibilizada para o Sistema Interligado Nacional – SIN;
  • Dinamização da economia regional;
  • Interrupção da navegação no trecho de vazão reduzida nos períodos de seca;
  • Perda de ambientes para reprodução, alimentação e abrigo de peixes e outros animais no trecho de vazão reduzida;
  • Formação de poças, mudanças na qualidade das águas e criação de ambientes para mosquitos que transmitem doenças no trecho de vazão reduzida;
  • Prejuízos para a pesca e para outras fontes de renda e sustento no trecho de vazão reduzida.

Autorização

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Em 26 de janeiro de 2011, o IBAMA deu a "autorização de supressão de vegetação" ao Consórcio Norte Energia. O início dessas obras infraestruturais antecedem a construção de Belo Monte.[23] O procedimento envolve a autorização para o desmatamento de 238,1 hectares, sendo 64,5 hectares localizados em Área de Preservação Permanente (APP).[23] O órgão, porém, define que o consórcio terá de recompor a quantidade desmatada da APP, bem como condicionou que o processo de desmate não seja feito com uso do fogo e não sejam feitos descartes em aterros e mananciais hídricos.[23] A emissão da licença aconteceu após reuniões com órgãos públicos, índios citadinos, índios jurunas, associações de moradores e representantes de pescadores, além de uma vistoria técnica realizada em novembro de 2010.[55]

A autorização permite que o consórcio inicie o procedimento de acampamento, canteiro industrial e área de estoque de solo e madeira.[23][55]

O Ministério Público Federal no Pará, no entanto, não teve acesso ao documento integral emitido pelo IBAMA, contrariando recomendação de que as licenças não devem ser fragmentadas com a finalidade de acelerar o licenciamento.[56] Ainda de acordo com o ministério, as condicionantes da Licença Prévia 342/2010 não foram resolvidas de acordo com o previsto, o que não assegura a legalidade do procedimento.[56]

Receptividade ao projeto

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Cenas públicas de tensão fizeram parte da história da idealização do projeto.[57][58]

Em agosto de 2001, o coordenador do Movimento pela Transamazônica e do Xingu, Ademir Federicci, foi morto com um tiro na boca enquanto dormia ao lado da esposa e do filho caçula, após ter participado de um debate de resistência contra a Usina de Belo Monte. Ameaçada de morte desde 2004, a coordenadora do Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade do Pará e do Movimento Xingu Vivo para Sempre, Antônia Melo, também é contrária à instalação da usina e não sai mais às ruas.[47][59] Ela acredita que a usina, que inicialmente seria chamada de Kararaô, é um projeto mentiroso e que afetará a população de maneira irreversível, "um crime contra a humanidade". Segundo ela, nove povos indígenas, ribeirinhos e trabalhadores da agricultura familiar, por exemplo, serão expulsos para outras regiões. A alternativa seria, segundo ela, um desenvolvimento sustentável, que não tivesse tantas implicações.[60]

Em 20 de maio de 2008, índios feriram um engenheiro da Eletrobras durante um debate.[57][61]

Em 29 de setembro de 2009 foi publicado um painel de especialistas,[62] realizado por quarenta pesquisadores de diversas Universidades e Institutos de pesquisa principalmente brasileiros. O painel de 230 páginas abrange aspectos sociais, econômicos, culturais, de saúde, educação, segurança, das tribos indígenas locais, hidrológicas, de viabilidade técnica e econômica, de ameaças à fauna aquática e à biodiversidade. Conclui de modo geral a inviabilidade da usina e excessivos custos sociais e ambientais associados a ela.[63]

Em dezembro de 2009, o Ministério Público do Pará promoveu uma audiência pública com representantes do índios do Xingu, fato que marcaria seu posicionamento em relação à obra.[27]

Mais tarde, o processo provocou o embate da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, com a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.[57]

As mobilizações populares e de ambientalistas, que há décadas realizam ações de resistência contra a usina, conseguiram repercussão internacional com a proximidade do leilão.[14] No dia 12 de abril de 2010, o diretor James Cameron e os atores Sigourney Weaver e Joel David Moore participaram de um ato público contra a obra.[14][64]

O cacique Raoni com a petição dele contra a represa.

