Porto do Itaqui
Porto do Itaqui | |
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Vista aérea do Porto do Itaqui | |
Localização | |
País | Brasil |
Localização | São Luís, Maranhão |
Localiza��o no Brasil | |
Localiza��o em mapa din�mico | |
Coordenadas | |
Detalhes | |
Propriet�rio | EMAP |
Ber�os dispon�veis | 7 |
Armaz�ns | 1 |
Estat�sticas | |
Carga anual de toneladas | 22,4 milh�es (2018)[1] |
Website | portodoitaqui.com |
O Porto do Itaqui � um porto brasileiro localizado na cidade de S�o Luis, no estado do Maranh�o. Tem uma das maiores amplitudes de mar� do Brasil (superado apenas pela Ilha de Marac�), podendo ultrapassar sete metros.
Os projetos para a constru��o dum porto na �rea onde hoje se encontra o porto do Itaqui datam de 1918. No entanto, as obras nunca foram iniciadas e, somente ap�s novos estudos realizados pelo Departamento Nacional de Portos e Vias Naveg�veis em 1960, houve a constru��o das primeiras acostagens.
O Itaqui � o 11� na classifica��o geral e o sexto entre os portos p�blicos em movimenta��o de cargas (por tonelada).[2]
A profundidade de seu canal de acesso � de 23 metros.[3]
Hist�ria
[editar | editar c�digo-fonte]Primeiras tentativas de constru��o
[editar | editar c�digo-fonte]A �rea onde atualmente est� localizado o Porto do Itaqui j� era conhecida como ponto de fundeio de embarca��es antes do s�culo XIX.[4] A primeira tentativa de construir-se um grande porto na �rea do Itaqui foi em 1918, quando o Governo do Maranh�o deu concess�o de obras � companhia inglesa C.H. Walker & Co. Limited, por�m a companhia n�o obteve �xito e a concess�o foi extinta.[5]
In�cio das obras e inaugura��o
[editar | editar c�digo-fonte]Em 1939, o Departamento Nacional dos Portos e Vias Naveg�veis realizou um estudo na �rea e a apontou como um potencial para a constru��o dum grande porto. Com base nessas conclus�es, em 1966, as obras do porto foram definitivamente iniciadas pela empresa brasileira Serveng-Civilsan, com um cais de extens�o inicial de 367 metros, conclu�do em 1972, com a constru��o de mais dois trechos de 270 metros e outro de 80 metros.
Em 28 de dezembro de 1973, foi ent�o criada Companhia Docas do Maranh�o - Codomar, para administrarem-se as novas instala��es, isto �, um cais com 637m de extens�o, entregue ao tr�fego em 4 de julho de 1974 (Data de in�cio das opera��es no Porto do Itaqui).
Em 1976, foram constru�dos os ber�os 101 e 103, em 1994 os ber�os 104 e 105 e, em 1999, o ber�o 107 e o ber�o 106 que permitiu a opera��o com navios de at� 200 000 toneladas de dwt.[6]
Finalmente, atrav�s do Conv�nio de Delega��o entre a Uni�o e o Estado do Maranh�o, com a interveni�ncia da Companhia Docas do Maranh�o - Codomar, de 30 de novembro de 2000, foi criada a Empresa Maranhense de Administração Portuária - EMAP.
