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Rio Muriaé

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Rio Muria�
Rio Muria� no centro da cidade de Itaperuna
Comprimento 250 km
Nascente Serra do Brigadeiro
Altitude da nascente 900 m
Caudal m�dio 118 m�/s
Foz Rio Para�ba do Sul
�rea da bacia 8 292 km�
Afluentes
principais
Rio Gl�ria, Rio Carangola, Rio Gavi�o, Rio Preto,

O rio Muria� � um curso de �gua que banha os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, no Brasil.

Banha os munic�pios mineiros de Mira�, Muria� e Patroc�nio do Muria�. J� no Rio de Janeiro, banha os munic�pios de Laje do Muria�, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira e Campos dos Goytacazes, servindo diretamente a uma popula��o de aproximadamente 754 000[1] pessoas em ambos estados, dentro de uma �rea geogr�fica de 7 792 km�.

O nome do rio n�o � de origem tupi. H� a possibilidade de ser um nome com origem na l�ngua puri, pois corta uma regi�o que era habitada, antes da chegada dos descendentes de europeus, por �ndios puris.[2]

Descri��o

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Nasce no munic�pio de Mira�, na Zona da Mata Mineira, e desagua no rio Para�ba do Sul na altura do munic�pio de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. Tem, como principais afluentes, os rios Gl�ria e Carangola, sendo o rio Carangola o maior entre os dois. As maiores cidades localizadas �s suas margens s�o Muria�, em Minas Gerais e Itaperuna, no Rio de Janeiro. Considerando toda a bacia do rio Muria�, s�o tr�s as maiores cidades: Carangola e Muria�, em Minas Gerais e Itaperuna, no Rio de Janeiro.[3]

Rio Carangola
Vista a�rea de Itaperuna

Desmatamento, minera��o, e desastres ambientais

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O processo de desmatamento desencadeado na Zona da Mata para o cultivo do caf� desde o s�culo XIX foi implac�vel na bacia do rio Muria�, afetando inclusive suas cabeceiras.

Em 2006, o vazamento de aproximadamente 400 milh�es de litros de lama de argila, misturada com �xido de ferro e sulfato de alum�nio - rejeitos do beneficiamento da bauxita - ocorreu em Mira�, chegou ao rio Fub�, que des�gua no rio Muria�, o qual, por sua vez, � um dos afluentes do rio Para�ba do Sul, que, portanto, tamb�m foi atingido. A lama chegou �s cidades de Mira�, Muria�, Patroc�nio do Muria�, Laje do Muria�, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira e Campos dos Goytacazes. Cerca de 100 mil pessoas tiveram o abastecimento de �gua interrompido. A mancha de lama causou grande mortandade de peixes e inutilizou �reas agricult�veis e de pastagens. A Mineradora Rio Pomba Cataguases (atual Bauminas Minera��o), responsabilizada pelo vazamento, que durou 72 horas, foi multada em 75 milh�es de reais. [4]

No dia 10 de janeiro de 2007, ocorre mais uma vez o rompimento da barragem de rejeitos da Mineradora Rio Pomba Cataguases, que era, ent�o, terceira maior produtora brasileira de bauxita (principal fonte mundial de alumina, insumo para a produ��o de alum�nio). A barragem da Fazenda S�o Francisco encontrava-se no seu limite. Com as fortes chuvas que ca�ram em janeiro de 2007, sobre a regi�o, cerca de 2 milh�es de m� de lama, contendo �gua e argila, vazaram.A grande quantidade de lama lan�ada no rio Fub� chegou novamente aos rios Muria� e Para�ba do Sul, atingindo as cidades de Mira�, Muria� e Patroc�nio do Muria�, em Minas Gerais, e Laje do Muria�, Itaperuna, Italva e Cardoso Moreira, no estado do Rio de Janeiro. V�rios afluentes do rio Muria� transbordaram, na maior cheia desde 1979. Al�m do colapso no abastecimento d'�gua, o acidente teve outros efeitos imediatos: a deposi��o de argila no leito dos rios intensificou o processo de assoreamento dos cursos d��gua, favorecendo a ocorr�ncia de inunda��es no futuro. Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado pelos Minist�rios P�blicos Federal e dos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, a Mineradora Rio Pomba Cataguases e os �rg�os ambientais mineiros. Ficou acordado que seriam adotadas medidas emergenciais para minimizar os danos e os riscos � popula��o e ao meio ambiente decorrentes do rompimento da barragem. Um dos compromissos assumidos foi o encerramento da explora��o de bauxita na �rea da Fazenda S�o Francisco dentro de 180 dias.