No dia 20 de abril de 2010, o Greenpeace, em protesto, despejou um caminhão de esterco bovino na entrada da Aneel.[65] Os manifestantes, com máscaras e acorrentados, empunharam bandeiras com frases como "O Brasil precisa de energia, não de Belo Monte".[65] No mesmo dia, cerca de 500 manifestantes também manifestaram indignação com a obra[65] e também na Transamazônica.[66] e Sítio Pimental, onde será construída a barragem de Belo Monte.[67]

Em maio de 2010, foi lançado, em Paris, o livro Memórias de Um Chefe Indígena, de autoria do cacique Raoni, com prefácio de Jacques Chirac.[68] Na ocasião, o cacique Raoni foi recebido pelo presidente Nicolas Sarkozy e, em entrevista à RFI, ameaçou matar todos os brancos que construíssem as barragens. A ocasião também mostrou como autoridades francesas são contrárias à construção da barragem.[68]

No dia 13 de janeiro de 2011, o então presidente do Ibama, Abelardo Bayma, deixou o cargo alegando questões pessoais, mas outra versão aponta que a pressão do governo para a concessão da licença com afrouxamentos seja o verdadeiro motivo.[57] Treze dias depois, o Ibama concedeu a licença para o início das obras em Belo Monte e Pimental.[57]

Em abril de 2011, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu a suspensão da obra a fim de garantir os direitos dos índios, após várias comunidades tradicionais encaminharem denúncias à OEA.[69]

Em 1 de junho de 2011, o Ibama voltou a reafirmar a emissão da concessão ambiental, dada a rejeição de vinte associações e sociedades científicas por meio de uma carta remetida à presidente Dilma, um abaixo-assinado com quinhentos mil assinaturas, além das assinaladas por ecologistas e indígenas e, principalmente, pela Justiça Federal do Pará ter cassado a licença anterior, embora, em seguida, o governo tenha derrubado a liminar.[70][71][72][73] Ainda assim, o Ministério Público Federal ressaltou que o consórcio não garantiu o cumprimento das exigências de saneamento e navegabilidade, ou seja, garantia de que não ocorrerão a seca de uma área do rio habitada por 20 mil índios e a eutrofização de alguns trechos do Rio Xingu.[74][75]

Em 2 de junho de 2011, a Anistia Internacional também pediu a suspensão do projeto de construção pelos mesmos motivos que a CIDH,[76] pedido também encaminhado, no dia seguinte, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU pela Justiça Global, Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) e Conectas Direitos Humanos.[77]

Em 17 de outubro de 2011, foi julgado no Tribunal Regional Federal da 1º Região, em Brasília, a ação cível pública que trata das oitivas indígenas, ou seja, o direito dos povos indígenas serem consultados pelo Congresso Nacional antes do início das obras.[78] Na ocasi�o, a desembargadora Selene Maria de Almeida tentou invalidar o Decreto Legislativo n� 788/2005 do Congresso Nacional, que autorizou a constru��o da usina, e portanto a continuidade da constru��o da hidrel�trica.[79] Todavia, quase um m�s depois, a desembargadora Maria do Carmo Cardoso seguiu o voto do desembargador Fagundes de Deus - respons�vel pelo ac�rd�o final - e votaram a favor do decreto. Fagundes de Deus apresentou como justificativas os argumentos de que a �rea ind�gena n�o ser� diretamente afetada e que os ind�genas poder�o ser ouvidos durante o processo de licenciamento.[80]

Em 26 de outubro, aconteceu em Washington (EUA) uma audi�ncia convocada pela Comiss�o Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) sobre um suposto descumprimento de medidas cautelares que visam a prote��o das popula��es ind�genas do Xingu.[81] As den�ncias haviam sido encaminhadas em novembro de 2010 por entidades ligadas aos direitos dos �ndios.[81]

