Saltar para o conteúdo

Valérios

Origem: Wikip�dia, a enciclop�dia livre.

Val�rios (em latim: Valerii) foi uma fam�lia da Roma Antiga de status patr�cio e que depois incorporou ramos plebeus. A gente Val�ria foi uma das mais antigas e celebradas de Roma, e nenhuma outra gente se destacou por tanto tempo, embora de algumas, como a gente Corn�lia, surgiram diversas pessoas ilustres. P�blio Val�rio, depois chamado de "Publ�cola", teve um papel de destaque na hist�ria da expuls�o dos antigos reis de Roma e foi eleito c�nsul no primeiro ano da Rep�blica Romana, 509 a.C. Desta data em diante at� os �ltimos anos do Imp�rio Romano, por quase mil anos, o nome "Val�rio" (em latim: Valerius) apareceu com certa frequ�ncia nos fastos consulares e foi ostentado pelos imperadores Maximino, Maximiano, Max�ncio, Diocleciano, Const�ncio Cloro, Constantino e outros.[1]

A gente Val�ria gozou de muitas honrarias e privil�gios extraordin�rios em Roma. A casa da fam�lia ficava no sop� do monte V�lia e era a �nica da cidade com permiss�o para que as portas se abrissem para a rua (e n�o para o interior da casa)[2][3]. No Circo M�ximo, um lugar muito destacado era exclusivo da fam�lia e contava com um pequeno trono, uma honra sem paralelos entre os nobres romanos[4]. Eles podiam tamb�m enterrar seus mortos dentro do per�metro das muralhas, um privil�gio que tamb�m foi concedido a algumas outras gentes; e, quando eles trocaram o antigo costume do enterro pela queima do corpo, apesar de a pira funer�ria n�o ser acesa na cidade, a carruagem funer�ria passava pelo local como forma simb�lica de preserva��o do antigo direito da fam�lia[1][5][6].

Niebuhr, que menciona estas distin��es, conjecturou que, entre as mudan�as gradativas de constitui��o, de uma monarquia para uma aristocracia, a gente Val�ria por um tempo teve o direito de que nomear um de seus membros para exercer o poder real pelos t�cios, a tribo da qual os val�rios devem ter se originado, como sua origem sabina indica[7]. Contudo, como quase todos os fatos referentes ao per�odo mais remoto da hist�ria romana, � imposs�vel ter certeza. Os primeiros val�rios sempre estiveram entre os principais defensores dos direitos das plebe e as leis que eles propuseram em �pocas variadas foram grandes marcos para as liberdades da segunda classe romana[1][8].

Acredita-se universalmente que os Val�rios (Valerii) sejam de origem sabina e acredita-se que seu ancestral, Voleso ou Voluso (Volesus ou Volusus) tenha se mudado para Roma com Tito T�cio. P�blio Val�rio Publ�cola e seus irm�os, Marco Val�rio Voluso e M�nio Val�rio M�ximo, eram descendentes diretos dele[1][9][10]. O nomen Valerius � um sobrenome patron�mico derivado do praenomen Volesus, que �, por sua vez, derivado de "valere" ("ser forte")[11][12].

Os mais antigos val�rios conhecidos tinha o praenomen Voleso (Volesus). Outros prenomes populares entre os primeiros val�rios est�o P�blio, Marco, M�nio e L�cio[1].

Ramos e cognomes

[editar | editar c�digo-fonte]

A gente Val�ria estava dividida em v�rias fam�lias durante o per�odo romano, cujos nomes s�o Corvo (Corvus ou Corvinus), Falto, Falco (Flaccus), Levino (Laevinus), M�ximo (Maximus), Messala (Messalla), Potito (Potitus), P�blicola (Poplicola ou Publicola), Tapo (Tappo), Tri�rio (Triarius) e Voluso (Volusus). Al�m destas, encontram-se outros cognomens dos val�rios no per�odo republicano, muitos deles de libertos ou clientes da gente Val�ria. Nas moedas dos val�rios, encontramos os cognomes Ac�sculo (Acisculus), C�tulo (Catullus), Flaco (Flaccus) e Barbato (Barbatus). Outros mais foram usados pelos val�rios no per�odo imperial[1].

Os "Val�rios Publ�colas" s�o descendentes de P�blio Val�rio, o c�nsul em 509 a.C. Seus irm�os, Marco e M�nio, tinha o prenome de seu pai na forma "Voluso", como sobrenome. M�nio tinha ainda o cognome adicional "M�ximo", que passou para seus descendentes[1]. Publ�cola (Poplicola) significa "o que corteja o povo", de "populus" e "colo", que significa "amigo do povo". A forma "Poplicola" � a mais antiga e ocorre geralmente em inscri��es, nas quais se encontra tamb�m "Poplicula"[13]. Publ�cola (Publicola) era a forma mais moderna e parece ter sido a geralmente empregada pelos romanos tardios. Encontramo-la nos melhores manuscritos de L�vio e no manuscrito palimpsesto de C�cero, De Republica[1].

