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Síncope vasovagal

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S�ncope vasovagal
S�ncope vasovagal
Nervo vago
Especialidade neurologia
Classifica��o e recursos externos
CID-11 952365682
DiseasesDB 13777
MeSH D019462
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A s�ncope vasovagal ou s�ndrome vasovagal (tamb�m chamada s�ncope neuromediada ou s�ncope neurocardiog�nica)[1] � uma s�ncope (ou desmaio) relacionada � ativa��o inapropriada do nervo vago, que faz parte do sistema nervoso parassimp�tico.[2] Ela pode ocorrer em qualquer faixa et�ria,[3] sendo mais comum em jovens entre 10 e 30 anos.[4]

Cerca de 70% dos pacientes que procuram servi�os de sa�de em decorr�ncia de desmaios t�m a s�ndrome vasovagal.[5]

Sinais e sintomas

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Os epis�dios de s�ncope vasovagal geralmente ocorrem quando a pessoa est� exposta a um gatilho espec�fico. Antes de perder a consci�ncia, o indiv�duo experimenta os primeiros sinais ou sintomas tais como: tonturas, n�useas, a sensa��o de estar extremamente quente ou frio (acompanhada de sudorese), zumbido nos ouvidos, sensa��o desconfort�vel no cora��o, pensamentos vagos, confus�o, uma ligeira incapacidade de falar, fraqueza e dist�rbios visuais (como luzes parecendo muito brilhante), vis�o em t�nel, manchas na vis�o ou um sentimento de nervosismo. Os sintomas duram por alguns minutos antes da perda de consci�ncia (se for perdida), o que normalmente acontece quando a pessoa est� sentada ou em p�.

Quando o doente desmaia e seu corpo vai ao ch�o o sangue � rapidamente distribu�do pelo seu corpo at� chegar ao c�rebro, fazendo assim com que a pessoa recupere a consci�ncia. Se a pessoa desmaia, mas fica numa posi��o onde sua cabe�a permanece elevada acima do tronco, o sangue pode ficar impedido de voltar ao c�rebro.

Quando uma pessoa sem a s�ndrome fica em p�, essa for�a desloca cerca de 30% do volume de sangue para os membros inferiores. Nessa situa��o, o corpo precisa da a��o do sistema nervoso aut�nomo para bombear o sangue de volta para o c�rebro. No caso de quem � diagnosticado com a s�ndrome vasovagal, a contra��o dos vasos sangu�neos, que � fundamental para esse bombeamento, n�o � eficiente.[6]

A quantidade de sangue diminui nas car�tidas e no cora��o. As art�rias do peito e do pesco�o t�m sensores que detectam se a press�o est� maior ou menor. Quando os vasos est�o vazios, os sensores automaticamente mandam um est�mulo para o c�rebro. Com a adrenalina, o cora��o bate mais r�pido, a circula��o aumenta e aparecem os sintomas.

A s�ncope vasovagal ocorre em resposta a um gatilho, com um mau funcionamento correspondente nas partes do sistema nervoso que regulam a taxa card�aca e press�o arterial. Quando a frequ�ncia card�aca diminui, a press�o arterial cai, e a resultante falta de sangue no c�rebro provoca desmaios e confus�o.

Gatilhos t�picos para os epis�dios da s�ncope incluem:

  • Tempo prolongado em p� ou sentado
  • Depois ou durante a mic��o (mic��o s�ncope)
  • Levantando-se muito rapidamente (hipotens�o ortost�tica)
  • Durante ou procedimentos p�s-bi�psia.
  • Estresse diretamente relacionadas com trauma
  • Estresse
  • S�ndrome de taquicardia ortost�tica (POTS): V�rios epis�dios cr�nicos posturais s�o vivida diariamente por muitos pacientes diagnosticados com esta s�ndrome. Os epis�dios s�o mais comumente manifestada em p�.
  • Quaisquer est�mulos dolorosos ou desagrad�veis, tais como:
    • Trauma
    • Assistindo ou passando por procedimentos m�dicos (tais como a pun��o venosa ou inje��o)
    • Alta press�o sobre ou em torno da �rea do peito ap�s o exerc�cio pesado
  • C�licas menstruais graves
  • Sensibilidade � dor
  • Excita��o ou estimulantes, por exemplo, sexo, c�cegas, ou adrenalina
  • In�cio s�bito de emo��es extremas
  • Ins�nia
  • Desidrata��o
  • Hiperventila��o[7]
  • Fome
  • Estar exposto a altas temperaturas
  • Pressionando em cima de certos lugares na garganta, seios, e os olhos (tamb�m conhecido como estimula��o reflexo vagal quando realizado clinicamente)
  • O uso de certos f�rmacos que afetam a press�o arterial, tais como coca�na, �lcool, marijuana, inalantes, opi�ceos
  • Ver sangue
  • (Menos comumente) Taxa de a��cares no sangue baixa
  • Problemas estomacais (que fa�am o est�mago expandir e ativar o nervo vago)

