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RMS Campania

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RMS Campania
 Reino Unido
Operador Cunard Line
Fabricante Fairfield Shipbuilding
Batimento de quilha 22 de setembro de 1891
Lan�amento 8 de setembro de 1892
Viagem inaugural 22 de abril de 1893
Aposentadoria 26 de setembro de 1914
Porto de registro Liverpool, Inglaterra
Destino Comprado pela Marinha Real Brit�nica em 1914
 Reino Unido
Nome HMS Campania
Operador Marinha Real Brit�nica
Aquisi��o 27 de novembro de 1914
Comissionamento 17 de abril de 1915
Destino Afundado no estu�rio do rio Forth em 5 de novembro de 1918
Caracter�sticas gerais (como transalt�ntico)
Tipo de navio Transatl�ntico
Tonelagem 12 950 t
Maquin�rio 2 motores de tripla-expans�o
12 caldeiras
Comprimento 189,6 m
Boca 19,9 m
Calado 9,1 m
Propuls�o 2 h�lices
- 31 000 cv (22 800 kW)
Velocidade 22 n�s (40,5 km/h)
Tripula��o 424
Passageiros 2 000
Caracter�sticas gerais (como porta-hidroavi�es)
Tipo de navio Porta-hidroavi�es
Deslocamento 20 900 t
Calado 8,7 m
Propuls�o 2 h�lices
- 28 000 cv (20 600 kW)
Velocidade 19,5 n�s (36,1 km/h)
Armamento 6 canh�es de 120 mm
1 canh�es de 76 mm
Aeronaves 10 a 12
Tripula��o 600

O RMS Campania foi um navio transatl�ntico brit�nico pertencente � Cunard Line, constru�do pela Fairfield Shipbuilding and Engineering Company, na Esc�cia, e lan�ado em 8 de setembro de 1892.

Id�ntico em dimens�es e especifica��es de seu navio irm�o RMS Lucania, o Campania foi o maior e mais r�pido navio de passageiros a flutuar quando entrou em servi�o em 1893. Ele atravessou o Atl�ntico em menos de seis dias e, em sua segunda viagem em 1893, ganhou a prestigiada Fl�mula Azul, que at� ent�o pertencia ao SS City of Paris. No ano seguinte, Lucania ganhou a Fl�mula Azul e manteve o t�tulo at� 1898. O Campania era ligeiramente mais lento que seu navio irm�o.

Constru��o

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Campania e Lucania foram parcialmente financiados pelo Almirantado. O acordo era que a Cunard receberia dinheiro do governo para a constru��o das embarca��es na condi��o de os navios entrarem na lista de reserva naval para servir como cruzadores mercantes armados quando exigido pelo governo. Os contratos foram adjudicados � Fairfield Shipbuilding and Engineering Company, que na �poca era um dos maiores construtores brit�nicos de navios de guerra. Os planos foram elaborados para um grande vapor de dois eixos alimentados por motores de expans�o tripla, e a constru��o come�ou em 1891, apenas 43 dias ap�s a ordem da Cunard Line.[1]

Campania e Lucania tiveram os maiores motores de expans�o tripla j� instalados em um navio da Cunard. Estes motores tamb�m eram os maiores do mundo na �poca, e ainda hoje s�o os maiores do tipo j� constru�do. Eles representam os limites do desenvolvimento para este tipo de tecnologia, que foi superada alguns anos depois pela tecnologia da turbina. Cada motor tinha cinco cilindros. Havia dois cilindros de alta press�o. O vapor era levantado de 12 caldeiras de escava��o de dupla extremidade, cada um medindo 18 p�s (5,5 m) de di�metro com oito fornos. Havia tamb�m uma caldeira de extremidade �nica para m�quinas auxiliares e uma caldeira de burro pequena. A press�o da caldeira era de 165 lbs e permitia que os motores produzissem 23 000 kW, o que se traduziu em uma velocidade m�dia de 22 n�s (41 km/h) e uma velocidade recorde de 23� n�s.[1] A velocidade de opera��o normal para os motores era cerca de 79 rpm.

