Alemão brasileiro
As variedades de origem alem� faladas por teuto-brasileiros formam uma l�ngua minorit�ria significativa no Brasil. O "alem�o brasileiro" � fortemente influenciado pelo portugu�s e, em menor grau, pelos dialetos italianos, bem como pelas l�nguas ind�genas. Os dialetos alem�es s�o particularmente fortes nas regi�es Sul e Sudeste do Brasil. De acordo com Ethnologue, cerca de 3 milh�es de pessoas no Brasil falam o Riograndenser Hunsr�ckisch, 1,5 milh�o falam o alem�o padr�o (provavelmente incluindo Pommersch) e 8 mil falam o Plautdietsch.[1]
Falantes da l�ngua Alem� de Alemanha, Su��a e �ustria formam o maior grupo de imigrantes depois de falantes de portugu�s e italiano. Estes imigrantes tendiam a preservar a sua l�ngua mais do que os falantes de italiano, que � mais pr�ximo do portugu�s. Consequentemente, o alem�o foi a segunda l�ngua falada em casa mais comum no Brasil no censo de 1940. No entanto, mesmo em �reas que ainda s�o dominadas por falantes alem�es, a maioria s�o bil�ngues. Hoje, o alem�o � cada vez mais cultivado como um patrim�nio cultural e v�rios munic�pios t�m recentemente o co-oficializado ao lado do portugu�s.
O Riograndenser Hunsr�ckisch � a variante mais significativa e o termo � usado �s vezes para incluir todas as formas de alem�o brasileiro. Est� particularmente bem representado nos dois estados mais meridionais do pa�s, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Mas, especialmente no Esp�rito Santo, h� bols�es significativos cujo dialeto � baseado no Pommersch[2] e em alguns outros dialetos que podem ser encontrados localmente devido � imigra��o do s�culo XX.
Hunsriqueano riograndense
[editar | editar c�digo-fonte]O hunsriqueano riograndense, um dialeto do alto-alem�o, � referido igualmente como Riograndenser Hunsr�ckisch (ou Hunsrik) por causa do estado mais meridional do pa�s, o Rio Grande do Sul. Mas tamb�m est� fortemente representado em Santa Catarina, onde a variante local � referida como Katharinensisch, e no Paran�. Juntos, esses tr�s estados formam a Regi�o Sul do Brasil. A �rea atraiu imigra��o significativa de pa�ses de l�ngua alem�.
A imigra��o alem� para o Rio Grande do Sul come�ou em 1824.[3] Os trabalhadores e colonos alem�es vieram de muitas regi�es diferentes, mas especialmente das regi�es pobres de Hunsr�ck e Palatinado. Os dialetos alem�es come�aram a se misturar, adotando elementos das l�nguas faladas por outros imigrantes, para formar variedades que diferiam de munic�pio para munic�pio, muitas vezes de fam�lia para fam�lia e que n�o tinham rela��o com as linhas dial�ticas na Alemanha.[4] No entanto, na maioria dos lugares o dialeto Hunsr�ck provou ser dominante.