Rea��o de lutar ou fugir

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Uma pesquisa de 2014[8] e uma de 2015, esta �ltima realizada em conjunto por tr�s universidades,[9] sugerem que a s�ncope vasovagal pode ser na realidade uma evolu��o do FFF (Fight, Flight, Freeze), em portugu�s Rea��o de lutar ou fugir, visando assim a integridade, preserva��o e sa�de do c�rebro.

O sintoma p�s-desmaio � a r�pida recupera��o (menos que 5 minutos) da consci�ncia, sem sonol�ncia ou confus�o mental. Uma dura��o da perda da consci�ncia maior que 5 minutos pode sugerir o diagn�stico de epilepsia.[10]

Os sintomas pr�-desmaio s�o:

  • Diminui��o da vis�o e zumbidos nos ouvidos[11]
  • Palidez da pele
  • Vertigens
  • N�usea
  • Sensa��o de calor ou frio
  • Suor
  • Vis�o de t�nel (perda da vis�o perif�rica)[12]

O Tratamento para vasovagal se concentra na preven��o de gatilhos, em restaurar o fluxo sangu�neo para o c�rebro durante um epis�dio iminente, e medidas que interrompam ou impe�am o mecanismo fisiopatol�gico descrito acima.

A base do tratamento � evitar fatores desencadeantes conhecidos por causarem a s�ncope nessa pessoa. No entanto, um novo desenvolvimento na pesquisa psicol�gica mostrou que pacientes apresentam grandes redu��es de s�ncope vasovagal atrav�s de terapia (se o gatilho for mental ou emocional, por exemplo, vis�o de sangue). No entanto, se o gatilho � um medicamento espec�fico, ent�o evas�o � o �nico tratamento.

Como a s�ncope vasovagal provoca uma diminui��o da press�o sangu�nea, relaxar o corpo inteiro como um modo de evit�-la n�o � favor�vel. Um paciente pode mover ou cruzar as pernas e apertar os m�sculos das pernas para impedir a press�o arterial de cair t�o drasticamente antes de um gatilho.

Antes dos eventos que acionam os gatilhos conhecidos, o paciente pode aumentar o consumo de sal e l�quidos para aumentar o volume de sangue. As bebidas esportivas ou bebidas com eletr�litos podem ser particularmente �teis.

A descontinua��o de medicamentos conhecidos por reduzir a press�o arterial pode ser �til, no entanto, parar de tomar anti-hipertensivos tamb�m pode ser perigoso em algumas pessoas. Tomar rem�dios anti-hipertensivos pode piorar a s�ncope, uma vez que aumentar a press�o arterial pode ter sido a forma como o corpo compensa a diminui��o da press�o arterial causada pela s�ncope.

Os pacientes devem ser instru�dos sobre como responder a novos epis�dios de s�ncope, especialmente se eles experimentam sinais prodr�micos: eles devem deitar-se e levantar as pernas, ou pelo menos baixar a sua cabe�a para aumentar o fluxo sangu�neo para o c�rebro. Se o indiv�duo perdeu a consci�ncia, ele ou ela deve ser estabelecido com a sua cabe�a virada para o lado. Roupas apertadas devem ser afrouxadas. Se o gatilho for conhecido, deve ser removido se poss�vel (por exemplo, a causa da dor).

O uso de meias el�stica de compress�o graduada pode ser �til.