Cada motor estava localizado em um compartimento estanque separado. No caso de uma ruptura do casco nessa �rea, apenas uma sala de m�quinas seria inundada e o navio ainda poderia utilizar o motor adjacente. Al�m disso, o Campania tinha 16 compartimentos transversais e estanques com portas estanques que podiam ser fechadas manualmente ao comando do tel�grafo na ponte. O navio tinha condi��es de permanecer � tona mesmo com dois compartimentos inundados.[1]

Durante as primeiras viagens do Campania pelo Atl�ntico, a vibra��o do casco foi notada como um problema, e as ondas causavam inc�modo aos passageiros em mares pesados. Isso levou a modifica��es de projeto feitas ao Lucania, que ainda estava em constru��o. As modifica��es feitas no Lucania provaram ser bem sucedidas, ent�o a Cunard decidiu fazer modifica��es semelhantes ao Campania. O Campania foi entregue ao estaleiro e sua se��o do casco foi fortalecido para reduzir a vibra��o. Al�m disso, o seu conv�s de passeio foi estendido sobre as plataformas dianteiras e a popa, e os lados dos po�os foram totalmente fechados por chapeamento.[1] O novo projeto avan�ado seria ecoado 14 anos depois no projeto do Lusitania e Mauretania.

Alojamento de passageiros

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O Campania no ano de 1911.

Campania e seu navio irm�o ofereceram o mais luxuoso alojamento de passageiros de primeira classe dispon�vel. De acordo com o historiador mar�timo Basil Greenhill, em seu livro Merchant Steamships, os interiores do Campania e Lucania representaram a opul�ncia vitoriana em seu pico - uma express�o de uma era altamente confi�vel e pr�spera que nunca mais seria repetida em qualquer outro navio.[2] Greenhill observou que os interiores dos navios posteriores degeneraram em "vulgaridade grandiosa, a sintaxe cl�ssica degradada ao mero jarg�o".[2]

Todas as salas p�blicas de primeira classe e as cabines de banho do conv�s superiores eram, geralmente, de pain�is pesados em carvalho, len�o de seda ou mogno; e densamente alcatifado. As cortinas de veludo pendiam as janelas e as vigias, enquanto o mobili�rio era ricamente estofado no design correspondente. O estilo predominante era o Art nouveau, embora outros estilos tamb�m estivessem em uso, como o "Renascimento franc�s", que foi aplicado ao sal�o de entrada da primeira classe, enquanto a sala de fumar estava em "estilo isabelino", composta por pain�is de carvalho pesado em torno da primeira lareira aberta a ser utilizada a bordo de um navio de passageiros.[1]

Comunica��o sem fio

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Em 1901, seu irm�o Lucania tornou-se o primeiro navio da Cunard a ser equipado com um sistema sem fio Marconi, seguido alguns meses depois pelo Campania.[3]

Pouco depois dessas instala��es, os dois navios fizeram hist�ria trocando o primeiro boletim de gelo em transmitido sem fio. O Campania ganhou mais uma distin��o na hist�ria da comunica��o sem fio em 1905, quando se tornou o primeiro navio a ter conex�o de r�dio permanente com esta��es costeiras em todo o mundo. A partir desse momento, um navio que atravessava o Atl�ntico nunca mais ficaria isolado do resto do mundo da mesma maneira novamente.

�ltimos dias

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Campania no pier da Cunard, em Nova Iorque.

Campania e Lucania serviram como os principais navios de passageiros da Cunard por 14 anos, per�odo durante o qual foram superados em velocidade e tamanho por uma sucess�o navios alem�es de quatro chamin�s, come�ando pelo Kaiser Wilhelm der Grosse em 1897, que desencadeou uma batalha entre na��es para construir as embarca��es mais poderosas, como a Classe Kaiser e Classe Olympic. A competi��o alem� exigiu a constru��o de navios substitutos para os dois Cunarders, que se concretizaram em 1907 com a apari��o do RMS Lusitania e RMS Mauretania.

