Via expressa
Via expressa, via rápida ou via reservada é uma via de comunicação terrestre para tráfego de alta velocidade que tem muitas das características de uma autoestrada, incluindo o acesso limitado à rodovia, algum grau de separação entre os fluxos de tráfego opostos, o uso de trevos, em certa medida a proibição de alguns modos de transporte, como bicicletas ou cavalos, e muito poucos ou nenhum cruzamento com ruas. O grau de isolamento permitido para o tráfego local varia entre os vários países e regiões. A definição precisa desses termos varia de acordo com a jurisdição.[1]
Características
[editar | editar código-fonte]Uma via expressa permite rápido acesso entre as regiões que a tal via expressa conecta. Porém, a ausência de cruzamentos faz com que o acesso entre uma avenida/rua e uma via expressa precise ser feito através de rampas especiais, que podem ocupar bastante espaço, cuja desocupação pode levar a demolir as construções existentes na área. Quando duas vias expressas se encontram, há o que se chama de um trevo rodoviário, que ocupa ainda mais espaço.
Uma via expressa pode ser:
- Planejada: neste caso, a via expressa é construída diretamente no solo. A opção mais econômica, tem a desvantagem de que as rampas de acesso ocupam muito espaço.
- Elevada (sustentada por pilares): cria algum espaço útil no terreno onde a via expressa é construída (sob a via), e economiza espaço, por causa do menor espaço ocupado pelas rampas de acesso. Porém, este tipo de via expressa é cara de se construir e de se manter.
- Tunelada: a via expressa é construída no sub-solo; esta opção é a que menos ocupa terreno útil da cidade, que pode ser usado para a construção de parques, etc. É a opção mais cara de se construir.
Vias expressas são muito comuns nos Estados Unidos, em diversos países da Europa Ocidental, Japão, e no leste do Canadá, embora sejam mais raras em outros países. A via expressa mais movimentada do mundo atualmente é a Highway 401 em Ontário, Canadá, que registra uma média anual de 450 mil veículos diários em certos trechos na região metropolitana de Toronto.
Países lusófonos
[editar | editar código-fonte]Brasil
[editar | editar código-fonte]- Em São Paulo a principal via expressa é a Marginal do Rio Tietê, que liga a região da Vila Leopoldina à região da Penha; A Marginal do Rio Pinheiros, que liga a Marginal do Rio Tietê à região de Interlagos; O Corredor Norte-Sul que liga Santana, na Zona Norte da cidade à Santo Amaro, na Zona Sul; E a Ligação Leste-Oeste, a qual faz a ligação das Zonas Leste e Oeste da cidade, através de um conjunto de avenidas, tendo a Radial Leste como a principal delas, ligando o Centro à Guaianases, subúrbio da Zona Leste. A principal ligação da capital com a região metropolitana é a Avenida do Estado, que liga o centro de São Paulo as cidades do Grande ABC.
- No Rio de Janeiro, as principais vias expressas s�o: a Avenida Brasil, que interliga as regi�es oeste, norte e central da cidade; a Linha Vermelha, que liga a regi�o central da cidade � Rodovia Washington Lu�s (BR-040) e � Rodovia Presidente Dutra (BR-116), passando pela Ilha do Fund�o e pela Ilha do Governador; a Linha Amarela, que liga a Barra da Tijuca � Ilha do Fund�o; e a Ponte Rio-Niter�i, que liga a cidade ao munic�pio vizinho de Niter�i. e T�nel Prefeito Marcello Alencar que liga Ponte Rio-Niter�i, Av.Brasil, Linha Vermelha ao Aterro do Flamengo
- Em Belo Horizonte a Via Expressa Juscelino Kubitschek (conhecida simplesmente como "Via Expressa" na cidade) - que liga o centro da capital mineira � cidade de Betim, atravessando boa parte do munic�pio de Contagem - tem um percurso de aproximadamente 25 km sem intercepta��es, o que proporciona aos seus usu�rios um fluxo r�pido. Uma outra via de tr�nsito expresso em Belo Horizonte � a Linha Verde, constru�da para otimizar o tr�nsito entre o Aeroporto Internacional Tancredo Neves em Confins e o centro de BH. A Linha Verde possui uma extens�o de 42 km em via de tr�nsito r�pido, apesar de haver in�meros sem�foros no trecho da Avenida Cristiano Machado, ainda dentro do munic�pio de Belo Horizonte.
- No Distrito Federal, um t�pico exemplo de via expressa � a DF-002 (conhecida como Eixo Rodovi�rio - Eix�o), que corta o Plano Piloto de norte a sul em seus 13km de extens�o, sem nenhum ponto de interrup��o. Tanto de um lado quanto do outro da via existem os chamados Eixinhos L (leste) e W (oeste), que funcionam como marginais do Eix�o, permitindo uma transi��o segura do fluxo local para o fluxo da rodovia. Outra rodovia da cidade que recentemente foi transformada em via expressa � a DF-085 (conhecida como Estrada Parque Taguatinga - EPTG), que em seus 20km corta a �rea mais populosa do Distrito Federal, ligando as cidades de Ceil�ndia, Taguatinga, �guas Claras, Vicente Pires e SIA ao Plano Piloto. Outra via planejada para se tornar expressa � a DF-047 (conhecida como Estrada Parque Aeroporto), que junto com a DF-002 forma uma liga��o direta entre o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek e a �rea central da capital.