Os "Val�rio Pot�tios" (Valerii Potiti) s�o aparentemente descendentes de L�cio Val�rio, um filho de Marco Val�rio Voluso e sobrinho de Publ�cola. Esta fam�lia, como muitas outras fam�lias da Roma Antiga, desapareceu na �poca das Guerras Samnitas; mas o nome foi revivido depois pela gente Val�ria como prenome; um Potito Val�rio Messala foi c�nsul sufecto em 29 a.C. A pr�tica de utilizar nomes de fam�lias extintas como prenomes era comum em outras gentes; na gente Corn�lia, os L�ntulos adotaram o cognome extinto "Cossus" como prenome[1].

Corvo (Corvus ou Corvinus) era um sobrenome da fam�lia dos "Val�rios M�ximos" (Valerii Maximi). O primeiro desta fam�lia ganhou este cognome durante a guerra contra os gauleses em 349 a.C. depois de derrotar um gigantesco gaul�s em combate singular com a ajuda de um corvo. Marco Val�rio Corvino era considerado um dos grandes her�is da Rep�blica e foi duas vezes ditador, seis vezes c�nsul e utilizou a cadeira curul vinte e uma vezes, vivendo at� os cem anos de idade. Aparentemente ele utilizava a forma Corvo (Corvus), embora alguns escritores o chamem de Corvino; seus descendentes invariavelmente adotaram a forma "Corvino", que era simplesmente a forma mais longa de "Corvo"[1].

O sobrenome Messala (Messalla) foi originalmente assumido por M�nio Val�rio M�ximo Corvino depois de ter libertado Messana (moderna Messina, na Sic�lia) de um bloqueio cartagin�s no segundo ano da Primeira Guerra P�nica em 263 a.C. Membros desta fam�lia apareceram pela primeira vez nos fastos consulares neste mesmo ano e, pela �ltima, em 506. Neste per�odo de quase 800 anos, detiveram vinte e dois consulados e tr�s censorados. O cognome Messala era originalmente um agnomen romano que significava "de Messana". Ele aparece juntamente com os agnomes Barbato (Barbatus), N�ger (Niger) e Rufo (Rufus).

Val�rios Publ�colas

[editar | editar c�digo-fonte]

Val�rios Potitos

[editar | editar c�digo-fonte]

Val�rios M�ximos

[editar | editar c�digo-fonte]

Val�rios Messalinos

[editar | editar c�digo-fonte]

Val�rios Levinos

[editar | editar c�digo-fonte]

Val�rios Flacos

[editar | editar c�digo-fonte]

Val�rios Faltos

[editar | editar c�digo-fonte]

Val�rios Tri�rios

[editar | editar c�digo-fonte]

Roma imperial tardia

[editar | editar código-fonte]