O Governo Federal, convocado, n�o compareceu ao alegar n�o ter uma representa��o definitiva do Brasil na OEA.[82] J� em Altamira, nesse mesmo dia, cerca de 600 pessoas, entre eles ind�genas, pescadores e ribeirinhos, ocuparam o canteiro de obras da hidrel�trica e interditaram um trecho da rodovia Transamaz�nica. A ocupa��o terminou no final da noite do mesmo dia ap�s uma liminar de reintegra��o de posse ser expedida e entregue por um oficial de justi�a com a presen�a da Pol�cia Militar.[83]

Avalia��o

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Segundo a professora da UFPA Janice Muriel Cunha os impactos sobre a ictiofauna n�o foram esclarecidos ao n�o contemplar todas as esp�cies do Rio Xingu.[47]

Outro professor da UFPA e doutor em ecologia, Hermes Fons�ca Medeiros, defende que a obra geraria milhares de empregos, mas, ao final dela, restariam apenas 900 postos de trabalho, o que levaria a popula��o que se instalou na regi�o ao envolvimento com o desmatamento, pois n�o h� voca��es econ�micas desenvolvidas na regi�o. A hidrel�trica ir�, segundo ele, atingir trinta terras ind�genas e doze unidades de conserva��o. Outro detalhe, segundo o professor universit�rio, � que a hidrel�trica precisaria de outro Rio Xingu para produzir o ano todo.[84] O bispo austr�aco Erwin Kr�utler, que h� 45 anos atua na regi�o considera o empreendimento um risco para os povos ind�genas, visto que poder� faltar �gua ao desviar o curso para alimentar as barragens e mover as turbinas, al�m de retirar os �ndios do ambiente de origem e de inchar abruptamente a cidade de Altamira que pode ter a popula��o duplicada com a hidrel�trica. Segundo o bispo, os problemas em Balbina e Tucuru�, que a princ�pio seriam considerados investimentos para as popula��es do entorno, n�o foram superados e servem de experi�ncia para Belo Monte, j� que os investimentos infraestruturais ou a explora��o do ecoturismo - "no territ�rio mais ind�gena do Brasil" - poderiam acontecer sem a inser��o e amplia��o da hidrel�trica.[85]

Os procuradores da Rep�blica defendem que a constru��o da usina deveria ter sido aprovada por meio de lei federal, visto que a obra est� em �rea ind�gena, especificamente em terras de Paqui�amba e Arara da Volta Grande, mas a Advocacia-Geral da Uni�o refuta esta possibilidade.[29] Em 18 de agosto de 2011, o Minist�rio P�blico Federal no Par� entrou com uma nova a��o pedindo suspens�o da obra alegando invas�o de terras dos juruna e arara, respectivamente.[86] Caso a obra n�o seja suspensa, o MPF pede na a��o que a Nesa indenize os �ndios.[86]

J� o empres�rio Vilmar Soares, que vive em Altamira h� 29 anos, acredita que a usina ir� melhorar a qualidade de vida de Altamira, com o remanejamento da popula��o das palafitas - �rea que ser� inundada - para moradias bem estruturadas em Vit�ria do Xingu, e que a usina maior seria acompanhada de outros investimentos, como gera��o de empregos, energia el�trica para a popula��o rural (a maior parte da energia de de Altamira vem do diesel) e a pavimenta��o da Transamaz�nica que impulsionaria a destina��o do cacau produzido na regi�o.[85]

Os defensores da obra, formados por empres�rios, pol�ticos e moradores das cidades envolvidas pelo projeto,[50] estimam que cerca de R$ 500 milh�es sustentam o plano de desenvolvimento regional que estaria garantido com a usina. Essa inje��o de recursos seria aplicada em gera��o de empregos, educa��o, desenvolvimento da agricultura e atra��o de ind�strias.[59] Acredita-se tamb�m que o empreendimento atrair� novos investidores para a regi�o, considerada a �nica forma de alavancar o desenvolvimento de uma regi�o carente de investimentos.[50]