Inicialmente, os imigrantes tinham que organizar seu pr�prio sistema escolar,[5] mas isso mudaria. Devido � falta de exposi��o - de 1938 at� 1961, o alem�o nem sequer era ensinado em escolas superiores.[6] O alem�o padr�o tornou-se restrito a contextos formais como a igreja, enquanto que todas as intera��es di�rias aconteciam no dialeto ou em portugu�s, a partir do qual as palavras necess�rias para inova��es tamb�m foram tomadas.[7]
Os falantes de Hunsr�ckisch s�o tipicamente bil�ngues com o portugu�s, mas n�o necessariamente familiarizados com o alem�o padr�o. A escola prim�ria de Santa Maria do Herval, munic�pio do Rio Grande do Sul, com uma popula��o de cerca de 6 mil pessoas, ensina o Hunsr�ckisch e usa uma nova ortografia mais pr�xima de conven��es portuguesas do que do alem�o padr�o. No entanto, os linguistas no Brasil criticam esse distanciamento e exigem um v�nculo ortogr�fico mais estreito entre o Hunsrik e o alem�o padr�o.[8]
Estatuto co-oficial
[editar | editar c�digo-fonte]- Santa Catarina
- Ant�nio Carlos, lei municipal n� 987, de 27 de julho de 2010. [9]
- Ipumirim, lei municipal n� 1.868, de 17 de dezembro de 2020. [10]
- S�o Jo�o do Oeste, lei municipal n� 1.685, de 12 de julho de 2016. [11]
- Rio Grande do Sul
- Santa Maria do Herval, conforme a Lei Estadual n� 14.061, de 23 de julho de 2012. [12][13]
- Bar�o, lei municipal n� 2.451, de 14 de abril de 2021. [14]
Pomerano
[editar | editar c�digo-fonte]O pomerano, um dialeto do baixo-alem�o, � falado em muitos lugares no Sudeste e no Sul do Brasil:
- Projeto de Educa��o Escolar Pomerana, fundado em 2004 por professores e cinco munic�pios do Esp�rito Santo (Santa Maria de Jetib�, Laranja da Terra, Vila Pav�o, Domingos Martins, Pancas). Educa��o em pomerano.[15]
- Pomerano falado em Rond�nia desde 1970.[15]
- Em Santa Leopoldina, primeiro assentamento europeu no Esp�rito Santo, os descendentes de imigrantes da Su��a e de Luxemburgo falam pomerano.[15]
- Santa Maria de Jetib� (anteriormente parte de Santa Leopoldina) � o centro brasileiro de cultura pommerana com 90% de falantes do dialeto.[15]
Estatuto co-oficial
[editar | editar c�digo-fonte]- Esp�rito Santo
- Santa Catarina
- Rio Grande do Sul
- Rond�nia
Outros dialetos alem�es no Brasil
[editar | editar c�digo-fonte]- Katarinensisch, falado no estado Santa Catarina
- Plattd��tsch ou Vestfaliano tem estatus co-oficial no municipio Westf�lia (Rio Grande do Sul)[19][20]
- Alem�o Volgaparanaense, falado por alem�es do Volga ao Paran� e Rio Negro (Argentina).
- Plautdietsch, falado por teuto-brasileiros menonitas da antiga Uni�o Sovi�tica (desde os anos 1930).[21][22]
- Dialeto austro-b�varo do Tirol e alem�o alem�nico de Vorarlberg em Treze T�lias (desde 1933).[23]
- Suábios do Danúbio em Guarapuava (desde 1951).[24]
O holandês, estreitamente relacionado com o alemão, também é falado no Brasil por brasileiros holandeses e alguns judeus brasileiros.
Plattdüütsch ou Vesfaliano
[editar | editar código-fonte]O Plattdüütsch é uma língua co-oficial junto ao Portuguĕs no municipio Westfália (Rio Grande do Sul). segunda lei N° 1302 do ano 2016.[19] No município é conhecido também como Vestfaliano ou Sapado do Pau. No Vale do Taquari (Teutônia, Imigrante e Westfália), onde se estabeleceram os imigrantes, há um grau de manutenção linguística maior,[25] além disso, também no sudeste de Santa Catarina e que inclui as comunidades de Águas Mornas, São Bonifácio, São Martinho, Braço do Norte, São Ludgero, Armazém, Santa Rosa de Lima (Santa Catarina), Rio Fortuna e Grão Pará. No inicio, o dialeto tive não muito contato com o Hunsriqueano rio-grandense, Português e outras línguas. Vestfaliano é considerado “relativamente livre de impurezas” pela sua colonização mais uniforme e pelo seu grau de isolamento geográfico e social que ainda perduraria por muitos anos, em algumas localidades ainda até bem recentemente; fator determinante para essa manutenção. Outro fato de o vestfaliano ser pertencente ao grupo do baixoalemão, levando os falantes (que nunca tiveram se misturado com outros imigrantes) a apresentar maior resistência à influência dos dialetos francônios como o Hunsrückisch e mesmo do alemão culto, “por apresentar características fonológicas e um vocabulário bastante diferente desses últimos”.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Imigração alemã no Brasil
- Colônias alemãs em Minas Gerais
- Colônias alemãs em Rondônia
- Colônias alemãs no Rio de Janeiro
- Imigração alemã em São Paulo
- Relações entre Brasil e Alemanha
- Línguas do Brasil
Referências
- ↑ «Ethnologue». Ethnologue. Consultado em 4 de agosto de 2015
- ↑ [1] Arquivado em 2012-11-20 no Wayback Machine
- ↑ Altenhofen, Cléo Vilson: Hunsrückisch in Rio Grande do Sul, Franz Steiner Verlag, Stuttgart 1996, p. 24.