Investimentos recentes
[editar | editar código-fonte]No final de 2012, inaugurou-se o berço 100 do porto do Itaqui, cuja finalidade é movimentar grãos, cargas vivas, fertilizantes; e permitir a atracação de navios do tipo Panamax.[7] Na mesma data, foi inaugurado o alargamento do chamado cais sul, onde estão os berços 101 e 102.[8]
Em 2015, foi inaugurado o Terminal de Grãos do Maranhão (TEGRAM), contando com quatro armazéns, com capacidade de armazenagem estática de 500 mil toneladas de grãos (125 mil toneladas cada), além de modais ferroviários e rodoviários para receber a produção de grãos, tornando-se possível baratear o escoamento da produção brasileira e desconcentrar a logística do sul do país, impulsionando a capacidade de exportação do porto. [9]
Em 2018, entrou em operação o Berço 108, ampliando a capacidade de movimentação de granéis líquidos em 40%, o equivalente a 4 milhões de toneladas/ano.[3]
No total, o Itaqui possui sete berços operacionais, além do novo píer petroleiro (Berço 108). Os berços possuem profundidades que variam de 12 a 19 metros, permitindo a atracação de navios de grande porte. [10]
O Plano de Investimentos da Emap (2016-2018) abrange recursos públicos e privados em um total de R$ 1,3 bilhões. Desses, R$ 255,55 milhões são de recursos próprios, R$ 4,126 milhões em recursos federais e R$ 1,093 bilhões da iniciativa privada.[11]
A atividade portuária no Itaqui gera, em média, 14 mil empregos diretos e indiretos, o que alimenta diversas cadeias produtivas no Maranhão e ao longo da área de influência. [12]
Localização
[editar | editar código-fonte]O Porto do Itaqui está localizado no interior da Baía de São Marcos e seu acesso hidroviário não conta com a formação de barra. O canal acesso possui profundidade natural mínima de 23 metros, largura aproximada de 500 metros e comprimento de 101 km.[10] A bacia de evolução do porto do Itaqui se situa entre o Terminal da Ponta da Madeira a leste, o paralelo 02º 34’ 05” a sul e as boias número 23 e 25 a oeste, variando a profundidade em torno de 23 metros em relação ao nível de redução da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), sendo a largura da bacia de 0,8 milhas e o comprimento de cerca de duas milhas.[carece de fontes]
Um dos grandes diferenciais do porto é sua localização próxima aos mercados da Europa, América do Norte e do Canal do Panamá, por onde é possível se alcançar mais rapidamente os países da Ásia.[13]
A sua região de influência abrange a área conhecida como MATOPIBA – formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, considerada a terceira e última fronteira agrícola do País, que realiza 54% de exportações pelo Itaqui –, estados do Norte, como o Pará, e do Nordeste, além do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e de Goiás.[13]
Acesso
[editar | editar código-fonte]Acesso ferroviário
[editar | editar código-fonte]O porto do Itaqui possui conexão ferroviária direta com duas ferrovias. Uma é a Transnordestina (FTL), por meio da Ferrovia São Luís-Teresina, que passa por 7 estados do Nordeste, do Maranhão ao Sergipe (trecho de São Luís a Propriá) e tem 4.238km de extensão. A outra é a Estrada de Ferro Carajás (EFC), trecho concedido à Vale e operado pela VLI, com 892km de extensão, ligando a São Luís a Carajás-PA. Além de granéis sólidos e líquidos, é utilizada para escoar-se a produção de celulose em Imperatriz-MA para o porto.[14]
Há ainda uma conexão indireta com a Ferrovia Norte-Sul (FNS), que se liga à EFC em Açailândia, que possibilita transportar granéis sólidos minerais e vegetais, além de combustíveis. Com a operacionalização do trecho até Anápolis-GO, há novas perspectivas de negócios.[14]
Acesso rodoviário
[editar | editar código-fonte]O acesso dá-se pelas rodovias BR-135 e BR-222 que se conectam a outras rodovias federais (BR 316, BR 230, BR 226 e BR 010) e estaduais (MA 230) para todo o Norte e Sul do país.[14]
Acesso marítimo
[editar | editar código-fonte]As condições de navegabilidade são boas (na faixa de 180º) em razão de as profundidades naturais de acesso serem elevadas (-23m), bem como a largura do canal.
Após vencer os pares de boias de número 19 a 24, onde se direciona o governo das embarcações para o farol da Ilha do Medo aos 139º e na distância de 1,7 milha tem-se o acesso ao porto. Neste ponto, guina-se para o rumo 180º, mantendo-se até chegar cerca de 3 milhas do farol da Ilha do Medo, onde o prático assume o controle.
O sentido da corrente determina, na altura da ilha de Guarapirá, as alternativas de acesso ao Porto. Ei-las:
- acesso pelo norte da Ilha de Guarapirá (utilizado por ocasião da maré vazante)
- acesso pelo sul da Ilha de Guarapirá (utilizado por ocasião da maré de enchente)
A bacia de evolução do Porto do Itaqui estende-se da Ponta da Madeira até cerca de 1,5Km ao sul do cais, contando com profundidade em torno de 23m, em relação ao nível de redução do DHN.
Os obstáculos à navegação de natureza ambiental na área do Porto são a força d’água consequente da grande variação de maré, principalmente, na maré de sizígia e no período de vazante. Os obstáculos de natureza física são os apresentados nas Cartas Náuticas 410, 411, 412 e 413.
Fora da área do Porto Organizado do Itaqui, existem 8 áreas de fundeio,[15] cujas coordenadas geográficas abaixo se indicam, e que possuem estas finalidades:
- Área 1 é destinada a navios maiores que 80.000 TPB e calado superior a 11m.
- Área 2 é destinada a navios com calado superior a 20m. Atenção aos navegantes, possível existência de cabos submarinos no setor oeste da área.