O presidente da Empresa de Pesquisa Energ�tica, Maur�cio Tolmasquim, afirma que Belo Monte, um investimento equivalente a 19 vezes ao or�amento do Par� em 2010, ser� a salva��o para a regi�o e que as opini�es contr�rias s�o preconceituosas, pois, segundo ele, a atual proposta envolve um ter�o da �rea original que seria alagada.[87] O consumo de energia el�trica tende a aumentar e os investimentos com Belo Monte, segundo ele, ser�o necess�rios.[87]

No entanto, outros defendem que estas perspectivas de demanda de desenvolvimento, gera��o de empregos e atra��o de investimentos para a regi�o confrontam com o j� existente estilo de vida vi�vel e sustent�vel dos habitantes da regi�o, baseado em sistemas agroflorestais e na explora��o de recursos naturais.[88][89] O deslocamento de uma comunidade de sua �rea de origem, cultura e meio de vida, como j� observado em outros casos de deslocamento compuls�rio por hidrel�tricas, podem n�o ser indeniz�veis por programas de apoio ou dinheiro. [90]

O f�sico, professor em�rito da Universidade Estadual de Campinas e membro do conselho editorial do jornal Folha de S.Paulo, Rog�rio C�zar de Cerqueira Leite, disse que milhares de esp�cimes v�o sucumbir, mas, em compensa��o, 20 milh�es de brasileiros ter�o energia el�trica garantida.[91]

O ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agroneg�cio da Escola de Economia de S�o Paulo da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues, defende que o Brasil desperdi�a, anualmente, o equivalente a tr�s usinas de Belo Monte ao n�o utilizar o baga�o e a palha da cana-de-a��car.[92]

Impactos sociais

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Em fevereiro de 2013, foi descoberto em Altamira um esquema de tráfico de mulheres, incluindo menores de idade, que eram mantidas em cárcere privado em uma boate localizada próxima a um dos canteiros de obras da Usina de Belo Monte. Quatro mulheres e uma travesti foram libertadas.[93] Em uma segunda operação policial no mesmo mês, mais doze mulheres foram resgatadas de situação considerada de escravidão sexual em outros cinco prostíbulos da cidade.[94] Todas as pessoas libertadas haviam sido aliciadas nos três estados da região Sul do Brasil, com promessas de ganhos altos para trabalharem perto da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.[95]

O tráfico de drogas também aumentou na região. Entre 2011 e 2012, a polícia apreendeu uma quantidade doze vezes maior de cocaína e nove vezes maior de crack na cidade de Altamira, que é a mais afetada pelas obras de instalação da usina. Para a polícia local, o aumento da população da cidade a partir do início das obras tem relação direta com o crescimento do tráfico de drogas e da prostituição. Nos anos de 2011 e 2012, a população aumentou em 46 mil habitantes, dos quais 16 mil são contratados e outros quatro mil são subcontratados do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM).[94]

Em julho de 2019, um confronto entre facções provocou a morte de 62 detentos no presídio de Altamira.[96] Em novembro de 2019, foi entregue um novo presídio em Vitória do Xingu, após seis anos em obras, com objetivo de evitar a superlotação do presídio de Altamira.[97]

Como o acionamento da última turbina em novembro de 2019, foi adotado o chamado "hidrograma de consenso". Como o rio Xingu foi desviado para os dois reservatórios da usina, o hidrograma estabeleceu valores mínimos de água a ser liberada para a região conhecida como Volta Grande do Xingu, que passou a ser um “trecho de vazão reduzida”. O hidrograma entrou em testes a partir de janeiro de 2020 (com duração de seis anos), e foi criticado por ambientalistas e populações ribeirinhas, pois esta vazão não é mais a natural do rio, mas artificialmente liberada pela concessionária de energia. Segundo especialistas, a quantidade de água seria insuficiente para os ciclos biológicos da fauna aquática e as condições de vida da população ribeirinha, com redução de peixes e navegabilidade. [98]

Em novembro de 2019, a concessionária Norte Energia solicitou autorização à ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) para construir usinas térmicas na região, com o objetivo de complementar a geração de energia.[99]

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Liga��es externas

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