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Embiópteros

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O macho dos Embioptera � quase sempre alado.
O macho dos Embioptera � quase sempre alado.
F�mea, sem asas, de um Embioptera; descrito como Donaconethis abyssinica, do leste da �frica.[1]
F�mea, sem asas, de um Embioptera; descrito como Donaconethis abyssinica, do leste da �frica.[1]
Classifica��o cient�fica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Embioptera
Fam�lias
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Macho (� esquerda; de asas abertas) e f�mea (� direita) da esp�cie denominada Embia major, dos Himalaias.

Os embi�pteros ou embi�deos[2] (nomeados, em ingl�s, webspinners; na tradu��o para o portugu�s, "giradores de rede", devido a suas habilidades �nicas de girar suas sedas a partir de estruturas nas pernas dianteiras)[3] e cujo nome vernacular sugerido � de inseto-tecel�o,[4] s�o insetos pterygotos pertencentes � ordem Embioptera, que conta com cerca de 400 esp�cies v�lidas e 600 denomina��es de classifica��o cient�fica[5] (com estimativas de cerca de 2.000 esp�cies existentes).[3] A ordem também já foi referida como Embiodea ou Embiidina[5] e seus filhotes nascem já em forma de ninfa e semelhantes aos adultos no aspecto.[6]

O nome Embioptera (em sentido literal "asas vivas") vem do grego εμβιος, "embios", que significa "animado", e πτερον, "pteron", que significa "asa"; um nome que não foi considerado particularmente descritivo para estes insetos, mas que talvez, em vez disso, se refira à sua notável velocidade de movimentos, tanto para frente quanto para trás.[3]

Os Embioptera variam de 0.4 a 2 centímetros de comprimento. O corpo é alongado, amarronzado ou enegrecido, um pouco achatado nos machos e mais ou menos cilíndrico nas fêmeas e juvenis; sempre dotados de pernas curtas e fortes, com fêmures espessados em suas pernas posteriores. Uma de suas características mais marcantes está no primeiro artículo dos tarsos, nas pernas anteriores, que é dilatado pela presença de glândulas fiandeiras de seda. Os machos assemelham-se a cupins alados, com asas anteriores e posteriores dotadas de tamanho e nervação semelhante, relativamente simples; mas alguns são ápteros (sem asas) ou apresentam asas vestigiais. As fêmeas são sempre ápteras. O corpo é dividido em três tagmas, como em todos os insetos: cabeça, tórax e abdome. A cabeça porta um par de olhos compostos, em forma de rim, e não possui ocelos (olhos simples). Suas antenas são filiformes, com cerca de 12 a 32 segmentos. Seu aparelho bucal mastigador é prognata. Asas anteriores são pergaminhosas (com a textura de um pergaminho) e as posteriores membranosas. Abdome com dez segmentos, com um par de cercos na extremidade posterior, altamente sensitivos ao toque; que geralmente, nos machos, são assimétricos, e podem possuir um ou dois segmentos, mas que são sempre assimétricos nas fêmeas.[3][7][8][9]

Habitat e Microhabitat

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Os Embioptera são insetos de climas tropicais e subtropicais. Eles vivem abrigados em túneis ou galerias, onde seus corpos cilíndricos se adaptaram a viver, construídas com a seda que produzem em suas fiandeiras; habitando o solo, em fendas de muros, em pedras, sob casca de �rvores ou troncos em decomposi��o. Algumas esp�cies vivem isoladamente, enquanto a maioria � greg�ria, vivendo em grupos de machos, f�meas e formas juvenis. Quando perturbados em suas galerias, se locomovem com extrema rapidez, correndo para frente ou para tr�s com a mesma agilidade. Seus ovos, grandes e cil�ndricos, s�o postos no interior destas e recebem o cuidado das f�meas; com algumas esp�cies conhecidas por sua partenog�nese.[3][7][8]

Alimenta��o

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Os embi�deos se alimentam de grama, folhas em decomposi��o, musgos, l�quens e casca de �rvores, por�m os machos adultos nunca se alimentam, mas, em algumas esp�cies, as f�meas comem os machos ap�s o acasalamento.[3][7]

De acordo com an�lise filogen�tica do ano de 2012, The phylogeny and classification of Embioptera (Insecta), s�o citadas as seguintes fam�lias de Embioptera (citadas abaixo).[10] Atualmente se dividem em 11 fam�lias. As fam�lias com maior n�mero de g�neros s�o Anisembiidae, Embiidae e Scelembiidae, apresentando as demais seis ou menos g�neros, cada, e com quatro fam�lias monot�picas (de apenas um g�nero). Na Pen�nsula Ib�rica (Europa) est�o apenas presentes as fam�lias Embiidae e Oligotomidae.[11] No Brasil existe registro de ocorrência das famílias Anisembiidae, Archembiidae, Clothodidae e Teratembiidae, das quais somam-se, até o momento, 37 espécies; com o primeiro espécime da família Scelembiidae (Pararhagadochir confusa) registrado em 2018.[12]