- Área 3 é destinada a navios com calado superior a 20m. Atenção ao navegante, possível existência de cabos submarinos no setor oeste da área.
- Área 4 é destinada a navios com TPB menor que 80.000 ou calado até 11m.
- Área 5 é destinada a navios com TPB menor que 80.000 ou calado até 11m.
- Área 6 é destinada a navios com TPB menor que 80.000 ou calado até 11m.
- Área 7 é destinada a navios com TPB até 80.000 e calado menor que 11m. Fundeio somente com autorização da Capitania dos Portos.
- Área 8 é sujeita a autorização da Capitania dos Portos e pode ser utilizada para carga e descarga de combustíveis.Baía de São Marcos, vista do Centro histórico de São Luís.
Acesso fluvial
[editar | editar código-fonte]As ligações fluviais com o Porto do Itaqui ocorrem através dos principais rios navegáveis do Estado do Maranhão, e que são Grajaú, Pindaré, Mearim, Itapecuru e dos Cachorros, limitados pelas pequenas profundidades de 1 m a 2,5 m próximo à foz.
Cargas movimentadas
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Movimentação de Cargas
(em toneladas)[16] | |
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2005 | 11.551.812 |
2006 | 12.518.584 |
2007 | 12.909.998 |
2008 | 13.315.546 |
2009 | 11.546.225 |
2010 | 12.673.195 |
2011 | 14.001.748 |
2012 | 15.753.758 |
2013 | 15.310.430 |
2014 | 18.021.144 |
2015 | 21.824.774 |
2016 | 16.898.774 |
2017 | 19.113.973 |
2018 | 22.403.221 |
2019 | 25.171.460 |
2020 | 25.337.152 |
2021 | 31.064.139 |
2022 | 33.610.776 |
2023 | 36.419.648 |
O Porto de Itaqui movimenta anualmente milhões de toneladas de carga, sendo um importante corredor logístico para o Centro-Oeste do país. Entre os principais produtos movimentados no ano de 2017 estão: a soja (6.152.909 de toneladas), milho (1.642.944 de toneladas), fertilizantes (1.536.697 t), cobre (836.062 t), carvão (636 254 t), ferro-gusa (505.733 t) clinquer+escória (225.796 t), manganês (147.063 t), arroz (89.833 t), granéis líquidos importados (3.881.635 t), soda cáustica (86.542 t), etanol (112.364 t) e GLP (150.753 t), totalizando uma movimentação anual de 17.140.470 de toneladas.[17]
O Terminal de Grãos do Porto do Itaqui (Tegram) recebeu, em média, 26 mil toneladas de grãos (soja e milho) por dia, no ano de 2016.[18]
O Porto de Itaqui foi responsável por 54,2% da gasolina e 49,8% do diesel importados no Brasil no ano de 2012.[19]
Em 2015, 1,2 bilhões de litros de combustível circularam pela Ferrovia Carajás do Porto do Itaqui, em São Luís (MA), com destino à Marabá (PA), Açailândia (MA), e Palmas (TO).[20]
A Ferrovia São Luís-Teresina também transporta combustível com destino ao Piauí. No ano de 2012, 1 milhão de litros de gasolina e 1,3 milhão de óleo diesel chegavam diariamente em Teresina, vindos de capital do Maranhão. Desse combustível, 60% chega por via ferroviária e 40% pelas estradas.[21]
O Porto do Itaqui exportou 1,184 milhões de toneladas de papel e celulose de janeiro a outubro de 2017, produzidos pela unidade da Suzano Papel e Celulose em Imperatriz (MA), trazidos pela Ferrovia Norte Sul e Ferrovia Carajás.[22]
Em 2015, aproximadamente 70% da soja que saiu do Tegram teve como destino a Ásia, em especial a China. O milho teve como destino o Oriente Médio, a África e o Vietnã. Farelo e grãos também foram enviados para a Europa.[18]
No ano de 2017, o porto teve um crescimento de movimentação de cargas de 13% em relação a 2016[23]. No mesmo ano, a Empresa Maranhense de Administração Portuária teve lucro líquido de R$ 51,6 milhões, 18,8% superior a 2016, e crescimento de 24% em receitas operacionais.[24]
Usina Termelétrica Porto do Itaqui
[editar | editar código-fonte]A Usina Termelétrica Porto do Itaqui (Itaqui Geração de Energia) foi inaugurada em fevereiro de 2013, com potência instalada de 360 MW, movida a carvão mineral.[25]
Atualmente, a usina pertence à Eneva, empresa que também opera o Complexo Termelétrico Parnaíba, movido a gás natural.[25]