Com a apari��o de um terceiro gigante da Cunard em 1914, o RMS Aquitania, o Campania n�o era mais necess�rio. Sua �ltima viagem planejada pela Cunard foi a sua 250�, e come�ou em 25 de abril de 1914. Ao retornar a Liverpool, ele foi contratado pela Anchor Line para fazer viagens de Glasgow a Nova Iorque. No entanto, a Primeira Guerra Mundial iniciou e Aquitania, tendo completado apenas tr�s viagens, foi imediatamente requisitado pela Marinha e convertido em um cruzador mercante armado. Campania foi, portanto, lembrado para ocupar seu lugar, mas ele estava muito velho e conseguiu realizar apenas tr�s viagens antes de ser vendido para sucata. Sua �ltima viagem como transatl�ntico ocorreu em 26 de setembro de 1914.

HMS Campania
O naufr�gio do Campania

Enquanto o Campania aguardava demoli��o, o Almirantado entrou no �ltimo minuto e o comprou com a vis�o de convert�-lo em um cruzador mercante armado para transportar hidroavi�es. A convers�o foi realizado no estaleiro Cammell Laird, em Birkenhead. Seu interior estava completamente esvaziado, e o quarto foi feito para armanezar at� 14 aeronaves.

A convers�o foi conclu�da em 1915, e os julgamentos ocorreram sob o capit�o Oliver Schwann da Marinha Real, com Charles Lightoller (anteriormente segundo oficial do RMS Titanic) como primeiro oficial. Duas semanas depois, ele se juntou � frota no Scapa Flow como HMS Campania e, posteriormente, iniciou manobras no Mar do Norte. Seu trabalho era enviar avi�es � frente para explorar a frota alem�.

Ap�s um curso per�odo de tempo, foi decidido adicionar uma plataforma de voo de 160 p�s (49 m) na frente do navio, para permitir que a aeronave decolasse diretamente do navio sem cair na �gua. Os ensaios indicaram que o conv�s era muito curto, portanto foi estendido para 67 m (220 p�s). As altera��es exigiram a remo��o da parte dianteira da superestrutura e a primeira chamin� (que foi substitu�do por duas chamin�s mais estreitas de cada lado). O conv�s traseiro e o mastro de tr�s foram removidos.

O HMS Campania serviu com o Almirantado at� 5 de novembro de 1918, apenas seis dias antes do armist�cio ter sido assinado, quando esteve envolvido em um acidente no Estu�rio do rio Forth durante ventos fortes. Campania arrastou sua �ncora em uma s�bita tempestade, e �s 03:45 atingiu o arco do navio de batalha HMS Royal Oak e em seguida colidiu com o cruzador de batalha HMS Glorious. Ele come�ou a afundar pela popa primeiro. Algumas horas depois, uma explos�o - presumiu ser uma caldeira - o enviou para o fundo.[4]

O naufr�gio hoje � classificado como de import�ncia hist�rica, sendo designado sob a Lei de Prote��o de Naufr�gios em 2000. Essa designa��o foi revogada em 2013, quando o site do naufr�gio foi re-designado como uma �rea marinha protegida.[5]

Referências

  1. a b c d e Warren, Mark (1993). The Cunard Royal Mail Steamers Campania and Lucania. [S.l.]: Patrick Stephens Limited. ISBN 1-85260-148-5 
  2. a b Greenhill, Basil (1979). Merchant Steamships. London: B.T. Batsford Limited 
  3. Hancock, H.E. (1950). Wireless at Sea. Chelmsford: Marconi International Marine Communication Company 
  4. Wessex Archaeology (2005). HMS Campania, Firth of Forth, Scotland. Designated Site Assessment Report. [S.l.: s.n.] 
  5. «Historic Marine Protected Area Record» (PDF). Consultado em 15 de agosto de 2017 

Ligações externas

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