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Síncope (medicina)

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Síncope (desmaio)
Síncope (medicina)
"Desmaio" de Pietro Longhi, pintura a óleo, 1744
Classificação e recursos externos
CID-10 R55
CID-9 780.2
CID-11 1418136013
DiseasesDB 27303
MedlinePlus 003092
eMedicine med/3385 ped/2188 emerg/876
MeSH D013575
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S�ncope, denominada popularmente por desmaio, � a perda moment�nea de consci�ncia e da postura erecta, caracterizada por ser de aparecimento s�bito, curta dura��o e recupera��o espont�nea. A condi��o tem origem na diminui��o r�pida do fluxo de sangue para o c�rebro. Algumas causas de s�ncope manifestam-se com sintomas prodr�micos que antecedem a perda de consci�ncia. Estes sintomas podem incluir tonturas, suores, palidez, vis�o turva, n�useas, v�mitos e sensa��o de calor, entre outros. A s�ncope pode tamb�m estar associada a um curto epis�dio de espasmo muscular e eventualmente movimentos convulsivos. Quando a pessoa n�o perde completamente a consci�ncia nem a postura, a condi��o � denominada "pr�-s�ncope". � recomendado que a pr�-s�ncope seja orientada e tratada da mesma forma que a s�ncope.[1]

As causas de s�ncope variam desde as benignas at� �s potencialmente fatais.[1] Existem tr�s categorias principais de causas: as que s�o neuromediadas ou reflexas, as que t�m origem na hipotens�o ortost�tica neurog�nica ou n�o e as causas de origem cardiovascular. As s�ncopes neuromediadas s�o as mais comuns e ocorrem quando os vasos sangu�neos se dilatam com redu��o da press�o arterial e a frequ�ncia card�aca diminui de forma inadequada. Este reflexo pode ter origem num evento desencadeante, como a exposi��o ao sangue, a dor, sentimentos fortes ou numa actividade espec�fica, como urinar, vomitar ou tossir. Este tipo de s�ncope pode tamb�m ocorrer quando � pressionada uma �rea do pesco�o denominada seio carot�deo. Os problemas com o cora��o e vasos sangu�neos s�o a causa de cerca de 10% das s�ncopes e geralmente nos casos mais graves. Entre as causas cardiovasculares est�o a arritmia card�aca, problemas com as v�lvulas card�acas, nomeadamente a estenose (aperto) da v�lvula a�rtica ou com o mioc�rdio ou o bloqueio das art�rias coron�rias que irrigam o cora��o, uma embolia pulmonar ou uma dissec��o da art�ria aortica. As s�ncopes por hipotens�o ortost�tica devem-se � s�bita diminui��o da press�o arterial quando a pessoa se levanta. Isto tem muitas vezes origem frequentemente em determinados medicamentos que a pessoa est� a tomar, embora possa tamb�m estar relacionada com desidrata��o, hemorragia significativa ou altera��es neurol�gicas.[1]

O diagn�stico da causa subjacente consiste geralmente na colheita de uma hist�ria detalhada, de prefer�ncia com uma testemunha do evento, no exame f�sico e na realiza��o de um eletrocardiograma. O eletrocardiograma permite detetar uma frequência cardíaca anormal, problemas de irrigação no músculo cardíaco (isquemia) e outras perturbações elétricas como síndrome do QT longo e síndrome de Brugada. Uma baixa da pressão arterial com o levante e uma frequência cardíaca acelerada após o episódio de síncope podem ser indicadores de hemorragia ou desidratação, enquanto em pessoas com embolia pulmonar se observa baixa concentração de oxigénio. Em casos de incerteza alguns exames mais específicos podem ser úteis, como um monitor cardíaco implantável, um teste de inclinação ortostática ou teste de tilt. Entre outras condições que causam sintomas semelhantes e devem ser excluídas estão epilepsia, acidente vascular cerebral, baixa concentração de oxigénio no sangue, baixa concentração de glicose no sangue, intoxicação por substâncias e algumas perturbações psiquiátricas como as crises conversivas. O tratamento depende da causa subjacente. As pessoas consideradas de risco (geralmente com causa cardiovascular) podem necessitar de admissão hospitalar para realizar exames de monitorização cardíaca.[1]

Em cada ano, a síncope afecta entre 3 a 6 por cada 1000 pessoas[1] e é mais comum entre pessoas idosas e mulheres jovens na 2ª década de vida. A síncope é responsável por 1–3% dos episódios de urgência hospitalar. Nos países ocidentais, mais de metade das mulheres acima de 80 anos de idade e um terço dos estudantes de medicina afirmam ter tido pelo menos um episódio de síncope em determinado momento da vida.[2] Entre as pessoas que se apresentaram num serviço de urgência com síncope, cerca de 4% tiveram morte nos 30 dias posteriores.[1] No entanto, o risco de um prognóstico desfavorável depende muito da causa subjacente.[3]

Referências

  1. a b c d e f Peeters, SY; Hoek, AE; Mollink, SM; Huff, JS (Abril de 2014). «Syncope: risk stratification and clinical decision making.». Emergency medicine practice. 16 (4): 1-22; quiz 22-3. PMID 25105200 
  2. Kenny, RA; Bhangu, J; King-Kallimanis, BL (2013). «Epidemiology of syncope/collapse in younger and older Western patient populations.». Progress in cardiovascular diseases. 55 (4): 357–63. PMID 23472771. doi:10.1016/j.pcad.2012.11.006 
  3. Ruwald, MH (Agosto de 2013). «Epidemiological studies on syncope--a register based approach.». Danish medical journal. 60 (8): B4702. PMID 24063058