- Em Salvador, as vias expressas s�o a rodovia Salvador-Feira de Santana (BR-324) e a Avenida Paralela, que liga o Aeroporto Internacional de Salvador ao centro financeiro da cidade. Sem falar da Via Expressa Ba�a de Todos os Santos,constru�da, para ligar o porto � BR-324.
- Em Manaus, a principal via expressa � a Avenida Torquato Tapaj�s, que d� acesso �s rodovias AM-010 e BR-174. Outro exemplo � a Avenida das Torres, uma via expressa de 17,4 km, que inicia na zona Centro-Sul e finaliza na zona Norte da cidade, na rodovia AM-010.
- Em Porto Alegre, a Avenida Presidente Castello Branco liga a Rodovi�ria e a Avenida Mau�, no centro, � Avenida Sert�rio, na zona norte, e �s BRs 116 (ponte do Gua�ba) e 290 (freeway). Acompanha parte da linha do metr�. Outra via na cidade cujo tr�nsito at� o limite de 80 km/h � permitido � a Avenida Zaida Jarros (antiga Avenida dos Estados), por onde passa em frente � est�tua do La�ador e pr�xima ao Aeroporto Salgado Filho.
- Em Florian�polis, a BR-282 � a Via Expressa que liga o Continente � Ilha de Santa Catarina, passando pelas pontes Ponte Colombo Salles e Ponte Pedro Ivo Campos. Uma outra Via Expressa da cidade � a Avenida Beira-Mar Sul, que liga o centro ao Aeroporto Internacional Herc�lio Luz.
- Em Palmas, a �nica via expressa da cidade � formada pela rodovia TO-050, al�m de um pequeno trecho cont�nuo da rodovia TO-010. Em sua extens�o total, a via expressa liga a quadra 212 Norte (ou ASR-NE 25) � Avenida Ipanema, no setor Sol Nascente.
- Em Goi�nia, o trecho urbano da BR-153 corresponde a maior via expressa da cidade, com 38 km de extens�o na regi�o metropolitana, al�m das marginais Botafogo e Cascavel, Perimetral Norte, Rodoanel Vi�rio Metropolitano, Av. Dr. Pedro Ludovico Teixeira/BR-060 e Via dos romeiros.
- Em Teresina a via expressa da BR-316 em �rea urbana entre o viaduto da Tabuleta e o Rodoanel de acesso � BR-343 s�o 15 km de extens�o.
Portugal
[editar | editar c�digo-fonte]Em Portugal, este tipo de rodovia n�o tem uma classifica��o oficial separada e � normalmente referida genericamente como "via r�pida".
Existem dois tipos principais de vias r�pidas em Portugal. O primeiro tipo tem faixas separadas para cada sentido, acesso limitado, com poucos ou nenhuns cruzamentos de n�vel, tendo em muitos casos caracter�sticas praticamente id�nticas �s de uma autoestrada. De entre as vias deste tipo destacam-se o Eixo Norte-Sul, a CRIL e o IC19 em Lisboa, a Via de Cintura Interna e a Avenida AEP no Porto, o IC2 em Coimbra e a "Rodovia" em Braga. Na ilha da Madeira � um tipo de via muito frequente, que liga os principais pontos da regi�o. Algumas das atuais autoestradas portuguesas eram em tempos tamb�m consideradas vias r�pidas deste tipo. Por exemplo, at� � d�cada de 2000, a A28 e a A29 constitu�am a via r�pida IC1.
O segundo tipo principal de via r�pida tem caracter�sticas id�nticas �s do primeiro, distinguindo-se daquele apenas por n�o dispor de faixas de rodagem separadas para cada sentido, na maioria da sua extens�o. Em geral, estas vias r�pidas t�m 1+1 vias em zonas planas e 2+1 vias nas subidas. De entre as vias deste tipo destacam-se os antigos IP4 e IP5 (antes de serem reconvertidos em autoestradas), o IP2 (a norte da Guarda e a sul de Castelo Branco), o IP3 (maioria do tro�o entre Coimbra e Viseu), o IC5, IC6, IC8, IC9, o IC27 e o IC33.
Em termos legais, o C�digo da Estrada inclui o conceito de "via reservada a autom�veis e motociclos", que � definida como sendo uma via p�blica onde vigoram as normas que disciplinam o tr�nsito em autoestrada e sinalizada como tal, dispondo no entanto de um limite de velocidade menor (100 km/h para a maioria dos ve�culos). Contudo, o C�digo da Estrada n�o define a que caracter�sticas t�cnicas deve obedecer uma via para ser classificada como tal. Uma via r�pida dos tipos acima referidos pode estar ou n�o sinalizada como via reservada a autom�veis e motociclos. Caso n�o o esteja, vigoram a� as normas de tr�nsito correspondentes a uma estrada normal, mesmo que a mesma disponha de caracter�sticas t�cnicas id�nticas �s uma autoestrada.
Angola
[editar | editar c�digo-fonte]Integrado num plano de melhoria das infra-estruturas, o governo de Angola tem investido na constru��o de v�rias vias expressas em torno de Luanda, designadamente a que liga a capital a Viana.[2]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Manual on Uniform Traffic Control Devices, Section 1A.13 Definitions of Words and Phrases in This Manual: "Expressway—a divided highway with partial control of access." and "Freeway—a divided highway with full control of access."
- ↑ Asfaltado segundo lote da via expressa Luanda/Viana