Mapa do Arco Norte
[editar | editar código-fonte]Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Movimentação de Carga». portodoitaqui.ma.gov.br. Consultado em 15 de outubro de 2019
- ↑ Maximize. «Porto Itaqui é o 11º no ranking geral em movimentação de cargas». Porto Itaqui é o 11º no ranking geral em movimentação de cargas (em inglês). Consultado em 4 de fevereiro de 2018
- ↑ a b «Novo píer petroleiro entra em operação no Porto do Itaqui». Maranhão de Todos Nós. 5 de julho de 2018
- ↑ Carta geométrica da barra do Maranhão, cidade de São Luis do Maranhão - Biblioteca Digital Mundial Neste mapa feito por volta de 1800, a área do atual Porto do Itaqui é vista como P.ta do Itaqui no extremo ocidental da Ilha de São Luís. Bem perto da ponta do Itaqui, à margem da Baía de São Marcos, pode ser vista uma legenda que diz "bom fundo" acompanhada pelo esboço de uma âncora, o que demonstra que a área já era utilizada como ancoradouro. Neste detalhe, a visualização é mais clara
- ↑ «Porto do Itaqui» (PDF). antaq.gov.br. Consultado em 30 de dezembro de 2015. Arquivado do original (PDF) em 24 de dezembro de 2011
- ↑ «Histórico». emap.ma.gov.br. Consultado em 30 de dezembro de 2015
- ↑ «Infraestrutura». emap.ma.gov.br. Consultado em 30 de dezembro de 2015
- ↑ "Uma agenda de compromissos marcou a visita da Presidente Dilma Rousseff" ao Maranhão - PortosMA
- ↑ «Terminal de grãos inaugurado no Maranhão desafoga logística concentrada no Sul - PAC». www.pac.gov.br. Consultado em 2 de fevereiro de 2018
- ↑ a b Maximize. «Infraestrutura - Porto do Itaqui». Infraestrutura - Porto do Itaqui (em inglês). Consultado em 7 de julho de 2018
- ↑ Redação. «Portos e Navios - Emap lança edital para obras no Porto do Itaqui»
- ↑ Redação. «Portos e Navios - Emap cresce 24% e segue investindo em novas obras de ampliação». Consultado em 11 de fevereiro de 2018. Arquivado do original em 12 de fevereiro de 2018
- ↑ a b «Localização privilegiada favorece operações portuárias». Porto do Itaqui (em inglês)
- ↑ a b c Maximize. «Infraestrutura - Porto do Itaqui». Infraestrutura - Porto do Itaqui (em inglês). Consultado em 1 de fevereiro de 2018
- ↑ Localização e situação hidrográfica - Emap
- ↑ Maximize. «Movimentação de Carga - Porto do Itaqui». Movimentação de Carga - Porto do Itaqui. Consultado em 23 de agosto de 2024
- ↑ Maximize. «Movimentação de Carga - Porto do Itaqui». Movimentação de Carga - Porto do Itaqui (em inglês). Consultado em 2 de fevereiro de 2018
- ↑ a b Rural, Canal. «Terminal portuário do Maranhão prevê aumento de embarque de grãos e farelo». Canalrural
- ↑ Fluxos logísticos de produção, transporte e armazenagem de gasolina A e de óleo diesel A no Brasil: mapeamento, diagnóstico dos fatores de risco e ações de mitigação / Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Superintendência de Abastecimento. - Rio de Janeiro: ANP, 2013. 101 p. : il. color. [S.l.: s.n.] l. [S.l.: s.n.]
- ↑ «EFC gera economia de combustível e mais segurança para população do Maranhão». www.vale.com. Consultado em 11 de fevereiro de 2018
- ↑ «Deputado pede que ANP investigue preço abusivo dos combustíveis | Notícias Parnaíba, Piauí, Litoral Piauiense, Proparnaíba.com». www.proparnaiba.com. Consultado em 11 de fevereiro de 2018
- ↑ Redação. «Portos e Navios - Itaqui movimenta 16,3 milhões de toneladas de janeiro a outubro». Consultado em 11 de fevereiro de 2018. Arquivado do original em 5 de fevereiro de 2018
- ↑ REDAÇÃO. «Portos e Navios - Porto do Itaqui tem recorde histórico na exportação de grãos – Maranhão»
- ↑ Redação. «Portos e Navios - Emap cresce 24% e segue investindo em novas obras de ampliação». Consultado em 11 de fevereiro de 2018. Arquivado do original em 12 de fevereiro de 2018
- ↑ a b «Geração de Energia – Eneva». www.eneva.com.br. Consultado em 29 de março de 2018