Outros usos do nome Valério

[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology, William Smith, Editor.
  2. Dionísio de Halicarnasso, Romaike Archaiologia v. 39.
  3. Plutarco, Vidas Paralelas, Publicola 20.
  4. Lívio, Ab Urbe Condita ii. 31.
  5. Cícero, De Legibus ii. 23.
  6. Plutarco, Vidas Paralelas, Publicola 23.
  7. Barthold Georg Niebuhr, History of Rome, vol. i. p. 538.
  8. Dictionary of Antiquities, s. v. Leges Valeriae.
  9. Dionísio de Halicarnasso, Romaike Archaiologia ii. 46.
  10. Plutarco, Vidas Paralelas, Numa 5, Publicola 1.
  11. George Davis Chase, "The Origin of Roman Praenomina", in Harvard Studies in Classical Philology, vol. VIII (1897). (em inglês)
  12. D.P. Simpson, Cassell's Latin & English Dictionary (1963). (em inglês)
  13. Johann Caspar von Orelli, Inscriptionum Latinarum Selectarum Collectio n. 547. (em inglês)
  14. a b Dionísio de Halicarnasso, Romaike Archaiologia vi. 12.
  15. Lívio, Ab Urbe Condita ii. 52, 53, iii. 15-19.
  16. Dionísio de Halicarnasso, Romaike Archaiologia ix. 28, x. 14-17.
  17. Lívio, Ab Urbe Condita v. 26, vi. 1, 5, 21, 27.
  18. Lívio, Ab Urbe Condita vii. 12, 17-19.
  19. Lívio, Ab Urbe Condita vii. 21, 23, 28.
  20. Lívio, Ab Urbe Condita viii. 17.
  21. Lívio, Ab Urbe Condita iv. 49, 57, 61.
  22. Lívio, Ab Urbe Condita iv. 49, 58, v. 1, 10, 14, 31, 48.
  23. Dionísio de Halicarnasso, Romaike Archaiologia i. 74.
  24. Lívio, Ab Urbe Condita vi. 6, 18, 27, 32, 36, 42.
  25. Lívio, Ab Urbe Condita vi. 36.
  26. a b Lívio, Ab Urbe Condita viii. 18.
  27. Dionísio de Halicarnasso, Romaike Archaiologia vi. 39-45.
  28. Lívio, Ab Urbe Condita ii. 30, 31.
  29. Cícero , Brutus 14.
  30. Dionísio de Halicarnasso, Romaike Archaiologia x. 31-33.
  31. Lívio, Ab Urbe Condita iii. 31.
  32. Lívio, Ab Urbe Condita v. 14, 24.
  33. Lívio, Ab Urbe Condita ix. 29, 40, 41, 43.
  34. a b c Fastos Capitolinos.
  35. Plínio, o Velho, História Natural xvi. 10.
  36. João Zonaras, Epitome Historiarum viii. 19.
  37. Paulo Orósio, Historiarum Adversum Paganos Libri VII iv. 13.
  38. Lívio, Ab Urbe Condita xxvii. 5, xxxiv 54, 55, xxxviii. 35, 42, xli. 22, xlii. 28.
  39. Aulo Gélio, Noctes Atticae ii. 24, xv. 11.
  40. Suetônio, De Claris Rhetoribus i.
  41. Valério Máximo, Factorum ac Dictorum Memorabilium libri IX ii. 9. § 9.
  42. Apiano, Bellum Civile i. 40.
  43. Tácito, Anais iii. 68.
  44. Sêneca, o Jovem, De Ira ii. 5.
  45. Dião Cássio, História Romana lxxvii. 5.
  46. Lívio, Ab Urbe Condita xxxi. 50, xli. 8.
  47. Lívio, Ab Urbe Condita ix. 7.
  48. Políbio, Histórias i. 20.
  49. Aulo Gélio, Noctes Atticae iv. 3.
  50. Lívio, Ab Urbe Condita xxi. 6, xxiii. 16, 34, 38, xxvi. 8 Epitome 20.
  51. Cícero , Philippicae v. 10.
  52. Lívio, Ab Urbe Condita xxxvii. 46.
  53. Lívio, Ab Urbe Condita xxvii. 8, xxxi. 50, xxxii. 7.
  54. Julius Obsequens, Liber de Prodigiis 77.
  55. Cícero , Epistulae ad Familiares iii. 4, 11.
  56. Cícero , Pro Flacco 36, De Oratore 38.
  57. Júlio César, Commentarii de Bello Civili iii. 53.
  58. Cícero , De Divinatione i. 46.
  59. Marco Terêncio Varrão, De Lingua Latina libri XXV vi. 21.
  60. Joseph Hilarius Eckhel, Doctrina Numorum Veterum vol. v. p. 333.
  61. Cícero , Epistulae ad Familiares ix. 21.
  62. Lívio, Ab Urbe Condita Epitome xix.
  63. Valério Máximo, Factorum ac Dictorum Memorabilium libri IX i. 1. § 2, ii. 8. § 2.
  64. João Zonaras, Epitome Historiarum viii. 18.
  65. Paulo Orósio, Historiarum Adversum Paganos Libri VII iv. 12.
  66. Lívio, Ab Urbe Condita xxix. 11, xxx. 40, 41.
  67. Apiano, Bella Mithridatica 88, 89, 112, 120.
  68. Plutarco, Vidas Paralelas, Pompeius 35.
  69. Dião Cássio, História Romana xxxv. 10-12.
  70. Cícero , De Leg. Man. 9.
  71. Lívio, Ab Urbe Condita Epitome 98.
  72. Plínio, o Velho, História Natural vi. 3.
  73. Ascônio Pediano, in Scauro p. 19.
  74. Cícero , Pro Scauro 1, 2, Epistulae ad Atticum iv. 16. § 8, iv. 17. § 2, Epistulae ad Quintum Fratrem iii. 2. § 3.
  75. Júlio César, Commentarii de Bello Civili iii. 5, 92.
  76. Cícero , Brutus 76, Epistulae ad Atticum xii. 28, § 3.
  77. Plínio, o Velho, História Natural xxxvi. 15. s. 24.
  78. Lívio, Ab Urbe Condita xxxv. 10, 20, xxxvii. 46.
  79. Lívio, Ab Urbe Condita xxxviii. 36.
  80. Karl Julius Sillig, Catalogus Artificium (1827), Append. s.v. Artema.
  81. a b c Desiré-Raoul Rochette, Lettre à M. Schorn, p. 422, 2nd ed.
  82. Ludovico Antonio Muratori, Novus Thesaurus Veterum Inscriptionum, Milan (1739-42), vol. i. p. xii. 12, p. xiv. 6.
  83. Ludovico Antonio Muratori, Novus Thesaurus Veterum Inscriptionum, Milan (1739-42), vol. ii. p. cmlxxxi. 9.
  84. Aulo Gélio, Noctes Atticae xix. 9.
  85. Antologia Latina, iii. 242, 243, ed. Burmann, or Nos. 27, 28, ed. Meyer.