Em junho de 2007, o Conselho Estadual de Pol�tica Ambiental(Copam) suspendeu o embargo � Rio Pomba Cataguases e deu o seu aval para a constru��o de uma nova barragem, usada para extrair e lavar bauxita, no mesmo curso d'�gua da represa que havia rompido naquele ano. A popula��o ficou indignada com a decis�o, principalmente porque ainda recebera qualquer indeniza��o pelo acidente. A mineradora recorreu da multa, a maior j� estipulada pelo governo de Minas Gerais na �rea ambiental. At� mar�o de 2011, a multa ainda n�o havia sido paga.[5]

Grandes inunda��es

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No dia 17 de dezembro de 2008, o rio Muria� voltou a encher e, desta vez, muit�ssimo al�m dos limites de sua calha, ocasionando a pior inunda��o da hist�ria de Muria�, segundo muitos moradores. Foi pior do que a de 10 de janeiro de 2007, quando 2 bilh�es de litros de lama, proveniente de rejeitos de bauxita, vazaram da barragem S�o Francisco, no munic�pio de Mira�, pertencente a empresa de minera��o Rio Pomba Cataguases (atual Bauminas Minera��o).[6] [7]A inunda��o de 2008 foi compar�vel �s de 1925 e 1945 - as piores j� registradas.

O motivo da enchente foi um alt�ssimo volume pluviom�trico decorrente de chuvas ininterruptas, durante uma semana, nas cabeceiras do Rio Muria� e seus afluentes. Esse descomunal volume de �gua atingiu tamb�m a cidade de Patroc�nio do Muria� e atravessou os limites do estado de Minas Gerais, chegando ao estado do Rio de Janeiro, e causando destrui��o em v�rias cidades, como Laje do Muria�, Itaperuna, Italva e Cardoso Moreira.

J� no final de 2011, houve v�rios dias de chuvas, na cidade de Muria� e regi�o. Com isso, o rio, que j� se encontrava assoreado, aumentou rapidamente seu n�vel. Em 23 de dezembro de 2011, o rio transbordou atingindo principalmente, as ruas ribeirinhas da cidade, nos bairros de Jos� Cirilo, Napoleão e Barra. O nível das águas permaneceu oscilante e afinal houve recuo. Mas o calor exacerbado e a alta umidade do ar resultaram em mais chuvas fortes. Na noite de 1º de janeiro de 2012, a cidade recebeu uma quantidade de chuva jamais registrada, desde que a estação automática do INMET foi instalada. Em consequência, no dia 2 de janeiro, a inundação ocorreu com velocidade incomum.[8]

O caso no Rio Muriaé infelizmente não é diferente dos demais rios brasileiros, sendo também altamente poluído por dejetos urbanos e industriais, cerca de 15.600 litros de esgoto são lançados diariamente nas suas margens em Itaperuna, tendo como seus principais poluidores o Valão do Cedro (Cehab), Valão Cubatão (Frigorífico), Valão Jabuticaba (Surubi), Valão Fiteiro, e o Valão Boa Fortuna que herdaram o próprio nome do bairro, todos recebem esgoto in natura sem tratamento em seus leitos, levando toda espécie de lixo, e mau cheiro para o Rio Muriaé, que por sinal, a qualidade de suas águas na área central da cidade foi classificada como nível 3 (ruim), segundo o CONAMA, sendo perigosa para a recreação, e não potável, com altos índices de coliformes fecais, baixa porcentagem de oxigênio dissolvido na água, e com uma grande taxa de turbidez, sendo uma coloração verde quase negra, com odor fétido.[9]

Referências

  1. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estimativas da população residente com data de referência 1º de julho de 2017.
  2. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 589.
  3. Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul
  4. Agência Nacional de Águas - ANA. Superintendência de Usos Múltiplos e Eventos Críticos – SUM; Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos – SPR. Engecorps. Elaboração de estudos para concepção de um sistema de previsão de eventos críticos na bacia do Rio Paraíba do Sul e de um sistema de intervenções estruturais para mitigação dos efeitos de cheias nas bacias dos rios Muriaé e Pomba e investigações de campo correlatas. R 02 - Coleta de dados Brasília: ANA, 2010; p. 95.
  5. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. CETEM - Centro de Tecnologia Mineral. Rompimento de barragem da Mineradora Rio Pomba Cataguases afeta qualidade da água em MG e no RJ. 18 de julho de 2012.
  6. Zona da Mata ainda se recupera de rompimento de barragem há 9 anos. G1, 7/11/2015
  7. Dano de 2007 não foi pago Por Angélica Diniz. O Tempo, 24 de novembro de 2015
  8. MEDEIROS, V.S.Análise estatística de eventos críticos de precipitação relacionados a desastres naturais em diferentes regiões do Brasil. Escola Politécnica da USP, 2013; pp 2-3
  9. Encarnação, Paulo César; Friede, Reis; Encarnação, Paulo César (11 de junho de 2019). «PROBLEMAS AMBIENTAIS E O RIO MURIAÉ». Educação Ambiental em Ação (68). ISSN 1678-0701. Consultado em 15 de novembro de 2021 

Ligações externas

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