  • Andesembiidae
  • Anisembiidae
  • Archembiidae
  • Australembiidae
  • Clothodidae
  • Embiidae
  • Notoligotomidae
  • Oligotomidae
  • Ptilocerembiidae
  • Scelembiidae
  • Teratembiidae

Espécies introduzidas

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De acordo com Edward S. Ross, os Embioptera são particularmente suscetíveis de ser levados pelo transporte humano, porque são capazes de estabelecer colônias em superfícies ou fendas de muitos objetos que compõem a carga do homem, em viagens. É até concebível que as superfícies internas dos cascos de barcos possam suportar tais insetos, pois a proteção das galerias de seda e a simplicidade de suas exigências alimentares contribuem grandemente para suas chances de sobrevivência. Assim sendo, espécies do gênero Oligotoma, que tem seu centro de distribuição na Ásia e na Indonésia, parecem ter atingido várias ilhas do Oceano Pacífico durante os movimentos dos aborígenes, tornando-se espécies introduzidas.[13] Este gênero também foi introduzido em dois arquipélagos da Macaronésia (Madeira, Oligotoma nigra, e Canárias, Oligotoma saundersi), juntamente com a espécie Haploembia solieri.[11] O gênero Oligotoma também está citado como introduzido no Brasil, segundo Donald J. Borror[7], embora não haja citação da família Oligotomidae por Teixeira et al. em seu estudo.[12]

Referências

  1. a b Maehr, Michael D. «Species Donaconethis abyssinica Enderlein, 1909» (em inglês). Embioptera home page - Species File. 1 páginas. Consultado em 1 de outubro de 2018 
  2. «Embiídeo». Michaelis - UOL. 1 páginas. Consultado em 1 de outubro de 2018 
  3. a b c d e f TYAGI, B. K.; VEER, Vijay (2016). Entomology in the Doon Valley (Garhwal Himalaya). A Stronghold for insect research (em inglês). Nova Deli, Índia: Scientific Publishers - Google Books. p. 57-59. 300 páginas. ISBN 978-93-87307-63-6. Consultado em 1 de outubro de 2018 
  4. Claudia Szumik; Paula Jéssica Costa Pinto; María Laura Juárez (1 de janeiro de 2024). «Capítulo 20: Embioptera Shipley, 1904» (PDF). INPA : Insetos do Brasil: Diversidade e Taxonomia. 2ª ed. Consultado em 18 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada (PDF) em 18 de fevereiro de 2024 
  5. a b Maehr, Michael D. «Embioptera Species File Online» (em inglês). Embioptera home page - Species File. 1 páginas. Consultado em 1 de outubro de 2018 
  6. SANTOS, Eurico (1982). Zoologia Brasílica, vol. 9. Os Insetos (vida e costumes) Tomo I. [S.l.]: Itatiaia. p. 20. 204 páginas 
  7. a b c d BORROR, Donald J.; DELONG, Dwight M. (1969). Introdução ao Estudo dos Insetos. São Paulo: Editora Edgard Blücher/Editora da Universidade de São Paulo. p. 108-109. 654 páginas 
  8. a b CARRERA, Messias (1980). Entomologia Para Você 5ª ed. São Paulo, Brasil: Nobel. p. 44. 185 páginas. ISBN 85-213-0028-X 
  9. Gordh, Gordon; Headrick, David (2011). A Dictionary of Entomology. 2nd ediction (em inglês). Wallingford, Inglaterra: CABI - Google Books. p. 499. 1526 páginas. ISBN 978-1-84593-542-9. Consultado em 1 de outubro de 2018 
  10. Miller, Kelly B.; Hayashi, Sheryl; Whiting, Michael F.; Svenson, Gavin J.; Edgerly, Janice S. (2012). «The phylogeny and classification of Embioptera (Insecta)» (PDF) (em inglês). Systematic Entomology, 37. (Kelly B. Miller Lab: Arthropod Systematics & Evolution). pp. 550–570. Consultado em 1 de outubro de 2018 
  11. a b Torralba-Burrial, Antonio (30 de junho de 2015). «Orden Embioptera» (PDF) (em espanhol). Revista IDE@ - SEA, nº 44. pp. 1–6. Consultado em 1 de outubro de 2018 
  12. a b Teixeira, Cristiano Machado; Araújo, Mikael Bolke; Garcia, Flávio Roberto Mello (2018). «Primeiro registro da família Scelembiidae (Embioptera) para o Brasil». Biodiversidade - V.17, N2. (Portal de Revistas Científicas da UFMT). pp. 131–138. Consultado em 1 de outubro de 2018 
  13. Ross, Edward S. (1955). «Insects of Micronesia: Embioptera» (PDF) (em inglês). Insects of Micronesia Vol. 8, No. 1. pp. 1–8. Consultado em 1 de outubro de 2018 
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