- ↑ Altenhofen, p. 42.
- ↑ Altenhofen, p. 69.
- ↑ Altenhofen, p. 38.
- ↑ Altenhofen, p. 45.
- ↑ «Brasilien: Hunsrücker Platt wird zweite Amtssprache». volksfreund.de. 27 de março de 2014. Consultado em 11 de agosto de 2015
- ↑ https://www.antoniocarlos.sc.gov.br/noticias/index/ver/codMapaItem/33805/codNoticia/353655
- ↑ Lei Nº 1.868, de 17 de de dezembro de 2020 - Dispõe sobre a cooficialização das línguas talian e hunsrückisch no município de Ipumirim - SC
- ↑ «Diário Oficial dos Municípios de Santa Catarina - Visualizar Ato». www.diariomunicipal.sc.gov.br. Consultado em 20 de maio de 2021
- ↑ https://www.santamariadoherval.rs.gov.br/atrativos_int.php?id=3
- ↑ https://leismunicipais.com.br/a1/lei-organica-santa-maria-do-herval-rs
- ↑ «Lei Ordinária 2451 2021 de Barão RS». leismunicipais.com.br. Consultado em 20 de maio de 2021
- ↑ a b c d Bost, Bodo: Pommersche Sprache erlebt Renaissance in Brasilien. VDA Globus 1/2010.
- ↑ «Município de Itarana participa de ações do Inventário da Língua Pomerana». Prefeitura Municipal de Itarana. Consultado em 21 de março de 2019
- ↑ «Lei Municipal nº 1.195/2016 de Itarana/ES». itarana.es.gov.br
- ↑ LEI Nº 2.644, DE 11 DE ABRIL 2023, dispõe sobre a cooficialização da língua pomerana no âmbito do município de Espigão do Oeste - Roraima. Repositório Brasileiro de Legislações Linguísticas
- ↑ a b https://web.archive.org/web/20190418013906/http://camarawestfalia.rs.gov.br/wp-content/uploads/2016/05/1302.pdf
- ↑ http://camarawestfalia.rs.gov.br/2016/03/21/sessao-ordinaria-na-camara-municipal-de-westfalia/
- ↑ Göz Kaufmann (2004). «Eine Gruppe - Zwei Geschichten - Drei Sprachen. Rußlanddeutsche Mennoniten in Brasilien und Paraguay». Franz Steiner Verlag. Zeitschrift für Dialektologie und Linguistik: 257–306. JSTOR 40505042
- ↑ «Mennoniten - junge gemeinde - Mennoniten in Lateinamerika / Paraguay / Brasilien / Bolivien / Mexiko / Südamerika». Jungegemeinde.de. 18 de março de 2007. Consultado em 11 de agosto de 2015
- ↑ René Laglstorfer. «Schuhplattln auf Brasilianisch». derStandard.at. Consultado em 4 de agosto de 2015
- ↑ «Fundação Cultural Suábio-Brasileira». Consultado em 4 de agosto de 2015
- ↑ http://www.fsma.edu.br/visoes/ed08/Edicao_8_artigo_4.pdf