H� certos exerc�cios de treinamento ortost�tico que foram comprovados para melhorar os sintomas em pessoas com s�ncope vasovagal recorrente. Uma t�cnica chamada "tens�o aplicada", que envolve aprender a tens�o os m�sculos do tronco, bra�os e pernas � eficaz para s�ncope vasovagal.

Certos medicamentos que podem ser �teis

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Medicamentos para a press�o arterial.[13] Beta-bloqueadores s�o feitos para tratar a hipertensão. Mas na síncope vasovagal seu principal efeito está em evitar a taquicardia que pode ser o gatilho dos sintomas vagais ou de hipotensão. Estudos randomizados entretanto não encontraram efetividade dos betabloqueadores usados com ibjetivo de reduzir as crises, entretanto a experiência médica mostra que em alguns pacientes os sintomas prodrômicos como palpitação e sudorese podem ser minimizados.

Outros medicamentos que podem ser eficazes incluem: Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (antidepressivos). Eficiente principalmente onde o gatilho é emocional. Além disso, há evidências de que a serotonina desempenha papel importante na regulação da frequência cardíaca e da pressão arterial no sistema nervoso central.[14]

Para as pessoas com a forma de síncope vasovagal cardioinibitória, implante de marcapasso permanente pode ser benéfico ou mesmo curativo.

Exames médicos realizados para uma avaliação precisa

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Referências

  1. Giulliano GARDENGHI, Denise Tessariol HACHUL, Carlos Eduardo NEGRÃO, Eduardo SOSA (2004). «Síncope Neurocardiogênica e Exercício». RELAMPA. Consultado em 12 fev 2015 
  2. Dr. Pedro Pinheiro (2014). «Desmaio, síncope e reflexo vagal». MD.Saúde. Consultado em 12 fev 2015 
  3. Dr. Bruno Valdigem (2013). «Desmaios frequentes podem denunciar a síndrome vasovagal». MinhaVida. Consultado em 13 fev 2015 
  4. Dra. Paula Miranda, Dr. Leandro Echenique. «Síncope Vasovagal». CETE. Consultado em 13 fev 2015. Arquivado do original em 13 de fevereiro de 2015 
  5. «Desmaios frequentes podem ser problema no sistema circulatório». Bem Estar. 2012. Consultado em 14 fev 2015 
  6. «Desmaios frequentes podem ser problema no sistema circulatório». Bem Estar. 17 de abril de 2012 
  7. «Síncope vasovagal – Toda Medicina». Consultado em 21 de maio de 2020 
  8. Paolo Alboni, Marco Alboni (2014). «Vasovagal Syncope As A Manifestation Of An Evolutionary Selected Trait». PMC. Consultado em 22 dez 2017 
  9. Blanc JJ, Alboni P, Benditt DG (2015). «Vasovagal syncope in humans and protective reactions in animals». PubMed. Consultado em 22 dez 2017 
  10. «Síncope vasovagal e neurocardiogênica (neuromediadas)». Portal do Coração. 2008. Consultado em 13 fev 2015. Arquivado do original em 13 de fevereiro de 2015 
  11. «Síncope Vasovagal». Educar saúde. 2011. Consultado em 8 de janeiro de 2019 
  12. «Os sintomas de síncope vasovagal». Consultado em 13 fev 2015 
  13. «Tratamentos para síncope vasovagal». www.sun1001.com. Consultado em 14 de maio de 2017 
  14. Matheus. «Síncope vasovagal, orientação prática e abordagem inicial». www.ictcor.com.br. Consultado em 14 de maio de 2017. Arquivado do original em 12 de setembro de 2017 
  15. Alfredo de Souza Bomfim, Paulo Roberto Benchimol Barbosa, Eduardo Corrêa Barbosa, Silvia Helena Cardoso Boghossian, Ricardo Luiz Ribeiro, Paulo Ginefra. «Teste de Inclinação: fundamentos e aplicação clínica». Sociedade de Cardiologia do RJ. Consultado em 17 fev 2015 
  16. «Síncope». Cardiologia Knobel. 2010. Consultado em 17 fev 2015. Arquivado do original em 18 de fevereiro de 2015